Voto do Brasil na candidatura do Marrocos aprofunda descrédito sobre a CBF


Para delegação americana, voto foi “retaliação” de Del Nero por conta das prisões de cartolas, enquanto Conmebol fala em traição

Por Jamil Chade e Moscou

Depois de se comprometer com toda a América do Sul que votaria pela candidatura tripla da América do Norte - Estados Unidos, Canadá e México -, o presidente da CBF, Antônio Nunes, votou pela campanha do Marrocos para sediar a Copa do Mundo de 2026 na eleição ocorrida durante o Congresso da Fifa, em Moscou. 

+ Estados Unidos, México e Canadá sediarão a Copa do Mundo de 2026

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+ Reverenciado por Fifa, Putin diz que Copa vai mudar imagem da Rússia

Ele achou que o voto era secreto e seu gesto abalou as esperanças da CBF de finalmente tentar mostrar aos demais dirigentes que é uma entidade que quer reconstruir sua credibilidade, depois de escândalos com seus três últimos presidentes.

Coronel Antônio Nunes (centro), presidente da CBF, durante o Congresso da Fifa. Foto: Jamil Chade/Estadão
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A decisão causou um profundo mal-estar entre os sul-americanos, que foram cobrar explicações dos dirigentes brasileiros e chegaram a chamar a atitude de “traição”. Já para os americanos, Nunes votou como parte de uma "resposta" de Marco Polo Del Nero. "É ele (Del Nero) quem manda ainda", disse um dirigente na condição de anonimato. José Maria Marin foi alvo de um julgamento e está preso, enquanto que Del Nero caiu por conta das acusações apresentadas pelo Departamento de Justiça. 

Nunes é o presidente da CBF desde a queda de Del Nero e ocupa o cargo apenas até que o presidente eleito, Rogério Caboclo, assuma a posição, em abril de 2019. A opção por Nunes foi para evitar dar o cargo a outros dirigentes que estavam amplamente implicados em suspeitas de corrupção. 

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Ele, porém, teve todos seus poderes esvaziados e os principais assuntos da gestão da CBF foram distribuídos entre Caboclo e outros dirigentes. Nos bastidores, é Del Nero que continua mandando. Mas não foi isso que ocorreu na Fifa. 

Pessoas próximas ao coronel explicaram ao Estado que ele tomou a decisão por ser "o presidente" e que julgava que não precisava consultar ou pedir autorização de seus supostos subordinados. O voto, porém, abriu uma crise diante de acusações de aliados de que não se poderia confiar na palavra da CBF.

Dois dias antes da votação, os sul-americanos se reuniram e definiram, uma vez mais, que chancelariam a candidatura americana. O coronel estava presente à reunião, que foi alvo de polêmica por conta da recusa da entidade sul-americana a permitir que o Marrocos apresentasse sua candidatura. Apenas os americanos tiveram essa opção. O Estado apurou que o coronel não sabia que houve um veto aos marroquinos na segunda-feira. 

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Nesta quarta-feira, tudo estava combinado para que o voto da CBF fosse para os americanos. Momentos antes de começar o processo, o vice-presidente da entidade, Fernando Sarney, foi até a mesa do Brasil para se assegurar que o voto de Nunes seria dado da forma correta. 

Mas assim que o resultado da votação foi anunciado, o presidente da Conmebol, Alejandro Domingues, se dirigiu até Sarney com a notícia. O caos apenas era interrompido por cartolas africanos que vinham até Sarney para o abraçar diante da suposta decisão do Brasil em apoiar o continente. 

Constrangido, o brasileiro foi procurar uma explicação com Nunes, que justificou primeiro que havia cometido um erro na hora de votar. Mas, pressionado, acabou justificando que havia tomado a decisão de apoiar o Marrocos. 

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Quem não sabia de nada disso era Caboclo, o dirigente que havia viajado até Moscou para se apresentar aos cartolas da Fifa como o novo rosto do futebol brasileiro. O tom que adotaria era de profissionalismo, do fim das polêmicas de corrupção e, acima de tudo, que o Brasil cumpriria sua palavra. 

Satélite tira fotos aéreas dos 12 estádios da Copa do Mundo da Rússia

1 | 13

Visão aérea dos estádios

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
2 | 13

ARENA ZENIT

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
3 | 13

ARENA KALININGRADO

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
4 | 13

ARENA ROSTOV

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
5 | 13

ARENA SAMARA

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
6 | 13

NÍJNI NOVGOROD

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
7 | 13

FISHT

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
8 | 13

SPARTAK

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
9 | 13

ARENA ECATERIMBURGO

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
10 | 13

ARENA KAZAN

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
11 | 13

ARENA MORDOVIA

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
12 | 13

ESTÁDIO LUJNIKI

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
13 | 13

ARENA VOLGOGRADO

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE

Ele receberia, incrédulo, a informação em um telefonema de Sarney. O gesto de Nunes na votação jogou um banho de água fria nessas pretensões de apresentar uma “nova CBF” ao mundo. 

