RB Bragantino se torna a melhor equipe paulista do Brasileirão; quais os segredos do clube?


Time de Bragança Paulista chega à vice-liderança; ao ‘Estadão’, Pedro Caixinha destaca pontos positivos e negativos da clube na temporada

Por Murillo César Alves
Atualização:

O melhor time paulista do Brasileirão, pelo menos até a 26ª rodada, é o Red Bull Bragantino, que assumiu a vice-liderança ao vencer o Palmeiras, neste domingo, por 2 a 1. O sucesso do clube de Bragança Paulista se dá em três pilares: investimentos da marca de energéticos, elenco jovem e trabalho do treinador Pedro Caixinha. “Somos uma equipe sub-23 a disputar o Brasileirão”, afirma o treinador, em entrevista ao Estadão.

Desde 2019, o clube é controlado pela Red Bull. Antes, a marca, que detém uma rede de clubes ao redor do mundo (Leipzig e Salzburg, por exemplo), controlava o RB Brasil. A parceria com o time de Bragança Paulista serviu para impulsionar a marca a disputar a Série B do Brasileirão – e disputar uma das vagas à primeira divisão. No primeiro ano do clube-empresa, prometia-se investir R$ 45 milhões, em infraestrutura do estádio Nabi Abi Chedid e no elenco.

Thiago Scuro, ex-CEO do clube – atualmente tem o mesmo cargo no Monaco, da França –, garantiu, em 2019, que a Red Bull manteria os valores do Bragantino e da cidade. “Não existe menor interesse em tirar o time de Bragança. O que nós queremos é usar toda essa força, essa energia que o RB permite. Pretendemos fazer com que a cidade volte a viver grandes conquistas e grandes competições. A gente acredita que através do investimento e da nossa capacidade técnica, a gente possa ir juntos e caminhar para um patamar mais alto”, afirmou.

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Red Bull Bragantino pode se tornar a melhor equipe paulista do Brasileirão. Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

Campeão da Série B em sua primeira temporada, o clube passou por uma série de mudanças até brigar pelo título do Brasileirão em 2023. Ele ainda não é autossustentável, necessitando de dinheiro da Red Bull para manter os investimentos no futebol e nas infraestruturas do time. Segundo levantamento do “Relatório Convocados 2023″, desenvolvido pelo economista Cesar Grafietti, o clube fechou o último ano fiscal com mais de R$ 500 milhões em dívidas.

Mesmo assim, o Bragantino consegue gerir seu futebol. Em 2021 e 2022, pouco mais de R$ 280 milhões foram investidos na contratação de atletas. No mesmo período recebeu R$ 300 milhões de empréstimos da Red Bull, como aporte financeiro para gerir seu futebol. A dívida, superior a R$ 500 milhões não preocupa pois é justamente com a marca matriz.

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Elenco jovem

O Red Bull Bragantino, por ser uma das “filiais” da rede de clubes da marca de energéticos, é o time com a menor média de idade do Brasileirão e destoa dos demais, com pouco mais de 23 anos. Isso se deve à política de formar atletas e revender. Natan, zagueiro, foi negociado com o Napoli, enquanto Douglas Mendes foi cedido ao Salzburg.

Pedro Caixinha, treinador de Bragança Paulista, leva o Bragantino a ser um dos destaques do ano apesar do elenco mais jovem. O profissional teve experiência com as categorias de base em Portugal. Aderlan Silva, de 33 anos, é também o jogador mais novo entre os mais velhos de cada uma das 20 equipes, o que sinaliza um foco do clube em rejuvenescer sua base.

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Em 2022, o Bragantino fechou seu ano fiscal com um superávit ligeiramente superior a R$ 20 milhões. No lugar de Scuro, Diego Cerri assume o cargo de diretor esportivo desde julho. No período, o clube teve sua maior venda do ano: Natan, por R$ 53 milhões, ao Napoli. Apesar da dívida recorde no último ano, a tendência é que o Bragantino tenha um lucro ainda maior, considerando o resultado inédito no Brasileirão.

A construção do centro de treinamento, prevista para ser concluída em 2024, deve valorizar ainda mais esse ativo do clube: os atletas. Em campo, essa filosofia eleva os resultados do time. Em 2020, terminou o Brasileirão na 10ª posição; no ano seguinte, em 6º, atrás de Palmeiras e Corinthians. A projeção de brigar pelo título é inédito para o clube-empresa.

