São Paulo vence o Flamengo no Maracanã e fica a um empate do inédito título da Copa do Brasil


Calleri marca no fim do primeiro tempo e garante vitória por 1 a 0 ao tricolor paulista no primeiro capítulo da decisão

Por Marcio Dolzan
Atualização:

Nunca o tão aguardado título da Copa do Brasil esteve tão perto para o São Paulo. Mesmo sem fazer uma grande exibição, mas se mostrando à vontade no Maracanã, o tricolor paulista derrotou o Flamengo neste domingo por 1 a 0 no Rio, gol de Calleri, e agora está a apenas de um empate no Morumbi de seu primeiro título da competição.

Com o jogo encerrado, o torcedor são-paulino — que lotou seu espaço no estádio — cantou a plenos pulmões que “o Maraca é nosso”. Do outro lado, os rubro-negros gritavam “vergonha” e disparavam impropérios aos dirigentes do Flamengo. A festa do início de noite no Rio era paulista.

A final no domingo à tarde - o que acontece apenas pela terceira vez neste século - não foi a única novidade da decisão. Ela trouxe também uma dificuldade extra aos dois times: um calor de 32 °C, que exigiu um esforço adicional dos jogadores. A boa notícia é que pelo menos eles puderam jogar sob um gramado (quase) digno de decisão e de Maracanã. Sem jogos desde o dia 26 do mês passado, período pelo qual recebeu tratamento especial, o campo de jogo estava em boas condições e dessa vez eventuais buracos não serviriam como desculpa — pelo menos não para o jogador que soubesse tratar bem a bola.

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Calleri comemora gol do São Paulo sobre o Flamengo no Maracanã.  Foto: PEDRO KIRILOS/Estadão

Os treinadores, cada um ao seu jeito, também trouxeram suas novidades. Dorival Júnior decidiu dar uma dose de cautela e começou o jogo com Rodrigo Nestor em campo e Luciano no banco. Jorge Sampaoli, por sua vez, optou por um esquema mais ofensivo, com Bruno Henrique, Gabriel Barbosa e Pedro.

Uma equipe mais afeita ao ataque era tudo o que o incomodado torcedor rubro-negro, que lotou o Maracanã, esperava depois de semanas de incertezas e incômodo com as exibições abaixo da média do time comandado por Sampaoli. Mas o ânimo esfriou tão logo a bola começou a rolar, uma vez que o trio ofensivo não conseguiu se criar diante do quarteto defensivo do São Paulo.

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Isso porque Arboleda e Beraldo se revezavam no miolo de zaga na marcação a Pedro, Caio Paulista não dava espaços para o impaciente Gabriel Barbosa na esquerda, e Bruno Henrique não vencia os duelos com Rafinha do outro lado.

Para completar, no primeiro tempo da decisão quem levou mais perigo foi o São Paulo do aparentemente cauteloso Dorival. Não que o time tenha sido o tempo inteiro agudo ou exercido qualquer tipo de pressão, mas o São Paulo demonstrava, pelo menos, saber qual caminho percorrer. E ele sempre começava com Lucas Moura, na intermediária ofensiva.

Partia dos pés do camisa 7 quase todas as jogadas mais lúcidas do São Paulo. Posicionado à frente do grande círculo, Lucas ora buscava as enfiadas para Calleri, ora tentava encontrar algum ponta pelos flancos. Em suma, havia repertório, mas faltava eficiência — a ele e, sobretudo, aos seus companheiros.

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Isso começou a mudar na reta final do primeiro tempo, quando o São Paulo já estava plenamente à vontade no Maracanã. Aos 40, Lucas encontrou Rodrigo Nestor na esquerda, que cruzou rasteiro e em diagonal; Calleri se atirou na bola, Wellington Rato fez o mesmo, mas a bola tomou o caminho da linha de fundo. Cinco minutos mais tarde, Nestor repetiu a dose. Dessa vez, contudo, ele cruzou pelo alto no segundo pau, onde Calleri, completamente livre, cabeceou para o gol de um indeciso Matheus Cunha, abrindo o marcador.

Calleri salta para cabecear e fazer o único gol da partida.  Foto: PEDRO KIRILOS/Estadão

O gol quase ao fim da etapa inicial daria ao São Paulo, em tese, uma tranquilidade maior para trabalhar seu jogo no segundo tempo. O time ainda poderia tirar vantagem do nervosismo do Flamengo, que voltou para o campo vaiado pelo seu próprio torcedor.

