Há uma década, Renata Silveira nem se imaginava como narradora. Formada em educação física, ela tinha intenção em seguir carreira no jornalismo esportivo, mas como repórter ou talvez em alguma função nos bastidores. Foi um concurso para a Rádio Globo do Rio em 2014, porém, que mudou para sempre o rumo de sua carreira. No ano passado, ela se tornou a primeira brasileira da história a narrar uma Copa do Mundo em TV aberta, durante o Mundial do Catar. Daqui a poucos dias, irá repetir o feito, agora na Copa do Mundo feminina, que será disputada na Austrália e Nova Zelândia.
Nesta entrevista ao Estadão, ela comenta sobre a importância da quebra de tabus e de como o aumento da presença feminina no jornalismo esportivo, em especial no futebol, tem um impacto positivo. Também comenta sobre as críticas, a preparação para o seu trabalho, os grandes momentos e sobre como será narrar a última participação da craque Marta em Copas do Mundo.
Você se tornou em novembro do ano passado a primeira mulher a narrar um jogo da Copa do Mundo em TV aberta. Agora, está indo para a Copa do Mundo Feminino. Como é este momento?
A Globo transmite Copas desde 1970, e (apenas) em 2022 pela primeira vez uma mulher estava lá para narrar os jogos, então foi muito importante. Nunca imaginei estar nesse lugar, nunca nem imaginei ser narradora, imagina narrar na Globo uma Copa do Mundo. Então, eu estou vivendo intensamente tudo isso que está acontecendo. Eu entrei na Globo em 2021, mas parece que já estou há dez anos de tanta coisa que já aconteceu, de tantos jogos, de tantas competições, de tantas conquistas. Agora, vou me tornar a primeira mulher a narrar um jogo de Copa do Mundo feminina na TV aberta. Vai ser a minha primeira Copa do Mundo feminina. Já narrei três Copas do Mundo masculina, 2014, 2018 e 2022. A de 2022 foi a minha primeira na Globo. E agora é esse momento especial, e é muito especial porque a gente fala sobre luta e resistência. Quando a gente fala de futebol feminino é diferente. Além da gente falar dos jogos, das competições, das atletas, a gente vai falar também de toda a luta delas, da modalidade, de como a gente está desenvolvendo e ganhando principalmente de 2019 para cá. Eu acho que a comparação tem que ser sempre em relação ao futebol feminino mesmo.
O que houve de evolução?
De 2019 para cá a gente fala do futebol feminino, das competições e eu como narradora também. Em 2018 eu estava ali começando um sonho e agora ser essa referência, ser essa inspiração, ser a primeira mulher a narrar... Quem dera que outras mulheres já tivessem feito isso… Teria menos responsabilidade, menos cobrança, mas com certeza é um momento, uma vitória, uma conquista. Eu estou com esse foco de me cobrar menos e aproveitar mais tudo isso que a gente está vivendo, porque a gente tem muito a comemorar.
Você disse que nem imaginava ser narradora. Como surgiu isso?
