Técnico do Valencia nega racismo contra Vinícius Júnior: ‘Nos acusaram de ser o que não somos’


Rubén Baraja repudia ataques ao brasileiro do Real Madrid, mas afirma que clube foi injustamente rotulado de racista

Por Redação
Atualização:

Rubén Baraja, técnico do Valencia e ex-jogador da seleção da Espanha, falou sobre o episódio de racismo sofrido por Vinícius Júnior no duelo com o Real Madrid, no último domingo, em partida válida pelo Campeonato Espanhol. O treinador condenou os insultos ao brasileiro, que foi chamado de “macaco” por parte de quem estava no Estádio Mestalla, mas também defendeu que os torcedores do Valencia foram injustamente rotulados de racistas.

“Eu, Rubén Baraja, como treinador e pessoa do Valencia, condeno absolutamente o que aconteceu no Mestalla contra o Real Madrid. Eu sou absolutamente contra o racismo. Nós, como clube, tivemos e ainda temos jogadores negros em nosso time e os amamos e respeitamos como pessoas acima de tudo”, iniciou.

“Não vou permitir que os torcedores do Valencia sejam rotulados sem merecerem. Assim como eu apoio um jogador se rebela contra os insultos, nós nos rebelamos contra aqueles que, durante todos esses dias, nos acusaram de ser o que não somos”, completou.

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Baraja saiu em defesa dos torcedores do Valencia após Vini Jr. ser chamado de 'macaco' no estádio do clube.  Foto: Pablo Morano / REUTERS

Baraja também classificou como “desproporcional” as sanções aplicadas pelo Comitê de Competições da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) ao clube após o episódio. O time não poderá receber torcedores no setor “Mario Kempes” do estádio Mestalla, de onde partiram os insultos racistas a Vini Jr., por cinco jogos. Há ainda multa de 45 mil euros, cerca de R$ 241 mil. A direção do Valencia considera que a pena é injusta porque está colaborando com as autoridades na identificação dos torcedores que ofenderam o jogador brasileiro e indicou já ter banido alguns fãs do seu estádio.

“Digo isso na primeira pessoa e como treinador do Valencia. O clube, quando os fatos ocorreram, agiu imediatamente para colocar a situação nas mãos da lei e cumprir o que está escrito. A sanção que o clube recebeu me parece desproporcional e injusta. A partir de agora só vou falar do jogo de amanhã”, finalizou o técnico.

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A punição ao Valencia será aplicada em apenas mais um jogo do time na atual temporada europeia. Dos três jogos que o Valencia ainda tem no Campeonato Espanhol, apenas um será disputado no Mestalla, contra o Espanyol, no domingo. Assim, o restante da sanção será aplicada na próxima temporada.

Entenda o caso

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Vini Jr. foi chamado de “mono” (“macaco”, em Espanhol) pela torcida do Valencia aos 27 minutos do segundo tempo da partida realizada no domingo. O brasileiro reclamou com o árbitro Ricardo de Burgos Bengoechea e o jogo foi paralisado por nove minutos. O confronto seguiu com o brasileiro revoltado e desestabilizado pelos rivais em campo.

Na reta final da partida, o brasileiro se desentendeu com o goleiro Giorgi Mamardashvili e acabou expulso por acertar a mão no rosto do atacante Hugo Duro, mesmo tendo levado um mata-leão do jogador adversário, que não foi focado pelo VAR. Ao deixar o gramado, o atacante fez um “dois” com os dedos, em referência à luta do time contra a queda para a Série B.

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O incidente teve repercussão mundial após Vini Jr. criticar a LaLiga (organizadora do Campeonato Espanhol) pela falta de ações no combate ao racismo. O episódio gerou revolta no Real Madrid, cujo técnico Carlo Ancelotti dedicou sua entrevista coletiva inteira para falar sobre o caso de racismo ao fim da partida. A polêmica aumentou em seguida quando o presidente da LaLiga, Javier Tebas, criticou Vinicius por ter reclamado da postura da entidade diante dos casos de racismo.

Vini Jr. é sistematicamente perseguido por jogadores e torcedores adversário há pelo menos duas temporadas. Recentemente, o brasileiro depôs na Justiça espanhola no âmbito do caso em que foi xingado de “macaco” por um torcedor do Mallorca em fevereiro deste ano. “Não foi a primeira vez nem a segunda nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas”, afirmou o atleta em seu perfil no Twitter.

