Sobrevivente de acidente com time de futebol diz que ‘pediram para o motorista parar de acelerar’


Pedro Henrique Santana, de 17 anos, era o único acordado no momento em que o ônibus caiu de viaduto; tragédia com equipe do RJ em Minas deixou quatro mortos

Por Matheus Brum, especial para o Estadão
Atualização:

No último domingo, dia 29, 33 jogadores e membros da comissão técnica do Esporte Clube Vila Maria Helena, equipe de futebol de Duque de Caxias, voltavam da disputa da Copa Nacional de Base, em Ubaporanga, a 315 quilômetros de Belo Horizonte, quando se envolveram em um grave acidente na BR-116, na altura da cidade de Além Paraíba, próximo da divisa com o Rio. Três garotos e um adulto morreram na queda do ônibus em uma ponte. O Estadão conversou com Pedro Henrique Santana, de 17, único dos sobreviventes que estava acordado na hora do acidente.

Segundo o boletim de ocorrência registrado pelo Corpo de Bombeiros de Além Paraíba, o primeiro chamado para o atendimento às vítimas foi por volta de 1h da madrugada de segunda-feira, dia 30.

Pedro contou que durante a viagem de 447 quilômetros, o motorista do ônibus já quase tinha se envolvido em um acidente. “Algumas vezes pedimos para ele parar (de acelerar). Nós levamos um susto, porque ele ultrapassou a faixa da esquerda e veio uma carreta buzinando. Aí ele foi e voltou para a faixa da direita rapidadamente”, recordou o garoto, que conversou com a reportagem com autorização de sua família.

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Segundo Pedro, eles deixaram Ubaporanga por volta das 21h de domingo. Desde o início da viagem, o motorista já estava em alta velocidade. “A gente pedia e ele chegava a parar um pouco (de acelerar). Mas logo depois voltava”, relembrou. A pressa do motorista, inclusive, tinha causado insatisfação dos jogadores. Como os garotos passaram o dia todo jogando pela Copa Nacional de Base, apenas almoçaram. No trajeto para casa, queriam parar para fazer um lanche na estrada.

Pedro Henrique Santana, 17, era o único dos sobreviventes que estava acordado na hora do acidente Foto: Arquivo Pessoal

“Pedimos muitas vezes para ele parar para o lanche, porque a gente ficou desde cedo jogando e não almoçamos direito. Aí paramos para comer umas 22h30, 23h. Mas ele não queria parar. Depois de pedir muito, ele parou. Mas apressou a gente, para comer rápido, para comer no ônibus”, disse o adolescente.

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O jovem jogador recorda que após o lanche, todos que estavam no ônibus dormiram, menos ele. “Cheguei a comer um pouco de biscoito. Aí cochilei um pouco também. Acordei, comi mais um pouco e vi que todos estavam dormindo. Meu colega, que estava do meu lado, até falou: ‘você não dorme, não?’, falei: ‘pô, irmão, tô sem sono’, e continuei deitado”, contou.

Justamente por não ter dormido que Pedro se recorda do momento exato do acidente que vitimou seus colegas e um adulto do grupo. “Na hora do acidente, lembro que (o ônibus) estava em linha reta. Ele jogou um pouco o ônibus para o lado esquerdo e voltou muito rápido. Nessa que ele voltou, já viramos o ônibus”.

Após a queda, Pedro e outros colegas chutaram a porta do ônibus até que ela abrisse. Assim que saíram do veículo, começaram a ajudar os outros que estavam presos. “Eu estava com meu telefone, liguei o flash e comecei a pedir socorro. Entreguei meu celular para que pudessem tirar outras pessoas do ônibus. Estava escuro. E fomos retirando. Depois que tiramos muita gente, um colega conseguiu subir pelo canto da pista e voltamos para a estrada.”

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Pedro foi um dos primeiros a ser socorrido pelas ambulâncias dos Bombeiros e do SAMU. Ele disse ao Estadão que foi descobrir que haviam companheiros mortos muito tempo depois do acidente. “A gente foi saber dos amigos que faleceram só mais tarde. Achava que estava todo mundo bem”, afirmou.

