Simon se mostra otimista com árbitro de vídeo: 'Erros vão diminuir com o VAR'


Ex-árbitro faz balanço positivo de novidade utilizada na Copa do Mundo da Rússia

Por Moscou
Atualização:

Carlos Eugênio Simon comandou nada menos do que 1.198 partidas em sua carreira como árbitro de futebol. Foram três Copas do Mundo (2002, 2006 e 2010) e muita experiência para conversar sobre a atuação dos juízes na primeira fase do Mundial da Rússia. Hoje, Simon está na Rússia, onde é comentarista de arbitragem para o canal Fox Sports Brasil, e recebeu a reportagem do Estado para uma conversa em Moscou.

+ Arnaldo Cezar Coelho faz críticas ao uso do VAR: 'Tem sido uma muleta'

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+ José Roberto Wright desaprova o VAR: 'Do jeito que está, o erro é duplo'

Qual é o balanço da arbitragem na primeira fase da Copa?

Essa é a primeira Copa do Mundo que temos opção do árbitro de vídeo (VAR). Eu sou favorável a tudo o que possa legitimar o resultado de um jogo. Portanto, sou favorável ao uso da tecnologia no futebol. Várias decisões foram tomadas corretamente devido à intervenção do VAR. Foram 24 pênaltis marcados em 48 jogos na primeira fase e nove deles tiveram a interferência do árbitro de vídeo. O balanço é muito positivo e a arbitragem segue no caminho correto.

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Carlos Eugênio Simon. Foto: Fabio Motta/Estadão

Você acha que o VAR precisa de algum tipo de ajuste?

Veja, talvez seja necessário padronizar protocolos dessa interferência positiva. No jogo entre Peru e Dinamarca, o Cueva sofreu pênalti não marcado, o árbitro de campo buscou o auxílio do VAR e a decisão final, correta, demorou um minuto e doze segundos, tempo muito bom. Já em Arábia Saudita e Egito, para mim não houve a penalidade no gol da Arábia, o centroavante puxa o adversário primeiro. Até a validação do pênalti, foram mais de quatro minutos, muito tempo.

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Tem algum tempo predeterminado para resolver as dúvidas?

Não tem. A regra só diz que o árbitro deverá acrescentar no final do tempo os minutos de paralisação por causa do auxílio do VAR.

Você acha que os árbitros de campo e do VAR já traçaram uma rotina informal para facilitar o trabalho?

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Não tem isso. Tudo é seguido de acordo com as regras. Hoje, são oito árbitros trabalhando em jogo na Copa do Mundo. Quatro em campo e quatro na sala do VAR, aqui no IBC, que fica pertinho do estúdio da Fox. Eu vi como funciona, mas tem uma coisa que não vai acabar, que é a interpretação, a subjetividade de um lance.

Então erros vão acontecer?

O lance factual, o VAR vai corrigir. Como o pênalti assinalado sobre o Salah (Mohamed Salah sofreu falta dentro da área no jogo Rússia 3 a 1 Egito e o juiz havia marcado falta fora da área). Ele nem foi ver na TV, apenas escutou no ponto eletrônico e corrigiu a marcação, evitando um erro grave. Mas outros lances são mais difíceis. Aqui, conversando com ex-jogadores, ex-juízes, ex-técnicos e também jornalistas, cada um tem uma opinião diferente sobre determinado lance e isso vai continuar.

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Então não tem como acabar com os erros de arbitragem?

O árbitro de vídeo não é a solução para todos os problemas do futebol. Perfeição é só com o “Velhinho” lá de cima. Os erros vão diminuir, mas as discussões vão continuar.

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Por que um lance de mão na bola o juiz marca pênalti no Brasil e em um lance parecido na Copa outro árbitro não assinala?

A arbitragem em uma Copa do Mundo é diferente de todos as outras, do Campeonato Brasileiro, Gaúcho, Paulista, Argentino, Inglês, Espanhol. Houve um lance de bola na mão na vitória da Argentina por 2 a 1 sobre a Nigéria. O Marcos Rojo não teve nenhuma intenção, ação deliberada ou antinatural que justificasse a marcação do pênalti. O juiz acertou, nem precisava do VAR.

Um árbitro está preparado psicologicamente para ouvir que errou?

