Santos 11 x 0 Botafogo: o dia em que Pelé marcou oito gols em um só jogo


Com aquela vitória, o Alvinegro abriu caminho para mais um título paulista (o oitavo) e o Rei manteria sua série ininterrupta como artilheiro

Por Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

Dia 21 de novembro de 1964 ouvi pelo rádio o jogo mítico entre Santos e Botafogo de Ribeirão Preto. Ouvi com fervor místico, diga-se. Naquele tempo o futebol era tudo e o Campeonato Paulista era o máximo para nossas cabecinhas regionais. Havia um ingrediente a mais na partida além dos pontos em disputa (eram dois por vitória, um por empate, na época). Pelé brigava pela artilharia pau a pau com Flávio “Minuano”, centroavante gaúcho contratado pelo Corinthians. Antes absoluto, o Rei poderia ver quebrada a série como primeiro goleador paulista que começara em 1957 e seguia ininterrupta até então.

Naquele ano de 1964 o Brasil já quebrara outra série - a democrática - e, desde abril, vivia sob uma ditadura militar. Mas, para falar a verdade, nós, meninos, não prestávamos lá muita atenção às desgraças políticas do país. A conscientização viria anos depois, mas, por enquanto, se houvesse bola rolando, para nós estava tudo bem. Ainda mais quando ela rolava como naquele tempo, redondinha, em especial quando tocada por aqueles magníficos jogadores do Santos Futebol Clube.

Nesse dia, o Santos entrou em campo com a seguinte escalação: Gylmar, Ismael, Modesto, Haroldo e Geraldino; Lima e Mengálvio; Toninho, Coutinho, Pelé e Pepe. Era ou não um time dos sonhos? Para se ter ideia: em 1964, o Santos ganhou 13 dos 15 títulos que disputou. Só isso.

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O Santos era grande, mas não invencível, pois nenhum time de futebol é imbatível e não existem gênios infalíveis. Para comprovar, três dias antes, o Santos havia sido goleado por 5 a 1 pelo Guarani, no Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas. Ainda por cima, Pelé havia perdido um pênalti. Então veio o jogo contra o Botafogo de Ribeirão Preto, na Vila. O desejo da torcida, e do time, era vingar-se da derrota do primeiro turno, em Ribeirão, quando o Botafogo havia vencido por 2 a 0.

Também havia a expectativa para que Pelé fizesse gols, como habitualmente fazia, para seguir na disputa com o centroavante do arquirrival Corinthians. Aliás, tudo que dizia respeito ao Corinthians era objeto de uma ancestral rivalidade para os peixeiros - dos títulos à artilharia, sem esquecer o tabu, naquele momento em vigência, que impedia a vitória do alvinegro da capital sobre o adversário da baixada santista. A rivalidade - quando não descamba para a violência - é um ingrediente importante do futebol. Apimenta os jogos, dá mais sabor às vitórias e aumenta a dor nas derrotas. Deixa a vida mais intensa.

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O reencontro com o Botafogo saiu melhor do que a encomenda para o time da Vila: aos 20 minutos do primeiro tempo, o Santos já vencia por 4 a 0. Três de Pelé! Um de Pepe, olímpico.

Mesmo com a vitória garantida, o time da Vila não diminuiu o ritmo. E os gols foram saindo impiedosamente até se completar o placar histórico de 11 a 0. Pelé fez oito (!). E deixou Flávio para trás. Para registro, os artilheiros daquele dia foram Pelé aos 4′, 8′, 16′, 37′, 39′, 70′, 71′ (pênalti) e 73′. Pepe aos 19′, Coutinho aos 24′ e Toninho aos 89′.

Como o resultado, o Santos abriu caminho para mais um título paulista (o oitavo) e Pelé manteria sua série ininterrupta como artilheiro. Foi o goleador do Campeonato Paulista de 1957 a 1965, em seguida. E, depois, de forma “avulsa” em 1969 e 1973. Para quem gosta de números redondos, em 1958 Pelé marcou seu maior número de gols num Campeonato Paulista. Quantos? 58, nem um a mais, nem um a menos. Naquele ano de 1964, Pelé marcaria “modestos” 34 gols. Apenas no Paulista, claro. Flávio, ultrapassado em 1964, seria artilheiro do Campeonato Paulista em 1967, com 21 gols, superando Pelé.

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Pelé em ação pelo Santos em partida de 1964 Foto: AE

Além dos dois pontos na tabela e do acerto de contas entre artilheiros, houve outros desdobramentos da goleada. Conta-se que Galdino Machado, que fora buscar a bola onze vezes em suas redes, mandou imprimir um cartão de visitas com as palavras: “Machado, o goleiro que tomou 11 gols do Santos, 8 de Pelé”. Não era vergonha. Era currículo.

Outra “vítima” foi o técnico Osvaldo Brandão, então no Botafogo. Gaúcho, grande treinador de futebol, Brandão alimentava uma especial pinimba com o time da Vila Belmiro. Rivalidade feita de vitórias e derrotas, como todas.

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Ele era técnico do Verdão no histórico Santos 7 x 6 Palmeiras de 1958, considerado por especialistas o maior clássico de todos os tempos do Campeonato Paulista. O jogo, com Pelé ainda menino, foi marcado por viradas, reviradas e reviravoltas de arrepiar. Conta-se que alguns torcedores morreram de ataque cardíaco no Estádio do Pacaembu. O Palmeiras abriu o marcador com Urias, Pelé empatou. Pagão deu a vantagem ao Santos, Nardo igualou. Dorval, Pepe e Pagão determinaram o placar do primeiro tempo, 5 a 2 para o Santos. O Palmeiras voltou em fúria e marcou quatro vezes, com Mazzola, Paulinho, Urias e Ivan, numa virada frenética: 6 a 5. Mas Pepe, famoso pela bomba de pé esquerdo, determinou o placar final - com um improvável gol de pé direito e outro, raro, de cabeça. 7 a 6. 13 gols. Jogo louco. Jogo de antologia.

Com a lavada histórica em seu Botafogo, Brandão foi demitido. Voltou ao Corinthians. E quis o destino que a estreia do treinador no Timão fosse justamente contra...o Santos Futebol Clube. Outra partida de almanaque e outro placar elástico: 7 a 4 para o alvinegro da Vila. Pelé anotou quatro gols e Coutinho, três.

Na matemática da gozação, Brandão havia tomado 18 gols do Santos em dois jogos sucessivos - 11 pelo Botafogo, 7 pelo Corinthians. Por isso Coutinho, quando avistava o técnico, o chamava jocosamente de “Dezoito” para se vingar da piada racista (e impensável nos dias atuais) de Brandão, que havia apelidado o centroavante do Santos de “Dezessete” - número do macaco no jogo do bicho.