Motorista prestou depoimento

A Polícia Civil de Minas Gerais abriu inquérito para apurar as causas do acidente com o time de futebol do Rio. Em nota, a corporação informou que o motorista do ônibus foi ouvido. “Em depoimento, o motorista disse, inicialmente, que não se lembra bem da situação. Durante o depoimento, ele informou que teve a impressão de ter visto uma carreta e entendido que ela queria fazer uma ultrapassagem, mas que ela teria desistido e recuado. No entanto, o condutor teria se assustado, jogado o ônibus para o lado e o veículo teria se chocado contra a proteção lateral da pista”, informou o órgão, ressaltando que o delegado está esperando o laudo pericial que irá explicar a dinâmica do acidente.

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Quem são os jovens que morreram no acidente:

  • Kaylon da Silva Paixão, de 13 anos;
  • Thyago Ramos de Oliveira, de 15 anos;
  • Andrey Viana da Costa, também de 15 anos;
  • Diogo Coutinho Vilar (comissão técnica), de 18 anos.

Várias vítimas foram liberadas e já estão em Duque de Caxias com os familiares. No entanto, nove ainda se encontram em hospitais de Além Paraíba, Leopoldina e Muriaé.

No último domingo, dia 29, 33 jogadores e membros da comissão técnica do Esporte Clube Vila Maria Helena, equipe de futebol de Duque de Caxias, voltavam da disputa da Copa Nacional de Base, em Ubaporanga, a 315 quilômetros de Belo Horizonte, quando se envolveram em um grave acidente na BR-116, na altura da cidade de Além Paraíba, próximo da divisa com o Rio. Três garotos e um adulto morreram na queda do ônibus em uma ponte. O Estadão conversou com Pedro Henrique Santana, de 17, único dos sobreviventes que estava acordado na hora do acidente.

Segundo o boletim de ocorrência registrado pelo Corpo de Bombeiros de Além Paraíba, o primeiro chamado para o atendimento às vítimas foi por volta de 1h da madrugada de segunda-feira, dia 30.

Pedro contou que durante a viagem de 447 quilômetros, o motorista do ônibus já quase tinha se envolvido em um acidente. “Algumas vezes pedimos para ele parar (de acelerar). Nós levamos um susto, porque ele ultrapassou a faixa da esquerda e veio uma carreta buzinando. Aí ele foi e voltou para a faixa da direita rapidadamente”, recordou o garoto, que conversou com a reportagem com autorização de sua família.

Segundo Pedro, eles deixaram Ubaporanga por volta das 21h de domingo. Desde o início da viagem, o motorista já estava em alta velocidade. “A gente pedia e ele chegava a parar um pouco (de acelerar). Mas logo depois voltava”, relembrou. A pressa do motorista, inclusive, tinha causado insatisfação dos jogadores. Como os garotos passaram o dia todo jogando pela Copa Nacional de Base, apenas almoçaram. No trajeto para casa, queriam parar para fazer um lanche na estrada.

Pedro Henrique Santana, 17, era o único dos sobreviventes que estava acordado na hora do acidente Foto: Arquivo Pessoal

“Pedimos muitas vezes para ele parar para o lanche, porque a gente ficou desde cedo jogando e não almoçamos direito. Aí paramos para comer umas 22h30, 23h. Mas ele não queria parar. Depois de pedir muito, ele parou. Mas apressou a gente, para comer rápido, para comer no ônibus”, disse o adolescente.

O jovem jogador recorda que após o lanche, todos que estavam no ônibus dormiram, menos ele. “Cheguei a comer um pouco de biscoito. Aí cochilei um pouco também. Acordei, comi mais um pouco e vi que todos estavam dormindo. Meu colega, que estava do meu lado, até falou: ‘você não dorme, não?’, falei: ‘pô, irmão, tô sem sono’, e continuei deitado”, contou.

Justamente por não ter dormido que Pedro se recorda do momento exato do acidente que vitimou seus colegas e um adulto do grupo. “Na hora do acidente, lembro que (o ônibus) estava em linha reta. Ele jogou um pouco o ônibus para o lado esquerdo e voltou muito rápido. Nessa que ele voltou, já viramos o ônibus”.

