Na semana em que o clube foi rebaixado pela primeira vez em sua história, tensões rondaram as eleições presidenciais do Santos. O pleito corria sem grandes transtornos até que membros de uma torcida organizada do clube tentaram invadir o local de votação, o ginásio Athié Jorge Cury, na Vila Belmiro. Houve confusão e a Tropa de Choque da Polícia Militar precisou intervir.
Os torcedores queriam chegar até o atual presidente, Andrés Rueda, e o presidente do Conselho Deliberativo, Celso Jatene. Momentos antes da confusão estourar, Jatene tentou conversar com alguns membros da torcida. Entretanto, eles xingavam e ameaçavam o dirigente, apontado com responsável também pela queda do time para a Série B.
O grupo, então, foi retirado da área em que estava no ginásio. Porém, pouco tempo depois, os torcedores retornaram, tentando abrir o portão e avançar sobre os associados. Uma equipe de seguranças conteve o avanço. A Tropa de Choque da PM retirou os torcedores mais uma vez do local e os conteve na área externa do ginásio. A votação presencial chegou a ser interrompida, mas foi retomada minutos depois.
Após a confusão, a organização de entrada e saída dos sócios votantes mudou, para que acontecesse pela mesma porta do ginásio. Quem estava no local de votação durante a confusão não conseguia sair. Foram cerca de 40 minutos até que o tumulto fosse contido dentro e fora do local. Policiais civis ocuparam o espaço em frente as entradas para evitar novas tentativas de invasão.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP/SP), cerca de 20 torcedores estavam envolvidos no tumulto. A situação foi controlada, sem detidos, no entanto. Não houve registro da ocorrência junto à Polícia Civil até o fim da tarde.
LEIA TAMBÉM
A votação foi encerrada às 17h. Marcelo Teixeira, Ricardo Agostinho, Wladimir Mattos, Rodrigo Marino e Maurício Maruca disputaram a preferência de quase 17 mil sócios santistas. O vencedor terá o desafio de comandar o Santos na Série B do Campeonato Brasileiro pela primeira vez. Além disso, o clube terá apenas a disputa do Paulistão, já que ficou de fora da Copa do Brasil. Horas depois, as urnas apontaram para a vitória de Marcelo Teixeira.
Atos violentos marcam pós-rebaixamento da equipe santista
A Polícia Civil investiga um tumulto generalizado após a partida entre Santos e Fortaleza na noite de quarta-feira que decretou o primeiro rebaixamento da história do time paulista. Depois da partida, o caos reinou nos arredores da Vila Belmiro, com parte da estrutura do estádio destruída, além de veículos queimados.
Segundo a Secretaria de Segurança de São Paulo (SSP), durante a ação, 11 policiais foram feridos e duas viaturas, danificadas. Seis ônibus e quatro automóveis foram incendiados pelos torcedores, que também avançaram contra os policiais, arremessando garrafas, pedras e fogos de artifício. Ninguém foi preso até o momento. Neste sábado, o Santos publicou um vídeo com um pronunciamento de Andrés Rueda. O presidente pediu desculpas pela queda do clube à Série B e convocou os sócios para a eleição, com um pedido por uma votação “ordeira e pacífica”.