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Pelé em 100 fotos do Estadão

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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Domicio Pinheiro/ Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Brasil conquistou a Copa do Mundo de 1958 e 1962 com Pelé e Garrincha

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé e Garrincha

Foto: Carlos Chicarino/Estadão
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Pelé e Kelly Cristina

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé na final da Copa do Mundo de 1970

Foto: Oswaldo Palermo/AE
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Pelé

Foto: Acervo/AE
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Despedida de Pelé do Santos

Foto: Claudine Petroli/Estadão
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Despedida de Pelé do Santos

Foto: Equipe/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/AE
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Despedida de Pelé do Santos

Foto: Acervo/Estadão
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Despedida de Pelé do Santos

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo Estadão
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Copa do Chile (1962)

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Oswaldo Jurno/ Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Jairzinho e Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Casamento do Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé no Chile

Foto: Reginaldo Manente/ Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé (1975)

Foto: Wellington Budim dos Reis
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Pelé e Garrincha

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé e Coutinho

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé e Tostão

Foto: Domício PInheiro/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/ Estadão
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Pelé

Foto: Acervo
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Pelé e Xuxa

Foto: Rodney Mello/ Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé goleiro

Foto: Acervo/Estadão
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Seleção (1960)

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé e Bellini

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé faz alongamento

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
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Soco no ar

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
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Pelé em campo

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé se despede da Seleção

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé no refeitório

Foto: Domício Pinheiro
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O Reio do Futebol e a Rainha da Inglaterra

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé e Gérson

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé universitário

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé no treino

Foto: Alberto Marques/Estadão
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Jogadores leem o Estadão

Foto: Acervo/Estadão
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Cartas para Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé e seus fãs

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé de terno e gravata

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé distribue autógrafos

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé é examinado

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé no Chile

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé relaxa

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé discute em campo

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé

Foto: Claudine Petroli/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé e Tostão

Foto: Acervo/Estadão
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Bicicleta de Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé e Aymoré

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé recebe o carinho dos fãs

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
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Pelé na rádio Eldorado

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé à mesa

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé e seu Aero Willys

Foto: Vizonni/Estadão
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Pelá no ataque

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé (1969)

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
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Pelé e Eder Jofre

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé (1974)

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé (1974)

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
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Pelé (1969)

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

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Pelé

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
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Pelé (1960)

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Pelé (1959)

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Didi e Pelé

Foto: Antônio Lúcio/Estadão
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Pelé e Antônio Ermírio de Moraes

Foto: Joveci de Freitas/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé e Mazzola

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé ministro do Esporte

Foto: José Paulo Lacerda/ Estadão
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Pelé

Foto: Sérgio Dutti/ Estadão
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Pelé

Foto: Rafael Neddemermey/ Estadão
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Pelé e o milésimo gol no jornal

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
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Pelé (2019)

Foto: Wether Sanatana/ Estadão

A partida contra o Botafogo ficou gravada na memória dos boleiros do Santos. Coutinho dedica várias páginas de sua autobiografia ao jogo. Pepe lamenta ter marcado um belíssimo gol olímpico justamente na partida em que Pelé faria os famosos oito gols, feito destinado a ofuscar qualquer outro. No andamento do placar, diz o “canhão da Vila”, goleada desenhada, todos os jogadores passaram a colaborar com o “Negão”, dando-lhe passes para aumentar ao máximo o número de gols e estabelecer o seu recorde. Pepe sempre reconheceu que quanto maior fosse a fama do principal jogador do elenco, melhor seria para todos eles.

Quem ficou confuso foi o funcionário do clube, encarregado de mexer no placar do Estádio Urbano Caldeira. Naquele tempo sem placares eletrônicos, este consistia em placas com números desenhados, que iam sendo trocadas à medida em que os gols saíam. Acontece que o numeral em Urbano Caldeira ia apenas até o 10. Quando veio o 11º gol, como registrar o resultado extravagante? O encarregado pensou rápido e, no lugar da placa, colocou uma camisa reserva de Pepe, com o número 11 estampado às costas. Mais uma vez, o impensável havia se materializado na Vila e, diante dele, o jeito era improvisar.

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A falta de imagens desta partida famosa só fez alimentar a sua mitologia. Numa época ainda primitiva do registro audiovisual esportivo, aconteceu o mesmo com outras façanhas santistas. Há poucas imagens da famosa virada sobre o Milan no Maracanã, por 4 a 2, quando até o intervalo o time era derrotado por 0 a 2. Não há nada do gol considerado por Pelé o mais bonito de sua carreira, contra o Juventus, na rua Javari. Nem do famoso “gol de placa” sobre o Fluminense, também no velho Maraca. E por aí vai.

Sem outros rastros, os 11 a 0 contra o Botafogo permaneceram indeléveis em nossa memória afetiva de santistas. Consta no borderô do clube que 9.437 privilegiados pagaram ingresso para vê-los na Vila Belmiro. Outras centenas de milhares de torcedores ouviram pelo rádio. A fama do jogo cresceu, como crescem os mitos, e não existe santista que não tenha ouvido falar dele, mesmo os que não eram nascidos na época. A partida era um monumento desaparecido na poeira do tempo. Até agora, quando enfim podemos ver a série fotográfica que imortaliza imagens dessa façanha histórica do alvinegro praiano e de seu símbolo maior, Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, que, neste 24 de outubro de 2020, completa 80 anos de vida e bem merece ganhar um presente como esse.

Luiz Zanin (Luiz Fernando Zanin Oricchio) é crítico de cinema e ex-colunista esportivo de O Estado de S. Paulo. Santista desde pequenininho.

Livros consultados

Coutinho, o Gênio da Área, de Carlos Fernando Schinner. Editora Realejo, 2012

Bombas de Alegria, de José Macia, Pepe. Editora Realejo, 2006

Almanaque do Santos FC, de Guilherme Nascimento. Editora Magma, 2012

Time dos Sonhos - História Completa do Santos F.C., de Odir Cunha. Editora Códex, 2003

Dia 21 de novembro de 1964 ouvi pelo rádio o jogo mítico entre Santos e Botafogo de Ribeirão Preto. Ouvi com fervor místico, diga-se. Naquele tempo o futebol era tudo e o Campeonato Paulista era o máximo para nossas cabecinhas regionais. Havia um ingrediente a mais na partida além dos pontos em disputa (eram dois por vitória, um por empate, na época). Pelé brigava pela artilharia pau a pau com Flávio “Minuano”, centroavante gaúcho contratado pelo Corinthians. Antes absoluto, o Rei poderia ver quebrada a série como primeiro goleador paulista que começara em 1957 e seguia ininterrupta até então.