Após a queda, Pedro e outros colegas chutaram a porta do ônibus até que ela abrisse. Assim que saíram do veículo, começaram a ajudar os outros que estavam presos. “Eu estava com meu telefone, liguei o flash e comecei a pedir socorro. Entreguei meu celular para que pudessem tirar outras pessoas do ônibus. Estava escuro. E fomos retirando. Depois que tiramos muita gente, um colega conseguiu subir pelo canto da pista e voltamos para a estrada.”

Pedro foi um dos primeiros a ser socorrido pelas ambulâncias dos Bombeiros e do SAMU. Ele disse ao Estadão que foi descobrir que haviam companheiros mortos muito tempo depois do acidente. “A gente foi saber dos amigos que faleceram só mais tarde. Achava que estava todo mundo bem”, afirmou.

Motorista prestou depoimento

A Polícia Civil de Minas Gerais abriu inquérito para apurar as causas do acidente com o time de futebol do Rio. Em nota, a corporação informou que o motorista do ônibus foi ouvido. “Em depoimento, o motorista disse, inicialmente, que não se lembra bem da situação. Durante o depoimento, ele informou que teve a impressão de ter visto uma carreta e entendido que ela queria fazer uma ultrapassagem, mas que ela teria desistido e recuado. No entanto, o condutor teria se assustado, jogado o ônibus para o lado e o veículo teria se chocado contra a proteção lateral da pista”, informou o órgão, ressaltando que o delegado está esperando o laudo pericial que irá explicar a dinâmica do acidente.

Quem são os jovens que morreram no acidente:

  • Kaylon da Silva Paixão, de 13 anos;
  • Thyago Ramos de Oliveira, de 15 anos;
  • Andrey Viana da Costa, também de 15 anos;
  • Diogo Coutinho Vilar (comissão técnica), de 18 anos.

Várias vítimas foram liberadas e já estão em Duque de Caxias com os familiares. No entanto, nove ainda se encontram em hospitais de Além Paraíba, Leopoldina e Muriaé.

No último domingo, dia 29, 33 jogadores e membros da comissão técnica do Esporte Clube Vila Maria Helena, equipe de futebol de Duque de Caxias, voltavam da disputa da Copa Nacional de Base, em Ubaporanga, a 315 quilômetros de Belo Horizonte, quando se envolveram em um grave acidente na BR-116, na altura da cidade de Além Paraíba, próximo da divisa com o Rio. Três garotos e um adulto morreram na queda do ônibus em uma ponte. O Estadão conversou com Pedro Henrique Santana, de 17, único dos sobreviventes que estava acordado na hora do acidente.

Segundo o boletim de ocorrência registrado pelo Corpo de Bombeiros de Além Paraíba, o primeiro chamado para o atendimento às vítimas foi por volta de 1h da madrugada de segunda-feira, dia 30.

Pedro contou que durante a viagem de 447 quilômetros, o motorista do ônibus já quase tinha se envolvido em um acidente. “Algumas vezes pedimos para ele parar (de acelerar). Nós levamos um susto, porque ele ultrapassou a faixa da esquerda e veio uma carreta buzinando. Aí ele foi e voltou para a faixa da direita rapidadamente”, recordou o garoto, que conversou com a reportagem com autorização de sua família.

Segundo Pedro, eles deixaram Ubaporanga por volta das 21h de domingo. Desde o início da viagem, o motorista já estava em alta velocidade. “A gente pedia e ele chegava a parar um pouco (de acelerar). Mas logo depois voltava”, relembrou. A pressa do motorista, inclusive, tinha causado insatisfação dos jogadores. Como os garotos passaram o dia todo jogando pela Copa Nacional de Base, apenas almoçaram. No trajeto para casa, queriam parar para fazer um lanche na estrada.

Pedro Henrique Santana, 17, era o único dos sobreviventes que estava acordado na hora do acidente Foto: Arquivo Pessoal

“Pedimos muitas vezes para ele parar para o lanche, porque a gente ficou desde cedo jogando e não almoçamos direito. Aí paramos para comer umas 22h30, 23h. Mas ele não queria parar. Depois de pedir muito, ele parou. Mas apressou a gente, para comer rápido, para comer no ônibus”, disse o adolescente.