Sou formada em Educação Física, sempre fui apaixonada por esportes. Futebol, nunca tive habilidade para jogar, mas sempre gostei. Quando faltava alguém no time, eu entrava. Estudei em uma escola que sempre valorizou muito a parte esportiva, e a gente sabe que não são todas. Sempre fui criança de brincar em quintal, pular muro, ralar joelho. O esporte é a minha vida. Ele me ensinou a me desenvolver, a ter disciplina. Quando eu terminei a faculdade de educação física, fui procurar uma especialização e fiz pós em jornalismo esportivo. Eu queria ser uma repórter, uma apresentadora, nunca uma narradora - e imagino que pelo fato de nunca ter visto uma mulher narrando. Meu pai nem é tão velho assim, mas ele sempre foi aquele de ficar escutando o jogo no radinho de pilha, e eu estava sempre ali ao lado dele acompanhando, seja nos estádios ou em casa, assistindo aos jogos. Sempre era uma voz masculina que estava ali reportando, contando aquelas histórias. Nunca surgiu na minha cabeça ser uma narradora, mas na Copa de 2014 a Rádio Globo lançou um concurso chamado Garota da Voz, que era só para mulheres, para achar uma voz feminina para narrar. Quem vencesse aquele concurso em 2014 se tornaria a primeira mulher a narrar um jogo de Copa do Mundo. Olhei aquele concurso, eu estava na época com dificuldade de achar estágio de jornalismo na área, eu falei “cara, acho que pode ser aqui a oportunidade”, mas nunca focando em ser uma narradora. É a Rádio Globo, é uma grande oportunidade, é a Copa do Mundo, vou me inscrever porque quem sabe tem uma vaga lá para outra coisa sem ser narradora… Acabou que deu super certo. Durante todo o processo do concurso eu me apaixonei, e acho que a minha paixão pelo esporte, por acompanhar como torcedora, me ajudou muito. E lógico, de ter uma boa voz, não que seja mais adequada, mas que seja mais próxima de uma voz masculina, do grave e tudo mais, acabou me ajudando também durante esse processo, esse começo onde tudo era muito novidade, não só pra gente, mas para os canais, pra rádio, pra tudo, pro esporte. Pro jornalismo esportivo era uma novidade ter uma mulher narrando. Por mais que outras mulheres já tivessem feito isso, eu não fui a primeira, mas eram sempre eventos, episódios isolados, não tinha uma narradora contratada e tudo mais. Me inscrevi, mandei um gol - o segundo gol do Ronaldo na final da Copa do Mundo de 2002 -, gravei, regravei e falei “nossa, isso aqui está muito ruim”. Mandei, fui uma das aprovadas, depois venci o concurso e me tornei a primeira mulher na rádio em jogo de Copa. Narrei, Uruguai e Costa Rica, foi a primeira zebra da Copa de 2014, 3 a 1 para a Costa Rica. A narração foi para o site da Rádio Globo; havia as transmissões principais na rádio e também as transmissões no site. Provavelmente tinha só o meu pai me assistindo no site da rádio, mas já era minha melhor audiência, a pessoa que sempre me incentivou. Pra mim era o suficiente. E aí eu comecei essa caminhada. Fui para a escola de rádio e passei a estudar realmente. Eu falei “agora eu preciso estudar, focar nisso aqui se é isso aqui que eu quero”.
E como foi na sequência?
Na época a Rádio Globo não me contratou, não surgiram convites, foi realmente um evento que aconteceu. Quando eu terminei a pós, abri minha academia de dança, que eu tenho até hoje, a La Vie Danse, que fica aqui em Bonsucesso, no Rio de Janeiro. Concilio essas carreiras até hoje. Obviamente, não dou mais aula de dança, mas como gestora estou lá sempre. Dei essa pausa para focar na empresa. Durante os quatro anos de espaço entre uma Copa e outra, não se falou mais sobre isso. Até que chegou 2018, outra Copa do Mundo, e os canais Fox Sports lançaram um concurso bem parecido com aquele que a Rádio Globo havia lançado, chamado “Narra quem sabe”. E o Esporte Interativo lançou um também, que era pra narrar um jogo lá no Santiago Bernabéu. Pensei “caraca, vou me inscrever nos dois. A academia já tá super bem, acho que esse é o momento de voltar”. Eu sempre tive essa certeza que um dia eu ia conseguir retomar esse sonho, que eu não ia deixar isso pra trás. E agora era TV, o que eu sempre quis. Não como narradora, mas assim, como jornalista esportiva. Deu super certo. Infelizmente, não consegui participar dos dois, porque os dois aconteciam no mesmo período, mas como a Vanessa Riche estava à frente do projeto da Fox, eu fui para lá. Foi um concurso em que realmente a gente se preparou. A Vanessa deixou a gente prontas para narrar e para todas as porradas que a gente ia receber naquele concurso, porque Copa do Mundo, televisão, audiência, todo mundo ouvindo ali, vozes femininas. Eu, a Isabelly Morais, que hoje é minha companheira aqui, e a Manuela Avena da Bahia, que narra lá também brilhantemente. Nós três fomos selecionadas e narramos jogos daquela Copa do Mundo na Fox. Depois, fui contratada para trabalhar na Fox. De 2018 a 2020, fui narradora da Fox e narrei diversos jogos de campeonatos internacionais, Sul-Americana, Libertadores, Campeonato Espanhol, Argentino. Ali foi toda a minha construção, meu início profissional realmente, de construir casca, de narrar diversos jogos como narradora.