Naquele ano de 1964 o Brasil já quebrara outra série - a democrática - e, desde abril, vivia sob uma ditadura militar. Mas, para falar a verdade, nós, meninos, não prestávamos lá muita atenção às desgraças políticas do país. A conscientização viria anos depois, mas, por enquanto, se houvesse bola rolando, para nós estava tudo bem. Ainda mais quando ela rolava como naquele tempo, redondinha, em especial quando tocada por aqueles magníficos jogadores do Santos Futebol Clube.

Nesse dia, o Santos entrou em campo com a seguinte escalação: Gylmar, Ismael, Modesto, Haroldo e Geraldino; Lima e Mengálvio; Toninho, Coutinho, Pelé e Pepe. Era ou não um time dos sonhos? Para se ter ideia: em 1964, o Santos ganhou 13 dos 15 títulos que disputou. Só isso.

O Santos era grande, mas não invencível, pois nenhum time de futebol é imbatível e não existem gênios infalíveis. Para comprovar, três dias antes, o Santos havia sido goleado por 5 a 1 pelo Guarani, no Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas. Ainda por cima, Pelé havia perdido um pênalti. Então veio o jogo contra o Botafogo de Ribeirão Preto, na Vila. O desejo da torcida, e do time, era vingar-se da derrota do primeiro turno, em Ribeirão, quando o Botafogo havia vencido por 2 a 0.

Também havia a expectativa para que Pelé fizesse gols, como habitualmente fazia, para seguir na disputa com o centroavante do arquirrival Corinthians. Aliás, tudo que dizia respeito ao Corinthians era objeto de uma ancestral rivalidade para os peixeiros - dos títulos à artilharia, sem esquecer o tabu, naquele momento em vigência, que impedia a vitória do alvinegro da capital sobre o adversário da baixada santista. A rivalidade - quando não descamba para a violência - é um ingrediente importante do futebol. Apimenta os jogos, dá mais sabor às vitórias e aumenta a dor nas derrotas. Deixa a vida mais intensa.

O reencontro com o Botafogo saiu melhor do que a encomenda para o time da Vila: aos 20 minutos do primeiro tempo, o Santos já vencia por 4 a 0. Três de Pelé! Um de Pepe, olímpico.

Mesmo com a vitória garantida, o time da Vila não diminuiu o ritmo. E os gols foram saindo impiedosamente até se completar o placar histórico de 11 a 0. Pelé fez oito (!). E deixou Flávio para trás. Para registro, os artilheiros daquele dia foram Pelé aos 4′, 8′, 16′, 37′, 39′, 70′, 71′ (pênalti) e 73′. Pepe aos 19′, Coutinho aos 24′ e Toninho aos 89′.

Como o resultado, o Santos abriu caminho para mais um título paulista (o oitavo) e Pelé manteria sua série ininterrupta como artilheiro. Foi o goleador do Campeonato Paulista de 1957 a 1965, em seguida. E, depois, de forma “avulsa” em 1969 e 1973. Para quem gosta de números redondos, em 1958 Pelé marcou seu maior número de gols num Campeonato Paulista. Quantos? 58, nem um a mais, nem um a menos. Naquele ano de 1964, Pelé marcaria “modestos” 34 gols. Apenas no Paulista, claro. Flávio, ultrapassado em 1964, seria artilheiro do Campeonato Paulista em 1967, com 21 gols, superando Pelé.

Pelé em ação pelo Santos em partida de 1964 Foto: AE

Além dos dois pontos na tabela e do acerto de contas entre artilheiros, houve outros desdobramentos da goleada. Conta-se que Galdino Machado, que fora buscar a bola onze vezes em suas redes, mandou imprimir um cartão de visitas com as palavras: “Machado, o goleiro que tomou 11 gols do Santos, 8 de Pelé”. Não era vergonha. Era currículo.

Outra “vítima” foi o técnico Osvaldo Brandão, então no Botafogo. Gaúcho, grande treinador de futebol, Brandão alimentava uma especial pinimba com o time da Vila Belmiro. Rivalidade feita de vitórias e derrotas, como todas.

Ele era técnico do Verdão no histórico Santos 7 x 6 Palmeiras de 1958, considerado por especialistas o maior clássico de todos os tempos do Campeonato Paulista. O jogo, com Pelé ainda menino, foi marcado por viradas, reviradas e reviravoltas de arrepiar. Conta-se que alguns torcedores morreram de ataque cardíaco no Estádio do Pacaembu. O Palmeiras abriu o marcador com Urias, Pelé empatou. Pagão deu a vantagem ao Santos, Nardo igualou. Dorval, Pepe e Pagão determinaram o placar do primeiro tempo, 5 a 2 para o Santos. O Palmeiras voltou em fúria e marcou quatro vezes, com Mazzola, Paulinho, Urias e Ivan, numa virada frenética: 6 a 5. Mas Pepe, famoso pela bomba de pé esquerdo, determinou o placar final - com um improvável gol de pé direito e outro, raro, de cabeça. 7 a 6. 13 gols. Jogo louco. Jogo de antologia.

Com a lavada histórica em seu Botafogo, Brandão foi demitido. Voltou ao Corinthians. E quis o destino que a estreia do treinador no Timão fosse justamente contra...o Santos Futebol Clube. Outra partida de almanaque e outro placar elástico: 7 a 4 para o alvinegro da Vila. Pelé anotou quatro gols e Coutinho, três.

Na matemática da gozação, Brandão havia tomado 18 gols do Santos em dois jogos sucessivos - 11 pelo Botafogo, 7 pelo Corinthians. Por isso Coutinho, quando avistava o técnico, o chamava jocosamente de “Dezoito” para se vingar da piada racista (e impensável nos dias atuais) de Brandão, que havia apelidado o centroavante do Santos de “Dezessete” - número do macaco no jogo do bicho.

