Justiça acolhe pedido de Gustavo Scarpa e Willian Bigode se torna réu em processo de criptomoedas


Com a decisão, a WLJC, empresa do jogador, entra como polo passivo e poderá arcar com prejuízo de R$ 6,3 milhões do meia do Nottingham Forest

Por Murillo César Alves
Atualização:

O caso de Gustavo Scarpa e Willian Bigode, que envolve investimento em criptomoedas, ganhou novo capítulo nesta semana. Em decisão da 10ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, publicada nesta sexta-feira, dia 30, Willian Bigode se tornará réu no processo, junto com sua mulher e sócia Loisy Coelho e outra sócia Camila Moreira de Biasi Fava na WLJC Consultoria e Gestão Empresarial.

Scarpa tenta reaver R$ 6,3 milhões do aporte financeiro da XLand, que teria “sumido” com o dinheiro do jogador. O pedido, acatado pela Justiça, coloca Willian e suas duas sócias no polo passivo do processo. Segundo o juiz Daniel Fadel de Castro, a WLJC integra a mesma cadeia de fornecimento da XLand e, portanto, é vista como um polo passivo da transação. O processo movido por Scarpa e Mayke aponta que partiu de Willian e de sua sócia Camila Moreira de Biasi a sugestão de investimentos na XLand, que ofereceria uma rentabilidade de 2% a 5% sobre o valor investido. Scarpa aplicou R$ 6,3 milhões, enquanto Mayke e sua mulher, Rayanne de Almeida, investiram R$ 4.583.789,31.

“É indiscutível nos autos a relação de consumo estabelecida entre as partes, consistente na prestação de serviços de intermediação para compra e venda de criptomoedas e custódia de valores por meio de depósitos operados por plataforma digital”, afirma o magistrado. Com essa decisão, tanto Willian quanto suas sócias ficarão responsáveis por arcar com as perdas de Scarpa com a XLand.

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Willian e Gustavo Scarpa foram companheiros no Palmeiras. Foto: Cesar Greco/ SE Palmeiras

Atualmente no Athletico-PR, Willian Bigode iniciou sua relação com Scarpa quando ambos atuavam no Palmeiras. Além deles, o lateral Mayke também move processo contra a XLand. O magistrado destacou que Scarpa não obteve sucesso na localização de bens das empresas que respondem pelo processo, sem conseguir garantias financeiras que pudessem satisfazer seu crédito.

“O fato de o contrato ser formalizado pelo autor apenas com a empresa Xland, não afasta a eventual responsabilidade solidária da WLJC, pelos alegados prejuízos materiais causados ao consumidor, eis que aproximou o cliente da prestadora de serviços e, portanto, participou da cadeia de fornecedores, sobrevindo daí, em tese, sua legitimidade solidária pelos danos porventura sofridos pelo consumidor”, escreve Castro.

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Destaca-se, na decisão, que a empresa de Willian Bigode atuou como interlocutora para convencer Scarpa a realizar o investimento em criptomoedas, com o aporte milionário da XLand. Em abril, o Estadão revelou troca de mensagens entre os jogadores, que compõem o conjunto probatório que a defesa de Scarpa juntou aos autos para demonstrar envolvimento da empresa de Willian na fraude.

“Ressalto que há extensas trocas de mensagens via aplicativo WhatsApp entre o autor e a sócia Camila, bem como entre o autor e o sócio Willian, sequer contestadas pelos réus, claramente intermediando as negociações de investimento, com o envio do contrato, orientação acerca dos valores para investimento e mesmo indicando a conta para os depósitos, a evidenciar captação”, afirma o juiz em sua decisão.

Há comprovação, inclusive, da evolução de relacionamento entre as partes, desde o início das negociações, com os depósitos, até o momento em que o autor se sentiu lesado

Daniel Fadel de Castro, juiz da 10ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo

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A defesa de Willian, liderada pelo advogado Bruno Santana, deve entrar com recurso contra a decisão do magistrado ainda nesta sexta-feira. Em março, o atacante afirmou que também foi vítima na fraude e teria perdido R$ 17,5 milhões em investimento semelhante ao dos ex-companheiros de Palmeiras.