O brasileiro ainda alertou para a imagem que a Espanha passa para o exterior ao permitir que tais ataques aconteçam na maior competição esportiva da nação. “Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas.”

Rubén Baraja, técnico do Valencia e ex-jogador da seleção da Espanha, falou sobre o episódio de racismo sofrido por Vinícius Júnior no duelo com o Real Madrid, no último domingo, em partida válida pelo Campeonato Espanhol. O treinador condenou os insultos ao brasileiro, que foi chamado de “macaco” por parte de quem estava no Estádio Mestalla, mas também defendeu que os torcedores do Valencia foram injustamente rotulados de racistas.

“Eu, Rubén Baraja, como treinador e pessoa do Valencia, condeno absolutamente o que aconteceu no Mestalla contra o Real Madrid. Eu sou absolutamente contra o racismo. Nós, como clube, tivemos e ainda temos jogadores negros em nosso time e os amamos e respeitamos como pessoas acima de tudo”, iniciou.

“Não vou permitir que os torcedores do Valencia sejam rotulados sem merecerem. Assim como eu apoio um jogador se rebela contra os insultos, nós nos rebelamos contra aqueles que, durante todos esses dias, nos acusaram de ser o que não somos”, completou.

Baraja saiu em defesa dos torcedores do Valencia após Vini Jr. ser chamado de 'macaco' no estádio do clube.  Foto: Pablo Morano / REUTERS

Baraja também classificou como “desproporcional” as sanções aplicadas pelo Comitê de Competições da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) ao clube após o episódio. O time não poderá receber torcedores no setor “Mario Kempes” do estádio Mestalla, de onde partiram os insultos racistas a Vini Jr., por cinco jogos. Há ainda multa de 45 mil euros, cerca de R$ 241 mil. A direção do Valencia considera que a pena é injusta porque está colaborando com as autoridades na identificação dos torcedores que ofenderam o jogador brasileiro e indicou já ter banido alguns fãs do seu estádio.

“Digo isso na primeira pessoa e como treinador do Valencia. O clube, quando os fatos ocorreram, agiu imediatamente para colocar a situação nas mãos da lei e cumprir o que está escrito. A sanção que o clube recebeu me parece desproporcional e injusta. A partir de agora só vou falar do jogo de amanhã”, finalizou o técnico.

A punição ao Valencia será aplicada em apenas mais um jogo do time na atual temporada europeia. Dos três jogos que o Valencia ainda tem no Campeonato Espanhol, apenas um será disputado no Mestalla, contra o Espanyol, no domingo. Assim, o restante da sanção será aplicada na próxima temporada.

Entenda o caso

Vini Jr. foi chamado de “mono” (“macaco”, em Espanhol) pela torcida do Valencia aos 27 minutos do segundo tempo da partida realizada no domingo. O brasileiro reclamou com o árbitro Ricardo de Burgos Bengoechea e o jogo foi paralisado por nove minutos. O confronto seguiu com o brasileiro revoltado e desestabilizado pelos rivais em campo.

Na reta final da partida, o brasileiro se desentendeu com o goleiro Giorgi Mamardashvili e acabou expulso por acertar a mão no rosto do atacante Hugo Duro, mesmo tendo levado um mata-leão do jogador adversário, que não foi focado pelo VAR. Ao deixar o gramado, o atacante fez um “dois” com os dedos, em referência à luta do time contra a queda para a Série B.

O incidente teve repercussão mundial após Vini Jr. criticar a LaLiga (organizadora do Campeonato Espanhol) pela falta de ações no combate ao racismo. O episódio gerou revolta no Real Madrid, cujo técnico Carlo Ancelotti dedicou sua entrevista coletiva inteira para falar sobre o caso de racismo ao fim da partida. A polêmica aumentou em seguida quando o presidente da LaLiga, Javier Tebas, criticou Vinicius por ter reclamado da postura da entidade diante dos casos de racismo.

Vini Jr. é sistematicamente perseguido por jogadores e torcedores adversário há pelo menos duas temporadas. Recentemente, o brasileiro depôs na Justiça espanhola no âmbito do caso em que foi xingado de “macaco” por um torcedor do Mallorca em fevereiro deste ano. “Não foi a primeira vez nem a segunda nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas”, afirmou o atleta em seu perfil no Twitter.