O jovem jogador recorda que após o lanche, todos que estavam no ônibus dormiram, menos ele. “Cheguei a comer um pouco de biscoito. Aí cochilei um pouco também. Acordei, comi mais um pouco e vi que todos estavam dormindo. Meu colega, que estava do meu lado, até falou: ‘você não dorme, não?’, falei: ‘pô, irmão, tô sem sono’, e continuei deitado”, contou.

Justamente por não ter dormido que Pedro se recorda do momento exato do acidente que vitimou seus colegas e um adulto do grupo. “Na hora do acidente, lembro que (o ônibus) estava em linha reta. Ele jogou um pouco o ônibus para o lado esquerdo e voltou muito rápido. Nessa que ele voltou, já viramos o ônibus”.

Após a queda, Pedro e outros colegas chutaram a porta do ônibus até que ela abrisse. Assim que saíram do veículo, começaram a ajudar os outros que estavam presos. “Eu estava com meu telefone, liguei o flash e comecei a pedir socorro. Entreguei meu celular para que pudessem tirar outras pessoas do ônibus. Estava escuro. E fomos retirando. Depois que tiramos muita gente, um colega conseguiu subir pelo canto da pista e voltamos para a estrada.”

Pedro foi um dos primeiros a ser socorrido pelas ambulâncias dos Bombeiros e do SAMU. Ele disse ao Estadão que foi descobrir que haviam companheiros mortos muito tempo depois do acidente. “A gente foi saber dos amigos que faleceram só mais tarde. Achava que estava todo mundo bem”, afirmou.

Motorista prestou depoimento

A Polícia Civil de Minas Gerais abriu inquérito para apurar as causas do acidente com o time de futebol do Rio. Em nota, a corporação informou que o motorista do ônibus foi ouvido. “Em depoimento, o motorista disse, inicialmente, que não se lembra bem da situação. Durante o depoimento, ele informou que teve a impressão de ter visto uma carreta e entendido que ela queria fazer uma ultrapassagem, mas que ela teria desistido e recuado. No entanto, o condutor teria se assustado, jogado o ônibus para o lado e o veículo teria se chocado contra a proteção lateral da pista”, informou o órgão, ressaltando que o delegado está esperando o laudo pericial que irá explicar a dinâmica do acidente.

Quem são os jovens que morreram no acidente:

  • Kaylon da Silva Paixão, de 13 anos;
  • Thyago Ramos de Oliveira, de 15 anos;
  • Andrey Viana da Costa, também de 15 anos;
  • Diogo Coutinho Vilar (comissão técnica), de 18 anos.

Várias vítimas foram liberadas e já estão em Duque de Caxias com os familiares. No entanto, nove ainda se encontram em hospitais de Além Paraíba, Leopoldina e Muriaé.

No último domingo, dia 29, 33 jogadores e membros da comissão técnica do Esporte Clube Vila Maria Helena, equipe de futebol de Duque de Caxias, voltavam da disputa da Copa Nacional de Base, em Ubaporanga, a 315 quilômetros de Belo Horizonte, quando se envolveram em um grave acidente na BR-116, na altura da cidade de Além Paraíba, próximo da divisa com o Rio. Três garotos e um adulto morreram na queda do ônibus em uma ponte. O Estadão conversou com Pedro Henrique Santana, de 17, único dos sobreviventes que estava acordado na hora do acidente.

Segundo o boletim de ocorrência registrado pelo Corpo de Bombeiros de Além Paraíba, o primeiro chamado para o atendimento às vítimas foi por volta de 1h da madrugada de segunda-feira, dia 30.

Pedro contou que durante a viagem de 447 quilômetros, o motorista do ônibus já quase tinha se envolvido em um acidente. “Algumas vezes pedimos para ele parar (de acelerar). Nós levamos um susto, porque ele ultrapassou a faixa da esquerda e veio uma carreta buzinando. Aí ele foi e voltou para a faixa da direita rapidadamente”, recordou o garoto, que conversou com a reportagem com autorização de sua família.

Segundo Pedro, eles deixaram Ubaporanga por volta das 21h de domingo. Desde o início da viagem, o motorista já estava em alta velocidade. “A gente pedia e ele chegava a parar um pouco (de acelerar). Mas logo depois voltava”, relembrou. A pressa do motorista, inclusive, tinha causado insatisfação dos jogadores. Como os garotos passaram o dia todo jogando pela Copa Nacional de Base, apenas almoçaram. No trajeto para casa, queriam parar para fazer um lanche na estrada.