“A bem da verdade, existem algumas contradições e omissões no bojo da decisão proferida, da qual, já foi enfrentada por recurso protocolado hoje pela manhã nos autos do processo”, diz Bruno Santana. “Após o pronunciamento do magistrado acerca do recurso apresentado, a questão será reavaliada, diante da convicção que temos da inexistência de responsabilidade de William e seus sócios acerca de negócios firmados entre terceiros”, completa.

A reportagem do Estadão entrou em contato com a defesa de Gustavo Scarpa, mas ainda não obteve resposta. Caso aconteça, a matéria será devidamente atualizada.

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Entenda o caso

Os problemas com a XLand começaram em meados de 2022, quando os jogadores do Palmeiras tentaram resgatar a rentabilidade, mas não tiveram sucesso após seguidas negativas e adiamentos da XLand. Mais tarde, eles tentaram romper o contrato, mas também não receberam o valor devido.

Após seguidos contatos com os sócios da XLand, Jean do Carmo Ribeiro e Gabriel de Souza Nascimento, com Willian e Camila e um coach de gestão financeira, Marçal Siqueira, que tinha parceira com a empresa acreana, Scarpa e Mayke procuraram seus advogados e registraram um boletim de ocorrência. Desde então, o processo corre na Justiça paulista, ainda sem decisões proferidas sobre culpabilidade dos réus.

O caso de Gustavo Scarpa e Willian Bigode, que envolve investimento em criptomoedas, ganhou novo capítulo nesta semana. Em decisão da 10ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, publicada nesta sexta-feira, dia 30, Willian Bigode se tornará réu no processo, junto com sua mulher e sócia Loisy Coelho e outra sócia Camila Moreira de Biasi Fava na WLJC Consultoria e Gestão Empresarial.

Scarpa tenta reaver R$ 6,3 milhões do aporte financeiro da XLand, que teria “sumido” com o dinheiro do jogador. O pedido, acatado pela Justiça, coloca Willian e suas duas sócias no polo passivo do processo. Segundo o juiz Daniel Fadel de Castro, a WLJC integra a mesma cadeia de fornecimento da XLand e, portanto, é vista como um polo passivo da transação. O processo movido por Scarpa e Mayke aponta que partiu de Willian e de sua sócia Camila Moreira de Biasi a sugestão de investimentos na XLand, que ofereceria uma rentabilidade de 2% a 5% sobre o valor investido. Scarpa aplicou R$ 6,3 milhões, enquanto Mayke e sua mulher, Rayanne de Almeida, investiram R$ 4.583.789,31.

“É indiscutível nos autos a relação de consumo estabelecida entre as partes, consistente na prestação de serviços de intermediação para compra e venda de criptomoedas e custódia de valores por meio de depósitos operados por plataforma digital”, afirma o magistrado. Com essa decisão, tanto Willian quanto suas sócias ficarão responsáveis por arcar com as perdas de Scarpa com a XLand.

Willian e Gustavo Scarpa foram companheiros no Palmeiras. Foto: Cesar Greco/ SE Palmeiras

Atualmente no Athletico-PR, Willian Bigode iniciou sua relação com Scarpa quando ambos atuavam no Palmeiras. Além deles, o lateral Mayke também move processo contra a XLand. O magistrado destacou que Scarpa não obteve sucesso na localização de bens das empresas que respondem pelo processo, sem conseguir garantias financeiras que pudessem satisfazer seu crédito.

“O fato de o contrato ser formalizado pelo autor apenas com a empresa Xland, não afasta a eventual responsabilidade solidária da WLJC, pelos alegados prejuízos materiais causados ao consumidor, eis que aproximou o cliente da prestadora de serviços e, portanto, participou da cadeia de fornecedores, sobrevindo daí, em tese, sua legitimidade solidária pelos danos porventura sofridos pelo consumidor”, escreve Castro.

Destaca-se, na decisão, que a empresa de Willian Bigode atuou como interlocutora para convencer Scarpa a realizar o investimento em criptomoedas, com o aporte milionário da XLand. Em abril, o Estadão revelou troca de mensagens entre os jogadores, que compõem o conjunto probatório que a defesa de Scarpa juntou aos autos para demonstrar envolvimento da empresa de Willian na fraude.

“Ressalto que há extensas trocas de mensagens via aplicativo WhatsApp entre o autor e a sócia Camila, bem como entre o autor e o sócio Willian, sequer contestadas pelos réus, claramente intermediando as negociações de investimento, com o envio do contrato, orientação acerca dos valores para investimento e mesmo indicando a conta para os depósitos, a evidenciar captação”, afirma o juiz em sua decisão.