O juiz de futebol precisa, acima de tudo, de humildade. Eu queria ter apitado com o VAR. Depois que encerrei minha carreira, revi alguns lances, vi que errei e pedi desculpas publicamente. Sou ser humano, errei e pedi perdão. Veja, nesse Mundial, o Cristiano Ronaldo e o Messi, que são dois dos maiores jogadores da história, perderam pênaltis, erraram. O árbitro também vai errar. Por isso, é preciso que a Comissão de Arbitragem da Fifa tenha uma conversa franca, de peito aberto, com todos, para que aceitem a ajuda do VAR.

O que você achou das duas partidas apitadas pelo trio brasileiro?

Sandro Meira Ricci, Emerson de Carvalho e Marcelo Van Gasse tiveram atuações ótimas. Eles apitaram Croácia x Nigéria e França x Dinamarca. Estamos todos torcendo para o Brasil ir para a final e ser campeão, mas, caso a seleção seja eliminada, eles poderão, e merecem, apitar jogos das fases mais agudas do torneio.

O que você espera das arbitragens nas fases finais?

Esses jogos serão mais difíceis e com o uso do VAR tudo ficará melhor para o árbitro. Até agora, foram apenas três expulsões, os jogadores estão pensando melhor porque sabem que tem câmeras. Acho que todos os atletas vão assimilar isso e vão rever, por exemplo, aquela história de agarra-agarra dentro da área. O VAR veio para ajudar. E, na Copa do Mundo de 2022, no Catar, tudo estará bem melhor.

Carlos Eugênio Simon comandou nada menos do que 1.198 partidas em sua carreira como árbitro de futebol. Foram três Copas do Mundo (2002, 2006 e 2010) e muita experiência para conversar sobre a atuação dos juízes na primeira fase do Mundial da Rússia. Hoje, Simon está na Rússia, onde é comentarista de arbitragem para o canal Fox Sports Brasil, e recebeu a reportagem do Estado para uma conversa em Moscou.

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Qual é o balanço da arbitragem na primeira fase da Copa?

Essa é a primeira Copa do Mundo que temos opção do árbitro de vídeo (VAR). Eu sou favorável a tudo o que possa legitimar o resultado de um jogo. Portanto, sou favorável ao uso da tecnologia no futebol. Várias decisões foram tomadas corretamente devido à intervenção do VAR. Foram 24 pênaltis marcados em 48 jogos na primeira fase e nove deles tiveram a interferência do árbitro de vídeo. O balanço é muito positivo e a arbitragem segue no caminho correto.

Carlos Eugênio Simon. Foto: Fabio Motta/Estadão

Você acha que o VAR precisa de algum tipo de ajuste?

Veja, talvez seja necessário padronizar protocolos dessa interferência positiva. No jogo entre Peru e Dinamarca, o Cueva sofreu pênalti não marcado, o árbitro de campo buscou o auxílio do VAR e a decisão final, correta, demorou um minuto e doze segundos, tempo muito bom. Já em Arábia Saudita e Egito, para mim não houve a penalidade no gol da Arábia, o centroavante puxa o adversário primeiro. Até a validação do pênalti, foram mais de quatro minutos, muito tempo.

Tem algum tempo predeterminado para resolver as dúvidas?

Não tem. A regra só diz que o árbitro deverá acrescentar no final do tempo os minutos de paralisação por causa do auxílio do VAR.

Você acha que os árbitros de campo e do VAR já traçaram uma rotina informal para facilitar o trabalho?

Não tem isso. Tudo é seguido de acordo com as regras. Hoje, são oito árbitros trabalhando em jogo na Copa do Mundo. Quatro em campo e quatro na sala do VAR, aqui no IBC, que fica pertinho do estúdio da Fox. Eu vi como funciona, mas tem uma coisa que não vai acabar, que é a interpretação, a subjetividade de um lance.

Então erros vão acontecer?

O lance factual, o VAR vai corrigir. Como o pênalti assinalado sobre o Salah (Mohamed Salah sofreu falta dentro da área no jogo Rússia 3 a 1 Egito e o juiz havia marcado falta fora da área). Ele nem foi ver na TV, apenas escutou no ponto eletrônico e corrigiu a marcação, evitando um erro grave. Mas outros lances são mais difíceis. Aqui, conversando com ex-jogadores, ex-juízes, ex-técnicos e também jornalistas, cada um tem uma opinião diferente sobre determinado lance e isso vai continuar.

Então não tem como acabar com os erros de arbitragem?

O árbitro de vídeo não é a solução para todos os problemas do futebol. Perfeição é só com o “Velhinho” lá de cima. Os erros vão diminuir, mas as discussões vão continuar.