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Já de volta aos hotéis da Fifa, Sarney voltou a ser pressionado por uma explicação por parte do presidente da Conmebol, que sugeria uma “traição”, enquanto os demais também queriam entender a mudança no voto. Ninguém acreditava que havia sido apenas um erro ou uma decisão de uma só pessoa.

Apesar de ser considerado apenas como um presidente fachada entre os próprios dirigentes, a situação deixa uma saia-justa entre os brasileiros. Nunes, como chefe, não pode ser afastado por tomar uma decisão que justamente cabe ao presidente. Já o medo dos demais é de que ele acabe demitindo Caboclo ou frustrando os planos de transição.

O constrangimento deve continuar nesta quinta-feira. A Conmebol abrirá sua “casa” em Moscou e dirigentes brasileiros tentam evitar que Nunes va até a reunião e coletiva de imprensa. O coronel, porém, afirmou ao Estado que estará presente. 

EXPLICAÇÃO

Nunes apenas teve o primeiro contato com os detalhes da candidatura do Marrocos momentos antes da votação, quando o país fez sua última apresentação, minutos antes da votação. 

A CBF chegou a pensar em soltar uma nota, explicando que havia ocorrido um erro na hora do voto. Mas foi surpreendida depois que ficou sabendo que o próprio coronel declarou à imprensa de que havia votado pelo Marrocos.

Ao falar com jornalistas, Nunes primeiro tentou esconder seu voto, alegando que era sigiloso. “É segredo”, disse. O problema é que a Fifa já tinha publicado o resultado e que mostrava que o Brasil havia mudado de posição. 

Em imagens, a história da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia

1 | 81

Final

Foto: Fábio Motta / Estadão Conteúdo
2 | 81

Dor

Foto: Frank Ausgtein / AP
3 | 81

Vencedores

Foto: Robert Ghement / EFE
4 | 81

Há tempo

Foto: Luis Acosta / AFP
5 | 81

Marcado

Foto: Gleb Baranich / Reuters
6 | 81

Esperança

Foto: Manan Vatsayana / AFP
7 | 81

Mortal

Foto: Frank Augstein / AP
8 | 81

Azar

Foto: Saeed Khan / AFP
9 | 81

Reforço na torcida

Foto: Twitter Oficial / CBF
10 | 81

Atenção redobrada

Foto: Matthias Schrader / AP
11 | 81

Volta do Canário

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
12 | 81

Calor da torcida

Foto: Eduardo Nicolau / Estadão
13 | 81

Última vez

Foto: Nelson Almeida / AFP
14 | 81

Volta

Foto: Ronald Wittek / EFE
15 | 81

Bom humor

Foto: Ronald Wittek / EFE
16 | 81

Pra garantir

Foto: Michael Dalder / Reuters
17 | 81

Agressão?

Foto: David Gray / Reuters
18 | 81

Marca do craque

Foto: Fabrice Coffrini / AFP
19 | 81

Muro mexicano

Foto: Benjamin Cremel / AFP
20 | 81

Últimos ajustes

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
21 | 81

Oitavas do PSG

Foto: David Gray/Reuters
22 | 81

Capitão repetido

Foto: Emmanuel Dunand/AFP
23 | 81

A volta de Marcelo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
24 | 81

Treino fechado

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
25 | 81

Retorno e Ausência

Foto: Hannah McKay / Reuters
26 | 81

Voo da vitória

Foto: Reprodução Twitter CBF
27 | 81

Artilheiros

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
28 | 81

Perdeu!

Foto: Wilton Junior/Estadão
29 | 81

Pelo alto

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
30 | 81

Com estilo

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
31 | 81

Habilidade

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
32 | 81

Visita

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
33 | 81

Sem alterações

Foto: Wilton Júnior / Estadão
34 | 81

Na capital

Foto: Yuri Kadobnov / AFP
35 | 81

Pistola

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
36 | 81

Alterações?