Há comprovação, inclusive, da evolução de relacionamento entre as partes, desde o início das negociações, com os depósitos, até o momento em que o autor se sentiu lesado

Daniel Fadel de Castro, juiz da 10ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo

A defesa de Willian, liderada pelo advogado Bruno Santana, deve entrar com recurso contra a decisão do magistrado ainda nesta sexta-feira. Em março, o atacante afirmou que também foi vítima na fraude e teria perdido R$ 17,5 milhões em investimento semelhante ao dos ex-companheiros de Palmeiras.

“A bem da verdade, existem algumas contradições e omissões no bojo da decisão proferida, da qual, já foi enfrentada por recurso protocolado hoje pela manhã nos autos do processo”, diz Bruno Santana. “Após o pronunciamento do magistrado acerca do recurso apresentado, a questão será reavaliada, diante da convicção que temos da inexistência de responsabilidade de William e seus sócios acerca de negócios firmados entre terceiros”, completa.

A reportagem do Estadão entrou em contato com a defesa de Gustavo Scarpa, mas ainda não obteve resposta. Caso aconteça, a matéria será devidamente atualizada.

Entenda o caso

Os problemas com a XLand começaram em meados de 2022, quando os jogadores do Palmeiras tentaram resgatar a rentabilidade, mas não tiveram sucesso após seguidas negativas e adiamentos da XLand. Mais tarde, eles tentaram romper o contrato, mas também não receberam o valor devido.

Após seguidos contatos com os sócios da XLand, Jean do Carmo Ribeiro e Gabriel de Souza Nascimento, com Willian e Camila e um coach de gestão financeira, Marçal Siqueira, que tinha parceira com a empresa acreana, Scarpa e Mayke procuraram seus advogados e registraram um boletim de ocorrência. Desde então, o processo corre na Justiça paulista, ainda sem decisões proferidas sobre culpabilidade dos réus.

O caso de Gustavo Scarpa e Willian Bigode, que envolve investimento em criptomoedas, ganhou novo capítulo nesta semana. Em decisão da 10ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, publicada nesta sexta-feira, dia 30, Willian Bigode se tornará réu no processo, junto com sua mulher e sócia Loisy Coelho e outra sócia Camila Moreira de Biasi Fava na WLJC Consultoria e Gestão Empresarial.

Scarpa tenta reaver R$ 6,3 milhões do aporte financeiro da XLand, que teria “sumido” com o dinheiro do jogador. O pedido, acatado pela Justiça, coloca Willian e suas duas sócias no polo passivo do processo. Segundo o juiz Daniel Fadel de Castro, a WLJC integra a mesma cadeia de fornecimento da XLand e, portanto, é vista como um polo passivo da transação. O processo movido por Scarpa e Mayke aponta que partiu de Willian e de sua sócia Camila Moreira de Biasi a sugestão de investimentos na XLand, que ofereceria uma rentabilidade de 2% a 5% sobre o valor investido. Scarpa aplicou R$ 6,3 milhões, enquanto Mayke e sua mulher, Rayanne de Almeida, investiram R$ 4.583.789,31.

“É indiscutível nos autos a relação de consumo estabelecida entre as partes, consistente na prestação de serviços de intermediação para compra e venda de criptomoedas e custódia de valores por meio de depósitos operados por plataforma digital”, afirma o magistrado. Com essa decisão, tanto Willian quanto suas sócias ficarão responsáveis por arcar com as perdas de Scarpa com a XLand.

Willian e Gustavo Scarpa foram companheiros no Palmeiras. Foto: Cesar Greco/ SE Palmeiras

Atualmente no Athletico-PR, Willian Bigode iniciou sua relação com Scarpa quando ambos atuavam no Palmeiras. Além deles, o lateral Mayke também move processo contra a XLand. O magistrado destacou que Scarpa não obteve sucesso na localização de bens das empresas que respondem pelo processo, sem conseguir garantias financeiras que pudessem satisfazer seu crédito.

“O fato de o contrato ser formalizado pelo autor apenas com a empresa Xland, não afasta a eventual responsabilidade solidária da WLJC, pelos alegados prejuízos materiais causados ao consumidor, eis que aproximou o cliente da prestadora de serviços e, portanto, participou da cadeia de fornecedores, sobrevindo daí, em tese, sua legitimidade solidária pelos danos porventura sofridos pelo consumidor”, escreve Castro.