Pelé em 100 fotos do Estadão

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Pelé

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Pelé

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Pelé

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Pelé

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Brasil conquistou a Copa do Mundo de 1958 e 1962 com Pelé e Garrincha

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Pelé e Garrincha

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Pelé e Kelly Cristina

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Pelé

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Pelé na final da Copa do Mundo de 1970

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Pelé

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Despedida de Pelé do Santos

Foto: Claudine Petroli/Estadão
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Despedida de Pelé do Santos

Foto: Equipe/Estadão
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Pelé

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Despedida de Pelé do Santos

Foto: Acervo/Estadão
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Despedida de Pelé do Santos

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Acervo Estadão
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Copa do Chile (1962)

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

Foto: Oswaldo Jurno/ Estadão
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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Jairzinho e Pelé

Foto: Acervo/Estadão
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Pelé

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Casamento do Pelé

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Pelé no Chile

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Pelé

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Pelé (1975)

Foto: Wellington Budim dos Reis
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Pelé e Garrincha

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Pelé e Coutinho

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Pelé e Tostão

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Pelé

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Pelé

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Pelé e Xuxa

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Pelé

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Pelé goleiro

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Seleção (1960)

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Pelé

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Pelé

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Pelé e Bellini

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Pelé faz alongamento

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Soco no ar

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Pelé

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Pelé em campo

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Pelé se despede da Seleção

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Pelé

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Pelé no refeitório

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O Reio do Futebol e a Rainha da Inglaterra

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Pelé

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Pelé

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Pelé e Gérson

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Pelé

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Pelé universitário

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Pelé no treino

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Jogadores leem o Estadão

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Cartas para Pelé

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Pelé

Foto: Acervo/Estadão
56 | 100

Pelé e seus fãs

Foto: Acervo/Estadão
57 | 100

Pelé de terno e gravata

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
58 | 100

Pelé distribue autógrafos

Foto: Acervo/Estadão
59 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
60 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
61 | 100

Pelé é examinado

Foto: Acervo/Estadão
62 | 100

Pelé no Chile

Foto: Acervo/Estadão
63 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
64 | 100

Pelé relaxa

Foto: Acervo/Estadão
65 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
66 | 100

Pelé discute em campo

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
67 | 100

Pelé

Foto: Claudine Petroli/Estadão
68 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
69 | 100

Pelé e Tostão

Foto: Acervo/Estadão
70 | 100

Bicicleta de Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
71 | 100

Pelé e Aymoré

Foto: Acervo/Estadão
72 | 100

Pelé recebe o carinho dos fãs

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
73 | 100

Pelé na rádio Eldorado

Foto: Acervo/Estadão
74 | 100

Pelé à mesa

Foto: Acervo/Estadão
75 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
76 | 100

Pelé e seu Aero Willys

Foto: Vizonni/Estadão
77 | 100

Pelá no ataque

Foto: Acervo/Estadão
78 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
79 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
80 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
81 | 100

Pelé (1969)

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
82 | 100

Pelé e Eder Jofre

Foto: Acervo/Estadão
83 | 100

Pelé (1974)

Foto: Acervo/Estadão
84 | 100

Pelé (1974)

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
85 | 100

Pelé (1969)

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
86 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
87 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
88 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
89 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
90 | 100

Pelé (1960)

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
91 | 100

Pelé (1959)

Foto: Acervo/Estadão
92 | 100

Didi e Pelé

Foto: Antônio Lúcio/Estadão
93 | 100

Pelé e Antônio Ermírio de Moraes

Foto: Joveci de Freitas/Estadão
94 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
95 | 100

Pelé e Mazzola

Foto: Acervo/Estadão
96 | 100

Pelé ministro do Esporte

Foto: José Paulo Lacerda/ Estadão
97 | 100

Pelé

Foto: Sérgio Dutti/ Estadão
98 | 100

Pelé

Foto: Rafael Neddemermey/ Estadão
99 | 100

Pelé e o milésimo gol no jornal

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
100 | 100

Pelé (2019)

Foto: Wether Sanatana/ Estadão

A partida contra o Botafogo ficou gravada na memória dos boleiros do Santos. Coutinho dedica várias páginas de sua autobiografia ao jogo. Pepe lamenta ter marcado um belíssimo gol olímpico justamente na partida em que Pelé faria os famosos oito gols, feito destinado a ofuscar qualquer outro. No andamento do placar, diz o “canhão da Vila”, goleada desenhada, todos os jogadores passaram a colaborar com o “Negão”, dando-lhe passes para aumentar ao máximo o número de gols e estabelecer o seu recorde. Pepe sempre reconheceu que quanto maior fosse a fama do principal jogador do elenco, melhor seria para todos eles.

Quem ficou confuso foi o funcionário do clube, encarregado de mexer no placar do Estádio Urbano Caldeira. Naquele tempo sem placares eletrônicos, este consistia em placas com números desenhados, que iam sendo trocadas à medida em que os gols saíam. Acontece que o numeral em Urbano Caldeira ia apenas até o 10. Quando veio o 11º gol, como registrar o resultado extravagante? O encarregado pensou rápido e, no lugar da placa, colocou uma camisa reserva de Pepe, com o número 11 estampado às costas. Mais uma vez, o impensável havia se materializado na Vila e, diante dele, o jeito era improvisar.

A falta de imagens desta partida famosa só fez alimentar a sua mitologia. Numa época ainda primitiva do registro audiovisual esportivo, aconteceu o mesmo com outras façanhas santistas. Há poucas imagens da famosa virada sobre o Milan no Maracanã, por 4 a 2, quando até o intervalo o time era derrotado por 0 a 2. Não há nada do gol considerado por Pelé o mais bonito de sua carreira, contra o Juventus, na rua Javari. Nem do famoso “gol de placa” sobre o Fluminense, também no velho Maraca. E por aí vai.

Sem outros rastros, os 11 a 0 contra o Botafogo permaneceram indeléveis em nossa memória afetiva de santistas. Consta no borderô do clube que 9.437 privilegiados pagaram ingresso para vê-los na Vila Belmiro. Outras centenas de milhares de torcedores ouviram pelo rádio. A fama do jogo cresceu, como crescem os mitos, e não existe santista que não tenha ouvido falar dele, mesmo os que não eram nascidos na época. A partida era um monumento desaparecido na poeira do tempo. Até agora, quando enfim podemos ver a série fotográfica que imortaliza imagens dessa façanha histórica do alvinegro praiano e de seu símbolo maior, Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, que, neste 24 de outubro de 2020, completa 80 anos de vida e bem merece ganhar um presente como esse.

Luiz Zanin (Luiz Fernando Zanin Oricchio) é crítico de cinema e ex-colunista esportivo de O Estado de S. Paulo. Santista desde pequenininho.

Livros consultados

Coutinho, o Gênio da Área, de Carlos Fernando Schinner. Editora Realejo, 2012

Bombas de Alegria, de José Macia, Pepe. Editora Realejo, 2006

Almanaque do Santos FC, de Guilherme Nascimento. Editora Magma, 2012

Time dos Sonhos - História Completa do Santos F.C., de Odir Cunha. Editora Códex, 2003

Dia 21 de novembro de 1964 ouvi pelo rádio o jogo mítico entre Santos e Botafogo de Ribeirão Preto. Ouvi com fervor místico, diga-se. Naquele tempo o futebol era tudo e o Campeonato Paulista era o máximo para nossas cabecinhas regionais. Havia um ingrediente a mais na partida além dos pontos em disputa (eram dois por vitória, um por empate, na época). Pelé brigava pela artilharia pau a pau com Flávio “Minuano”, centroavante gaúcho contratado pelo Corinthians. Antes absoluto, o Rei poderia ver quebrada a série como primeiro goleador paulista que começara em 1957 e seguia ininterrupta até então.