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Pedro Caixinha e o ano de 2023

Depois de eliminações precoces no Campeonato Paulista, para o Água Santa, e na Copa do Brasil, para o Ypiranga, o clube se reestruturou depois de março. A venda de Artur para o Palmeiras gerou mais R$ 40 milhões aos cofres. Apesar da eliminação na Copa Sul-Americana para o América-MG, pode terminar o ano com o melhor resultado do Brasileirão de sua história.

Não há só uma estrela no elenco do time. Eduardo Sasha, Vitinho, Thiago Borbas e Sorriso são os jogadores do ataque que mais vezes atuaram no ano, mas nenhum tem mais de seis gols no Brasileirão. O segredo para o sucesso do Bragantino é o terceiro pilar: Pedro Caixinha, treinador português de 52 anos contratado para elevar o nível nacional do clube.

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Em 2021, o Bragantino esteve próximo de seu primeiro título internacional – perdeu a final da Sul-Americana para o Athletico-PR. Neste ano, o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais aponta 3,5% do time terminar campeão brasileiro. Antes do jogo contra o Palmeiras, nove pontos separam o clube de Bragança Paulista do Botafogo, líder do Brasileirão. O Bragantino, inclusive, continua invicto em confrontos com times paulistas: são dois empates, contra Palmeiras e São Paulo, e duas vitórias, diante de Corinthians e Santos. Um aproveitamento de 66,7%.

Pedro Caixinha, treinador do Red Bull Bragantino. Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

Ao Estadão, Caixinha destaca alguns pontos do sucesso na competição. No início da temporada, definiu junto à diretoria uma projeção de conquistar, em média, 1,5 ponto por partida; atualmente, próximo de chegar à vice-liderança, a estatística é de 1,75 por partida. “Tudo fica mais fácil quando os comportamentos estão definidos, de acordo com a filosofia do clube, e do excelente trabalho dos treinadores que aqui estiveram antes de nós. Queremos continuar a crescer com a orientação de que ‘temo a bola, atacamos o gol; não temos a bola, atacamos a bola’, sem jamais esquecer o ataque ao jogo”, cita o treinador.

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“Somos praticamente um time sub-23 a disputar o Brasileirão. Essa é a silosofia do clube, e essa é a filosofia que defendemos enquanto técnicos na liderança deste projecto em particular”, afirma o treinador. Positivamente, ter um elenco jovem impacta na intensidade dos atletas em campo; por outro lado, a inexperiência dos atletas prejudica em momentos de tomada de decisão. “Temos o jogador como principal ator deste jogo ele ganha uma posição de destaque. Muito da orientação do nosso trabalho baseia-se em conhecer o indivíduo na profundidade, para lhe poder oferecer as melhores aprendizagens especificas, bem como todo o apoio e suporte necessários.”

Pedro Caixinha, treinador do Red Bull Bragantino. Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

Dentre os paulistas, o Bragantino só tem um ataque inferior ao do Palmeiras. Já são 33 gols marcados neste Brasileirão. Caixinha reconhece que o principal problema da equipe foi na disputa do mata-mata. Com contrato até 2024, ele ainda não pensa em uma renovação neste momento. “Temos um ambiente de trabalho e uma cultura de elevada exigência, mas onde todos somos felizes no desempenho dos nossos cargos e no exercício das nossas responsabilidades. E isso é o mais importante.“

O melhor time paulista do Brasileirão, pelo menos até a 26ª rodada, é o Red Bull Bragantino, que assumiu a vice-liderança ao vencer o Palmeiras, neste domingo, por 2 a 1. O sucesso do clube de Bragança Paulista se dá em três pilares: investimentos da marca de energéticos, elenco jovem e trabalho do treinador Pedro Caixinha. “Somos uma equipe sub-23 a disputar o Brasileirão”, afirma o treinador, em entrevista ao Estadão.

Desde 2019, o clube é controlado pela Red Bull. Antes, a marca, que detém uma rede de clubes ao redor do mundo (Leipzig e Salzburg, por exemplo), controlava o RB Brasil. A parceria com o time de Bragança Paulista serviu para impulsionar a marca a disputar a Série B do Brasileirão – e disputar uma das vagas à primeira divisão. No primeiro ano do clube-empresa, prometia-se investir R$ 45 milhões, em infraestrutura do estádio Nabi Abi Chedid e no elenco.