O brasileiro ainda alertou para a imagem que a Espanha passa para o exterior ao permitir que tais ataques aconteçam na maior competição esportiva da nação. “Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas.”

Rubén Baraja, técnico do Valencia e ex-jogador da seleção da Espanha, falou sobre o episódio de racismo sofrido por Vinícius Júnior no duelo com o Real Madrid, no último domingo, em partida válida pelo Campeonato Espanhol. O treinador condenou os insultos ao brasileiro, que foi chamado de “macaco” por parte de quem estava no Estádio Mestalla, mas também defendeu que os torcedores do Valencia foram injustamente rotulados de racistas.

“Eu, Rubén Baraja, como treinador e pessoa do Valencia, condeno absolutamente o que aconteceu no Mestalla contra o Real Madrid. Eu sou absolutamente contra o racismo. Nós, como clube, tivemos e ainda temos jogadores negros em nosso time e os amamos e respeitamos como pessoas acima de tudo”, iniciou.

“Não vou permitir que os torcedores do Valencia sejam rotulados sem merecerem. Assim como eu apoio um jogador se rebela contra os insultos, nós nos rebelamos contra aqueles que, durante todos esses dias, nos acusaram de ser o que não somos”, completou.

Baraja saiu em defesa dos torcedores do Valencia após Vini Jr. ser chamado de 'macaco' no estádio do clube.  Foto: Pablo Morano / REUTERS

Baraja também classificou como “desproporcional” as sanções aplicadas pelo Comitê de Competições da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) ao clube após o episódio. O time não poderá receber torcedores no setor “Mario Kempes” do estádio Mestalla, de onde partiram os insultos racistas a Vini Jr., por cinco jogos. Há ainda multa de 45 mil euros, cerca de R$ 241 mil. A direção do Valencia considera que a pena é injusta porque está colaborando com as autoridades na identificação dos torcedores que ofenderam o jogador brasileiro e indicou já ter banido alguns fãs do seu estádio.

“Digo isso na primeira pessoa e como treinador do Valencia. O clube, quando os fatos ocorreram, agiu imediatamente para colocar a situação nas mãos da lei e cumprir o que está escrito. A sanção que o clube recebeu me parece desproporcional e injusta. A partir de agora só vou falar do jogo de amanhã”, finalizou o técnico.

A punição ao Valencia será aplicada em apenas mais um jogo do time na atual temporada europeia. Dos três jogos que o Valencia ainda tem no Campeonato Espanhol, apenas um será disputado no Mestalla, contra o Espanyol, no domingo. Assim, o restante da sanção será aplicada na próxima temporada.

Entenda o caso

Vini Jr. foi chamado de “mono” (“macaco”, em Espanhol) pela torcida do Valencia aos 27 minutos do segundo tempo da partida realizada no domingo. O brasileiro reclamou com o árbitro Ricardo de Burgos Bengoechea e o jogo foi paralisado por nove minutos. O confronto seguiu com o brasileiro revoltado e desestabilizado pelos rivais em campo.

Na reta final da partida, o brasileiro se desentendeu com o goleiro Giorgi Mamardashvili e acabou expulso por acertar a mão no rosto do atacante Hugo Duro, mesmo tendo levado um mata-leão do jogador adversário, que não foi focado pelo VAR. Ao deixar o gramado, o atacante fez um “dois” com os dedos, em referência à luta do time contra a queda para a Série B.

O incidente teve repercussão mundial após Vini Jr. criticar a LaLiga (organizadora do Campeonato Espanhol) pela falta de ações no combate ao racismo. O episódio gerou revolta no Real Madrid, cujo técnico Carlo Ancelotti dedicou sua entrevista coletiva inteira para falar sobre o caso de racismo ao fim da partida. A polêmica aumentou em seguida quando o presidente da LaLiga, Javier Tebas, criticou Vinicius por ter reclamado da postura da entidade diante dos casos de racismo.

Vini Jr. é sistematicamente perseguido por jogadores e torcedores adversário há pelo menos duas temporadas. Recentemente, o brasileiro depôs na Justiça espanhola no âmbito do caso em que foi xingado de “macaco” por um torcedor do Mallorca em fevereiro deste ano. “Não foi a primeira vez nem a segunda nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas”, afirmou o atleta em seu perfil no Twitter.

