Carro usado: espere para comprar, corra para vender


Com a redução de IPI para os zero quilômetro e a queda dos preços desses automóveis, os seminovos (com até dois anos de uso) ficaram ainda mais desvalorizados no mercado e o recuo pode chegar a 25% nas próximas semanas

Por Redação

SAULO LUZ A estratégia é simples: quem está procurando carro usado para comprar deve esperar pelo menos uma semana para fechar o negócio e quem quer vender um automóvel desse tipo deve fazê-lo o mais rápido possível. Isso porque o preço dos seminovos (com até dois anos) deve cair até 25% nos próximos dias. O recuo vai no embalo da queda dos valores dos veículos zero quilômetro cujo Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) foi reduzido esta semana pelo governo. "Assim como ocorreu no final de 2008 e em 2009 (após o anúncio da redução do IPI para os novos), as vendas de carros usados devem despencar a partir de agora, atingindo as lojas independentes que comercializam estes veículos e também as locadoras especializadas em seminovos", diz Ayrton Fontes, economista especializado em varejo automotivo. No entanto, ele acredita que o problema vai ser mais grave do que em 2008 e 2009. Segundo Fontes, existe a dificuldade adicional para o consumidor conseguir financiamento. Os bancos estão imprimindo um rigor maior nos critérios para a concessão de crédito, motivados pelo aumento na inadimplência e por apresentarem uma garantia menor que os veículos zero km. "Os preços dos usados devem sofrer uma queda até 25% nos próximos dias e os proprietários devem ter mais dificuldade para vender, pois o estoque de carros usados no País está acima de 1,5 milhão de unidades", completa. O consultor de varejo automotivo Luiz Carlos Augusto lembra que algumas lojas multimarcas já começaram a baixar o preço para desovar estoque, mas o ideal é que o consumidor espere mais uma semana. "Acredito numa queda de pelo menos 8% nos preços. Quem estiver vendendo um usado, deve vendê-lo agora - se puder ficar sem o carro por um tempo. Quem quer comprar deve esperar um pouco, já que daqui uma semana o preço vai cair bastante", afirma. Paulo Roberto Garbossa, consultor de varejo automotivo da ADK concorda. "A partir de junho, tudo vai ficar mais claro e o mercado vai reposicionar e estabilizar tanto os preços do automóvel zero quanto do usado. Daí o consumidor conseguirá avaliar a melhor opção", diz. Segundo ele, as lojas de usados terão que encontrar uma margem de lucro mais apertada. "Até lá, o consumidor tem que fazer pesquisa para fazer uma compra que não comprometa o orçamento", diz. O JT visitou 16 lojas de automóveis, entre concessionárias e multimarcas, localizadas em dois tradicionais corredores de venda de carros nas zonas leste e norte (nas avenidas Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello e Engenheiro Caetano Álvares) e constatou que a maioria dos lojistas está preocupada com o futuro da venda de usados e seminovos. "O mercado de usados já estava parado. Na semana que vem vamos ter de baixar os preços. Senão, não vai ter como concorrer com o carro zero e as lojas de usados vão fechar", diz Francisco Duarte, vendedor da Rommer Multimarcas (zona leste). Preços já caíram Algumas lojas estão tão preocupadas com a concorrência dos veículos zero que já começaram a reduzir os preços dos usados. A Brasiluso (na Av. Anhaia Mello) reduziu o preço do C4 2010 Palace Flex completo de R$ 49 mil para R$ 45 mil (redução de 8,3%). Na mesma avenida, a loja FM Veículos reduziu o preço do Fiat Uno Vivace 2012 1.0 de R$ 28.990 para R$ 26.990 (6,9%). Outra loja vizinha, a Mambrini Motors cobrava R$ 35.900 pelo Nissan March 2013 1.6 na quinta-feira. Ontem, o preço caiu para R$ 33.900 (5,5%). Na semana passada, um Astra 2010 com motor 2.0 completo estava custando R$ 36.500 na Couto Automóveis (na Av. na Engenheiro Caetano Álvares). Ontem, o mesmo carro saia por R$ 34.500. "Estou tendo que readequar todo o meu estoque a essa nova realidade do preço do carro zero. O mercado de seminovos está travado", conta André Campos César, gerente e sócio-proprietário. Em outra loja na mesma avenida um Ford Focus 2009 com motor 1.6 está custando R$ 29 mil. "Na semana passada estava R$ 32 mil", diz Alvaro Mari, gerente da loja Primos Car. "O governo só incentiva as montadoras - que têm 5 mil concessionárias - e esquece das 42 mil lojas independentes que existem", diz.