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O jogo, contudo, começou com uma dinâmica diferente daquela vista na primeira etapa. Com Everton Ribeiro na vaga de Victor Hugo, o Flamengo avançou suas linhas e finalmente deu a entender que faria valer o fator casa.

As tabelas e triangulações ofensivas, que inexistiam até então, começaram a aparecer. Assim, o eficiente quarteto defensivo do São Paulo já não tinha mais a mesma facilidade para quebrar o jogo rubro-negro. O time paulista também não conseguia mais trocar passes no meio. Restava à equipe se defender e tentar os lançamentos para um isolado Calleri no ataque.

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Vendo o time acuado, Dorival Júnior tratou de mexer. Primeiro, saiu Alisson, o único da equipe até então com cartão amarelo; depois, Lucas e Nestor deixaram o campo. Gabi, Luciano e Michel Araújo entraram.

As mudanças não foram suficientes para fazer o São Paulo voltar a se impor, mas ao menos tiraram o time do sufoco defensivo. Assim, bastaria deixar o tempo correr e assegurar a vitória no primeiro jogo das finais da Copa do Brasil. Deu certo. A primeira Copa do Brasil do São Paulo nunca esteve tão perto.

Dorival Junior reencontrou torcida do Flamengo no Maracanã no primeiro jogo da final da Copa do Brasil.  Foto: PEDRO KIRILOS/ESTADÃO
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VAIAS E XINGAMENTOS

Inconformada com o futebol ruim e, claro, com o resultado da partida, parte da torcida do Flamengo deixou o Maracanã mais cedo. E houve uma grande vaia, acompanhada de xingamentos impublicáveis ao presidente Rodolfo Landim, quando o locutor do estádio anunciou a renda da partida. Os mais de R$ 26 milhões são a maior arrecadação da história do futebol brasileiro em uma única partida.

FICHA TÉCNICA

  • FLAMENGO 0 X 1 SÃO PAULO
  • FLAMENGO - Matheus Cunha; Wesley (Matheuzinho), Fabrício Bruno, Léo Pereira e Ayrton Lucas; Erick Pulgar (Thiago Maia), Victor Hugo (Everton Ribeiro) e Gerson; Gabriel Barbosa (Everton Cebolinha), Bruno Henrique e Pedro. Técnico: Jorge Sampaoli.
  • SÃO PAULO - Rafael; Rafinha, Arboleda, Beraldo e Caio Paulista (Welington); Pablo Maia, Alisson (Gabi), Rodrigo Nestor (Michel Araujo) e Wellington Rato (Juan); Lucas Moura (Luciano) e Calleri. Técnico. Dorival Júnio
  • GOLS - Calleri (aos 45 do primeiro tempo)
  • CARTÕES AMARELOS - Léo Pereira, Victor Hugo (Flamengo); Alisson (São Paulo)
  • ARBITRAGEM - Anderson Daronco (Fifa/RS)
  • PÚBLICO - 60.390 pagantes (67.350 total)
  • RENDA - R$ 26.343.300,00
  • LOCAL - Maracanã, no Rio (RJ).

Nunca o tão aguardado título da Copa do Brasil esteve tão perto para o São Paulo. Mesmo sem fazer uma grande exibição, mas se mostrando à vontade no Maracanã, o tricolor paulista derrotou o Flamengo neste domingo por 1 a 0 no Rio, gol de Calleri, e agora está a apenas de um empate no Morumbi de seu primeiro título da competição.

Com o jogo encerrado, o torcedor são-paulino — que lotou seu espaço no estádio — cantou a plenos pulmões que “o Maraca é nosso”. Do outro lado, os rubro-negros gritavam “vergonha” e disparavam impropérios aos dirigentes do Flamengo. A festa do início de noite no Rio era paulista.

A final no domingo à tarde - o que acontece apenas pela terceira vez neste século - não foi a única novidade da decisão. Ela trouxe também uma dificuldade extra aos dois times: um calor de 32 °C, que exigiu um esforço adicional dos jogadores. A boa notícia é que pelo menos eles puderam jogar sob um gramado (quase) digno de decisão e de Maracanã. Sem jogos desde o dia 26 do mês passado, período pelo qual recebeu tratamento especial, o campo de jogo estava em boas condições e dessa vez eventuais buracos não serviriam como desculpa — pelo menos não para o jogador que soubesse tratar bem a bola.

