ENVIADO ESPECIAL A DOHA (CATAR) - Tite ainda não definiu quem serão os titulares da seleção brasileira que vão enfrentar a Sérvia na estreia do Brasil na Copa do Mundo do Catar, na próxima quinta-feira, mas não é exagero afirmar que quase a totalidade deles passará os próximos dias sentados lado a lado no Grand Hamad Stadium, onde fica o CT da equipe no Catar. E a companhia será fundamental, uma vez que os familiares dos jogadores terão menos contato com eles neste Mundial.
Em Doha, o vestiário da seleção foi configurado para receber, em ordem, Danilo, Thiago Silva, Marquinhos, Casemiro, Alex Sandro, Fred, Richarlison, Neymar, Raphinha e Daniel Alves do mesmo lado; e Bruno Guimarães, Gabriel Jesus, Antony, Vini Jr., Bremer, Everton Ribeiro, Rodrygo, Pedro e Martinelli do outro, de frente para eles. Eder Militão, Fabinho e Alex Telles ficam ao fundo da parede com formato em “U”, enquanto os goleiros são os primeiros a terem seus lugares logo da entrada do vestiário.
O CT da seleção brasileira foi aberto à visitação da imprensa neste sábado, horas antes da chegada da delegação à Doha. O espaço, que pertence ao clube Al Arabi, tem tudo o que Tite e sua comissão técnica precisam para conduzir os trabalhos, a começar por um gramado impecável e muita privacidade.
O estádio tem capacidade para 12 mil pessoas, mas passará as próximas quatro semanas recebendo menos de um décimo disso. Apenas jornalistas credenciados pela Fifa - há lugar reservado para 300 deles nas tribunas -, além de familiares e convidados, terão acesso. E isso apenas em alguns treinos.
O CT é equipado com uma boa academia, ainda que, assim como há quatro anos, na Rússia, a seleção tenha montado uma maior no hotel em que se hospeda; área para recuperação de atletas; e salas separadas para a comissão técnica e a equipe médica.
Há ainda uma enorme área de convivência, com poltronas confortáveis e mesas de jogos. É apenas lá que os jogadores poderão ter contato com seus familiares - há quatro anos, havia uma área no próprio hotel da seleção para isso.
Dois fatores pesaram para a mudança. Na Copa do Mundo da Rússia, o período de preparação foi muito maior, e havia o temor de que o isolamento dos familiares por um período que podia chegar a quase 50 dias prejudicasse a concentração dos atletas. O outro fator é consequência do primeiro, uma vez que a avaliação interna de Tite e de seus auxiliares é de que muito contato poderia tirar o foco.
Curiosamente, o vizinho mais próximo da seleção brasileira em Doha será justamente o adversário da estreia: o CT da Sérvia fica do outro lado da rua, em instalações que também pertencem ao Al Arabi.