O brasileiro ainda alertou para a imagem que a Espanha passa para o exterior ao permitir que tais ataques aconteçam na maior competição esportiva da nação. “Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas.”

Rubén Baraja, técnico do Valencia e ex-jogador da seleção da Espanha, falou sobre o episódio de racismo sofrido por Vinícius Júnior no duelo com o Real Madrid, no último domingo, em partida válida pelo Campeonato Espanhol. O treinador condenou os insultos ao brasileiro, que foi chamado de “macaco” por parte de quem estava no Estádio Mestalla, mas também defendeu que os torcedores do Valencia foram injustamente rotulados de racistas.

“Eu, Rubén Baraja, como treinador e pessoa do Valencia, condeno absolutamente o que aconteceu no Mestalla contra o Real Madrid. Eu sou absolutamente contra o racismo. Nós, como clube, tivemos e ainda temos jogadores negros em nosso time e os amamos e respeitamos como pessoas acima de tudo”, iniciou.

“Não vou permitir que os torcedores do Valencia sejam rotulados sem merecerem. Assim como eu apoio um jogador se rebela contra os insultos, nós nos rebelamos contra aqueles que, durante todos esses dias, nos acusaram de ser o que não somos”, completou.

Baraja saiu em defesa dos torcedores do Valencia após Vini Jr. ser chamado de 'macaco' no estádio do clube.  Foto: Pablo Morano / REUTERS

Baraja também classificou como “desproporcional” as sanções aplicadas pelo Comitê de Competições da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) ao clube após o episódio. O time não poderá receber torcedores no setor “Mario Kempes” do estádio Mestalla, de onde partiram os insultos racistas a Vini Jr., por cinco jogos. Há ainda multa de 45 mil euros, cerca de R$ 241 mil. A direção do Valencia considera que a pena é injusta porque está colaborando com as autoridades na identificação dos torcedores que ofenderam o jogador brasileiro e indicou já ter banido alguns fãs do seu estádio.

“Digo isso na primeira pessoa e como treinador do Valencia. O clube, quando os fatos ocorreram, agiu imediatamente para colocar a situação nas mãos da lei e cumprir o que está escrito. A sanção que o clube recebeu me parece desproporcional e injusta. A partir de agora só vou falar do jogo de amanhã”, finalizou o técnico.

A punição ao Valencia será aplicada em apenas mais um jogo do time na atual temporada europeia. Dos três jogos que o Valencia ainda tem no Campeonato Espanhol, apenas um será disputado no Mestalla, contra o Espanyol, no domingo. Assim, o restante da sanção será aplicada na próxima temporada.

Entenda o caso

Vini Jr. foi chamado de “mono” (“macaco”, em Espanhol) pela torcida do Valencia aos 27 minutos do segundo tempo da partida realizada no domingo. O brasileiro reclamou com o árbitro Ricardo de Burgos Bengoechea e o jogo foi paralisado por nove minutos. O confronto seguiu com o brasileiro revoltado e desestabilizado pelos rivais em campo.

Na reta final da partida, o brasileiro se desentendeu com o goleiro Giorgi Mamardashvili e acabou expulso por acertar a mão no rosto do atacante Hugo Duro, mesmo tendo levado um mata-leão do jogador adversário, que não foi focado pelo VAR. Ao deixar o gramado, o atacante fez um “dois” com os dedos, em referência à luta do time contra a queda para a Série B.

O incidente teve repercussão mundial após Vini Jr. criticar a LaLiga (organizadora do Campeonato Espanhol) pela falta de ações no combate ao racismo. O episódio gerou revolta no Real Madrid, cujo técnico Carlo Ancelotti dedicou sua entrevista coletiva inteira para falar sobre o caso de racismo ao fim da partida. A polêmica aumentou em seguida quando o presidente da LaLiga, Javier Tebas, criticou Vinicius por ter reclamado da postura da entidade diante dos casos de racismo.

Vini Jr. é sistematicamente perseguido por jogadores e torcedores adversário há pelo menos duas temporadas. Recentemente, o brasileiro depôs na Justiça espanhola no âmbito do caso em que foi xingado de “macaco” por um torcedor do Mallorca em fevereiro deste ano. “Não foi a primeira vez nem a segunda nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas”, afirmou o atleta em seu perfil no Twitter.

O brasileiro ainda alertou para a imagem que a Espanha passa para o exterior ao permitir que tais ataques aconteçam na maior competição esportiva da nação. “Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas.”

