Karla Mendes A resistência das grandes construtoras em entrar como investidoras nos consórcios que disputarão o trem-bala é um dos principais fatores que motivou o adiamento do leilão, que deve ser confirmado hoje, revelou uma fonte do setor. Segundo ela, esse é o principal obstáculo à formação dos grupos empresariais, pois as grandes empreiteiras querem apenas "lucrar" com a execução das obras sem correr riscos, apesar de o investimento de maior peso no empreendimento ser o de engenharia civil. A maior dificuldade de diálogo é com os asiáticos, que não aceitam a estratégia que as empresas brasileiras querem: entrar com participação minoritária no consórcio, mas com poder de comando. "As empresas brasileiras querem entrar com apenas 5% de participação no projeto, mas querem mandar, fazer tudo do jeito delas", revelou a fonte. O cenário ficou ruim para os coreanos. Desde a saída do grupo Bertin, antes do primeiro adiamento, em novembro, eles não conseguiram outra empreiteira para substituí-la. Diante do cenário de novo adiamento, o grupo já sofre abalos. Segundo a fonte, alguns participantes começam a perder confiança na licitação. As empresas europeias declaram que sua participação será minoritária, caso fechem parceria com algum consórcio para disputar a licitação. Outro motivo do adiamento é a viagem da presidente Dilma Rousseff à China no dia 11, exatamente quando ocorreria o leilão. Apesar de os chineses terem declarado à ANTT que querem participar do trem-bala apenas como fornecedores ou construtores, Figueiredo admitiu que a visita de Dilma à China pode reverter esse quadro.
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