SAULO LUZ A estratégia é simples: quem está procurando carro usado para comprar deve esperar pelo menos uma semana para fechar o negócio e quem quer vender um automóvel desse tipo deve fazê-lo o mais rápido possível. Isso porque o preço dos seminovos (com até dois anos) deve cair até 25% nos próximos dias. O recuo vai no embalo da queda dos valores dos veículos zero quilômetro cujo Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) foi reduzido esta semana pelo governo. "Assim como ocorreu no final de 2008 e em 2009 (após o anúncio da redução do IPI para os novos), as vendas de carros usados devem despencar a partir de agora, atingindo as lojas independentes que comercializam estes veículos e também as locadoras especializadas em seminovos", diz Ayrton Fontes, economista especializado em varejo automotivo. No entanto, ele acredita que o problema vai ser mais grave do que em 2008 e 2009. Segundo Fontes, existe a dificuldade adicional para o consumidor conseguir financiamento. Os bancos estão imprimindo um rigor maior nos critérios para a concessão de crédito, motivados pelo aumento na inadimplência e por apresentarem uma garantia menor que os veículos zero km. "Os preços dos usados devem sofrer uma queda até 25% nos próximos dias e os proprietários devem ter mais dificuldade para vender, pois o estoque de carros usados no País está acima de 1,5 milhão de unidades", completa. O consultor de varejo automotivo Luiz Carlos Augusto lembra que algumas lojas multimarcas já começaram a baixar o preço para desovar estoque, mas o ideal é que o consumidor espere mais uma semana. "Acredito numa queda de pelo menos 8% nos preços. Quem estiver vendendo um usado, deve vendê-lo agora - se puder ficar sem o carro por um tempo. Quem quer comprar deve esperar um pouco, já que daqui uma semana o preço vai cair bastante", afirma. Paulo Roberto Garbossa, consultor de varejo automotivo da ADK concorda. "A partir de junho, tudo vai ficar mais claro e o mercado vai reposicionar e estabilizar tanto os preços do automóvel zero quanto do usado. Daí o consumidor conseguirá avaliar a melhor opção", diz. Segundo ele, as lojas de usados terão que encontrar uma margem de lucro mais apertada. "Até lá, o consumidor tem que fazer pesquisa para fazer uma compra que não comprometa o orçamento", diz. O JT visitou 16 lojas de automóveis, entre concessionárias e multimarcas, localizadas em dois tradicionais corredores de venda de carros nas zonas leste e norte (nas avenidas Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello e Engenheiro Caetano Álvares) e constatou que a maioria dos lojistas está preocupada com o futuro da venda de usados e seminovos. "O mercado de usados já estava parado. Na semana que vem vamos ter de baixar os preços. Senão, não vai ter como concorrer com o carro zero e as lojas de usados vão fechar", diz Francisco Duarte, vendedor da Rommer Multimarcas (zona leste). Preços já caíram Algumas lojas estão tão preocupadas com a concorrência dos veículos zero que já começaram a reduzir os preços dos usados. A Brasiluso (na Av. Anhaia Mello) reduziu o preço do C4 2010 Palace Flex completo de R$ 49 mil para R$ 45 mil (redução de 8,3%). Na mesma avenida, a loja FM Veículos reduziu o preço do Fiat Uno Vivace 2012 1.0 de R$ 28.990 para R$ 26.990 (6,9%). Outra loja vizinha, a Mambrini Motors cobrava R$ 35.900 pelo Nissan March 2013 1.6 na quinta-feira. Ontem, o preço caiu para R$ 33.900 (5,5%). Na semana passada, um Astra 2010 com motor 2.0 completo estava custando R$ 36.500 na Couto Automóveis (na Av. na Engenheiro Caetano Álvares). Ontem, o mesmo carro saia por R$ 34.500. "Estou tendo que readequar todo o meu estoque a essa nova realidade do preço do carro zero. O mercado de seminovos está travado", conta André Campos César, gerente e sócio-proprietário. Em outra loja na mesma avenida um Ford Focus 2009 com motor 1.6 está custando R$ 29 mil. "Na semana passada estava R$ 32 mil", diz Alvaro Mari, gerente da loja Primos Car. "O governo só incentiva as montadoras - que têm 5 mil concessionárias - e esquece das 42 mil lojas independentes que existem", diz.

