Urbanistas elogiam a maneira como o espaço público vem sendo ocupado pela torcida alviverde na Pompeia, nos arredores do Allianz Parque. "A concentração de pessoas na rua é um ganho. Estamos vendo a população usando o espaço que lhe pertence. Foi um gol de placa fazer uma arena em um local privilegiado", comenta o (corintiano) arquiteto e urbanista Lucio Gomes Machado, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.
Ele acredita que outros pontos do bairro poderiam aproveitar a fase. “Era a hora de lugares um tanto ociosos também se transformarem em coisas mais bem definidas. São oportunidades que não podem ser desperdiçadas”, explicou.
"A arena está no 'filé' da cidade. É a melhor de todas e tem sentido hoje de equipamento urbano para a enorme maioria das pessoas", comenta. “Só acho que a Prefeitura deveria ter exigido contrapartidas melhores quanto a acesso e estacionamento. Resolveria melhor a relação com o entorno.”
Palmeirense, o arquiteto e urbanista Valter Caldana – professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, onde coordena o Laboratório de Políticas Públicas – diz que a valorização do espaço público "deveria ser a meta de todo grande equipamento urbano". E isso, o Allianz conseguiu. "Muitas vezes, você tem o contrário: o grande equipamento como um entrave, um atrapalho para a cidade. O que estamos começando a perceber é que na medida que os equipamentos são mais ágeis e mais inteligentes, eles proporcionam que o cidadão ocupe melhor a cidade", disse.
O fenômeno verde da Pompeia pode ser comparado, nesse sentido, a festas como o carnaval de rua. "Em suma, a ocupação dos espaços públicos da cidade pelo cidadão é um movimento inexorável. E isso está transformando até a maneira como se projetam novos equipamentos: a cidadania e o uso da cidade são pontos que devem ser incorporados aos próprios projetos."