A Vai de Bet, patrocinadora máster do Corinthians, enviou uma notificação extrajudicial ao clube cobrando esclarecimentos sobre os pagamentos da Rede Media Social Ltda, intermediadora do acordo entre as partes, à Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, suposta empresa “laranja”. A informação foi divulgada primeiramente pelo ge e confirmada pelo Estadão. O documento é assinado pelo advogado Plinio Augusto Lemos Jorge e o diretor executivo da empresa, José André da Rocha Neto.
A notificação, recebida pela diretoria alvinegra no dia 27 de maio, cita a possibilidade de rescisão e estabelece um prazo de dez dias para uma manifestação por parte do Corinthians. Ou seja, a data limite é 6 de junho, na quinta-feira. Após a polêmica vir à tona, a Vai de Bet demonstrou incômodo e pediu esclarecimentos ao Corinthians em outras duas ocasiões. Uma em comunicado enviado por e-mail, e outra, em reunião com membros da diretoria em 8 de maio.
À reportagem, o Corinthians confirmou a notificação e informou que ainda aguarda esclarecimento por parte da intermediadora. Cinco dias antes de ser alertado pela Vai de Bet, o clube também notificou extrajudicialmente a Rede Media Social Ltda sobre o caso, além de solicitar à EY uma investigação do contrato.
O contrato celebrado entre Corinthians e Vai de Bet, ao qual o Estadão teve acesso, possui uma cláusula anticorrupção na qual as partes se comprometem a cumprir os dispositivos integralmente. Segundo o documento, acordo prevê que, caso não haja justa causa, a parte interessada na rescisão precisa pagar 10% do valor total restante. Como o clube já recebeu R$ 60 milhões dos R$ 360 mi prometidos, a indenização seria de R$ 30 milhões.
Ao assinar com a Vai de Bet, o Corinthians fechou o maior acordo de patrocínio do futebol brasileiro. A marca do ramo de apostas que ofereceu R$ 360 milhões para estampar o espaço mais nobre da camisa corintiana por três temporadas. O acordo prevê o pagamento de R$ 10 milhões ao longo dos 36 meses de contrato.
O contrato prevê o também pagamento de 7% do montante líquido de cada parcela à Rede Media Social Ltda. Ou seja, 700 mil por mês ao longo de três anos, resultando em R$ 25,2 milhões ao fim do contrato. Com CNPJ ativo desde janeiro de 2021, a empresa possui um capital social declarado de R$ 10 mil e está no nome de Alex Fernando André, mais conhecido como Alex Cassundé, membro da equipe de comunicação de Augusto Melo. Ele tem até duas semanas para se manifestar.
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Segundo reportagem publicada na coluna do jornalista Juca Kfouri, no Uol, após os pagamentos da comissão, a Rede Social Media Ltda repassou o parte dos valores por meio de PIX à Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, empresa com endereço na Avenida Paulista que serviria como “laranja”. Ao comentar o assunto, o clube afirmou que “O clube destaca que não guarda responsabilidade sobre eventuais repasses de valores a terceiros”.
Cassundé trabalhou na campanha de Augusto Melo a convite de Sergio Moura, superintendente de marketing do Corinthians. Moura pediu afastamento do cargo após a polêmica vir à tona. Ele também estava sofrendo pressão no cargo por não conseguir fechar outros patrocínios para a camisa do clube. No dia 24, a diretoria anunciou que Yu Kin Lee, diretor jurídico, e Fernando Perino, diretor jurídico adjunto, se desligaram do clube após pedido de demissão.