Aí veio a Globo.
Para minha felicidade, em 2021, fui contratada pelo Grupo Globo e estou aqui até hoje, cada hora desbravando um momento diferente, sendo a primeira a fazer alguma coisa - e torcendo para que isso acabe logo. Que a gente tenha mais mulheres que já tenham narrado Copa feminina, masculina, mulheres que já tenham narrado a seleção masculina, enfim, todos os eventos, que seja cada vez mais normal a gente ter vozes femininas à frente de grandes eventos. Comecei no SporTV em 2021, na Globo eu estreei no comecinho de 2022, mas até hoje eu não tenho noção. Quando se fala assim “ah, a audiência é 35 milhões”, eu não tenho noção nenhuma e eu nem quero ter, porque se eu entrar numa transmissão sabendo que tem 35 milhões de pessoas me ouvindo, acho que eu não consigo nem abrir o microfone, de tão nervoso. Mas ao mesmo tempo, a gente entende o nosso papel de estar ali e de saber que a gente está atingindo meninas que precisam nos ouvir, sabe? Então essa representatividade, a menina ligar a televisão, eu tô lá narrando, a Ana (Thaís Matos) tá lá comentando, a Rê (Renata Mendonça), a Natália (Lara), são tantas vozes femininas que eu não consigo falar. Todas fazem com que o futebol inclua as mulheres, porque por muitos anos o futebol excluiu a gente. Hoje, se você ligar a televisão e se você acompanhar mulheres falando sobre futebol, você começa a normalizar isso. Poxa, é uma menina que está em casa, que a gente não leva para o estádio porque acha que não é lugar pra ela estar, é uma menina que vê o jogo do time dela e chega na escola, quer falar também sobre o jogo com os amiguinhos da sala, mas acha que não pode porque aquilo não é pra ela.
E como é isso de você ser uma dessas vozes para o Brasil?
Antes eu pensava assim “ah não, eu tô ali narrando, então as mulheres que querem trabalhar com isso vão se inspirar”. Mas é muito maior que isso, sabe? As mulheres que querem falar sobre futebol, as meninas que querem jogar futebol, que querem ir ao estádio… Essa ficha vai caindo aos poucos, sobre esse papel que a gente tem, esse papel que a gente ocupa, essa cadeira que a gente está sentada e representa. É muito legal. Quando a gente fala de TV aberta é isso. Você está no SporTV, você está falando para o amante do futebol, você está falando para o amante dos outros esportes, para a galera que está ali querendo consumir o futebol e os esportes. Quando está na TV aberta, são as pessoas que estão ali para assistir novela, os jornais, os programas, e no meio da transmissão tem um jogo de futebol. Não é só o apaixonado por futebol que liga na Globo para acompanhar seu time, é também outras pessoas que não ligam muito para futebol, mas numa Copa do Mundo vão parar para assistir, vão acompanhar e vão se identificar com a gente.
Como é a preparação para os jogos?