Foto: Wilton Junior/Estadão
37 | 81

Ainda não

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
38 | 81

Velho conhecido

Foto: Kai Pfaffenbach / Reuters
39 | 81

Obrigado

Foto: Wilton Junior/Estadão
40 | 81

Descontração

Foto: Wilton Junior / Estadão
41 | 81

'Gigantes por natureza'

Foto: Wilton Junior/Estadão
42 | 81

Preocupação

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
43 | 81

Regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
44 | 81

Sofrimento

Foto: Juan Herrero / EFE
45 | 81

Iluminado

Foto: Lee Smith
46 | 81

Encenação

Foto: Michael Sohn / AP
47 | 81

Novo titular?

Foto: Olga Matseva / AFP
48 | 81

Manutenção

Foto: Dmitri Lovetsky / AP
49 | 81

Nova chance

Foto: Wilton Júnior / Estadão Conteúdo
50 | 81

Calor da torcida

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
51 | 81

Tudo bem

Foto: Twitter Oficial / CBF
52 | 81

Próximo

Foto: Tatyana Makeyeva / Reuters
53 | 81

Susto

Foto: Hannah McKay / Reuters
54 | 81

Treino regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
55 | 81

Agora sim?

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
56 | 81

Mudança?

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
57 | 81

Caçado

Foto: Wilton Junior/Estadão
58 | 81

Cadê o VAR?

Foto: Wilton Junior/Estadão
59 | 81

Comemoração

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
60 | 81

Nervosismo

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
61 | 81

Novo visual do craque

Foto: Wilton Junior/Estadão
62 | 81

Seleção 100% recuperada

Foto: Felipe Dana/AP
63 | 81

Olho no CR7

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
64 | 81

Volta

Foto: Nelson Almeida / AFP
65 | 81

Definido

Foto: Hassan Anmar / AP
66 | 81

Preparação

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
67 | 81

Enquanto isso...

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
68 | 81

Amado

69 | 81

Ausência

Foto: Nelson Almeida / AFP
70 | 81

Treino

Foto: Nelson Almeida / AFP
71 | 81

Comemorações

Foto: André Penner / AP
72 | 81

Invasão

Foto: Nelson Almeida / AFP
73 | 81

Pequeno susto

Foto: Andre Penner / AP
74 | 81

Recepção

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
75 | 81

Desembarque

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
76 | 81

Segundo amistoso

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
77 | 81

Viena

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
78 | 81

Primeiro amistoso

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
79 | 81

Liverpool

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
80 | 81

Londres

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
81 | 81

Teresópolis

Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Quando foi pressionado diante dessa informação, ele não sabia explicar. “Não sei como estava lá. Eu dei para meu colega votar”, justificou. Os demais dirigentes negam e garantem que foi ele quem votou. 

Questionado sobre o que pesou mais na votação, ele indicou que seria “a simpatia de uma pessoa por um país”. "Era bom que fosse o Marrocos. Nunca teve Copa lá", afirmou. Mas lamentou: "eu era apenas um voto". O cartola brasileiro insistiu que foi "injusto" dar a Copa pela segunda vez para os EUA e pela terceira vez aos mexicanos. "Nunca teve no Marrocos. Isso não é certo”.

Consultado, um alto representante da delegação americana afirmou que acredita que voto brasileiro foi uma tentativa de retaliação contra os EUA por conta da prisão dos cartolas da CBF. 

Carlos Cordeiro, presidente da US Soccer, admitiu ter ficado "surpreso" com o voto brasileiro, enquanto o delegado mexicano, Decio Di Maria, espera que o Brasil no final reconheça onde era melhor a Copa ser realizada. Mas entre os delegados americanos, ninguém acredita em um "engano" por parte do coronel Nunes.

No final do dia, o coronel evitou sair do hotel para uma festa que a Fifa havia organizado e onde estavam praticamente todos os dirigentes. Do outro lado do salão, uma delegação de cartolas marroquinos, ao saber que pela reportagem que Nunes estava poucos metros deles, fizeram questão de ir agradecer pelo voto. "Sequer o conhecemos", explicou o presidente da Federação de Futebol do Marrocos, Fouzi Lekjja, sem ter a mínima noção da crise que se desenrolava.

Depois de se comprometer com toda a América do Sul que votaria pela candidatura tripla da América do Norte - Estados Unidos, Canadá e México -, o presidente da CBF, Antônio Nunes, votou pela campanha do Marrocos para sediar a Copa do Mundo de 2026 na eleição ocorrida durante o Congresso da Fifa, em Moscou. 

+ Estados Unidos, México e Canadá sediarão a Copa do Mundo de 2026

+ Reverenciado por Fifa, Putin diz que Copa vai mudar imagem da Rússia

Ele achou que o voto era secreto e seu gesto abalou as esperanças da CBF de finalmente tentar mostrar aos demais dirigentes que é uma entidade que quer reconstruir sua credibilidade, depois de escândalos com seus três últimos presidentes.