Naquele ano de 1964 o Brasil já quebrara outra série - a democrática - e, desde abril, vivia sob uma ditadura militar. Mas, para falar a verdade, nós, meninos, não prestávamos lá muita atenção às desgraças políticas do país. A conscientização viria anos depois, mas, por enquanto, se houvesse bola rolando, para nós estava tudo bem. Ainda mais quando ela rolava como naquele tempo, redondinha, em especial quando tocada por aqueles magníficos jogadores do Santos Futebol Clube.

Nesse dia, o Santos entrou em campo com a seguinte escalação: Gylmar, Ismael, Modesto, Haroldo e Geraldino; Lima e Mengálvio; Toninho, Coutinho, Pelé e Pepe. Era ou não um time dos sonhos? Para se ter ideia: em 1964, o Santos ganhou 13 dos 15 títulos que disputou. Só isso.

O Santos era grande, mas não invencível, pois nenhum time de futebol é imbatível e não existem gênios infalíveis. Para comprovar, três dias antes, o Santos havia sido goleado por 5 a 1 pelo Guarani, no Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas. Ainda por cima, Pelé havia perdido um pênalti. Então veio o jogo contra o Botafogo de Ribeirão Preto, na Vila. O desejo da torcida, e do time, era vingar-se da derrota do primeiro turno, em Ribeirão, quando o Botafogo havia vencido por 2 a 0.

Também havia a expectativa para que Pelé fizesse gols, como habitualmente fazia, para seguir na disputa com o centroavante do arquirrival Corinthians. Aliás, tudo que dizia respeito ao Corinthians era objeto de uma ancestral rivalidade para os peixeiros - dos títulos à artilharia, sem esquecer o tabu, naquele momento em vigência, que impedia a vitória do alvinegro da capital sobre o adversário da baixada santista. A rivalidade - quando não descamba para a violência - é um ingrediente importante do futebol. Apimenta os jogos, dá mais sabor às vitórias e aumenta a dor nas derrotas. Deixa a vida mais intensa.

O reencontro com o Botafogo saiu melhor do que a encomenda para o time da Vila: aos 20 minutos do primeiro tempo, o Santos já vencia por 4 a 0. Três de Pelé! Um de Pepe, olímpico.

Mesmo com a vitória garantida, o time da Vila não diminuiu o ritmo. E os gols foram saindo impiedosamente até se completar o placar histórico de 11 a 0. Pelé fez oito (!). E deixou Flávio para trás. Para registro, os artilheiros daquele dia foram Pelé aos 4′, 8′, 16′, 37′, 39′, 70′, 71′ (pênalti) e 73′. Pepe aos 19′, Coutinho aos 24′ e Toninho aos 89′.

Como o resultado, o Santos abriu caminho para mais um título paulista (o oitavo) e Pelé manteria sua série ininterrupta como artilheiro. Foi o goleador do Campeonato Paulista de 1957 a 1965, em seguida. E, depois, de forma “avulsa” em 1969 e 1973. Para quem gosta de números redondos, em 1958 Pelé marcou seu maior número de gols num Campeonato Paulista. Quantos? 58, nem um a mais, nem um a menos. Naquele ano de 1964, Pelé marcaria “modestos” 34 gols. Apenas no Paulista, claro. Flávio, ultrapassado em 1964, seria artilheiro do Campeonato Paulista em 1967, com 21 gols, superando Pelé.

Pelé em ação pelo Santos em partida de 1964 Foto: AE

Além dos dois pontos na tabela e do acerto de contas entre artilheiros, houve outros desdobramentos da goleada. Conta-se que Galdino Machado, que fora buscar a bola onze vezes em suas redes, mandou imprimir um cartão de visitas com as palavras: “Machado, o goleiro que tomou 11 gols do Santos, 8 de Pelé”. Não era vergonha. Era currículo.

Outra “vítima” foi o técnico Osvaldo Brandão, então no Botafogo. Gaúcho, grande treinador de futebol, Brandão alimentava uma especial pinimba com o time da Vila Belmiro. Rivalidade feita de vitórias e derrotas, como todas.

Ele era técnico do Verdão no histórico Santos 7 x 6 Palmeiras de 1958, considerado por especialistas o maior clássico de todos os tempos do Campeonato Paulista. O jogo, com Pelé ainda menino, foi marcado por viradas, reviradas e reviravoltas de arrepiar. Conta-se que alguns torcedores morreram de ataque cardíaco no Estádio do Pacaembu. O Palmeiras abriu o marcador com Urias, Pelé empatou. Pagão deu a vantagem ao Santos, Nardo igualou. Dorval, Pepe e Pagão determinaram o placar do primeiro tempo, 5 a 2 para o Santos. O Palmeiras voltou em fúria e marcou quatro vezes, com Mazzola, Paulinho, Urias e Ivan, numa virada frenética: 6 a 5. Mas Pepe, famoso pela bomba de pé esquerdo, determinou o placar final - com um improvável gol de pé direito e outro, raro, de cabeça. 7 a 6. 13 gols. Jogo louco. Jogo de antologia.

Com a lavada histórica em seu Botafogo, Brandão foi demitido. Voltou ao Corinthians. E quis o destino que a estreia do treinador no Timão fosse justamente contra...o Santos Futebol Clube. Outra partida de almanaque e outro placar elástico: 7 a 4 para o alvinegro da Vila. Pelé anotou quatro gols e Coutinho, três.

Na matemática da gozação, Brandão havia tomado 18 gols do Santos em dois jogos sucessivos - 11 pelo Botafogo, 7 pelo Corinthians. Por isso Coutinho, quando avistava o técnico, o chamava jocosamente de “Dezoito” para se vingar da piada racista (e impensável nos dias atuais) de Brandão, que havia apelidado o centroavante do Santos de “Dezessete” - número do macaco no jogo do bicho.