Destaca-se, na decisão, que a empresa de Willian Bigode atuou como interlocutora para convencer Scarpa a realizar o investimento em criptomoedas, com o aporte milionário da XLand. Em abril, o Estadão revelou troca de mensagens entre os jogadores, que compõem o conjunto probatório que a defesa de Scarpa juntou aos autos para demonstrar envolvimento da empresa de Willian na fraude.

“Ressalto que há extensas trocas de mensagens via aplicativo WhatsApp entre o autor e a sócia Camila, bem como entre o autor e o sócio Willian, sequer contestadas pelos réus, claramente intermediando as negociações de investimento, com o envio do contrato, orientação acerca dos valores para investimento e mesmo indicando a conta para os depósitos, a evidenciar captação”, afirma o juiz em sua decisão.

Há comprovação, inclusive, da evolução de relacionamento entre as partes, desde o início das negociações, com os depósitos, até o momento em que o autor se sentiu lesado

Daniel Fadel de Castro, juiz da 10ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo

A defesa de Willian, liderada pelo advogado Bruno Santana, deve entrar com recurso contra a decisão do magistrado ainda nesta sexta-feira. Em março, o atacante afirmou que também foi vítima na fraude e teria perdido R$ 17,5 milhões em investimento semelhante ao dos ex-companheiros de Palmeiras.

“A bem da verdade, existem algumas contradições e omissões no bojo da decisão proferida, da qual, já foi enfrentada por recurso protocolado hoje pela manhã nos autos do processo”, diz Bruno Santana. “Após o pronunciamento do magistrado acerca do recurso apresentado, a questão será reavaliada, diante da convicção que temos da inexistência de responsabilidade de William e seus sócios acerca de negócios firmados entre terceiros”, completa.

A reportagem do Estadão entrou em contato com a defesa de Gustavo Scarpa, mas ainda não obteve resposta. Caso aconteça, a matéria será devidamente atualizada.

Entenda o caso

Os problemas com a XLand começaram em meados de 2022, quando os jogadores do Palmeiras tentaram resgatar a rentabilidade, mas não tiveram sucesso após seguidas negativas e adiamentos da XLand. Mais tarde, eles tentaram romper o contrato, mas também não receberam o valor devido.

Após seguidos contatos com os sócios da XLand, Jean do Carmo Ribeiro e Gabriel de Souza Nascimento, com Willian e Camila e um coach de gestão financeira, Marçal Siqueira, que tinha parceira com a empresa acreana, Scarpa e Mayke procuraram seus advogados e registraram um boletim de ocorrência. Desde então, o processo corre na Justiça paulista, ainda sem decisões proferidas sobre culpabilidade dos réus.

O caso de Gustavo Scarpa e Willian Bigode, que envolve investimento em criptomoedas, ganhou novo capítulo nesta semana. Em decisão da 10ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, publicada nesta sexta-feira, dia 30, Willian Bigode se tornará réu no processo, junto com sua mulher e sócia Loisy Coelho e outra sócia Camila Moreira de Biasi Fava na WLJC Consultoria e Gestão Empresarial.

Scarpa tenta reaver R$ 6,3 milhões do aporte financeiro da XLand, que teria “sumido” com o dinheiro do jogador. O pedido, acatado pela Justiça, coloca Willian e suas duas sócias no polo passivo do processo. Segundo o juiz Daniel Fadel de Castro, a WLJC integra a mesma cadeia de fornecimento da XLand e, portanto, é vista como um polo passivo da transação. O processo movido por Scarpa e Mayke aponta que partiu de Willian e de sua sócia Camila Moreira de Biasi a sugestão de investimentos na XLand, que ofereceria uma rentabilidade de 2% a 5% sobre o valor investido. Scarpa aplicou R$ 6,3 milhões, enquanto Mayke e sua mulher, Rayanne de Almeida, investiram R$ 4.583.789,31.

“É indiscutível nos autos a relação de consumo estabelecida entre as partes, consistente na prestação de serviços de intermediação para compra e venda de criptomoedas e custódia de valores por meio de depósitos operados por plataforma digital”, afirma o magistrado. Com essa decisão, tanto Willian quanto suas sócias ficarão responsáveis por arcar com as perdas de Scarpa com a XLand.