Coronel Antônio Nunes (centro), presidente da CBF, durante o Congresso da Fifa. Foto: Jamil Chade/Estadão

A decisão causou um profundo mal-estar entre os sul-americanos, que foram cobrar explicações dos dirigentes brasileiros e chegaram a chamar a atitude de “traição”. Já para os americanos, Nunes votou como parte de uma "resposta" de Marco Polo Del Nero. "É ele (Del Nero) quem manda ainda", disse um dirigente na condição de anonimato. José Maria Marin foi alvo de um julgamento e está preso, enquanto que Del Nero caiu por conta das acusações apresentadas pelo Departamento de Justiça. 

Nunes é o presidente da CBF desde a queda de Del Nero e ocupa o cargo apenas até que o presidente eleito, Rogério Caboclo, assuma a posição, em abril de 2019. A opção por Nunes foi para evitar dar o cargo a outros dirigentes que estavam amplamente implicados em suspeitas de corrupção. 

Ele, porém, teve todos seus poderes esvaziados e os principais assuntos da gestão da CBF foram distribuídos entre Caboclo e outros dirigentes. Nos bastidores, é Del Nero que continua mandando. Mas não foi isso que ocorreu na Fifa. 

Pessoas próximas ao coronel explicaram ao Estado que ele tomou a decisão por ser "o presidente" e que julgava que não precisava consultar ou pedir autorização de seus supostos subordinados. O voto, porém, abriu uma crise diante de acusações de aliados de que não se poderia confiar na palavra da CBF.

Dois dias antes da votação, os sul-americanos se reuniram e definiram, uma vez mais, que chancelariam a candidatura americana. O coronel estava presente à reunião, que foi alvo de polêmica por conta da recusa da entidade sul-americana a permitir que o Marrocos apresentasse sua candidatura. Apenas os americanos tiveram essa opção. O Estado apurou que o coronel não sabia que houve um veto aos marroquinos na segunda-feira. 

Nesta quarta-feira, tudo estava combinado para que o voto da CBF fosse para os americanos. Momentos antes de começar o processo, o vice-presidente da entidade, Fernando Sarney, foi até a mesa do Brasil para se assegurar que o voto de Nunes seria dado da forma correta. 

Mas assim que o resultado da votação foi anunciado, o presidente da Conmebol, Alejandro Domingues, se dirigiu até Sarney com a notícia. O caos apenas era interrompido por cartolas africanos que vinham até Sarney para o abraçar diante da suposta decisão do Brasil em apoiar o continente. 

Constrangido, o brasileiro foi procurar uma explicação com Nunes, que justificou primeiro que havia cometido um erro na hora de votar. Mas, pressionado, acabou justificando que havia tomado a decisão de apoiar o Marrocos. 

Quem não sabia de nada disso era Caboclo, o dirigente que havia viajado até Moscou para se apresentar aos cartolas da Fifa como o novo rosto do futebol brasileiro. O tom que adotaria era de profissionalismo, do fim das polêmicas de corrupção e, acima de tudo, que o Brasil cumpriria sua palavra. 

Satélite tira fotos aéreas dos 12 estádios da Copa do Mundo da Rússia

1 | 13

Visão aérea dos estádios

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
2 | 13

ARENA ZENIT

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
3 | 13

ARENA KALININGRADO

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
4 | 13

ARENA ROSTOV

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
5 | 13

ARENA SAMARA

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
6 | 13

NÍJNI NOVGOROD

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
7 | 13

FISHT

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
8 | 13

SPARTAK

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
9 | 13

ARENA ECATERIMBURGO

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
10 | 13

ARENA KAZAN

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
11 | 13

ARENA MORDOVIA

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
12 | 13

ESTÁDIO LUJNIKI

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE
13 | 13

ARENA VOLGOGRADO

Foto: AFP PHOTO / AIRBUS DEFENCE AND SPACE

Ele receberia, incrédulo, a informação em um telefonema de Sarney. O gesto de Nunes na votação jogou um banho de água fria nessas pretensões de apresentar uma “nova CBF” ao mundo. 

Já de volta aos hotéis da Fifa, Sarney voltou a ser pressionado por uma explicação por parte do presidente da Conmebol, que sugeria uma “traição”, enquanto os demais também queriam entender a mudança no voto. Ninguém acreditava que havia sido apenas um erro ou uma decisão de uma só pessoa.