Thiago Scuro, ex-CEO do clube – atualmente tem o mesmo cargo no Monaco, da França –, garantiu, em 2019, que a Red Bull manteria os valores do Bragantino e da cidade. “Não existe menor interesse em tirar o time de Bragança. O que nós queremos é usar toda essa força, essa energia que o RB permite. Pretendemos fazer com que a cidade volte a viver grandes conquistas e grandes competições. A gente acredita que através do investimento e da nossa capacidade técnica, a gente possa ir juntos e caminhar para um patamar mais alto”, afirmou.

Red Bull Bragantino pode se tornar a melhor equipe paulista do Brasileirão. Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

Campeão da Série B em sua primeira temporada, o clube passou por uma série de mudanças até brigar pelo título do Brasileirão em 2023. Ele ainda não é autossustentável, necessitando de dinheiro da Red Bull para manter os investimentos no futebol e nas infraestruturas do time. Segundo levantamento do “Relatório Convocados 2023″, desenvolvido pelo economista Cesar Grafietti, o clube fechou o último ano fiscal com mais de R$ 500 milhões em dívidas.

Mesmo assim, o Bragantino consegue gerir seu futebol. Em 2021 e 2022, pouco mais de R$ 280 milhões foram investidos na contratação de atletas. No mesmo período recebeu R$ 300 milhões de empréstimos da Red Bull, como aporte financeiro para gerir seu futebol. A dívida, superior a R$ 500 milhões não preocupa pois é justamente com a marca matriz.

Elenco jovem

O Red Bull Bragantino, por ser uma das “filiais” da rede de clubes da marca de energéticos, é o time com a menor média de idade do Brasileirão e destoa dos demais, com pouco mais de 23 anos. Isso se deve à política de formar atletas e revender. Natan, zagueiro, foi negociado com o Napoli, enquanto Douglas Mendes foi cedido ao Salzburg.

Pedro Caixinha, treinador de Bragança Paulista, leva o Bragantino a ser um dos destaques do ano apesar do elenco mais jovem. O profissional teve experiência com as categorias de base em Portugal. Aderlan Silva, de 33 anos, é também o jogador mais novo entre os mais velhos de cada uma das 20 equipes, o que sinaliza um foco do clube em rejuvenescer sua base.

Em 2022, o Bragantino fechou seu ano fiscal com um superávit ligeiramente superior a R$ 20 milhões. No lugar de Scuro, Diego Cerri assume o cargo de diretor esportivo desde julho. No período, o clube teve sua maior venda do ano: Natan, por R$ 53 milhões, ao Napoli. Apesar da dívida recorde no último ano, a tendência é que o Bragantino tenha um lucro ainda maior, considerando o resultado inédito no Brasileirão.

A construção do centro de treinamento, prevista para ser concluída em 2024, deve valorizar ainda mais esse ativo do clube: os atletas. Em campo, essa filosofia eleva os resultados do time. Em 2020, terminou o Brasileirão na 10ª posição; no ano seguinte, em 6º, atrás de Palmeiras e Corinthians. A projeção de brigar pelo título é inédito para o clube-empresa.

Pedro Caixinha e o ano de 2023

Depois de eliminações precoces no Campeonato Paulista, para o Água Santa, e na Copa do Brasil, para o Ypiranga, o clube se reestruturou depois de março. A venda de Artur para o Palmeiras gerou mais R$ 40 milhões aos cofres. Apesar da eliminação na Copa Sul-Americana para o América-MG, pode terminar o ano com o melhor resultado do Brasileirão de sua história.

Não há só uma estrela no elenco do time. Eduardo Sasha, Vitinho, Thiago Borbas e Sorriso são os jogadores do ataque que mais vezes atuaram no ano, mas nenhum tem mais de seis gols no Brasileirão. O segredo para o sucesso do Bragantino é o terceiro pilar: Pedro Caixinha, treinador português de 52 anos contratado para elevar o nível nacional do clube.