Rubén Baraja, técnico do Valencia e ex-jogador da seleção da Espanha, falou sobre o episódio de racismo sofrido por Vinícius Júnior no duelo com o Real Madrid, no último domingo, em partida válida pelo Campeonato Espanhol. O treinador condenou os insultos ao brasileiro, que foi chamado de “macaco” por parte de quem estava no Estádio Mestalla, mas também defendeu que os torcedores do Valencia foram injustamente rotulados de racistas.

“Eu, Rubén Baraja, como treinador e pessoa do Valencia, condeno absolutamente o que aconteceu no Mestalla contra o Real Madrid. Eu sou absolutamente contra o racismo. Nós, como clube, tivemos e ainda temos jogadores negros em nosso time e os amamos e respeitamos como pessoas acima de tudo”, iniciou.

“Não vou permitir que os torcedores do Valencia sejam rotulados sem merecerem. Assim como eu apoio um jogador se rebela contra os insultos, nós nos rebelamos contra aqueles que, durante todos esses dias, nos acusaram de ser o que não somos”, completou.

Baraja saiu em defesa dos torcedores do Valencia após Vini Jr. ser chamado de 'macaco' no estádio do clube.  Foto: Pablo Morano / REUTERS

Baraja também classificou como “desproporcional” as sanções aplicadas pelo Comitê de Competições da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) ao clube após o episódio. O time não poderá receber torcedores no setor “Mario Kempes” do estádio Mestalla, de onde partiram os insultos racistas a Vini Jr., por cinco jogos. Há ainda multa de 45 mil euros, cerca de R$ 241 mil. A direção do Valencia considera que a pena é injusta porque está colaborando com as autoridades na identificação dos torcedores que ofenderam o jogador brasileiro e indicou já ter banido alguns fãs do seu estádio.

“Digo isso na primeira pessoa e como treinador do Valencia. O clube, quando os fatos ocorreram, agiu imediatamente para colocar a situação nas mãos da lei e cumprir o que está escrito. A sanção que o clube recebeu me parece desproporcional e injusta. A partir de agora só vou falar do jogo de amanhã”, finalizou o técnico.

A punição ao Valencia será aplicada em apenas mais um jogo do time na atual temporada europeia. Dos três jogos que o Valencia ainda tem no Campeonato Espanhol, apenas um será disputado no Mestalla, contra o Espanyol, no domingo. Assim, o restante da sanção será aplicada na próxima temporada.

Entenda o caso

Vini Jr. foi chamado de “mono” (“macaco”, em Espanhol) pela torcida do Valencia aos 27 minutos do segundo tempo da partida realizada no domingo. O brasileiro reclamou com o árbitro Ricardo de Burgos Bengoechea e o jogo foi paralisado por nove minutos. O confronto seguiu com o brasileiro revoltado e desestabilizado pelos rivais em campo.

Na reta final da partida, o brasileiro se desentendeu com o goleiro Giorgi Mamardashvili e acabou expulso por acertar a mão no rosto do atacante Hugo Duro, mesmo tendo levado um mata-leão do jogador adversário, que não foi focado pelo VAR. Ao deixar o gramado, o atacante fez um “dois” com os dedos, em referência à luta do time contra a queda para a Série B.

O incidente teve repercussão mundial após Vini Jr. criticar a LaLiga (organizadora do Campeonato Espanhol) pela falta de ações no combate ao racismo. O episódio gerou revolta no Real Madrid, cujo técnico Carlo Ancelotti dedicou sua entrevista coletiva inteira para falar sobre o caso de racismo ao fim da partida. A polêmica aumentou em seguida quando o presidente da LaLiga, Javier Tebas, criticou Vinicius por ter reclamado da postura da entidade diante dos casos de racismo.

Vini Jr. é sistematicamente perseguido por jogadores e torcedores adversário há pelo menos duas temporadas. Recentemente, o brasileiro depôs na Justiça espanhola no âmbito do caso em que foi xingado de “macaco” por um torcedor do Mallorca em fevereiro deste ano. “Não foi a primeira vez nem a segunda nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas”, afirmou o atleta em seu perfil no Twitter.

O brasileiro ainda alertou para a imagem que a Espanha passa para o exterior ao permitir que tais ataques aconteçam na maior competição esportiva da nação. “Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas.”

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