Willian e Gustavo Scarpa foram companheiros no Palmeiras. Foto: Cesar Greco/ SE Palmeiras

Atualmente no Athletico-PR, Willian Bigode iniciou sua relação com Scarpa quando ambos atuavam no Palmeiras. Além deles, o lateral Mayke também move processo contra a XLand. O magistrado destacou que Scarpa não obteve sucesso na localização de bens das empresas que respondem pelo processo, sem conseguir garantias financeiras que pudessem satisfazer seu crédito.

“O fato de o contrato ser formalizado pelo autor apenas com a empresa Xland, não afasta a eventual responsabilidade solidária da WLJC, pelos alegados prejuízos materiais causados ao consumidor, eis que aproximou o cliente da prestadora de serviços e, portanto, participou da cadeia de fornecedores, sobrevindo daí, em tese, sua legitimidade solidária pelos danos porventura sofridos pelo consumidor”, escreve Castro.

Destaca-se, na decisão, que a empresa de Willian Bigode atuou como interlocutora para convencer Scarpa a realizar o investimento em criptomoedas, com o aporte milionário da XLand. Em abril, o Estadão revelou troca de mensagens entre os jogadores, que compõem o conjunto probatório que a defesa de Scarpa juntou aos autos para demonstrar envolvimento da empresa de Willian na fraude.

“Ressalto que há extensas trocas de mensagens via aplicativo WhatsApp entre o autor e a sócia Camila, bem como entre o autor e o sócio Willian, sequer contestadas pelos réus, claramente intermediando as negociações de investimento, com o envio do contrato, orientação acerca dos valores para investimento e mesmo indicando a conta para os depósitos, a evidenciar captação”, afirma o juiz em sua decisão.

Há comprovação, inclusive, da evolução de relacionamento entre as partes, desde o início das negociações, com os depósitos, até o momento em que o autor se sentiu lesado

Daniel Fadel de Castro, juiz da 10ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo

A defesa de Willian, liderada pelo advogado Bruno Santana, deve entrar com recurso contra a decisão do magistrado ainda nesta sexta-feira. Em março, o atacante afirmou que também foi vítima na fraude e teria perdido R$ 17,5 milhões em investimento semelhante ao dos ex-companheiros de Palmeiras.

“A bem da verdade, existem algumas contradições e omissões no bojo da decisão proferida, da qual, já foi enfrentada por recurso protocolado hoje pela manhã nos autos do processo”, diz Bruno Santana. “Após o pronunciamento do magistrado acerca do recurso apresentado, a questão será reavaliada, diante da convicção que temos da inexistência de responsabilidade de William e seus sócios acerca de negócios firmados entre terceiros”, completa.

A reportagem do Estadão entrou em contato com a defesa de Gustavo Scarpa, mas ainda não obteve resposta. Caso aconteça, a matéria será devidamente atualizada.

Entenda o caso

Os problemas com a XLand começaram em meados de 2022, quando os jogadores do Palmeiras tentaram resgatar a rentabilidade, mas não tiveram sucesso após seguidas negativas e adiamentos da XLand. Mais tarde, eles tentaram romper o contrato, mas também não receberam o valor devido.

Após seguidos contatos com os sócios da XLand, Jean do Carmo Ribeiro e Gabriel de Souza Nascimento, com Willian e Camila e um coach de gestão financeira, Marçal Siqueira, que tinha parceira com a empresa acreana, Scarpa e Mayke procuraram seus advogados e registraram um boletim de ocorrência. Desde então, o processo corre na Justiça paulista, ainda sem decisões proferidas sobre culpabilidade dos réus.

O caso de Gustavo Scarpa e Willian Bigode, que envolve investimento em criptomoedas, ganhou novo capítulo nesta semana. Em decisão da 10ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, publicada nesta sexta-feira, dia 30, Willian Bigode se tornará réu no processo, junto com sua mulher e sócia Loisy Coelho e outra sócia Camila Moreira de Biasi Fava na WLJC Consultoria e Gestão Empresarial.