Pedro Henrique Santana, 17, era o único dos sobreviventes que estava acordado na hora do acidente Foto: Arquivo Pessoal

“Pedimos muitas vezes para ele parar para o lanche, porque a gente ficou desde cedo jogando e não almoçamos direito. Aí paramos para comer umas 22h30, 23h. Mas ele não queria parar. Depois de pedir muito, ele parou. Mas apressou a gente, para comer rápido, para comer no ônibus”, disse o adolescente.

O jovem jogador recorda que após o lanche, todos que estavam no ônibus dormiram, menos ele. “Cheguei a comer um pouco de biscoito. Aí cochilei um pouco também. Acordei, comi mais um pouco e vi que todos estavam dormindo. Meu colega, que estava do meu lado, até falou: ‘você não dorme, não?’, falei: ‘pô, irmão, tô sem sono’, e continuei deitado”, contou.

Justamente por não ter dormido que Pedro se recorda do momento exato do acidente que vitimou seus colegas e um adulto do grupo. “Na hora do acidente, lembro que (o ônibus) estava em linha reta. Ele jogou um pouco o ônibus para o lado esquerdo e voltou muito rápido. Nessa que ele voltou, já viramos o ônibus”.

Após a queda, Pedro e outros colegas chutaram a porta do ônibus até que ela abrisse. Assim que saíram do veículo, começaram a ajudar os outros que estavam presos. “Eu estava com meu telefone, liguei o flash e comecei a pedir socorro. Entreguei meu celular para que pudessem tirar outras pessoas do ônibus. Estava escuro. E fomos retirando. Depois que tiramos muita gente, um colega conseguiu subir pelo canto da pista e voltamos para a estrada.”

Pedro foi um dos primeiros a ser socorrido pelas ambulâncias dos Bombeiros e do SAMU. Ele disse ao Estadão que foi descobrir que haviam companheiros mortos muito tempo depois do acidente. “A gente foi saber dos amigos que faleceram só mais tarde. Achava que estava todo mundo bem”, afirmou.

Motorista prestou depoimento

A Polícia Civil de Minas Gerais abriu inquérito para apurar as causas do acidente com o time de futebol do Rio. Em nota, a corporação informou que o motorista do ônibus foi ouvido. “Em depoimento, o motorista disse, inicialmente, que não se lembra bem da situação. Durante o depoimento, ele informou que teve a impressão de ter visto uma carreta e entendido que ela queria fazer uma ultrapassagem, mas que ela teria desistido e recuado. No entanto, o condutor teria se assustado, jogado o ônibus para o lado e o veículo teria se chocado contra a proteção lateral da pista”, informou o órgão, ressaltando que o delegado está esperando o laudo pericial que irá explicar a dinâmica do acidente.

Quem são os jovens que morreram no acidente:

  • Kaylon da Silva Paixão, de 13 anos;
  • Thyago Ramos de Oliveira, de 15 anos;
  • Andrey Viana da Costa, também de 15 anos;
  • Diogo Coutinho Vilar (comissão técnica), de 18 anos.

Várias vítimas foram liberadas e já estão em Duque de Caxias com os familiares. No entanto, nove ainda se encontram em hospitais de Além Paraíba, Leopoldina e Muriaé.

No último domingo, dia 29, 33 jogadores e membros da comissão técnica do Esporte Clube Vila Maria Helena, equipe de futebol de Duque de Caxias, voltavam da disputa da Copa Nacional de Base, em Ubaporanga, a 315 quilômetros de Belo Horizonte, quando se envolveram em um grave acidente na BR-116, na altura da cidade de Além Paraíba, próximo da divisa com o Rio. Três garotos e um adulto morreram na queda do ônibus em uma ponte. O Estadão conversou com Pedro Henrique Santana, de 17, único dos sobreviventes que estava acordado na hora do acidente.

Segundo o boletim de ocorrência registrado pelo Corpo de Bombeiros de Além Paraíba, o primeiro chamado para o atendimento às vítimas foi por volta de 1h da madrugada de segunda-feira, dia 30.