Pelé em 100 fotos do Estadão

1 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
2 | 100

Pelé

Foto: Domicio Pinheiro/ Estadão
3 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
4 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
5 | 100

Brasil conquistou a Copa do Mundo de 1958 e 1962 com Pelé e Garrincha

Foto: Acervo/Estadão
6 | 100

Pelé e Garrincha

Foto: Carlos Chicarino/Estadão
7 | 100

Pelé e Kelly Cristina

Foto: Acervo/Estadão
8 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
9 | 100

Pelé na final da Copa do Mundo de 1970

Foto: Oswaldo Palermo/AE
10 | 100

Pelé

Foto: Acervo/AE
11 | 100

Despedida de Pelé do Santos

Foto: Claudine Petroli/Estadão
12 | 100

Despedida de Pelé do Santos

Foto: Equipe/Estadão
13 | 100

Pelé

Foto: Acervo/AE
14 | 100

Despedida de Pelé do Santos

Foto: Acervo/Estadão
15 | 100

Despedida de Pelé do Santos

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
16 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
17 | 100

Pelé

Foto: Acervo Estadão
18 | 100

Copa do Chile (1962)

Foto: Acervo/Estadão
19 | 100

Pelé

Foto: Oswaldo Jurno/ Estadão
20 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
21 | 100

Jairzinho e Pelé

Foto: Acervo/Estadão
22 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
23 | 100

Casamento do Pelé

Foto: Acervo/Estadão
24 | 100

Pelé no Chile

Foto: Reginaldo Manente/ Estadão
25 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
26 | 100

Pelé (1975)

Foto: Wellington Budim dos Reis
27 | 100

Pelé e Garrincha

Foto: Acervo/Estadão
28 | 100

Pelé e Coutinho

Foto: Acervo/Estadão
29 | 100

Pelé e Tostão

Foto: Domício PInheiro/Estadão
30 | 100

Pelé

Foto: Acervo/ Estadão
31 | 100

Pelé

Foto: Acervo
32 | 100

Pelé e Xuxa

Foto: Rodney Mello/ Estadão
33 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
34 | 100

Pelé goleiro

Foto: Acervo/Estadão
35 | 100

Seleção (1960)

Foto: Acervo/Estadão
36 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
37 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
38 | 100

Pelé e Bellini

Foto: Acervo/Estadão
39 | 100

Pelé faz alongamento

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
40 | 100

Soco no ar

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
41 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
42 | 100

Pelé em campo

Foto: Acervo/Estadão
43 | 100

Pelé se despede da Seleção

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
44 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
45 | 100

Pelé no refeitório

Foto: Domício Pinheiro
46 | 100

O Reio do Futebol e a Rainha da Inglaterra

Foto: Acervo/Estadão
47 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
48 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
49 | 100

Pelé e Gérson

Foto: Acervo/Estadão
50 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
51 | 100

Pelé universitário

Foto: Acervo/Estadão
52 | 100

Pelé no treino

Foto: Alberto Marques/Estadão
53 | 100

Jogadores leem o Estadão

Foto: Acervo/Estadão
54 | 100

Cartas para Pelé

Foto: Acervo/Estadão
55 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
56 | 100

Pelé e seus fãs

Foto: Acervo/Estadão
57 | 100

Pelé de terno e gravata

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
58 | 100

Pelé distribue autógrafos

Foto: Acervo/Estadão
59 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
60 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
61 | 100

Pelé é examinado

Foto: Acervo/Estadão
62 | 100

Pelé no Chile

Foto: Acervo/Estadão
63 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
64 | 100

Pelé relaxa

Foto: Acervo/Estadão
65 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
66 | 100

Pelé discute em campo

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
67 | 100

Pelé

Foto: Claudine Petroli/Estadão
68 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
69 | 100

Pelé e Tostão

Foto: Acervo/Estadão
70 | 100

Bicicleta de Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
71 | 100

Pelé e Aymoré

Foto: Acervo/Estadão
72 | 100

Pelé recebe o carinho dos fãs

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
73 | 100

Pelé na rádio Eldorado

Foto: Acervo/Estadão
74 | 100

Pelé à mesa

Foto: Acervo/Estadão
75 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
76 | 100

Pelé e seu Aero Willys

Foto: Vizonni/Estadão
77 | 100

Pelá no ataque

Foto: Acervo/Estadão
78 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
79 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
80 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
81 | 100

Pelé (1969)

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
82 | 100

Pelé e Eder Jofre

Foto: Acervo/Estadão
83 | 100

Pelé (1974)

Foto: Acervo/Estadão
84 | 100

Pelé (1974)

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
85 | 100

Pelé (1969)

Foto: Reginaldo Manente/Estadão
86 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
87 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
88 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
89 | 100

Pelé

Foto: Domício Pinheiro/ Estadão
90 | 100

Pelé (1960)

Foto: Domício Pinheiro/Estadão
91 | 100

Pelé (1959)

Foto: Acervo/Estadão
92 | 100

Didi e Pelé

Foto: Antônio Lúcio/Estadão
93 | 100

Pelé e Antônio Ermírio de Moraes

Foto: Joveci de Freitas/Estadão
94 | 100

Pelé

Foto: Acervo/Estadão
95 | 100

Pelé e Mazzola

Foto: Acervo/Estadão
96 | 100

Pelé ministro do Esporte

Foto: José Paulo Lacerda/ Estadão
97 | 100

Pelé

Foto: Sérgio Dutti/ Estadão
98 | 100

Pelé

Foto: Rafael Neddemermey/ Estadão
99 | 100

Pelé e o milésimo gol no jornal

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
100 | 100

Pelé (2019)

Foto: Wether Sanatana/ Estadão

A partida contra o Botafogo ficou gravada na memória dos boleiros do Santos. Coutinho dedica várias páginas de sua autobiografia ao jogo. Pepe lamenta ter marcado um belíssimo gol olímpico justamente na partida em que Pelé faria os famosos oito gols, feito destinado a ofuscar qualquer outro. No andamento do placar, diz o “canhão da Vila”, goleada desenhada, todos os jogadores passaram a colaborar com o “Negão”, dando-lhe passes para aumentar ao máximo o número de gols e estabelecer o seu recorde. Pepe sempre reconheceu que quanto maior fosse a fama do principal jogador do elenco, melhor seria para todos eles.

Quem ficou confuso foi o funcionário do clube, encarregado de mexer no placar do Estádio Urbano Caldeira. Naquele tempo sem placares eletrônicos, este consistia em placas com números desenhados, que iam sendo trocadas à medida em que os gols saíam. Acontece que o numeral em Urbano Caldeira ia apenas até o 10. Quando veio o 11º gol, como registrar o resultado extravagante? O encarregado pensou rápido e, no lugar da placa, colocou uma camisa reserva de Pepe, com o número 11 estampado às costas. Mais uma vez, o impensável havia se materializado na Vila e, diante dele, o jeito era improvisar.

A falta de imagens desta partida famosa só fez alimentar a sua mitologia. Numa época ainda primitiva do registro audiovisual esportivo, aconteceu o mesmo com outras façanhas santistas. Há poucas imagens da famosa virada sobre o Milan no Maracanã, por 4 a 2, quando até o intervalo o time era derrotado por 0 a 2. Não há nada do gol considerado por Pelé o mais bonito de sua carreira, contra o Juventus, na rua Javari. Nem do famoso “gol de placa” sobre o Fluminense, também no velho Maraca. E por aí vai.