SAULO LUZ A estratégia é simples: quem está procurando carro usado para comprar deve esperar pelo menos uma semana para fechar o negócio e quem quer vender um automóvel desse tipo deve fazê-lo o mais rápido possível. Isso porque o preço dos seminovos (com até dois anos) deve cair até 25% nos próximos dias. O recuo vai no embalo da queda dos valores dos veículos zero quilômetro cujo Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) foi reduzido esta semana pelo governo. "Assim como ocorreu no final de 2008 e em 2009 (após o anúncio da redução do IPI para os novos), as vendas de carros usados devem despencar a partir de agora, atingindo as lojas independentes que comercializam estes veículos e também as locadoras especializadas em seminovos", diz Ayrton Fontes, economista especializado em varejo automotivo. No entanto, ele acredita que o problema vai ser mais grave do que em 2008 e 2009. Segundo Fontes, existe a dificuldade adicional para o consumidor conseguir financiamento. Os bancos estão imprimindo um rigor maior nos critérios para a concessão de crédito, motivados pelo aumento na inadimplência e por apresentarem uma garantia menor que os veículos zero km. "Os preços dos usados devem sofrer uma queda até 25% nos próximos dias e os proprietários devem ter mais dificuldade para vender, pois o estoque de carros usados no País está acima de 1,5 milhão de unidades", completa. O consultor de varejo automotivo Luiz Carlos Augusto lembra que algumas lojas multimarcas já começaram a baixar o preço para desovar estoque, mas o ideal é que o consumidor espere mais uma semana. "Acredito numa queda de pelo menos 8% nos preços. Quem estiver vendendo um usado, deve vendê-lo agora - se puder ficar sem o carro por um tempo. Quem quer comprar deve esperar um pouco, já que daqui uma semana o preço vai cair bastante", afirma. Paulo Roberto Garbossa, consultor de varejo automotivo da ADK concorda. "A partir de junho, tudo vai ficar mais claro e o mercado vai reposicionar e estabilizar tanto os preços do automóvel zero quanto do usado. Daí o consumidor conseguirá avaliar a melhor opção", diz. Segundo ele, as lojas de usados terão que encontrar uma margem de lucro mais apertada. "Até lá, o consumidor tem que fazer pesquisa para fazer uma compra que não comprometa o orçamento", diz. O JT visitou 16 lojas de automóveis, entre concessionárias e multimarcas, localizadas em dois tradicionais corredores de venda de carros nas zonas leste e norte (nas avenidas Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello e Engenheiro Caetano Álvares) e constatou que a maioria dos lojistas está preocupada com o futuro da venda de usados e seminovos. "O mercado de usados já estava parado. Na semana que vem vamos ter de baixar os preços. Senão, não vai ter como concorrer com o carro zero e as lojas de usados vão fechar", diz Francisco Duarte, vendedor da Rommer Multimarcas (zona leste). Preços já caíram Algumas lojas estão tão preocupadas com a concorrência dos veículos zero que já começaram a reduzir os preços dos usados. A Brasiluso (na Av. Anhaia Mello) reduziu o preço do C4 2010 Palace Flex completo de R$ 49 mil para R$ 45 mil (redução de 8,3%). Na mesma avenida, a loja FM Veículos reduziu o preço do Fiat Uno Vivace 2012 1.0 de R$ 28.990 para R$ 26.990 (6,9%). Outra loja vizinha, a Mambrini Motors cobrava R$ 35.900 pelo Nissan March 2013 1.6 na quinta-feira. Ontem, o preço caiu para R$ 33.900 (5,5%). Na semana passada, um Astra 2010 com motor 2.0 completo estava custando R$ 36.500 na Couto Automóveis (na Av. na Engenheiro Caetano Álvares). Ontem, o mesmo carro saia por R$ 34.500. "Estou tendo que readequar todo o meu estoque a essa nova realidade do preço do carro zero. O mercado de seminovos está travado", conta André Campos César, gerente e sócio-proprietário. Em outra loja na mesma avenida um Ford Focus 2009 com motor 1.6 está custando R$ 29 mil. "Na semana passada estava R$ 32 mil", diz Alvaro Mari, gerente da loja Primos Car. "O governo só incentiva as montadoras - que têm 5 mil concessionárias - e esquece das 42 mil lojas independentes que existem", diz.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.