A lesão que tirou Juliana, do vôlei de praia, da Olimpíada de Pequim faz com que ela seja uma das primeiras atletas do Brasil a já fazer planos para os Jogos de Londres, em 2012. Enquanto isso, sua parceira Larissa afirma que não terá problemas em adaptar seu jogo ao da agora ex-rival Ana Paula, que deve chegar à capital chinesa na sexta-feira. Juliana decidiu na quarta-feira abandonar a Olimpíada de Pequim depois que uma lesão no joelho direito voltou a dar problemas para a atleta em treino em Pequim. Em entrevista nesta quinta-feira, Juliana afirmou que a decisão foi a mais difícil que já tomou. A jogadora, que preferiu um tratamento de intensa fisioterapia para se recuperar da lesão sofrida há cerca de 50 dias na etapa francesa do Circuito Mundial, disse que agora vai se submeter a uma cirurgia em algum momento depois de regressar ao Brasil. "A minha carreira recomeça agora. Vou operar e quando operar voltarei mais forte do que eu era", disse a tricampeã mundial, de 25 anos. "Eu não aguentava mais ver o rosto de sofrimento de todo mundo com o coração apertado e pedindo a Deus que nada acontecesse comigo", afirmou ela, com a voz embargada. "Vou ser uma das primeiras atletas a já pensar em Londres. Tentando me recuperar para jogar e ficar pronta até lá." LARISSA CONFIANTE Apesar da difícil tarefa de ver a parceira se separar da dupla às vésperas do início dos Jogos, Larissa aposta na capacidade de adaptação dos jogadores de vôlei de praia para conseguir encontrar seu jogo com a veterana Ana Paula, 36, 10 anos mais velha que ela. "Tenho certeza que vai dar tudo certo. Ela não se machucou sozinha não. Todo mundo sentiu, mas tenho certeza que no final de tudo isso a gente vai sair daqui com uma grande alegria", disse Larissa, confiante, apesar de afirmar que nunca jogou com Ana Paula antes. "Joguei sim várias vezes contra ela, mas acho que por a gente se conhecer tanto e jogar tantas vezes pode ser até um bom sinal, porque uma já conhece muito o que a outra faz", disse a jogadora. "A gente vai se adaptar. O atleta de vôlei de praia já está acostumado a isso, tem que se adaptar ao clima, ao sol, a areia, ao vento. Então uma parceira nova nesse momento não fará diferença não. Tenho certeza que conseguirei jogar com ela." Segundo Larissa, a decisão do afastamento de Juliana partiu da própria atleta. "Sempre pedi para darem à Juliana a oportunidade de se recuperar. Mas no primeiro treino ela sentiu que não seria capaz de ganhar comigo o ouro (...) A decisão partiu dela, mas no inicio eu não aceitei. Uma atleta passar 40 dias com 16 horas diárias de fisioterapia não era justo chegar aqui e dizerem para ela que ela não podia jogar, disse Larissa.