Na Copa do Mundo, nos jogos do Brasil e eu vou revezar como Luis (Roberto), eu vou ter mais um intervalo para estudar. Então, depende de competição para competição. Por exemplo, na Copa do Mundo masculina, a minha preparação teve que começar muito antes, e até foi legal que eles liberaram a escala pra gente com um mês de antecedência. Eu já sabia quais jogos eu ia fazer e consegui estudar e me preparar melhor para isso. Na nossa rotina do dia a dia, nossa escala chega com uma semana de antecedência, mas aí são times que você já está mais acostumado a fazer, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, então é mais uma atualização semanal que você vai fazendo ali. Tenho participado muito também dos programas esportivos, do Seleção SporTV, do Tá na Área, e isso me ajuda muito a estar envolvida o tempo todo com todos os clubes. Acaba que todo dia você está acompanhando o noticiário e estudando. Mas, realmente, para uma Copa do Mundo, tem um estudo que é diferenciado. Por exemplo, eu vou fazer os jogos do Brasil, não é que eu não precise estudar o Brasil porque eu já acompanho, futebol feminino e tal. Tenho que correr atrás porque, na TV aberta, vai ser legal eu falar quem é a Geyse, por exemplo, porque a Marta todo mundo conhece. A história da Marta, todo mundo sabe que ela é seis vezes melhor do mundo, que ela é recordista em Copas, é artilheira. Agora, quem é a Geyse? Da onde a Geise vem? Onde a Geyse joga, sabe? Quero ter esse olhar mais humano em relação às atletas, porque eu vou estar na Globo. Se eu tivesse no SporTV, eu contaria essas histórias? Contaria, mas de uma forma diferente.
Como você trata a voz?
É um grande desafio. Inclusive, semana passada eu acordei sem voz na segunda-feira, já corri para o meu médico, entrei no antibiótico porque já tinha jogos importantes. É um desafio porque a gente está o tempo todo no ar, narrando jogos, participando de programas. Tem acompanhamento com fonoaudióloga, um médico, qualquer coisa que eu sinto na voz, eu já corro direto, porque é o nosso instrumento de trabalho, sem a voz a gente num num trabalha. Tem toda essa preocupação com o principal evento da Globo este ano, que é a Copa do Mundo. Tem que estar 100% para este evento. E eu tento evitar algumas coisas que falam que é lenda; na dúvida, eu não corro risco. É não tomar sorvete, é não beber água gelada, evitar falar. Se eu estou próxima de um grande evento, eu vou me preparar, eu vou me cuidar o máximo que eu posso, porque é uma responsabilidade muito grande. Eu estou só estou começando, eu imagino daqui, sei lá, trinta anos. Agora é prevenir.
Apesar do crescimento da presença de mulheres nas transmissões - o próprio grupo Globo informou um aumento de 61% -, a presença ainda é abaixo em relação ao masculino. Você acha que ali na frente vai haver uma equidade?
Eu acho que sempre vai ficar um pouco abaixo a participação feminina, mas eu vejo que é um caminho que a gente está evoluindo bem. Em 2021, quando eu recebi a ligação pra vir pra Globo, eu falei “nossa, eu não achava que a Globo em 2021 já teria uma mulher narrando”, sabe? Eu achava que ia demorar mais um pouquinho, e nem imaginava que seria eu. Foi uma grata surpresa na época. Meses depois a Natália foi contratada, este ano a Isabelly, então já somos três. No final de 2020 não tinha ninguém, em 2023 nós somos três. É uma conquista muito grande, não só na área de narradores, mas de repórteres, apresentadoras, mulheres chefiando. Ano passado, a Globo realizou um evento só para mulheres que foi muito legal, porque a gente pôde reunir todo mundo. A gente fala de Brasil dentro de uma transmissão, tem a repórter que está lá em Recife, a outra que está no Sul, e nesse dia a gente conseguiu se reunir, se conhecer, foi bem legal. E ali eles apresentaram os números pra gente. O que a gente estava ganhando e evoluindo de 2018 pra cá e os números que a gente pretende ter. Não é só uma bandeira, não, é uma meta de aumentar o número de mulheres em todas as áreas e que a gente tenha um dia esse equilíbrio em todos os sentidos.
Você recebe muito apoio nas redes sociais, mas também recebe muitas críticas, algumas muito pesadas, impublicáveis. Na sua opinião, sua condição de mulher é que reforça isso? Você considera que recebe críticas também por ser uma narradora mulher?
