Intolerância


Por Marcos Caetano

Muito foi dito e escrito sobre a histórica corrida eleitoral dos Estados Unidos, que levou ao poder Barack Hussain Obama, um negro nascido no Havaí, filho de um queniano e de uma norte-americana do conservador estado do Kansas, que ainda menino ganhou um padrasto indonésio e viveu em Jacarta, onde estudou em um colégio muçulmano e viu nascer sua irmã, atualmente casada com um chinês. Por ser essa espécie de globalização ambulante, é impossível não nos identificarmos com pelo menos algum aspecto da vida de Obama. Sua eleição não foi tão celebrada ao redor do mundo por acaso. A dificuldade do ser humano em conviver com a diferença - de doutrina, de raça, de ideologia, de valores - foi causa de todas as cizânias da história da humanidade. Quando indivíduos se organizam em grupos que se julgam depositários exclusivos de verdades absolutas, o resultado é sempre traduzido em intolerância. E essa intolerância é a causa de todos os conflitos, seja na política internacional, seja nos estádios de futebol. A eleição de Obama nos obriga a refletir mais sobre isso. No meu caso, com a perspectiva de quem ama o futebol. Como já escrevi aqui, acredito que, infelizmente, não estamos longe do dia em que um jogador ou um técnico será assassinado por torcedores furiosos. Torcedores assassinando uns aos outros é algo que se tornou uma triste rotina na cobertura esportiva, mas, até aqui, atletas e treinadores brasileiros têm escapado - não ilesos, como o caso de Luxemburgo mostrou - da irracionalidade dos setores radicais das chamadas torcidas organizadas. Mas chegará o dia em que noticiaremos por aqui um caso como o de Andrés Escobar, jogador da seleção colombiana, assassinado com doze tiros após uma discussão com torcedores que foram se queixar de um gol contra que ele havia marcado, dias antes, na Copa de 1994. A intolerância é o combustível dos imbecis que comandam setores violentos das torcidas organizadas. Houve uma época em que os estádios viviam cobertos de faixas de torcidas, cada uma representando um bairro ou um grupo de amigos. As torcidas eram autênticas e as pessoas escolhiam a que grupo se juntar por razões de afinidade. Hoje, quase todos aqueles que vão aos estádios procuram justamente evitar as torcidas organizadas. E muitos dos que decidem se unir a uma delas são movidos mais por auto-afirmação do que por paixão. A vontade de brigar com a torcida adversária é, para esses marginais, maior do que o amor ao time. Hoje, vemos nos estádios só uma torcida de cada time. Essa torcida tem uma faixa imensa, que normalmente ocupa quase metade do anel do estádio. Essas torcidas são como estados totalitaristas - e não por acaso se organizam em subfacções batizadas de batalhões, brigadas ou divisões, que têm por objetivo eliminar não só as torcidas adversárias, mas, se possível, qualquer torcida menor de seu próprio time. Por isso não é raro ver integrantes dessas torcidas esquecendo dos jogos para trocar gritos de guerra e até sopapos com as outras agremiações do próprio clube. Quem freqüenta estádios sabe bem do que estou falando. Toda vez que se aproxima um clássico ou um jogo de grande risco, como o Vasco x São Paulo deste final de semana, fico apavorado com o que essas al-qaedas das arquibancadas podem fazer. A troca de farpas entre Muricy Ramalho e Roberto Dinamite não ajudou em nada o clima da partida. Só tornou-o mais pesado. E alimentou os monstros uniformizados, sempre famintos de motivos - que podem ser simples comentários provocadores de dirigentes - para dar vazão à sua fúria irracional. As autoridades precisam fazer o seu melhor para impedir uma possível tragédia amanhã.