Apesar de ser considerado apenas como um presidente fachada entre os próprios dirigentes, a situação deixa uma saia-justa entre os brasileiros. Nunes, como chefe, não pode ser afastado por tomar uma decisão que justamente cabe ao presidente. Já o medo dos demais é de que ele acabe demitindo Caboclo ou frustrando os planos de transição.

O constrangimento deve continuar nesta quinta-feira. A Conmebol abrirá sua “casa” em Moscou e dirigentes brasileiros tentam evitar que Nunes va até a reunião e coletiva de imprensa. O coronel, porém, afirmou ao Estado que estará presente. 

EXPLICAÇÃO

Nunes apenas teve o primeiro contato com os detalhes da candidatura do Marrocos momentos antes da votação, quando o país fez sua última apresentação, minutos antes da votação. 

A CBF chegou a pensar em soltar uma nota, explicando que havia ocorrido um erro na hora do voto. Mas foi surpreendida depois que ficou sabendo que o próprio coronel declarou à imprensa de que havia votado pelo Marrocos.

Ao falar com jornalistas, Nunes primeiro tentou esconder seu voto, alegando que era sigiloso. “É segredo”, disse. O problema é que a Fifa já tinha publicado o resultado e que mostrava que o Brasil havia mudado de posição. 

Em imagens, a história da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia

1 | 81

Final

Foto: Fábio Motta / Estadão Conteúdo
2 | 81

Dor

Foto: Frank Ausgtein / AP
3 | 81

Vencedores

Foto: Robert Ghement / EFE
4 | 81

Há tempo

Foto: Luis Acosta / AFP
5 | 81

Marcado

Foto: Gleb Baranich / Reuters
6 | 81

Esperança

Foto: Manan Vatsayana / AFP
7 | 81

Mortal

Foto: Frank Augstein / AP
8 | 81

Azar

Foto: Saeed Khan / AFP
9 | 81

Reforço na torcida

Foto: Twitter Oficial / CBF
10 | 81

Atenção redobrada

Foto: Matthias Schrader / AP
11 | 81

Volta do Canário

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
12 | 81

Calor da torcida

Foto: Eduardo Nicolau / Estadão
13 | 81

Última vez

Foto: Nelson Almeida / AFP
14 | 81

Volta

Foto: Ronald Wittek / EFE
15 | 81

Bom humor

Foto: Ronald Wittek / EFE
16 | 81

Pra garantir

Foto: Michael Dalder / Reuters
17 | 81

Agressão?

Foto: David Gray / Reuters
18 | 81

Marca do craque

Foto: Fabrice Coffrini / AFP
19 | 81

Muro mexicano

Foto: Benjamin Cremel / AFP
20 | 81

Últimos ajustes

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
21 | 81

Oitavas do PSG

Foto: David Gray/Reuters
22 | 81

Capitão repetido

Foto: Emmanuel Dunand/AFP
23 | 81

A volta de Marcelo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
24 | 81

Treino fechado

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
25 | 81

Retorno e Ausência

Foto: Hannah McKay / Reuters
26 | 81

Voo da vitória

Foto: Reprodução Twitter CBF
27 | 81

Artilheiros

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
28 | 81

Perdeu!

Foto: Wilton Junior/Estadão
29 | 81

Pelo alto

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
30 | 81

Com estilo

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
31 | 81

Habilidade

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
32 | 81

Visita

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
33 | 81

Sem alterações

Foto: Wilton Júnior / Estadão
34 | 81

Na capital

Foto: Yuri Kadobnov / AFP
35 | 81

Pistola

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
36 | 81

Alterações?

Foto: Wilton Junior/Estadão
37 | 81

Ainda não

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
38 | 81

Velho conhecido

Foto: Kai Pfaffenbach / Reuters
39 | 81

Obrigado

Foto: Wilton Junior/Estadão
40 | 81

Descontração

Foto: Wilton Junior / Estadão
41 | 81

'Gigantes por natureza'

Foto: Wilton Junior/Estadão
42 | 81

Preocupação

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
43 | 81

Regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
44 | 81

Sofrimento

Foto: Juan Herrero / EFE
45 | 81

Iluminado

Foto: Lee Smith
46 | 81

Encenação

Foto: Michael Sohn / AP
47 | 81

Novo titular?

Foto: Olga Matseva / AFP
48 | 81

Manutenção

Foto: Dmitri Lovetsky / AP
49 | 81

Nova chance

Foto: Wilton Júnior / Estadão Conteúdo
50 | 81

Calor da torcida

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
51 | 81

Tudo bem

Foto: Twitter Oficial / CBF
52 | 81

Próximo

Foto: Tatyana Makeyeva / Reuters
53 | 81

Susto

Foto: Hannah McKay / Reuters
54 | 81

Treino regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
55 | 81

Agora sim?

