O Santos começou a última rodada do Brasileirão dependendo apenas de suas próprias forças para não ser rebaixado. A tensão na Vila Belmiro estava escancarada desde o apito inicial. Gritos efusivos nas arquibancadas, que contrastavam com cada lamento das chances desperdiçadas por Marcos Leonardo e Soteldo na área do Fortaleza. Com os gols em Salvador e no Rio, a situação ficava ainda mais tensa. Os gols longe da Vila eram acompanhados pelos santistas. O time começou a rodada na primeira divisão. As partidas começaram no mesmo horário, segundo determinação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
11 minutos de bola rolando
O gol do Bahia, aos 11 minutos, contra o Atlético-MG, ainda mantinha o cenário para o torcedor santista: torcer para que Marcos Leonardo, Soteldo e João Paulo dessem ao time a vantagem que ele precisava. Apesar de um início efusivo, foi o Fortaleza quem criava e mantinha a posse de bola no primeiro tempo.
Aos 29 minutos
Aos 29 minutos, no Rio, Paulinho colocou pela primeira vez o Santos no Z-4. O gol diante do Red Bull Bragantino salvava o Vasco, que, assim como o time paulista, dependia apenas de si para escapar da degola. O Santos esteve na zona de rebaixamento durante sete minutos. Tempo entre o gol do Vasco contra o Bragantino e o empate do Atlético-MG diante do Bahia, também pelos pés de Paulinho, artilheiro do Brasileiráo, aos 36 minutos.
Intervalo
Longos minutos, que ainda se encerraram com o primeiro gol de Marinho na partida da Vila Belmiro. Da alegria por sair do Z-4, a torcida via o Santos deixar de depender apenas de si para se salvar. Olho na tabela, fone no ouvido e pensamento em São Januário e na Arena Fonte Nova. As atenções se dividiam em três lugares simultaneamente. Marinho mandou a torcida se calar após o gol. Com sucesso. “Ei, Marinho, vai tomar no...*” foi o único canto entoado ao final do primeiro tempo.
52 minutos em Salvador
Mas o Santos ainda permanecia fora do Z-4, na 16ª colocação. No intervalo, já com a tensão da torcida, o Bahia aumentou o drama santista: nos acréscimos, aos 52 minutos, a equipe alvinegra retornou ao cenário de queda com o gol de Luciano Juba. Durante todo o intervalo, o Santos permaneceu na 17ª colocação da competição.
Desde 2003, quando o Brasileirão passou a ser disputado por pontos corridos, em 15 edições um dos 12 grandes (Atlético-MG, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco) correu risco de queda na penúltima rodada. Destes, em apenas uma ocasião o rebaixado não figurava entre os quatro piores times do campeonato: o Corinthians, em 2007.
Coincidentemente, o Corinthians daquele ano somava a mesma pontuação que o Santos tinha após a 37ª rodada desta temporada: 43 pontos. Assim como neste ano, o time alvinegro daquela temporada dependia apenas de si para permanecer na primeira divisão, mas o empate por 1 a 1 com o Grêmio e a vitória do Goiás diante do Internacional garantiu o primeiro – e único – rebaixamento do Corinthians em sua história.
13 do segundo tempo
Com os resultados em São Januário e Fonte Nova inalterados, nem o empate garantia o Santos na Série A mais. No retorno ao segundo tempo, com apoio incondicional da torcida, o time marcou com Messias, aos 13 minutos: 1 a 1. Ainda restavam 32 para o time conseguir sair da 17ª colocação na tabela do Brasileirão.
20 minutos da etapa final, novo alívio ao Santos
O Bragantino deu esse alívio à torcida santista. Léo Ortiz, aos 20 minutos, empatou o jogo em São Januário para o Bragantino. O resultado garantia o Santos na Série A de novo, que saltava para a 15ª posição, com o Vasco sendo rebaixado em seu lugar. Era a segunda vez na noite que o time saía do Z-4.
22 minutos
O jogo do Bahia deixava de ser uma preocupação – momentânea – ao torcedor na Vila Belmiro. Na Fonte Nova, aos 22 minutos, Thaciano ampliou para o time de Rogério Ceni: 3 a 1. Oito minutos depois, Léo Realpe, após checagem do VAR, foi expulso em São Januário, deixando o Red Bull Bragantino – e o Santos – com um jogador a menos.
Drama aos 37
Aos 37 minutos, Serginho marcou para o Vasco e recolocou o Santos no Z-4. Apenas um gol na Vila salvaria o time alvinegro praiano de disputar a Série B em 2024. Empate em casa, vitória do Vasco e do Bahia era um dos três cenários que rebaixava a equipe de Marcelo Fernandes.
Fim do Brasileirão
Chuveirinho na área nos acréscimos um goleiro santista desesperado. Nada disso salvou a equipe santista. Nos acréscimos, como um castigo, o gol de Lucero, do meio de campo, rebaixou a equipe de Pelé. Invasão dos torcedores, intervenção da polícia, bombas em campo, xingamentos ao presidente Rueda, gritos de tristeza da torcida e ameaças de quebrar os bancos do estádio. Assim o Santos desceu ao inferno pela primeira vez. Vai disputar a Série B em 2024.
Resultados finais da luta contra o rebaixamento no Brasileirão
- Vasco 2 x 1 Red Bull Bragantino
- Santos 1 x 2 Fortaleza
- Bahia 4 x 1 Atlético-MG