Sem outros rastros, os 11 a 0 contra o Botafogo permaneceram indeléveis em nossa memória afetiva de santistas. Consta no borderô do clube que 9.437 privilegiados pagaram ingresso para vê-los na Vila Belmiro. Outras centenas de milhares de torcedores ouviram pelo rádio. A fama do jogo cresceu, como crescem os mitos, e não existe santista que não tenha ouvido falar dele, mesmo os que não eram nascidos na época. A partida era um monumento desaparecido na poeira do tempo. Até agora, quando enfim podemos ver a série fotográfica que imortaliza imagens dessa façanha histórica do alvinegro praiano e de seu símbolo maior, Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, que, neste 24 de outubro de 2020, completa 80 anos de vida e bem merece ganhar um presente como esse.

Luiz Zanin (Luiz Fernando Zanin Oricchio) é crítico de cinema e ex-colunista esportivo de O Estado de S. Paulo. Santista desde pequenininho.

Livros consultados

Coutinho, o Gênio da Área, de Carlos Fernando Schinner. Editora Realejo, 2012

Bombas de Alegria, de José Macia, Pepe. Editora Realejo, 2006

Almanaque do Santos FC, de Guilherme Nascimento. Editora Magma, 2012

Time dos Sonhos - História Completa do Santos F.C., de Odir Cunha. Editora Códex, 2003

Dia 21 de novembro de 1964 ouvi pelo rádio o jogo mítico entre Santos e Botafogo de Ribeirão Preto. Ouvi com fervor místico, diga-se. Naquele tempo o futebol era tudo e o Campeonato Paulista era o máximo para nossas cabecinhas regionais. Havia um ingrediente a mais na partida além dos pontos em disputa (eram dois por vitória, um por empate, na época). Pelé brigava pela artilharia pau a pau com Flávio “Minuano”, centroavante gaúcho contratado pelo Corinthians. Antes absoluto, o Rei poderia ver quebrada a série como primeiro goleador paulista que começara em 1957 e seguia ininterrupta até então.

Naquele ano de 1964 o Brasil já quebrara outra série - a democrática - e, desde abril, vivia sob uma ditadura militar. Mas, para falar a verdade, nós, meninos, não prestávamos lá muita atenção às desgraças políticas do país. A conscientização viria anos depois, mas, por enquanto, se houvesse bola rolando, para nós estava tudo bem. Ainda mais quando ela rolava como naquele tempo, redondinha, em especial quando tocada por aqueles magníficos jogadores do Santos Futebol Clube.

Nesse dia, o Santos entrou em campo com a seguinte escalação: Gylmar, Ismael, Modesto, Haroldo e Geraldino; Lima e Mengálvio; Toninho, Coutinho, Pelé e Pepe. Era ou não um time dos sonhos? Para se ter ideia: em 1964, o Santos ganhou 13 dos 15 títulos que disputou. Só isso.

O Santos era grande, mas não invencível, pois nenhum time de futebol é imbatível e não existem gênios infalíveis. Para comprovar, três dias antes, o Santos havia sido goleado por 5 a 1 pelo Guarani, no Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas. Ainda por cima, Pelé havia perdido um pênalti. Então veio o jogo contra o Botafogo de Ribeirão Preto, na Vila. O desejo da torcida, e do time, era vingar-se da derrota do primeiro turno, em Ribeirão, quando o Botafogo havia vencido por 2 a 0.

Também havia a expectativa para que Pelé fizesse gols, como habitualmente fazia, para seguir na disputa com o centroavante do arquirrival Corinthians. Aliás, tudo que dizia respeito ao Corinthians era objeto de uma ancestral rivalidade para os peixeiros - dos títulos à artilharia, sem esquecer o tabu, naquele momento em vigência, que impedia a vitória do alvinegro da capital sobre o adversário da baixada santista. A rivalidade - quando não descamba para a violência - é um ingrediente importante do futebol. Apimenta os jogos, dá mais sabor às vitórias e aumenta a dor nas derrotas. Deixa a vida mais intensa.

O reencontro com o Botafogo saiu melhor do que a encomenda para o time da Vila: aos 20 minutos do primeiro tempo, o Santos já vencia por 4 a 0. Três de Pelé! Um de Pepe, olímpico.

Mesmo com a vitória garantida, o time da Vila não diminuiu o ritmo. E os gols foram saindo impiedosamente até se completar o placar histórico de 11 a 0. Pelé fez oito (!). E deixou Flávio para trás. Para registro, os artilheiros daquele dia foram Pelé aos 4′, 8′, 16′, 37′, 39′, 70′, 71′ (pênalti) e 73′. Pepe aos 19′, Coutinho aos 24′ e Toninho aos 89′.

Como o resultado, o Santos abriu caminho para mais um título paulista (o oitavo) e Pelé manteria sua série ininterrupta como artilheiro. Foi o goleador do Campeonato Paulista de 1957 a 1965, em seguida. E, depois, de forma “avulsa” em 1969 e 1973. Para quem gosta de números redondos, em 1958 Pelé marcou seu maior número de gols num Campeonato Paulista. Quantos? 58, nem um a mais, nem um a menos. Naquele ano de 1964, Pelé marcaria “modestos” 34 gols. Apenas no Paulista, claro. Flávio, ultrapassado em 1964, seria artilheiro do Campeonato Paulista em 1967, com 21 gols, superando Pelé.

Pelé em ação pelo Santos em partida de 1964 Foto: AE

Além dos dois pontos na tabela e do acerto de contas entre artilheiros, houve outros desdobramentos da goleada. Conta-se que Galdino Machado, que fora buscar a bola onze vezes em suas redes, mandou imprimir um cartão de visitas com as palavras: “Machado, o goleiro que tomou 11 gols do Santos, 8 de Pelé”. Não era vergonha. Era currículo.

Outra “vítima” foi o técnico Osvaldo Brandão, então no Botafogo. Gaúcho, grande treinador de futebol, Brandão alimentava uma especial pinimba com o time da Vila Belmiro. Rivalidade feita de vitórias e derrotas, como todas.

Ele era técnico do Verdão no histórico Santos 7 x 6 Palmeiras de 1958, considerado por especialistas o maior clássico de todos os tempos do Campeonato Paulista. O jogo, com Pelé ainda menino, foi marcado por viradas, reviradas e reviravoltas de arrepiar. Conta-se que alguns torcedores morreram de ataque cardíaco no Estádio do Pacaembu. O Palmeiras abriu o marcador com Urias, Pelé empatou. Pagão deu a vantagem ao Santos, Nardo igualou. Dorval, Pepe e Pagão determinaram o placar do primeiro tempo, 5 a 2 para o Santos. O Palmeiras voltou em fúria e marcou quatro vezes, com Mazzola, Paulinho, Urias e Ivan, numa virada frenética: 6 a 5. Mas Pepe, famoso pela bomba de pé esquerdo, determinou o placar final - com um improvável gol de pé direito e outro, raro, de cabeça. 7 a 6. 13 gols. Jogo louco. Jogo de antologia.