Em 2021, o Bragantino esteve próximo de seu primeiro título internacional – perdeu a final da Sul-Americana para o Athletico-PR. Neste ano, o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais aponta 3,5% do time terminar campeão brasileiro. Antes do jogo contra o Palmeiras, nove pontos separam o clube de Bragança Paulista do Botafogo, líder do Brasileirão. O Bragantino, inclusive, continua invicto em confrontos com times paulistas: são dois empates, contra Palmeiras e São Paulo, e duas vitórias, diante de Corinthians e Santos. Um aproveitamento de 66,7%.

Pedro Caixinha, treinador do Red Bull Bragantino. Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

Ao Estadão, Caixinha destaca alguns pontos do sucesso na competição. No início da temporada, definiu junto à diretoria uma projeção de conquistar, em média, 1,5 ponto por partida; atualmente, próximo de chegar à vice-liderança, a estatística é de 1,75 por partida. “Tudo fica mais fácil quando os comportamentos estão definidos, de acordo com a filosofia do clube, e do excelente trabalho dos treinadores que aqui estiveram antes de nós. Queremos continuar a crescer com a orientação de que ‘temo a bola, atacamos o gol; não temos a bola, atacamos a bola’, sem jamais esquecer o ataque ao jogo”, cita o treinador.

“Somos praticamente um time sub-23 a disputar o Brasileirão. Essa é a silosofia do clube, e essa é a filosofia que defendemos enquanto técnicos na liderança deste projecto em particular”, afirma o treinador. Positivamente, ter um elenco jovem impacta na intensidade dos atletas em campo; por outro lado, a inexperiência dos atletas prejudica em momentos de tomada de decisão. “Temos o jogador como principal ator deste jogo ele ganha uma posição de destaque. Muito da orientação do nosso trabalho baseia-se em conhecer o indivíduo na profundidade, para lhe poder oferecer as melhores aprendizagens especificas, bem como todo o apoio e suporte necessários.”

Pedro Caixinha, treinador do Red Bull Bragantino. Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

Dentre os paulistas, o Bragantino só tem um ataque inferior ao do Palmeiras. Já são 33 gols marcados neste Brasileirão. Caixinha reconhece que o principal problema da equipe foi na disputa do mata-mata. Com contrato até 2024, ele ainda não pensa em uma renovação neste momento. “Temos um ambiente de trabalho e uma cultura de elevada exigência, mas onde todos somos felizes no desempenho dos nossos cargos e no exercício das nossas responsabilidades. E isso é o mais importante.“

O melhor time paulista do Brasileirão, pelo menos até a 26ª rodada, é o Red Bull Bragantino, que assumiu a vice-liderança ao vencer o Palmeiras, neste domingo, por 2 a 1. O sucesso do clube de Bragança Paulista se dá em três pilares: investimentos da marca de energéticos, elenco jovem e trabalho do treinador Pedro Caixinha. “Somos uma equipe sub-23 a disputar o Brasileirão”, afirma o treinador, em entrevista ao Estadão.

Desde 2019, o clube é controlado pela Red Bull. Antes, a marca, que detém uma rede de clubes ao redor do mundo (Leipzig e Salzburg, por exemplo), controlava o RB Brasil. A parceria com o time de Bragança Paulista serviu para impulsionar a marca a disputar a Série B do Brasileirão – e disputar uma das vagas à primeira divisão. No primeiro ano do clube-empresa, prometia-se investir R$ 45 milhões, em infraestrutura do estádio Nabi Abi Chedid e no elenco.

Thiago Scuro, ex-CEO do clube – atualmente tem o mesmo cargo no Monaco, da França –, garantiu, em 2019, que a Red Bull manteria os valores do Bragantino e da cidade. “Não existe menor interesse em tirar o time de Bragança. O que nós queremos é usar toda essa força, essa energia que o RB permite. Pretendemos fazer com que a cidade volte a viver grandes conquistas e grandes competições. A gente acredita que através do investimento e da nossa capacidade técnica, a gente possa ir juntos e caminhar para um patamar mais alto”, afirmou.

Red Bull Bragantino pode se tornar a melhor equipe paulista do Brasileirão. Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

Campeão da Série B em sua primeira temporada, o clube passou por uma série de mudanças até brigar pelo título do Brasileirão em 2023. Ele ainda não é autossustentável, necessitando de dinheiro da Red Bull para manter os investimentos no futebol e nas infraestruturas do time. Segundo levantamento do “Relatório Convocados 2023″, desenvolvido pelo economista Cesar Grafietti, o clube fechou o último ano fiscal com mais de R$ 500 milhões em dívidas.