Muito foi dito e escrito sobre a histórica corrida eleitoral dos Estados Unidos, que levou ao poder Barack Hussain Obama, um negro nascido no Havaí, filho de um queniano e de uma norte-americana do conservador estado do Kansas, que ainda menino ganhou um padrasto indonésio e viveu em Jacarta, onde estudou em um colégio muçulmano e viu nascer sua irmã, atualmente casada com um chinês. Por ser essa espécie de globalização ambulante, é impossível não nos identificarmos com pelo menos algum aspecto da vida de Obama. Sua eleição não foi tão celebrada ao redor do mundo por acaso. A dificuldade do ser humano em conviver com a diferença - de doutrina, de raça, de ideologia, de valores - foi causa de todas as cizânias da história da humanidade. Quando indivíduos se organizam em grupos que se julgam depositários exclusivos de verdades absolutas, o resultado é sempre traduzido em intolerância. E essa intolerância é a causa de todos os conflitos, seja na política internacional, seja nos estádios de futebol. A eleição de Obama nos obriga a refletir mais sobre isso. No meu caso, com a perspectiva de quem ama o futebol. Como já escrevi aqui, acredito que, infelizmente, não estamos longe do dia em que um jogador ou um técnico será assassinado por torcedores furiosos. Torcedores assassinando uns aos outros é algo que se tornou uma triste rotina na cobertura esportiva, mas, até aqui, atletas e treinadores brasileiros têm escapado - não ilesos, como o caso de Luxemburgo mostrou - da irracionalidade dos setores radicais das chamadas torcidas organizadas. Mas chegará o dia em que noticiaremos por aqui um caso como o de Andrés Escobar, jogador da seleção colombiana, assassinado com doze tiros após uma discussão com torcedores que foram se queixar de um gol contra que ele havia marcado, dias antes, na Copa de 1994. A intolerância é o combustível dos imbecis que comandam setores violentos das torcidas organizadas. Houve uma época em que os estádios viviam cobertos de faixas de torcidas, cada uma representando um bairro ou um grupo de amigos. As torcidas eram autênticas e as pessoas escolhiam a que grupo se juntar por razões de afinidade. Hoje, quase todos aqueles que vão aos estádios procuram justamente evitar as torcidas organizadas. E muitos dos que decidem se unir a uma delas são movidos mais por auto-afirmação do que por paixão. A vontade de brigar com a torcida adversária é, para esses marginais, maior do que o amor ao time. Hoje, vemos nos estádios só uma torcida de cada time. Essa torcida tem uma faixa imensa, que normalmente ocupa quase metade do anel do estádio. Essas torcidas são como estados totalitaristas - e não por acaso se organizam em subfacções batizadas de batalhões, brigadas ou divisões, que têm por objetivo eliminar não só as torcidas adversárias, mas, se possível, qualquer torcida menor de seu próprio time. Por isso não é raro ver integrantes dessas torcidas esquecendo dos jogos para trocar gritos de guerra e até sopapos com as outras agremiações do próprio clube. Quem freqüenta estádios sabe bem do que estou falando. Toda vez que se aproxima um clássico ou um jogo de grande risco, como o Vasco x São Paulo deste final de semana, fico apavorado com o que essas al-qaedas das arquibancadas podem fazer. A troca de farpas entre Muricy Ramalho e Roberto Dinamite não ajudou em nada o clima da partida. Só tornou-o mais pesado. E alimentou os monstros uniformizados, sempre famintos de motivos - que podem ser simples comentários provocadores de dirigentes - para dar vazão à sua fúria irracional. As autoridades precisam fazer o seu melhor para impedir uma possível tragédia amanhã.

Muito foi dito e escrito sobre a histórica corrida eleitoral dos Estados Unidos, que levou ao poder Barack Hussain Obama, um negro nascido no Havaí, filho de um queniano e de uma norte-americana do conservador estado do Kansas, que ainda menino ganhou um padrasto indonésio e viveu em Jacarta, onde estudou em um colégio muçulmano e viu nascer sua irmã, atualmente casada com um chinês. Por ser essa espécie de globalização ambulante, é impossível não nos identificarmos com pelo menos algum aspecto da vida de Obama. Sua eleição não foi tão celebrada ao redor do mundo por acaso. A dificuldade do ser humano em conviver com a diferença - de doutrina, de raça, de ideologia, de valores - foi causa de todas as cizânias da história da humanidade. Quando indivíduos se organizam em grupos que se julgam depositários exclusivos de verdades absolutas, o resultado é sempre traduzido em intolerância. E essa intolerância é a causa de todos os conflitos, seja na política internacional, seja nos estádios de futebol. A eleição de Obama nos obriga a refletir mais sobre isso. No meu caso, com a perspectiva de quem ama o futebol. Como já escrevi aqui, acredito que, infelizmente, não estamos longe do dia em que um jogador ou um técnico será assassinado por torcedores furiosos. Torcedores assassinando uns aos outros é algo que se tornou uma triste rotina na cobertura esportiva, mas, até aqui, atletas e treinadores brasileiros têm escapado - não ilesos, como o caso de Luxemburgo mostrou - da irracionalidade dos setores radicais das chamadas torcidas organizadas. Mas chegará o dia em que noticiaremos por aqui um caso como o de Andrés Escobar, jogador da seleção colombiana, assassinado com doze tiros após uma discussão com torcedores que foram se queixar de um gol contra que ele havia marcado, dias antes, na Copa de 1994. A intolerância é o combustível dos imbecis que comandam setores violentos das torcidas organizadas. Houve uma época em que os estádios viviam cobertos de faixas de torcidas, cada uma representando um bairro ou um grupo de amigos. As torcidas eram autênticas e as pessoas escolhiam a que grupo se juntar por razões de afinidade. Hoje, quase todos aqueles que vão aos estádios procuram justamente evitar as torcidas organizadas. E muitos dos que decidem se unir a uma delas são movidos mais por auto-afirmação do que por paixão. A vontade de brigar com a torcida adversária é, para esses marginais, maior do que o amor ao time. Hoje, vemos nos estádios só uma torcida de cada time. Essa torcida tem uma faixa imensa, que normalmente ocupa quase metade do anel do estádio. Essas torcidas são como estados totalitaristas - e não por acaso se organizam em subfacções batizadas de batalhões, brigadas ou divisões, que têm por objetivo eliminar não só as torcidas adversárias, mas, se possível, qualquer torcida menor de seu próprio time. Por isso não é raro ver integrantes dessas torcidas esquecendo dos jogos para trocar gritos de guerra e até sopapos com as outras agremiações do próprio clube. Quem freqüenta estádios sabe bem do que estou falando. Toda vez que se aproxima um clássico ou um jogo de grande risco, como o Vasco x São Paulo deste final de semana, fico apavorado com o que essas al-qaedas das arquibancadas podem fazer. A troca de farpas entre Muricy Ramalho e Roberto Dinamite não ajudou em nada o clima da partida. Só tornou-o mais pesado. E alimentou os monstros uniformizados, sempre famintos de motivos - que podem ser simples comentários provocadores de dirigentes - para dar vazão à sua fúria irracional. As autoridades precisam fazer o seu melhor para impedir uma possível tragédia amanhã.