Por que um lance de mão na bola o juiz marca pênalti no Brasil e em um lance parecido na Copa outro árbitro não assinala?

A arbitragem em uma Copa do Mundo é diferente de todos as outras, do Campeonato Brasileiro, Gaúcho, Paulista, Argentino, Inglês, Espanhol. Houve um lance de bola na mão na vitória da Argentina por 2 a 1 sobre a Nigéria. O Marcos Rojo não teve nenhuma intenção, ação deliberada ou antinatural que justificasse a marcação do pênalti. O juiz acertou, nem precisava do VAR.

Um árbitro está preparado psicologicamente para ouvir que errou?

O juiz de futebol precisa, acima de tudo, de humildade. Eu queria ter apitado com o VAR. Depois que encerrei minha carreira, revi alguns lances, vi que errei e pedi desculpas publicamente. Sou ser humano, errei e pedi perdão. Veja, nesse Mundial, o Cristiano Ronaldo e o Messi, que são dois dos maiores jogadores da história, perderam pênaltis, erraram. O árbitro também vai errar. Por isso, é preciso que a Comissão de Arbitragem da Fifa tenha uma conversa franca, de peito aberto, com todos, para que aceitem a ajuda do VAR.

O que você achou das duas partidas apitadas pelo trio brasileiro?

Sandro Meira Ricci, Emerson de Carvalho e Marcelo Van Gasse tiveram atuações ótimas. Eles apitaram Croácia x Nigéria e França x Dinamarca. Estamos todos torcendo para o Brasil ir para a final e ser campeão, mas, caso a seleção seja eliminada, eles poderão, e merecem, apitar jogos das fases mais agudas do torneio.

O que você espera das arbitragens nas fases finais?

Esses jogos serão mais difíceis e com o uso do VAR tudo ficará melhor para o árbitro. Até agora, foram apenas três expulsões, os jogadores estão pensando melhor porque sabem que tem câmeras. Acho que todos os atletas vão assimilar isso e vão rever, por exemplo, aquela história de agarra-agarra dentro da área. O VAR veio para ajudar. E, na Copa do Mundo de 2022, no Catar, tudo estará bem melhor.

Carlos Eugênio Simon comandou nada menos do que 1.198 partidas em sua carreira como árbitro de futebol. Foram três Copas do Mundo (2002, 2006 e 2010) e muita experiência para conversar sobre a atuação dos juízes na primeira fase do Mundial da Rússia. Hoje, Simon está na Rússia, onde é comentarista de arbitragem para o canal Fox Sports Brasil, e recebeu a reportagem do Estado para uma conversa em Moscou.

+ Arnaldo Cezar Coelho faz críticas ao uso do VAR: 'Tem sido uma muleta'

+ José Roberto Wright desaprova o VAR: 'Do jeito que está, o erro é duplo'

Qual é o balanço da arbitragem na primeira fase da Copa?

Essa é a primeira Copa do Mundo que temos opção do árbitro de vídeo (VAR). Eu sou favorável a tudo o que possa legitimar o resultado de um jogo. Portanto, sou favorável ao uso da tecnologia no futebol. Várias decisões foram tomadas corretamente devido à intervenção do VAR. Foram 24 pênaltis marcados em 48 jogos na primeira fase e nove deles tiveram a interferência do árbitro de vídeo. O balanço é muito positivo e a arbitragem segue no caminho correto.

Carlos Eugênio Simon. Foto: Fabio Motta/Estadão

Você acha que o VAR precisa de algum tipo de ajuste?

Veja, talvez seja necessário padronizar protocolos dessa interferência positiva. No jogo entre Peru e Dinamarca, o Cueva sofreu pênalti não marcado, o árbitro de campo buscou o auxílio do VAR e a decisão final, correta, demorou um minuto e doze segundos, tempo muito bom. Já em Arábia Saudita e Egito, para mim não houve a penalidade no gol da Arábia, o centroavante puxa o adversário primeiro. Até a validação do pênalti, foram mais de quatro minutos, muito tempo.

Tem algum tempo predeterminado para resolver as dúvidas?

Não tem. A regra só diz que o árbitro deverá acrescentar no final do tempo os minutos de paralisação por causa do auxílio do VAR.

Você acha que os árbitros de campo e do VAR já traçaram uma rotina informal para facilitar o trabalho?