Mesmo assim, o Bragantino consegue gerir seu futebol. Em 2021 e 2022, pouco mais de R$ 280 milhões foram investidos na contratação de atletas. No mesmo período recebeu R$ 300 milhões de empréstimos da Red Bull, como aporte financeiro para gerir seu futebol. A dívida, superior a R$ 500 milhões não preocupa pois é justamente com a marca matriz.

Elenco jovem

O Red Bull Bragantino, por ser uma das “filiais” da rede de clubes da marca de energéticos, é o time com a menor média de idade do Brasileirão e destoa dos demais, com pouco mais de 23 anos. Isso se deve à política de formar atletas e revender. Natan, zagueiro, foi negociado com o Napoli, enquanto Douglas Mendes foi cedido ao Salzburg.

Pedro Caixinha, treinador de Bragança Paulista, leva o Bragantino a ser um dos destaques do ano apesar do elenco mais jovem. O profissional teve experiência com as categorias de base em Portugal. Aderlan Silva, de 33 anos, é também o jogador mais novo entre os mais velhos de cada uma das 20 equipes, o que sinaliza um foco do clube em rejuvenescer sua base.

Em 2022, o Bragantino fechou seu ano fiscal com um superávit ligeiramente superior a R$ 20 milhões. No lugar de Scuro, Diego Cerri assume o cargo de diretor esportivo desde julho. No período, o clube teve sua maior venda do ano: Natan, por R$ 53 milhões, ao Napoli. Apesar da dívida recorde no último ano, a tendência é que o Bragantino tenha um lucro ainda maior, considerando o resultado inédito no Brasileirão.

A construção do centro de treinamento, prevista para ser concluída em 2024, deve valorizar ainda mais esse ativo do clube: os atletas. Em campo, essa filosofia eleva os resultados do time. Em 2020, terminou o Brasileirão na 10ª posição; no ano seguinte, em 6º, atrás de Palmeiras e Corinthians. A projeção de brigar pelo título é inédito para o clube-empresa.

Pedro Caixinha e o ano de 2023

Depois de eliminações precoces no Campeonato Paulista, para o Água Santa, e na Copa do Brasil, para o Ypiranga, o clube se reestruturou depois de março. A venda de Artur para o Palmeiras gerou mais R$ 40 milhões aos cofres. Apesar da eliminação na Copa Sul-Americana para o América-MG, pode terminar o ano com o melhor resultado do Brasileirão de sua história.

Não há só uma estrela no elenco do time. Eduardo Sasha, Vitinho, Thiago Borbas e Sorriso são os jogadores do ataque que mais vezes atuaram no ano, mas nenhum tem mais de seis gols no Brasileirão. O segredo para o sucesso do Bragantino é o terceiro pilar: Pedro Caixinha, treinador português de 52 anos contratado para elevar o nível nacional do clube.

Em 2021, o Bragantino esteve próximo de seu primeiro título internacional – perdeu a final da Sul-Americana para o Athletico-PR. Neste ano, o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais aponta 3,5% do time terminar campeão brasileiro. Antes do jogo contra o Palmeiras, nove pontos separam o clube de Bragança Paulista do Botafogo, líder do Brasileirão. O Bragantino, inclusive, continua invicto em confrontos com times paulistas: são dois empates, contra Palmeiras e São Paulo, e duas vitórias, diante de Corinthians e Santos. Um aproveitamento de 66,7%.

Pedro Caixinha, treinador do Red Bull Bragantino. Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

Ao Estadão, Caixinha destaca alguns pontos do sucesso na competição. No início da temporada, definiu junto à diretoria uma projeção de conquistar, em média, 1,5 ponto por partida; atualmente, próximo de chegar à vice-liderança, a estatística é de 1,75 por partida. “Tudo fica mais fácil quando os comportamentos estão definidos, de acordo com a filosofia do clube, e do excelente trabalho dos treinadores que aqui estiveram antes de nós. Queremos continuar a crescer com a orientação de que ‘temo a bola, atacamos o gol; não temos a bola, atacamos a bola’, sem jamais esquecer o ataque ao jogo”, cita o treinador.