Muito foi dito e escrito sobre a histórica corrida eleitoral dos Estados Unidos, que levou ao poder Barack Hussain Obama, um negro nascido no Havaí, filho de um queniano e de uma norte-americana do conservador estado do Kansas, que ainda menino ganhou um padrasto indonésio e viveu em Jacarta, onde estudou em um colégio muçulmano e viu nascer sua irmã, atualmente casada com um chinês. Por ser essa espécie de globalização ambulante, é impossível não nos identificarmos com pelo menos algum aspecto da vida de Obama. Sua eleição não foi tão celebrada ao redor do mundo por acaso. A dificuldade do ser humano em conviver com a diferença - de doutrina, de raça, de ideologia, de valores - foi causa de todas as cizânias da história da humanidade. Quando indivíduos se organizam em grupos que se julgam depositários exclusivos de verdades absolutas, o resultado é sempre traduzido em intolerância. E essa intolerância é a causa de todos os conflitos, seja na política internacional, seja nos estádios de futebol. A eleição de Obama nos obriga a refletir mais sobre isso. No meu caso, com a perspectiva de quem ama o futebol. Como já escrevi aqui, acredito que, infelizmente, não estamos longe do dia em que um jogador ou um técnico será assassinado por torcedores furiosos. Torcedores assassinando uns aos outros é algo que se tornou uma triste rotina na cobertura esportiva, mas, até aqui, atletas e treinadores brasileiros têm escapado - não ilesos, como o caso de Luxemburgo mostrou - da irracionalidade dos setores radicais das chamadas torcidas organizadas. Mas chegará o dia em que noticiaremos por aqui um caso como o de Andrés Escobar, jogador da seleção colombiana, assassinado com doze tiros após uma discussão com torcedores que foram se queixar de um gol contra que ele havia marcado, dias antes, na Copa de 1994. A intolerância é o combustível dos imbecis que comandam setores violentos das torcidas organizadas. Houve uma época em que os estádios viviam cobertos de faixas de torcidas, cada uma representando um bairro ou um grupo de amigos. As torcidas eram autênticas e as pessoas escolhiam a que grupo se juntar por razões de afinidade. Hoje, quase todos aqueles que vão aos estádios procuram justamente evitar as torcidas organizadas. E muitos dos que decidem se unir a uma delas são movidos mais por auto-afirmação do que por paixão. A vontade de brigar com a torcida adversária é, para esses marginais, maior do que o amor ao time. Hoje, vemos nos estádios só uma torcida de cada time. Essa torcida tem uma faixa imensa, que normalmente ocupa quase metade do anel do estádio. Essas torcidas são como estados totalitaristas - e não por acaso se organizam em subfacções batizadas de batalhões, brigadas ou divisões, que têm por objetivo eliminar não só as torcidas adversárias, mas, se possível, qualquer torcida menor de seu próprio time. Por isso não é raro ver integrantes dessas torcidas esquecendo dos jogos para trocar gritos de guerra e até sopapos com as outras agremiações do próprio clube. Quem freqüenta estádios sabe bem do que estou falando. Toda vez que se aproxima um clássico ou um jogo de grande risco, como o Vasco x São Paulo deste final de semana, fico apavorado com o que essas al-qaedas das arquibancadas podem fazer. A troca de farpas entre Muricy Ramalho e Roberto Dinamite não ajudou em nada o clima da partida. Só tornou-o mais pesado. E alimentou os monstros uniformizados, sempre famintos de motivos - que podem ser simples comentários provocadores de dirigentes - para dar vazão à sua fúria irracional. As autoridades precisam fazer o seu melhor para impedir uma possível tragédia amanhã.

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