Trabalhadores em greve deixaram sem eletricidade nesta quinta-feira (9) as obras da vila olímpica destinada a receber os Jogos Olímpicos de Paris 2024, como parte dos maciços protestos contra a impopular reforma da Previdenciária na França.
“Diante de um governo firme, nós também somos firmes”, disse Sébastien Menesplier, chefe do sindicato CGT, à imprensa, um dia depois que o porta-voz do governo, Olivier Véran, condenou os apelos “para colocar a economia de joelhos”.
Os grevistas informaram que a ação afetou a vila olímpica, uma área comercial próxima, os centros de dados e o Stade de France em Saint-Denis, ao norte de Paris.
A empresa responsável pelo fornecimento de energia, Enedis, especificou, no entanto, que a corrente não foi cortada no Estádio, mas que afetou cerca de 500 clientes. O abastecimento foi imediatamente restabelecido por meio de manobras remotas para a maioria deles, acrescentou.
“As plantas da rede elétrica que tínhamos provavelmente não estavam atualizadas”, disse à AFP Frédéric Probel, outro membro da CGT e um dos organizadores do plano.
Cerca de 300 trabalhadores participaram da ação. Alguns deles, encapuzados, levantaram os braços e acenderam sinalizadores de fumaça para esconder os que cortavam a corrente e protegê-los das câmeras.
Os sindicatos intensificaram sua luta na terça-feira com greves prorrogáveis e ações mais simbólicas, depois que cinco dias de protestos pacíficos em massa em janeiro e fevereiro não conseguiram fazer o governo reverter sua reforma impopular.
Metade das linhas do metrô de Paris, que também foram afetadas pelas manifestações, recuperaram sua frequência normal ou quase normal.
O envio de combustível também foi retomado em uma das refinarias em greve há dias, embora grevistas continuem reduzindo a produção de eletricidade e mantendo quatro terminais de gás natural liquefeito (GNL) fechados. Paris receberá os Jogos Olímpicos entre julho e agosto de 2024. / AFP