“Somos praticamente um time sub-23 a disputar o Brasileirão. Essa é a silosofia do clube, e essa é a filosofia que defendemos enquanto técnicos na liderança deste projecto em particular”, afirma o treinador. Positivamente, ter um elenco jovem impacta na intensidade dos atletas em campo; por outro lado, a inexperiência dos atletas prejudica em momentos de tomada de decisão. “Temos o jogador como principal ator deste jogo ele ganha uma posição de destaque. Muito da orientação do nosso trabalho baseia-se em conhecer o indivíduo na profundidade, para lhe poder oferecer as melhores aprendizagens especificas, bem como todo o apoio e suporte necessários.”

Pedro Caixinha, treinador do Red Bull Bragantino. Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

Dentre os paulistas, o Bragantino só tem um ataque inferior ao do Palmeiras. Já são 33 gols marcados neste Brasileirão. Caixinha reconhece que o principal problema da equipe foi na disputa do mata-mata. Com contrato até 2024, ele ainda não pensa em uma renovação neste momento. “Temos um ambiente de trabalho e uma cultura de elevada exigência, mas onde todos somos felizes no desempenho dos nossos cargos e no exercício das nossas responsabilidades. E isso é o mais importante.“

O melhor time paulista do Brasileirão, pelo menos até a 26ª rodada, é o Red Bull Bragantino, que assumiu a vice-liderança ao vencer o Palmeiras, neste domingo, por 2 a 1. O sucesso do clube de Bragança Paulista se dá em três pilares: investimentos da marca de energéticos, elenco jovem e trabalho do treinador Pedro Caixinha. “Somos uma equipe sub-23 a disputar o Brasileirão”, afirma o treinador, em entrevista ao Estadão.

Desde 2019, o clube é controlado pela Red Bull. Antes, a marca, que detém uma rede de clubes ao redor do mundo (Leipzig e Salzburg, por exemplo), controlava o RB Brasil. A parceria com o time de Bragança Paulista serviu para impulsionar a marca a disputar a Série B do Brasileirão – e disputar uma das vagas à primeira divisão. No primeiro ano do clube-empresa, prometia-se investir R$ 45 milhões, em infraestrutura do estádio Nabi Abi Chedid e no elenco.

Thiago Scuro, ex-CEO do clube – atualmente tem o mesmo cargo no Monaco, da França –, garantiu, em 2019, que a Red Bull manteria os valores do Bragantino e da cidade. “Não existe menor interesse em tirar o time de Bragança. O que nós queremos é usar toda essa força, essa energia que o RB permite. Pretendemos fazer com que a cidade volte a viver grandes conquistas e grandes competições. A gente acredita que através do investimento e da nossa capacidade técnica, a gente possa ir juntos e caminhar para um patamar mais alto”, afirmou.

Red Bull Bragantino pode se tornar a melhor equipe paulista do Brasileirão. Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

Campeão da Série B em sua primeira temporada, o clube passou por uma série de mudanças até brigar pelo título do Brasileirão em 2023. Ele ainda não é autossustentável, necessitando de dinheiro da Red Bull para manter os investimentos no futebol e nas infraestruturas do time. Segundo levantamento do “Relatório Convocados 2023″, desenvolvido pelo economista Cesar Grafietti, o clube fechou o último ano fiscal com mais de R$ 500 milhões em dívidas.

Mesmo assim, o Bragantino consegue gerir seu futebol. Em 2021 e 2022, pouco mais de R$ 280 milhões foram investidos na contratação de atletas. No mesmo período recebeu R$ 300 milhões de empréstimos da Red Bull, como aporte financeiro para gerir seu futebol. A dívida, superior a R$ 500 milhões não preocupa pois é justamente com a marca matriz.

Elenco jovem

O Red Bull Bragantino, por ser uma das “filiais” da rede de clubes da marca de energéticos, é o time com a menor média de idade do Brasileirão e destoa dos demais, com pouco mais de 23 anos. Isso se deve à política de formar atletas e revender. Natan, zagueiro, foi negociado com o Napoli, enquanto Douglas Mendes foi cedido ao Salzburg.

Pedro Caixinha, treinador de Bragança Paulista, leva o Bragantino a ser um dos destaques do ano apesar do elenco mais jovem. O profissional teve experiência com as categorias de base em Portugal. Aderlan Silva, de 33 anos, é também o jogador mais novo entre os mais velhos de cada uma das 20 equipes, o que sinaliza um foco do clube em rejuvenescer sua base.

