O caixão com o corpo de Pelé saiu do gramado às 10h15 e foi colocado em cima do caminhão do Corpo de Bombeiros às 10h19. Deixou a Vila Belmiro pelo portão 4, partindo às 10h25 para dar início ao cortejo sob aplausos dos fãs e súditos pelas ruas. A marcha fúnebre em Santos começou no canal 2, passou pelo canal 6, onde mora em um condomínio de casas a mãe do Rei, dona Celeste Arantes, que recentemente completou 100 anos, e terminará no Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos. Ele será sepultado no mausoléu no 1º andar do cemitério mais alto do mundo.
O trajeto é feito com escolta especial, incluindo batedores da Polícia Militar e do segundo Batalhão da Polícia do Exército. Sob um sol escaldante, os fãs não se importaram com o forte calor - fazia mais de 30 graus em Santos - e gritaram repetidas vezes o nome de Pelé e algumas músicas alusivas ao Santos antes e assim que começou o cortejo.
Na manhã desta terça-feira, o fluxo de fãs prestando homenagens ao Rei Pelé foi intenso. Centenas de coroas de flores foram dispostas nas arquibancadas do estádio. Entre personagens importantes que enviaram a homenagem ao ídolo do futebol brasileiro estão o atacante do Paris Saint-Germain Neymar, o ex-jogador Ronaldo Fenômeno e o narrador Galvão Bueno.
O presidente Lula chegou ao velório às 9h, acompanhado pela primeira-dama, Janja Silva, e pelo Ministro dos Portos e Aeroportos Márcio França (PSB). Algumas pessoas presentes no velório saudaram Lula e fizeram elogios a Janja. Lula percorreu o mesmo corredor especial de outras autoridades pela lateral do gramado em direção ao centro do campo onde está a estrutura principal montada para o velório. Logo após a chegada de Lula, foi iniciada uma breve missa católica. O presidente ficou no local até o fim da celebração e saiu sem falar com a imprensa. Ele fez um depoimento à TV do Santos.
Na segunda-feira, dia 2, os súditos do Rei do Futebol enfrentaram filas de aproximadamente duas horas, além de um calor de mais de 30°C. Esta terça-feira, no entanto, o clima esteve mais ameno na cidade de Santos. Os termômetros marcavam 26°C. A expectativa era que o sol aparecesse com mais força durante o cortejo do corpo de Pelé pelas ruas da cidade.
Nos arredores da Vila Belmiro, um aparato de segurança foi montado para a recepção do presidente Lula. Os bloqueios foram ampliados. O batalhão de choque da Polícia Militar também foi acionado para reforçar a segurança. O Águia, helicóptero da Polícia Militar, acompanhou o périplo de cima. Ele sobrevoou a cidade desde que o corpo do Rei chegou a Santos.
Velório de Pelé
A família de Pelé não participou do cortejo pelas ruas da cidade. Eles chegaram antes ao cemitério. A viúva Márcia Aoki foi a primeira a chegar. Assim que o corpo de Pelé deixou a Vila, o aparato do velório foi desmontado.
O longo cortejo teve passagem pelo canal 6, com parada em frente à casa da mãe do Rei, Celeste Arantes, de 100 anos. A filha, que mora com ela, acenou ao público. Dona Celeste está sedada.
A CET estimou que só na frente da casa da mãe de Pelé três mil pessoas se juntaram. O goleiro do Santos João Paulo era uma delas. Ele e se misturou à multidão. “Era o mínimo que podia fazer”, disse ele, que argumentou não ter ido ao velório devido a um problema em seu carro a caminho de Santos na rodovia. O velório de Pelé durou 24 horas, até às 10h desta terça-feira, e foi aberto ao público na Vila.
Segundo estimativa do Santos, mais de 230 mil pessoas foram ao estádio se despedir do maior jogador de futebol de todos os tempos. Nenhum atleta pentacampeão compareceu à cerimônia, mas diversas personalidades e autoridades, incluindo o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), foram prestar pessoalmente a derradeira homenagem.