Não tem isso. Tudo é seguido de acordo com as regras. Hoje, são oito árbitros trabalhando em jogo na Copa do Mundo. Quatro em campo e quatro na sala do VAR, aqui no IBC, que fica pertinho do estúdio da Fox. Eu vi como funciona, mas tem uma coisa que não vai acabar, que é a interpretação, a subjetividade de um lance.

Então erros vão acontecer?

O lance factual, o VAR vai corrigir. Como o pênalti assinalado sobre o Salah (Mohamed Salah sofreu falta dentro da área no jogo Rússia 3 a 1 Egito e o juiz havia marcado falta fora da área). Ele nem foi ver na TV, apenas escutou no ponto eletrônico e corrigiu a marcação, evitando um erro grave. Mas outros lances são mais difíceis. Aqui, conversando com ex-jogadores, ex-juízes, ex-técnicos e também jornalistas, cada um tem uma opinião diferente sobre determinado lance e isso vai continuar.

Então não tem como acabar com os erros de arbitragem?

O árbitro de vídeo não é a solução para todos os problemas do futebol. Perfeição é só com o “Velhinho” lá de cima. Os erros vão diminuir, mas as discussões vão continuar.

Por que um lance de mão na bola o juiz marca pênalti no Brasil e em um lance parecido na Copa outro árbitro não assinala?

A arbitragem em uma Copa do Mundo é diferente de todos as outras, do Campeonato Brasileiro, Gaúcho, Paulista, Argentino, Inglês, Espanhol. Houve um lance de bola na mão na vitória da Argentina por 2 a 1 sobre a Nigéria. O Marcos Rojo não teve nenhuma intenção, ação deliberada ou antinatural que justificasse a marcação do pênalti. O juiz acertou, nem precisava do VAR.

Um árbitro está preparado psicologicamente para ouvir que errou?

O juiz de futebol precisa, acima de tudo, de humildade. Eu queria ter apitado com o VAR. Depois que encerrei minha carreira, revi alguns lances, vi que errei e pedi desculpas publicamente. Sou ser humano, errei e pedi perdão. Veja, nesse Mundial, o Cristiano Ronaldo e o Messi, que são dois dos maiores jogadores da história, perderam pênaltis, erraram. O árbitro também vai errar. Por isso, é preciso que a Comissão de Arbitragem da Fifa tenha uma conversa franca, de peito aberto, com todos, para que aceitem a ajuda do VAR.

O que você achou das duas partidas apitadas pelo trio brasileiro?

Sandro Meira Ricci, Emerson de Carvalho e Marcelo Van Gasse tiveram atuações ótimas. Eles apitaram Croácia x Nigéria e França x Dinamarca. Estamos todos torcendo para o Brasil ir para a final e ser campeão, mas, caso a seleção seja eliminada, eles poderão, e merecem, apitar jogos das fases mais agudas do torneio.

O que você espera das arbitragens nas fases finais?

Esses jogos serão mais difíceis e com o uso do VAR tudo ficará melhor para o árbitro. Até agora, foram apenas três expulsões, os jogadores estão pensando melhor porque sabem que tem câmeras. Acho que todos os atletas vão assimilar isso e vão rever, por exemplo, aquela história de agarra-agarra dentro da área. O VAR veio para ajudar. E, na Copa do Mundo de 2022, no Catar, tudo estará bem melhor.

Carlos Eugênio Simon comandou nada menos do que 1.198 partidas em sua carreira como árbitro de futebol. Foram três Copas do Mundo (2002, 2006 e 2010) e muita experiência para conversar sobre a atuação dos juízes na primeira fase do Mundial da Rússia. Hoje, Simon está na Rússia, onde é comentarista de arbitragem para o canal Fox Sports Brasil, e recebeu a reportagem do Estado para uma conversa em Moscou.

+ Arnaldo Cezar Coelho faz críticas ao uso do VAR: 'Tem sido uma muleta'

+ José Roberto Wright desaprova o VAR: 'Do jeito que está, o erro é duplo'

Qual é o balanço da arbitragem na primeira fase da Copa?

Essa é a primeira Copa do Mundo que temos opção do árbitro de vídeo (VAR). Eu sou favorável a tudo o que possa legitimar o resultado de um jogo. Portanto, sou favorável ao uso da tecnologia no futebol. Várias decisões foram tomadas corretamente devido à intervenção do VAR. Foram 24 pênaltis marcados em 48 jogos na primeira fase e nove deles tiveram a interferência do árbitro de vídeo. O balanço é muito positivo e a arbitragem segue no caminho correto.

