O título desta coluna reflete o tamanho e a importância do técnico da seleção brasileira, consequentemente, do futebol no Brasil. Não seria demais afirmar que Tite passa a ser hoje a pessoa mais observada, cobrada, aplaudida e criticada do País, à frente até do presidente Bolsonaro e do novo mandatário eleito da nação, Lula.
O futebol brasileiro já festejou tudo o que podia nesta temporada, da Copinha ao Brasileirão, passando pelos Estaduais, Copa do Brasil e Libertadores da América. Foi um ano intenso, de um calendário maluco e inapropriado para jogadores e técnicos. Tudo isso para chegar ao gran finale, a Copa do Mundo do Catar 2022.
Tite apresenta hoje sua lista dos 26 jogadores – três a mais do que nas edições anteriores. Assim, ele terá a chance de privilegiar o setor que mais pode dar ao Brasil o hexa, de modo a colocar duas conquistas à frente dos concorrentes. O ataque é a melhor chance desse time.
A seleção não ganha uma Copa desde 2002 e, mesmo assim, continua liderando a corrida, com cinco conquistas.
Tite já teve uma chance e fracassou. Foi na Rússia, quatro anos atrás. O Brasil perdeu para a Bélgica por 2 a 1 nas quartas e voltou cedo para casa. O time foi mal no torneio. Neymar virou meme com suas quedas e reclamações de dor após faltas duras dos adversários.
O próprio Tite era um debutante em disputas desse tamanho. Ele não havia participado nem da Copa das Confederações. Era um estreante e ficou deslumbrado na Rússia, país de Vladimir Putin, que ainda era digno de receber um evento esportivo. Mas a seleção russa foi excluída da Copa por causa da guerra contra a Ucrânia.
Tite está quatro anos mais calejado no comando da seleção. Passou por perrengues dentro e fora de campo, quando precisou se isolar e ao seu time dos problemas de mando de seu chefe na CBF, com ameaças de greve dos atletas e de não querer disputar a Copa América em meio à pandemia.
Nas Eliminatórias da América do Sul, o Brasil sobrou. Mas elas já não são mais suficientes para avaliar o time nacional. Os europeus se fecharam em seu continente e a seleção teve de se contentar com raros amistosos diante de africanos, também fracos para validar a equipe liderada por Neymar.
Independentemente dos felizardos da lista brasileira que o mundo vai conhecer hoje, a seleção tem Neymar em ótima fase, mas ela já se provou eficiente sem seu principal jogador. Em 2014, quando o time de Felipão perdeu o craque então do Barcelona, em jogo contra a Colômbia, não teve forças para enfrentar a Alemanha na sequência. Desse mal, o Brasil não sofre mais. Neymar sempre fará falta, mas agora há outros caminhos para a vitória. Tite fez do elenco um time. Se ele vai conseguir passar pelos rivais no Catar, todos saberão em breve. A Copa começa hoje. Tite passa a ser a pessoa mais importante do Brasil.