Pedro contou que durante a viagem de 447 quilômetros, o motorista do ônibus já quase tinha se envolvido em um acidente. “Algumas vezes pedimos para ele parar (de acelerar). Nós levamos um susto, porque ele ultrapassou a faixa da esquerda e veio uma carreta buzinando. Aí ele foi e voltou para a faixa da direita rapidadamente”, recordou o garoto, que conversou com a reportagem com autorização de sua família.

Segundo Pedro, eles deixaram Ubaporanga por volta das 21h de domingo. Desde o início da viagem, o motorista já estava em alta velocidade. “A gente pedia e ele chegava a parar um pouco (de acelerar). Mas logo depois voltava”, relembrou. A pressa do motorista, inclusive, tinha causado insatisfação dos jogadores. Como os garotos passaram o dia todo jogando pela Copa Nacional de Base, apenas almoçaram. No trajeto para casa, queriam parar para fazer um lanche na estrada.

Pedro Henrique Santana, 17, era o único dos sobreviventes que estava acordado na hora do acidente Foto: Arquivo Pessoal

“Pedimos muitas vezes para ele parar para o lanche, porque a gente ficou desde cedo jogando e não almoçamos direito. Aí paramos para comer umas 22h30, 23h. Mas ele não queria parar. Depois de pedir muito, ele parou. Mas apressou a gente, para comer rápido, para comer no ônibus”, disse o adolescente.

O jovem jogador recorda que após o lanche, todos que estavam no ônibus dormiram, menos ele. “Cheguei a comer um pouco de biscoito. Aí cochilei um pouco também. Acordei, comi mais um pouco e vi que todos estavam dormindo. Meu colega, que estava do meu lado, até falou: ‘você não dorme, não?’, falei: ‘pô, irmão, tô sem sono’, e continuei deitado”, contou.

Justamente por não ter dormido que Pedro se recorda do momento exato do acidente que vitimou seus colegas e um adulto do grupo. “Na hora do acidente, lembro que (o ônibus) estava em linha reta. Ele jogou um pouco o ônibus para o lado esquerdo e voltou muito rápido. Nessa que ele voltou, já viramos o ônibus”.

Após a queda, Pedro e outros colegas chutaram a porta do ônibus até que ela abrisse. Assim que saíram do veículo, começaram a ajudar os outros que estavam presos. “Eu estava com meu telefone, liguei o flash e comecei a pedir socorro. Entreguei meu celular para que pudessem tirar outras pessoas do ônibus. Estava escuro. E fomos retirando. Depois que tiramos muita gente, um colega conseguiu subir pelo canto da pista e voltamos para a estrada.”

Pedro foi um dos primeiros a ser socorrido pelas ambulâncias dos Bombeiros e do SAMU. Ele disse ao Estadão que foi descobrir que haviam companheiros mortos muito tempo depois do acidente. “A gente foi saber dos amigos que faleceram só mais tarde. Achava que estava todo mundo bem”, afirmou.

Motorista prestou depoimento

A Polícia Civil de Minas Gerais abriu inquérito para apurar as causas do acidente com o time de futebol do Rio. Em nota, a corporação informou que o motorista do ônibus foi ouvido. “Em depoimento, o motorista disse, inicialmente, que não se lembra bem da situação. Durante o depoimento, ele informou que teve a impressão de ter visto uma carreta e entendido que ela queria fazer uma ultrapassagem, mas que ela teria desistido e recuado. No entanto, o condutor teria se assustado, jogado o ônibus para o lado e o veículo teria se chocado contra a proteção lateral da pista”, informou o órgão, ressaltando que o delegado está esperando o laudo pericial que irá explicar a dinâmica do acidente.

Quem são os jovens que morreram no acidente:

  • Kaylon da Silva Paixão, de 13 anos;
  • Thyago Ramos de Oliveira, de 15 anos;
  • Andrey Viana da Costa, também de 15 anos;
  • Diogo Coutinho Vilar (comissão técnica), de 18 anos.

Várias vítimas foram liberadas e já estão em Duque de Caxias com os familiares. No entanto, nove ainda se encontram em hospitais de Além Paraíba, Leopoldina e Muriaé.

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