Em 2022, o Bragantino fechou seu ano fiscal com um superávit ligeiramente superior a R$ 20 milhões. No lugar de Scuro, Diego Cerri assume o cargo de diretor esportivo desde julho. No período, o clube teve sua maior venda do ano: Natan, por R$ 53 milhões, ao Napoli. Apesar da dívida recorde no último ano, a tendência é que o Bragantino tenha um lucro ainda maior, considerando o resultado inédito no Brasileirão.

A construção do centro de treinamento, prevista para ser concluída em 2024, deve valorizar ainda mais esse ativo do clube: os atletas. Em campo, essa filosofia eleva os resultados do time. Em 2020, terminou o Brasileirão na 10ª posição; no ano seguinte, em 6º, atrás de Palmeiras e Corinthians. A projeção de brigar pelo título é inédito para o clube-empresa.

Pedro Caixinha e o ano de 2023

Depois de eliminações precoces no Campeonato Paulista, para o Água Santa, e na Copa do Brasil, para o Ypiranga, o clube se reestruturou depois de março. A venda de Artur para o Palmeiras gerou mais R$ 40 milhões aos cofres. Apesar da eliminação na Copa Sul-Americana para o América-MG, pode terminar o ano com o melhor resultado do Brasileirão de sua história.

Não há só uma estrela no elenco do time. Eduardo Sasha, Vitinho, Thiago Borbas e Sorriso são os jogadores do ataque que mais vezes atuaram no ano, mas nenhum tem mais de seis gols no Brasileirão. O segredo para o sucesso do Bragantino é o terceiro pilar: Pedro Caixinha, treinador português de 52 anos contratado para elevar o nível nacional do clube.

Em 2021, o Bragantino esteve próximo de seu primeiro título internacional – perdeu a final da Sul-Americana para o Athletico-PR. Neste ano, o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais aponta 3,5% do time terminar campeão brasileiro. Antes do jogo contra o Palmeiras, nove pontos separam o clube de Bragança Paulista do Botafogo, líder do Brasileirão. O Bragantino, inclusive, continua invicto em confrontos com times paulistas: são dois empates, contra Palmeiras e São Paulo, e duas vitórias, diante de Corinthians e Santos. Um aproveitamento de 66,7%.

Pedro Caixinha, treinador do Red Bull Bragantino. Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

Ao Estadão, Caixinha destaca alguns pontos do sucesso na competição. No início da temporada, definiu junto à diretoria uma projeção de conquistar, em média, 1,5 ponto por partida; atualmente, próximo de chegar à vice-liderança, a estatística é de 1,75 por partida. “Tudo fica mais fácil quando os comportamentos estão definidos, de acordo com a filosofia do clube, e do excelente trabalho dos treinadores que aqui estiveram antes de nós. Queremos continuar a crescer com a orientação de que ‘temo a bola, atacamos o gol; não temos a bola, atacamos a bola’, sem jamais esquecer o ataque ao jogo”, cita o treinador.

“Somos praticamente um time sub-23 a disputar o Brasileirão. Essa é a silosofia do clube, e essa é a filosofia que defendemos enquanto técnicos na liderança deste projecto em particular”, afirma o treinador. Positivamente, ter um elenco jovem impacta na intensidade dos atletas em campo; por outro lado, a inexperiência dos atletas prejudica em momentos de tomada de decisão. “Temos o jogador como principal ator deste jogo ele ganha uma posição de destaque. Muito da orientação do nosso trabalho baseia-se em conhecer o indivíduo na profundidade, para lhe poder oferecer as melhores aprendizagens especificas, bem como todo o apoio e suporte necessários.”

Pedro Caixinha, treinador do Red Bull Bragantino. Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

Dentre os paulistas, o Bragantino só tem um ataque inferior ao do Palmeiras. Já são 33 gols marcados neste Brasileirão. Caixinha reconhece que o principal problema da equipe foi na disputa do mata-mata. Com contrato até 2024, ele ainda não pensa em uma renovação neste momento. “Temos um ambiente de trabalho e uma cultura de elevada exigência, mas onde todos somos felizes no desempenho dos nossos cargos e no exercício das nossas responsabilidades. E isso é o mais importante.“

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