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
56 | 81

Mudança?

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
57 | 81

Caçado

Foto: Wilton Junior/Estadão
58 | 81

Cadê o VAR?

Foto: Wilton Junior/Estadão
59 | 81

Comemoração

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
60 | 81

Nervosismo

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
61 | 81

Novo visual do craque

Foto: Wilton Junior/Estadão
62 | 81

Seleção 100% recuperada

Foto: Felipe Dana/AP
63 | 81

Olho no CR7

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
64 | 81

Volta

Foto: Nelson Almeida / AFP
65 | 81

Definido

Foto: Hassan Anmar / AP
66 | 81

Preparação

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
67 | 81

Enquanto isso...

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
68 | 81

Amado

69 | 81

Ausência

Foto: Nelson Almeida / AFP
70 | 81

Treino

Foto: Nelson Almeida / AFP
71 | 81

Comemorações

Foto: André Penner / AP
72 | 81

Invasão

Foto: Nelson Almeida / AFP
73 | 81

Pequeno susto

Foto: Andre Penner / AP
74 | 81

Recepção

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
75 | 81

Desembarque

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
76 | 81

Segundo amistoso

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
77 | 81

Viena

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
78 | 81

Primeiro amistoso

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
79 | 81

Liverpool

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
80 | 81

Londres

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
81 | 81

Teresópolis

Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Quando foi pressionado diante dessa informação, ele não sabia explicar. “Não sei como estava lá. Eu dei para meu colega votar”, justificou. Os demais dirigentes negam e garantem que foi ele quem votou. 

Questionado sobre o que pesou mais na votação, ele indicou que seria “a simpatia de uma pessoa por um país”. "Era bom que fosse o Marrocos. Nunca teve Copa lá", afirmou. Mas lamentou: "eu era apenas um voto". O cartola brasileiro insistiu que foi "injusto" dar a Copa pela segunda vez para os EUA e pela terceira vez aos mexicanos. "Nunca teve no Marrocos. Isso não é certo”.

Consultado, um alto representante da delegação americana afirmou que acredita que voto brasileiro foi uma tentativa de retaliação contra os EUA por conta da prisão dos cartolas da CBF. 

Carlos Cordeiro, presidente da US Soccer, admitiu ter ficado "surpreso" com o voto brasileiro, enquanto o delegado mexicano, Decio Di Maria, espera que o Brasil no final reconheça onde era melhor a Copa ser realizada. Mas entre os delegados americanos, ninguém acredita em um "engano" por parte do coronel Nunes.

No final do dia, o coronel evitou sair do hotel para uma festa que a Fifa havia organizado e onde estavam praticamente todos os dirigentes. Do outro lado do salão, uma delegação de cartolas marroquinos, ao saber que pela reportagem que Nunes estava poucos metros deles, fizeram questão de ir agradecer pelo voto. "Sequer o conhecemos", explicou o presidente da Federação de Futebol do Marrocos, Fouzi Lekjja, sem ter a mínima noção da crise que se desenrolava.

Depois de se comprometer com toda a América do Sul que votaria pela candidatura tripla da América do Norte - Estados Unidos, Canadá e México -, o presidente da CBF, Antônio Nunes, votou pela campanha do Marrocos para sediar a Copa do Mundo de 2026 na eleição ocorrida durante o Congresso da Fifa, em Moscou. 

+ Estados Unidos, México e Canadá sediarão a Copa do Mundo de 2026

+ Reverenciado por Fifa, Putin diz que Copa vai mudar imagem da Rússia

Ele achou que o voto era secreto e seu gesto abalou as esperanças da CBF de finalmente tentar mostrar aos demais dirigentes que é uma entidade que quer reconstruir sua credibilidade, depois de escândalos com seus três últimos presidentes.

Coronel Antônio Nunes (centro), presidente da CBF, durante o Congresso da Fifa. Foto: Jamil Chade/Estadão

A decisão causou um profundo mal-estar entre os sul-americanos, que foram cobrar explicações dos dirigentes brasileiros e chegaram a chamar a atitude de “traição”. Já para os americanos, Nunes votou como parte de uma "resposta" de Marco Polo Del Nero. "É ele (Del Nero) quem manda ainda", disse um dirigente na condição de anonimato. José Maria Marin foi alvo de um julgamento e está preso, enquanto que Del Nero caiu por conta das acusações apresentadas pelo Departamento de Justiça. 