Calleri comemora gol do São Paulo sobre o Flamengo no Maracanã.  Foto: PEDRO KIRILOS/Estadão

Os treinadores, cada um ao seu jeito, também trouxeram suas novidades. Dorival Júnior decidiu dar uma dose de cautela e começou o jogo com Rodrigo Nestor em campo e Luciano no banco. Jorge Sampaoli, por sua vez, optou por um esquema mais ofensivo, com Bruno Henrique, Gabriel Barbosa e Pedro.

Uma equipe mais afeita ao ataque era tudo o que o incomodado torcedor rubro-negro, que lotou o Maracanã, esperava depois de semanas de incertezas e incômodo com as exibições abaixo da média do time comandado por Sampaoli. Mas o ânimo esfriou tão logo a bola começou a rolar, uma vez que o trio ofensivo não conseguiu se criar diante do quarteto defensivo do São Paulo.

Isso porque Arboleda e Beraldo se revezavam no miolo de zaga na marcação a Pedro, Caio Paulista não dava espaços para o impaciente Gabriel Barbosa na esquerda, e Bruno Henrique não vencia os duelos com Rafinha do outro lado.

Para completar, no primeiro tempo da decisão quem levou mais perigo foi o São Paulo do aparentemente cauteloso Dorival. Não que o time tenha sido o tempo inteiro agudo ou exercido qualquer tipo de pressão, mas o São Paulo demonstrava, pelo menos, saber qual caminho percorrer. E ele sempre começava com Lucas Moura, na intermediária ofensiva.

Partia dos pés do camisa 7 quase todas as jogadas mais lúcidas do São Paulo. Posicionado à frente do grande círculo, Lucas ora buscava as enfiadas para Calleri, ora tentava encontrar algum ponta pelos flancos. Em suma, havia repertório, mas faltava eficiência — a ele e, sobretudo, aos seus companheiros.

Isso começou a mudar na reta final do primeiro tempo, quando o São Paulo já estava plenamente à vontade no Maracanã. Aos 40, Lucas encontrou Rodrigo Nestor na esquerda, que cruzou rasteiro e em diagonal; Calleri se atirou na bola, Wellington Rato fez o mesmo, mas a bola tomou o caminho da linha de fundo. Cinco minutos mais tarde, Nestor repetiu a dose. Dessa vez, contudo, ele cruzou pelo alto no segundo pau, onde Calleri, completamente livre, cabeceou para o gol de um indeciso Matheus Cunha, abrindo o marcador.

Calleri salta para cabecear e fazer o único gol da partida.  Foto: PEDRO KIRILOS/Estadão

O gol quase ao fim da etapa inicial daria ao São Paulo, em tese, uma tranquilidade maior para trabalhar seu jogo no segundo tempo. O time ainda poderia tirar vantagem do nervosismo do Flamengo, que voltou para o campo vaiado pelo seu próprio torcedor.

O jogo, contudo, começou com uma dinâmica diferente daquela vista na primeira etapa. Com Everton Ribeiro na vaga de Victor Hugo, o Flamengo avançou suas linhas e finalmente deu a entender que faria valer o fator casa.

As tabelas e triangulações ofensivas, que inexistiam até então, começaram a aparecer. Assim, o eficiente quarteto defensivo do São Paulo já não tinha mais a mesma facilidade para quebrar o jogo rubro-negro. O time paulista também não conseguia mais trocar passes no meio. Restava à equipe se defender e tentar os lançamentos para um isolado Calleri no ataque.

Vendo o time acuado, Dorival Júnior tratou de mexer. Primeiro, saiu Alisson, o único da equipe até então com cartão amarelo; depois, Lucas e Nestor deixaram o campo. Gabi, Luciano e Michel Araújo entraram.

As mudanças não foram suficientes para fazer o São Paulo voltar a se impor, mas ao menos tiraram o time do sufoco defensivo. Assim, bastaria deixar o tempo correr e assegurar a vitória no primeiro jogo das finais da Copa do Brasil. Deu certo. A primeira Copa do Brasil do São Paulo nunca esteve tão perto.