Com a lavada histórica em seu Botafogo, Brandão foi demitido. Voltou ao Corinthians. E quis o destino que a estreia do treinador no Timão fosse justamente contra...o Santos Futebol Clube. Outra partida de almanaque e outro placar elástico: 7 a 4 para o alvinegro da Vila. Pelé anotou quatro gols e Coutinho, três.

Na matemática da gozação, Brandão havia tomado 18 gols do Santos em dois jogos sucessivos - 11 pelo Botafogo, 7 pelo Corinthians. Por isso Coutinho, quando avistava o técnico, o chamava jocosamente de “Dezoito” para se vingar da piada racista (e impensável nos dias atuais) de Brandão, que havia apelidado o centroavante do Santos de “Dezessete” - número do macaco no jogo do bicho.

Pelé em 100 fotos do Estadão

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Pelé

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Pelé

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Pelé

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Pelé

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Brasil conquistou a Copa do Mundo de 1958 e 1962 com Pelé e Garrincha

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Pelé e Garrincha

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Pelé e Kelly Cristina

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Pelé

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Pelé na final da Copa do Mundo de 1970

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Pelé

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Despedida de Pelé do Santos

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Despedida de Pelé do Santos

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Pelé

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Despedida de Pelé do Santos

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Despedida de Pelé do Santos

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Pelé

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Pelé

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Copa do Chile (1962)

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Pelé

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Pelé

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Jairzinho e Pelé

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Pelé

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Casamento do Pelé

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Pelé no Chile

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Pelé

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Pelé (1975)

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Pelé e Garrincha

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Pelé e Coutinho

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Pelé e Tostão

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Pelé

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Pelé

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Pelé e Xuxa

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Pelé

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Pelé goleiro

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Seleção (1960)

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Pelé

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Pelé

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Pelé e Bellini

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Pelé faz alongamento

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Soco no ar

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Pelé

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Pelé em campo

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Pelé se despede da Seleção

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Pelé

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Pelé no refeitório

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O Reio do Futebol e a Rainha da Inglaterra

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Pelé

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Pelé

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Pelé e Gérson

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Pelé

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Pelé universitário

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Pelé no treino

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Jogadores leem o Estadão

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Cartas para Pelé

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Pelé

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Pelé e seus fãs

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Pelé de terno e gravata

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Pelé distribue autógrafos

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Pelé

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Pelé

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Pelé é examinado

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Pelé no Chile

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Pelé

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Pelé relaxa

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Pelé

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Pelé discute em campo

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Pelé

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Pelé

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Pelé e Tostão

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Bicicleta de Pelé

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Pelé e Aymoré

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Pelé recebe o carinho dos fãs

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Pelé na rádio Eldorado

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Pelé à mesa

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Pelé

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Pelé e seu Aero Willys

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Pelá no ataque

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Pelé

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Pelé

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Pelé

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Pelé (1969)

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Pelé e Eder Jofre

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Pelé (1974)

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Pelé (1974)

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Pelé (1969)

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Pelé

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Pelé

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Pelé

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Pelé

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Pelé (1960)

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Pelé (1959)

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Didi e Pelé

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Pelé e Antônio Ermírio de Moraes

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Pelé

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Pelé e Mazzola

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Pelé ministro do Esporte

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Pelé

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Pelé

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Pelé e o milésimo gol no jornal

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Pelé (2019)

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A partida contra o Botafogo ficou gravada na memória dos boleiros do Santos. Coutinho dedica várias páginas de sua autobiografia ao jogo. Pepe lamenta ter marcado um belíssimo gol olímpico justamente na partida em que Pelé faria os famosos oito gols, feito destinado a ofuscar qualquer outro. No andamento do placar, diz o “canhão da Vila”, goleada desenhada, todos os jogadores passaram a colaborar com o “Negão”, dando-lhe passes para aumentar ao máximo o número de gols e estabelecer o seu recorde. Pepe sempre reconheceu que quanto maior fosse a fama do principal jogador do elenco, melhor seria para todos eles.

Quem ficou confuso foi o funcionário do clube, encarregado de mexer no placar do Estádio Urbano Caldeira. Naquele tempo sem placares eletrônicos, este consistia em placas com números desenhados, que iam sendo trocadas à medida em que os gols saíam. Acontece que o numeral em Urbano Caldeira ia apenas até o 10. Quando veio o 11º gol, como registrar o resultado extravagante? O encarregado pensou rápido e, no lugar da placa, colocou uma camisa reserva de Pepe, com o número 11 estampado às costas. Mais uma vez, o impensável havia se materializado na Vila e, diante dele, o jeito era improvisar.

A falta de imagens desta partida famosa só fez alimentar a sua mitologia. Numa época ainda primitiva do registro audiovisual esportivo, aconteceu o mesmo com outras façanhas santistas. Há poucas imagens da famosa virada sobre o Milan no Maracanã, por 4 a 2, quando até o intervalo o time era derrotado por 0 a 2. Não há nada do gol considerado por Pelé o mais bonito de sua carreira, contra o Juventus, na rua Javari. Nem do famoso “gol de placa” sobre o Fluminense, também no velho Maraca. E por aí vai.

Sem outros rastros, os 11 a 0 contra o Botafogo permaneceram indeléveis em nossa memória afetiva de santistas. Consta no borderô do clube que 9.437 privilegiados pagaram ingresso para vê-los na Vila Belmiro. Outras centenas de milhares de torcedores ouviram pelo rádio. A fama do jogo cresceu, como crescem os mitos, e não existe santista que não tenha ouvido falar dele, mesmo os que não eram nascidos na época. A partida era um monumento desaparecido na poeira do tempo. Até agora, quando enfim podemos ver a série fotográfica que imortaliza imagens dessa façanha histórica do alvinegro praiano e de seu símbolo maior, Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, que, neste 24 de outubro de 2020, completa 80 anos de vida e bem merece ganhar um presente como esse.

Luiz Zanin (Luiz Fernando Zanin Oricchio) é crítico de cinema e ex-colunista esportivo de O Estado de S. Paulo. Santista desde pequenininho.

Livros consultados

Coutinho, o Gênio da Área, de Carlos Fernando Schinner. Editora Realejo, 2012

Bombas de Alegria, de José Macia, Pepe. Editora Realejo, 2006

Almanaque do Santos FC, de Guilherme Nascimento. Editora Magma, 2012

Time dos Sonhos - História Completa do Santos F.C., de Odir Cunha. Editora Códex, 2003

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