Nunes é o presidente da CBF desde a queda de Del Nero e ocupa o cargo apenas até que o presidente eleito, Rogério Caboclo, assuma a posição, em abril de 2019. A opção por Nunes foi para evitar dar o cargo a outros dirigentes que estavam amplamente implicados em suspeitas de corrupção. 

Ele, porém, teve todos seus poderes esvaziados e os principais assuntos da gestão da CBF foram distribuídos entre Caboclo e outros dirigentes. Nos bastidores, é Del Nero que continua mandando. Mas não foi isso que ocorreu na Fifa. 

Pessoas próximas ao coronel explicaram ao Estado que ele tomou a decisão por ser "o presidente" e que julgava que não precisava consultar ou pedir autorização de seus supostos subordinados. O voto, porém, abriu uma crise diante de acusações de aliados de que não se poderia confiar na palavra da CBF.

Dois dias antes da votação, os sul-americanos se reuniram e definiram, uma vez mais, que chancelariam a candidatura americana. O coronel estava presente à reunião, que foi alvo de polêmica por conta da recusa da entidade sul-americana a permitir que o Marrocos apresentasse sua candidatura. Apenas os americanos tiveram essa opção. O Estado apurou que o coronel não sabia que houve um veto aos marroquinos na segunda-feira. 

Nesta quarta-feira, tudo estava combinado para que o voto da CBF fosse para os americanos. Momentos antes de começar o processo, o vice-presidente da entidade, Fernando Sarney, foi até a mesa do Brasil para se assegurar que o voto de Nunes seria dado da forma correta. 

Mas assim que o resultado da votação foi anunciado, o presidente da Conmebol, Alejandro Domingues, se dirigiu até Sarney com a notícia. O caos apenas era interrompido por cartolas africanos que vinham até Sarney para o abraçar diante da suposta decisão do Brasil em apoiar o continente. 

Constrangido, o brasileiro foi procurar uma explicação com Nunes, que justificou primeiro que havia cometido um erro na hora de votar. Mas, pressionado, acabou justificando que havia tomado a decisão de apoiar o Marrocos. 

Quem não sabia de nada disso era Caboclo, o dirigente que havia viajado até Moscou para se apresentar aos cartolas da Fifa como o novo rosto do futebol brasileiro. O tom que adotaria era de profissionalismo, do fim das polêmicas de corrupção e, acima de tudo, que o Brasil cumpriria sua palavra. 

Satélite tira fotos aéreas dos 12 estádios da Copa do Mundo da Rússia

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Visão aérea dos estádios

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ARENA ZENIT

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ARENA KALININGRADO

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ARENA ROSTOV

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ARENA SAMARA

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NÍJNI NOVGOROD

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FISHT

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SPARTAK

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ARENA ECATERIMBURGO

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ARENA KAZAN

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ARENA MORDOVIA

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ESTÁDIO LUJNIKI

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ARENA VOLGOGRADO

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Ele receberia, incrédulo, a informação em um telefonema de Sarney. O gesto de Nunes na votação jogou um banho de água fria nessas pretensões de apresentar uma “nova CBF” ao mundo. 

Já de volta aos hotéis da Fifa, Sarney voltou a ser pressionado por uma explicação por parte do presidente da Conmebol, que sugeria uma “traição”, enquanto os demais também queriam entender a mudança no voto. Ninguém acreditava que havia sido apenas um erro ou uma decisão de uma só pessoa.

Apesar de ser considerado apenas como um presidente fachada entre os próprios dirigentes, a situação deixa uma saia-justa entre os brasileiros. Nunes, como chefe, não pode ser afastado por tomar uma decisão que justamente cabe ao presidente. Já o medo dos demais é de que ele acabe demitindo Caboclo ou frustrando os planos de transição.

O constrangimento deve continuar nesta quinta-feira. A Conmebol abrirá sua “casa” em Moscou e dirigentes brasileiros tentam evitar que Nunes va até a reunião e coletiva de imprensa. O coronel, porém, afirmou ao Estado que estará presente. 

EXPLICAÇÃO

Nunes apenas teve o primeiro contato com os detalhes da candidatura do Marrocos momentos antes da votação, quando o país fez sua última apresentação, minutos antes da votação. 

A CBF chegou a pensar em soltar uma nota, explicando que havia ocorrido um erro na hora do voto. Mas foi surpreendida depois que ficou sabendo que o próprio coronel declarou à imprensa de que havia votado pelo Marrocos.