Scarpa tenta reaver R$ 6,3 milhões do aporte financeiro da XLand, que teria “sumido” com o dinheiro do jogador. O pedido, acatado pela Justiça, coloca Willian e suas duas sócias no polo passivo do processo. Segundo o juiz Daniel Fadel de Castro, a WLJC integra a mesma cadeia de fornecimento da XLand e, portanto, é vista como um polo passivo da transação. O processo movido por Scarpa e Mayke aponta que partiu de Willian e de sua sócia Camila Moreira de Biasi a sugestão de investimentos na XLand, que ofereceria uma rentabilidade de 2% a 5% sobre o valor investido. Scarpa aplicou R$ 6,3 milhões, enquanto Mayke e sua mulher, Rayanne de Almeida, investiram R$ 4.583.789,31.

“É indiscutível nos autos a relação de consumo estabelecida entre as partes, consistente na prestação de serviços de intermediação para compra e venda de criptomoedas e custódia de valores por meio de depósitos operados por plataforma digital”, afirma o magistrado. Com essa decisão, tanto Willian quanto suas sócias ficarão responsáveis por arcar com as perdas de Scarpa com a XLand.

Willian e Gustavo Scarpa foram companheiros no Palmeiras. Foto: Cesar Greco/ SE Palmeiras

Atualmente no Athletico-PR, Willian Bigode iniciou sua relação com Scarpa quando ambos atuavam no Palmeiras. Além deles, o lateral Mayke também move processo contra a XLand. O magistrado destacou que Scarpa não obteve sucesso na localização de bens das empresas que respondem pelo processo, sem conseguir garantias financeiras que pudessem satisfazer seu crédito.

“O fato de o contrato ser formalizado pelo autor apenas com a empresa Xland, não afasta a eventual responsabilidade solidária da WLJC, pelos alegados prejuízos materiais causados ao consumidor, eis que aproximou o cliente da prestadora de serviços e, portanto, participou da cadeia de fornecedores, sobrevindo daí, em tese, sua legitimidade solidária pelos danos porventura sofridos pelo consumidor”, escreve Castro.

Destaca-se, na decisão, que a empresa de Willian Bigode atuou como interlocutora para convencer Scarpa a realizar o investimento em criptomoedas, com o aporte milionário da XLand. Em abril, o Estadão revelou troca de mensagens entre os jogadores, que compõem o conjunto probatório que a defesa de Scarpa juntou aos autos para demonstrar envolvimento da empresa de Willian na fraude.

“Ressalto que há extensas trocas de mensagens via aplicativo WhatsApp entre o autor e a sócia Camila, bem como entre o autor e o sócio Willian, sequer contestadas pelos réus, claramente intermediando as negociações de investimento, com o envio do contrato, orientação acerca dos valores para investimento e mesmo indicando a conta para os depósitos, a evidenciar captação”, afirma o juiz em sua decisão.

Há comprovação, inclusive, da evolução de relacionamento entre as partes, desde o início das negociações, com os depósitos, até o momento em que o autor se sentiu lesado

Daniel Fadel de Castro, juiz da 10ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo

A defesa de Willian, liderada pelo advogado Bruno Santana, deve entrar com recurso contra a decisão do magistrado ainda nesta sexta-feira. Em março, o atacante afirmou que também foi vítima na fraude e teria perdido R$ 17,5 milhões em investimento semelhante ao dos ex-companheiros de Palmeiras.

“A bem da verdade, existem algumas contradições e omissões no bojo da decisão proferida, da qual, já foi enfrentada por recurso protocolado hoje pela manhã nos autos do processo”, diz Bruno Santana. “Após o pronunciamento do magistrado acerca do recurso apresentado, a questão será reavaliada, diante da convicção que temos da inexistência de responsabilidade de William e seus sócios acerca de negócios firmados entre terceiros”, completa.

A reportagem do Estadão entrou em contato com a defesa de Gustavo Scarpa, mas ainda não obteve resposta. Caso aconteça, a matéria será devidamente atualizada.

Entenda o caso

Os problemas com a XLand começaram em meados de 2022, quando os jogadores do Palmeiras tentaram resgatar a rentabilidade, mas não tiveram sucesso após seguidas negativas e adiamentos da XLand. Mais tarde, eles tentaram romper o contrato, mas também não receberam o valor devido.

Após seguidos contatos com os sócios da XLand, Jean do Carmo Ribeiro e Gabriel de Souza Nascimento, com Willian e Camila e um coach de gestão financeira, Marçal Siqueira, que tinha parceira com a empresa acreana, Scarpa e Mayke procuraram seus advogados e registraram um boletim de ocorrência. Desde então, o processo corre na Justiça paulista, ainda sem decisões proferidas sobre culpabilidade dos réus.

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