Dorival Junior reencontrou torcida do Flamengo no Maracanã no primeiro jogo da final da Copa do Brasil.  Foto: PEDRO KIRILOS/ESTADÃO

VAIAS E XINGAMENTOS

Inconformada com o futebol ruim e, claro, com o resultado da partida, parte da torcida do Flamengo deixou o Maracanã mais cedo. E houve uma grande vaia, acompanhada de xingamentos impublicáveis ao presidente Rodolfo Landim, quando o locutor do estádio anunciou a renda da partida. Os mais de R$ 26 milhões são a maior arrecadação da história do futebol brasileiro em uma única partida.

FICHA TÉCNICA

  • FLAMENGO 0 X 1 SÃO PAULO
  • FLAMENGO - Matheus Cunha; Wesley (Matheuzinho), Fabrício Bruno, Léo Pereira e Ayrton Lucas; Erick Pulgar (Thiago Maia), Victor Hugo (Everton Ribeiro) e Gerson; Gabriel Barbosa (Everton Cebolinha), Bruno Henrique e Pedro. Técnico: Jorge Sampaoli.
  • SÃO PAULO - Rafael; Rafinha, Arboleda, Beraldo e Caio Paulista (Welington); Pablo Maia, Alisson (Gabi), Rodrigo Nestor (Michel Araujo) e Wellington Rato (Juan); Lucas Moura (Luciano) e Calleri. Técnico. Dorival Júnio
  • GOLS - Calleri (aos 45 do primeiro tempo)
  • CARTÕES AMARELOS - Léo Pereira, Victor Hugo (Flamengo); Alisson (São Paulo)
  • ARBITRAGEM - Anderson Daronco (Fifa/RS)
  • PÚBLICO - 60.390 pagantes (67.350 total)
  • RENDA - R$ 26.343.300,00
  • LOCAL - Maracanã, no Rio (RJ).

Nunca o tão aguardado título da Copa do Brasil esteve tão perto para o São Paulo. Mesmo sem fazer uma grande exibição, mas se mostrando à vontade no Maracanã, o tricolor paulista derrotou o Flamengo neste domingo por 1 a 0 no Rio, gol de Calleri, e agora está a apenas de um empate no Morumbi de seu primeiro título da competição.

Com o jogo encerrado, o torcedor são-paulino — que lotou seu espaço no estádio — cantou a plenos pulmões que “o Maraca é nosso”. Do outro lado, os rubro-negros gritavam “vergonha” e disparavam impropérios aos dirigentes do Flamengo. A festa do início de noite no Rio era paulista.

A final no domingo à tarde - o que acontece apenas pela terceira vez neste século - não foi a única novidade da decisão. Ela trouxe também uma dificuldade extra aos dois times: um calor de 32 °C, que exigiu um esforço adicional dos jogadores. A boa notícia é que pelo menos eles puderam jogar sob um gramado (quase) digno de decisão e de Maracanã. Sem jogos desde o dia 26 do mês passado, período pelo qual recebeu tratamento especial, o campo de jogo estava em boas condições e dessa vez eventuais buracos não serviriam como desculpa — pelo menos não para o jogador que soubesse tratar bem a bola.

Calleri comemora gol do São Paulo sobre o Flamengo no Maracanã.  Foto: PEDRO KIRILOS/Estadão

Os treinadores, cada um ao seu jeito, também trouxeram suas novidades. Dorival Júnior decidiu dar uma dose de cautela e começou o jogo com Rodrigo Nestor em campo e Luciano no banco. Jorge Sampaoli, por sua vez, optou por um esquema mais ofensivo, com Bruno Henrique, Gabriel Barbosa e Pedro.

Uma equipe mais afeita ao ataque era tudo o que o incomodado torcedor rubro-negro, que lotou o Maracanã, esperava depois de semanas de incertezas e incômodo com as exibições abaixo da média do time comandado por Sampaoli. Mas o ânimo esfriou tão logo a bola começou a rolar, uma vez que o trio ofensivo não conseguiu se criar diante do quarteto defensivo do São Paulo.

Isso porque Arboleda e Beraldo se revezavam no miolo de zaga na marcação a Pedro, Caio Paulista não dava espaços para o impaciente Gabriel Barbosa na esquerda, e Bruno Henrique não vencia os duelos com Rafinha do outro lado.

Para completar, no primeiro tempo da decisão quem levou mais perigo foi o São Paulo do aparentemente cauteloso Dorival. Não que o time tenha sido o tempo inteiro agudo ou exercido qualquer tipo de pressão, mas o São Paulo demonstrava, pelo menos, saber qual caminho percorrer. E ele sempre começava com Lucas Moura, na intermediária ofensiva.