Ao falar com jornalistas, Nunes primeiro tentou esconder seu voto, alegando que era sigiloso. “É segredo”, disse. O problema é que a Fifa já tinha publicado o resultado e que mostrava que o Brasil havia mudado de posição. 

Em imagens, a história da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia

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Final

Foto: Fábio Motta / Estadão Conteúdo
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Dor

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Vencedores

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Há tempo

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Marcado

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Esperança

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Mortal

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Azar

Foto: Saeed Khan / AFP
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Reforço na torcida

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Atenção redobrada

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Volta do Canário

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Calor da torcida

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Última vez

Foto: Nelson Almeida / AFP
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Volta

Foto: Ronald Wittek / EFE
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Bom humor

Foto: Ronald Wittek / EFE
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Pra garantir

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Agressão?

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Marca do craque

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Muro mexicano

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Últimos ajustes

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
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Oitavas do PSG

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Capitão repetido

Foto: Emmanuel Dunand/AFP
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A volta de Marcelo

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Treino fechado

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Retorno e Ausência

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Voo da vitória

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Artilheiros

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Perdeu!

Foto: Wilton Junior/Estadão
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Pelo alto

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
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Com estilo

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
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Habilidade

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Visita

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
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Sem alterações

Foto: Wilton Júnior / Estadão
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Na capital

Foto: Yuri Kadobnov / AFP
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Pistola

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Alterações?

Foto: Wilton Junior/Estadão
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Ainda não

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
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Velho conhecido

Foto: Kai Pfaffenbach / Reuters
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Obrigado

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Descontração

Foto: Wilton Junior / Estadão
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'Gigantes por natureza'

Foto: Wilton Junior/Estadão
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Preocupação

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Regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
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Sofrimento

Foto: Juan Herrero / EFE
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Iluminado

Foto: Lee Smith
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Encenação

Foto: Michael Sohn / AP
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Novo titular?

Foto: Olga Matseva / AFP
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Manutenção

Foto: Dmitri Lovetsky / AP
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Nova chance

Foto: Wilton Júnior / Estadão Conteúdo
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Calor da torcida

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
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Tudo bem

Foto: Twitter Oficial / CBF
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Próximo

Foto: Tatyana Makeyeva / Reuters
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Susto

Foto: Hannah McKay / Reuters
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Treino regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
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Agora sim?

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Mudança?

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Caçado

Foto: Wilton Junior/Estadão
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Cadê o VAR?

Foto: Wilton Junior/Estadão
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Comemoração

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Nervosismo

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Novo visual do craque

Foto: Wilton Junior/Estadão
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Seleção 100% recuperada

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Olho no CR7

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Volta

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Definido

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Preparação

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Enquanto isso...

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Amado

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Ausência

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Treino

Foto: Nelson Almeida / AFP
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Comemorações

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Invasão

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Pequeno susto

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Recepção

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Desembarque

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Segundo amistoso

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Viena

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Primeiro amistoso

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Liverpool

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Londres

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Teresópolis

Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Quando foi pressionado diante dessa informação, ele não sabia explicar. “Não sei como estava lá. Eu dei para meu colega votar”, justificou. Os demais dirigentes negam e garantem que foi ele quem votou. 

Questionado sobre o que pesou mais na votação, ele indicou que seria “a simpatia de uma pessoa por um país”. "Era bom que fosse o Marrocos. Nunca teve Copa lá", afirmou. Mas lamentou: "eu era apenas um voto". O cartola brasileiro insistiu que foi "injusto" dar a Copa pela segunda vez para os EUA e pela terceira vez aos mexicanos. "Nunca teve no Marrocos. Isso não é certo”.

Consultado, um alto representante da delegação americana afirmou que acredita que voto brasileiro foi uma tentativa de retaliação contra os EUA por conta da prisão dos cartolas da CBF. 

Carlos Cordeiro, presidente da US Soccer, admitiu ter ficado "surpreso" com o voto brasileiro, enquanto o delegado mexicano, Decio Di Maria, espera que o Brasil no final reconheça onde era melhor a Copa ser realizada. Mas entre os delegados americanos, ninguém acredita em um "engano" por parte do coronel Nunes.

No final do dia, o coronel evitou sair do hotel para uma festa que a Fifa havia organizado e onde estavam praticamente todos os dirigentes. Do outro lado do salão, uma delegação de cartolas marroquinos, ao saber que pela reportagem que Nunes estava poucos metros deles, fizeram questão de ir agradecer pelo voto. "Sequer o conhecemos", explicou o presidente da Federação de Futebol do Marrocos, Fouzi Lekjja, sem ter a mínima noção da crise que se desenrolava.

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