Carlos Eugênio Simon. Foto: Fabio Motta/Estadão

Você acha que o VAR precisa de algum tipo de ajuste?

Veja, talvez seja necessário padronizar protocolos dessa interferência positiva. No jogo entre Peru e Dinamarca, o Cueva sofreu pênalti não marcado, o árbitro de campo buscou o auxílio do VAR e a decisão final, correta, demorou um minuto e doze segundos, tempo muito bom. Já em Arábia Saudita e Egito, para mim não houve a penalidade no gol da Arábia, o centroavante puxa o adversário primeiro. Até a validação do pênalti, foram mais de quatro minutos, muito tempo.

Tem algum tempo predeterminado para resolver as dúvidas?

Não tem. A regra só diz que o árbitro deverá acrescentar no final do tempo os minutos de paralisação por causa do auxílio do VAR.

Você acha que os árbitros de campo e do VAR já traçaram uma rotina informal para facilitar o trabalho?

Não tem isso. Tudo é seguido de acordo com as regras. Hoje, são oito árbitros trabalhando em jogo na Copa do Mundo. Quatro em campo e quatro na sala do VAR, aqui no IBC, que fica pertinho do estúdio da Fox. Eu vi como funciona, mas tem uma coisa que não vai acabar, que é a interpretação, a subjetividade de um lance.

Então erros vão acontecer?

O lance factual, o VAR vai corrigir. Como o pênalti assinalado sobre o Salah (Mohamed Salah sofreu falta dentro da área no jogo Rússia 3 a 1 Egito e o juiz havia marcado falta fora da área). Ele nem foi ver na TV, apenas escutou no ponto eletrônico e corrigiu a marcação, evitando um erro grave. Mas outros lances são mais difíceis. Aqui, conversando com ex-jogadores, ex-juízes, ex-técnicos e também jornalistas, cada um tem uma opinião diferente sobre determinado lance e isso vai continuar.

Então não tem como acabar com os erros de arbitragem?

O árbitro de vídeo não é a solução para todos os problemas do futebol. Perfeição é só com o “Velhinho” lá de cima. Os erros vão diminuir, mas as discussões vão continuar.

Por que um lance de mão na bola o juiz marca pênalti no Brasil e em um lance parecido na Copa outro árbitro não assinala?

A arbitragem em uma Copa do Mundo é diferente de todos as outras, do Campeonato Brasileiro, Gaúcho, Paulista, Argentino, Inglês, Espanhol. Houve um lance de bola na mão na vitória da Argentina por 2 a 1 sobre a Nigéria. O Marcos Rojo não teve nenhuma intenção, ação deliberada ou antinatural que justificasse a marcação do pênalti. O juiz acertou, nem precisava do VAR.

Um árbitro está preparado psicologicamente para ouvir que errou?

O juiz de futebol precisa, acima de tudo, de humildade. Eu queria ter apitado com o VAR. Depois que encerrei minha carreira, revi alguns lances, vi que errei e pedi desculpas publicamente. Sou ser humano, errei e pedi perdão. Veja, nesse Mundial, o Cristiano Ronaldo e o Messi, que são dois dos maiores jogadores da história, perderam pênaltis, erraram. O árbitro também vai errar. Por isso, é preciso que a Comissão de Arbitragem da Fifa tenha uma conversa franca, de peito aberto, com todos, para que aceitem a ajuda do VAR.

O que você achou das duas partidas apitadas pelo trio brasileiro?

Sandro Meira Ricci, Emerson de Carvalho e Marcelo Van Gasse tiveram atuações ótimas. Eles apitaram Croácia x Nigéria e França x Dinamarca. Estamos todos torcendo para o Brasil ir para a final e ser campeão, mas, caso a seleção seja eliminada, eles poderão, e merecem, apitar jogos das fases mais agudas do torneio.

O que você espera das arbitragens nas fases finais?

Esses jogos serão mais difíceis e com o uso do VAR tudo ficará melhor para o árbitro. Até agora, foram apenas três expulsões, os jogadores estão pensando melhor porque sabem que tem câmeras. Acho que todos os atletas vão assimilar isso e vão rever, por exemplo, aquela história de agarra-agarra dentro da área. O VAR veio para ajudar. E, na Copa do Mundo de 2022, no Catar, tudo estará bem melhor.

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