Partia dos pés do camisa 7 quase todas as jogadas mais lúcidas do São Paulo. Posicionado à frente do grande círculo, Lucas ora buscava as enfiadas para Calleri, ora tentava encontrar algum ponta pelos flancos. Em suma, havia repertório, mas faltava eficiência — a ele e, sobretudo, aos seus companheiros.

Isso começou a mudar na reta final do primeiro tempo, quando o São Paulo já estava plenamente à vontade no Maracanã. Aos 40, Lucas encontrou Rodrigo Nestor na esquerda, que cruzou rasteiro e em diagonal; Calleri se atirou na bola, Wellington Rato fez o mesmo, mas a bola tomou o caminho da linha de fundo. Cinco minutos mais tarde, Nestor repetiu a dose. Dessa vez, contudo, ele cruzou pelo alto no segundo pau, onde Calleri, completamente livre, cabeceou para o gol de um indeciso Matheus Cunha, abrindo o marcador.

Calleri salta para cabecear e fazer o único gol da partida.  Foto: PEDRO KIRILOS/Estadão

O gol quase ao fim da etapa inicial daria ao São Paulo, em tese, uma tranquilidade maior para trabalhar seu jogo no segundo tempo. O time ainda poderia tirar vantagem do nervosismo do Flamengo, que voltou para o campo vaiado pelo seu próprio torcedor.

O jogo, contudo, começou com uma dinâmica diferente daquela vista na primeira etapa. Com Everton Ribeiro na vaga de Victor Hugo, o Flamengo avançou suas linhas e finalmente deu a entender que faria valer o fator casa.

As tabelas e triangulações ofensivas, que inexistiam até então, começaram a aparecer. Assim, o eficiente quarteto defensivo do São Paulo já não tinha mais a mesma facilidade para quebrar o jogo rubro-negro. O time paulista também não conseguia mais trocar passes no meio. Restava à equipe se defender e tentar os lançamentos para um isolado Calleri no ataque.

Vendo o time acuado, Dorival Júnior tratou de mexer. Primeiro, saiu Alisson, o único da equipe até então com cartão amarelo; depois, Lucas e Nestor deixaram o campo. Gabi, Luciano e Michel Araújo entraram.

As mudanças não foram suficientes para fazer o São Paulo voltar a se impor, mas ao menos tiraram o time do sufoco defensivo. Assim, bastaria deixar o tempo correr e assegurar a vitória no primeiro jogo das finais da Copa do Brasil. Deu certo. A primeira Copa do Brasil do São Paulo nunca esteve tão perto.

Dorival Junior reencontrou torcida do Flamengo no Maracanã no primeiro jogo da final da Copa do Brasil.  Foto: PEDRO KIRILOS/ESTADÃO

VAIAS E XINGAMENTOS

Inconformada com o futebol ruim e, claro, com o resultado da partida, parte da torcida do Flamengo deixou o Maracanã mais cedo. E houve uma grande vaia, acompanhada de xingamentos impublicáveis ao presidente Rodolfo Landim, quando o locutor do estádio anunciou a renda da partida. Os mais de R$ 26 milhões são a maior arrecadação da história do futebol brasileiro em uma única partida.

FICHA TÉCNICA

  • FLAMENGO 0 X 1 SÃO PAULO
  • FLAMENGO - Matheus Cunha; Wesley (Matheuzinho), Fabrício Bruno, Léo Pereira e Ayrton Lucas; Erick Pulgar (Thiago Maia), Victor Hugo (Everton Ribeiro) e Gerson; Gabriel Barbosa (Everton Cebolinha), Bruno Henrique e Pedro. Técnico: Jorge Sampaoli.
  • SÃO PAULO - Rafael; Rafinha, Arboleda, Beraldo e Caio Paulista (Welington); Pablo Maia, Alisson (Gabi), Rodrigo Nestor (Michel Araujo) e Wellington Rato (Juan); Lucas Moura (Luciano) e Calleri. Técnico. Dorival Júnio
  • GOLS - Calleri (aos 45 do primeiro tempo)
  • CARTÕES AMARELOS - Léo Pereira, Victor Hugo (Flamengo); Alisson (São Paulo)
  • ARBITRAGEM - Anderson Daronco (Fifa/RS)
  • PÚBLICO - 60.390 pagantes (67.350 total)
  • RENDA - R$ 26.343.300,00
  • LOCAL - Maracanã, no Rio (RJ).

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