Com certeza, e rede social hoje é um ambiente muito tóxico. Eu estou aprendendo a lidar com tudo isso, estou passando por um amadurecimento de como lidar com essas mensagens que chegam o tempo inteiro. A gente, como ser humano, tem uma tendência a valorizar mais o negativo. Tem muita mensagem legal que chega o tempo inteiro, mas se tem uma mensagem ruim ali no meio daquelas boas, você foca naquilo ali.
Como isso te afeta?
Não vou falar que eu não ligo, que eu olho e sigo a vida. É claro que você fica chateada em ler uma mensagem dessas, e que aí não é nenhuma crítica (ao seu trabalho). Porque às vezes as pessoas confundem, “ah não pode criticar, não pode não gostar”. Gente, está tudo certo criticar, está tudo certo não gostar do meu trabalho. O problema é ofender, até ameaçar. A gente recebe até ameaças. Antes eram só ofensas, agora até ameaças chegam. Quando a gente fala de futebol a gente está falando de paixão. Se o seu time perde, às vezes você acha que a culpa é do narrador, que aquele narrador dá azar pro seu time. Isso faz parte, sempre vi os narradores serem muito criticados e xingados também. A galera pega pesado com os homens também, mas é diferente. As críticas são muito mais pesadas (com as mulheres), elas tem um outro tom, sabe. Se um narrador erra, ele se enganou, se ele erra, se ele confunde, é engraçado. Agora, se a mulher errar, os comentários são “ela é burra, ela não deveria estar ali, olha o que essa mulher está fazendo, essa mulher é péssima”. E é sempre “essa mulher”, nunca é a Renata, a Natália, a Isabelly, a Elaine (Trevisan, da ESPN), a Luciana. É essa mulher.
Para finalizar: você vai narrar o fim da trajetória da Marta em Copas do Mundo. O que tem a dizer sobre isso?
Ao mesmo tempo em que eu lamento, porque eu queria que ela estivesse na próxima, e na próxima, e na próxima, e logo na minha primeira ela vai sair, é uma honra. Eu podia não estar aqui, então vamos abraçar este momento e fazer da melhor forma possível. Vamos contar as histórias dela, relembrar tudo o que ela já escreveu. Quando a gente fala de futebol feminino e da Marta, as histórias esbarram e se confundem o tempo inteiro. A Marta é o futebol feminino, e o futebol feminino é a Marta. Tudo o que ela conquistou, tudo o que ela teve que atravessar, todos os preconceitos, toda a luta e resistência para ser hoje o que ela é. Ela representa hoje todas essas meninas, e que bom que ela foi convocada. Tenho certeza que no vestiário ela é muito importante. Não imagino ela ser titular em todos os jogos, mas acho que ela vai ser uma peça importante para a Pia em certos jogos ou momentos. E se ela fizer um gol… Eu nem sei. Não gosto de criar expectativas, ou imaginar como vai ser, porque pode não acontecer. Agora, se acontecer, eu vou dar uma sorte muito grande. E eu tenho encontrado alguns grandes momentos. (Eu narrei) o Christian Eriksen, no mal súbito da Eurocopa, (o último gol) na despedida do D’Alessandro, ter narrado a Copa do Mundo masculina, e é até engraçado essa questão de a torcida do Botafogo me considerar talismã - estou envolvida com o título do Botafogo na Série B -, teve a Copa do Mundo no Brasil. A gente vive de bons momentos. A gente não escolhe jogo, mas quando você está num jogo grande e saber que sua voz pode ser eternizada naquele momento… Imagina: a última Copa da Marta, Brasil campeão, ou um gol dela, e por anos e anos ter a reprodução daquele gol na minha voz…. Eu nem sei mensurar isso! Quando a gente fala de Galvão Bueno, do “É tetra! É tetra!”, do “Taffarel…”. Em 1994 eu era muito pequena, mas eu tenho na memória a voz do Galvão, não o lance. Imagina poder ser essa voz para as próximas gerações? Eu não consigo mensurar. Vai ser muito louco se acontecer.