Inflação em alta aperta cerco à pequena empresa


Espremidos entre os clientes e os fornecedores, negócios de menor porte sofrem mais com a alta dos custos que pressionam as margens de lucro. A boa notícia é que a tendência agora é que os preços comecem a arrefecer

Por Redação

CAROLINA DALL'OLIO LIGIA TUON A inflação de 6,51% acumulada nos últimos 12 meses já complicou a vida de micro e pequenos negócios, que tiveram de reajustar os preços de seus produtos ou reduzir suas margens de lucro como forma de reagir à pressão nos custos. Mas a boa notícia é que o cenário deve melhorar a partir de agora - e os empreendedores já devem se preparar para agir quando a inflação começar a perder força. Para Rogério Cesar de Souza, economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), as pequenas indústrias são as que mais sofrem em períodos de inflação alta. "Porque elas têm menor poder de barganha nas negociações", explica. "Os fornecedores apertam de um lado, pois já deram descontos para as grandes empresas e não querem perder mais dinheiro com as pequenas. Do outro lado, estão os clientes, que também podem ser grandes redes de varejo. Eles não vão aceitar preços mais altos, sob pena de cancelarem contratos", analisa Souza. "Por isso, para as pequenas indústrias muitas vezes não resta alternativa senão diminuir o lucro." Além da inflação, outro fator tem pressionado os custos das empresas: o encarecimento da mão de obra. Neste quesito, mais uma vez, são as pequenas que sentem mais o peso dos aumentos. Afinal, pelo fato de os pequenos negócios estarem mais concentrados nos setores de comércio e serviços, eles são mais dependentes de mão de obra. No ano passado, 88,7% das categorias de trabalhadores conseguiram aumento real, acima da inflação. E o porcentual dos que conquistaram um reajuste de mais de 3% acima da inflação foi o maior de todos os tempos: 15% do total. "Tivemos um ano muito bom, com economia aquecida, e que se traduziu em ganhos para o trabalhador", afirma José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de Relações Sindicais do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). "E 2011 deve ser parecido. Não teremos tantos aumentos reais porque a inflação está mais alta, mas ainda assim a maior parte das categorias deverá ter bons reajustes salariais." Fabio Pina, assessor econômico da Federação do Comércio (Fecomércio), afirma que em momentos de inflação elevada as pequenas empresas ficam mais expostas à competição com as grandes. "Por isso, o ideal é segurar os preços e sacrificar a margem de lucro para não perder clientes", diz. "Porque um cliente perdido custa caro para ser recuperado." A Cícero Papelaria que distribui materiais para lojas de todo o Brasil, incluindo duas grandes da capital paulista, tem 50 funcionários e, apesar de ter reajustado em 7,5% o salário dos empregados este ano, optou por não aumentar os preços dos produtos ainda. "No último mês, sentimos que o mercado deu uma freada no atacado, mas vamos reajustar os valores aos poucos, para que o cliente final se acostume", afirma o sócio diretor, Cícero Pedrosa. Por conta disto, o lucro da empresa já diminuiu em 40% desde o começo do ano, se comparado com o mesmo período de 2010. "Estamos pagando esse preço. Acredito que no segundo semestre o mercado vai se equilibrar", conta Cícero. Com uma noção maior sobre os efeitos da inflação, a empresa vai se preparar para isso na segunda metade do ano. "Apesar das expectativas positivas, se a inflação piorar, não vamos precisar subir tanto os preços, pois estamos fazendo estoque", diz Cícero. "É uma ótima estratégia. Se o empresário tiver um resto do estoque, pode aproveitar para vender no preço antigo", explica o consultor do Sebrae-SP, Luis Lobrigatti. Para os empresários que conseguiram segurar seus preços até agora, a dica é manter essa estratégia - já que a perspectiva do mercado é que a inflação perca força a partir dos próximos meses. "Quando isso acontecer, essa empresa será mais competitiva, pois terá mantido a clientela e melhorado a gestão", avalia Pina. Já quem teve de elevar os preços deve investir na melhora do serviço. "Para que o consumidor pague mais, é preciso que ele veja outros atributos na empresa." A saída que o restaurante La Paillote adotou para não repassar o reajuste do camarão - especialidade da casa - foi apostar na lagosta. Além de não ter subido tanto, a lagosta permite margem maior. "Fizemos isso para não aumentar tanto o preço, já que o camarão teve alta de 75%", conta o gerente João de Deus. Mesmo assim, o La Paillote sofreu. "Nos últimos dois meses, o lucro caiu cerca de 20%. Mas para manter o cliente, você tem que segurar o preço", diz o gerente.

CAROLINA DALL'OLIO LIGIA TUON A inflação de 6,51% acumulada nos últimos 12 meses já complicou a vida de micro e pequenos negócios, que tiveram de reajustar os preços de seus produtos ou reduzir suas margens de lucro como forma de reagir à pressão nos custos. Mas a boa notícia é que o cenário deve melhorar a partir de agora - e os empreendedores já devem se preparar para agir quando a inflação começar a perder força. Para Rogério Cesar de Souza, economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), as pequenas indústrias são as que mais sofrem em períodos de inflação alta. "Porque elas têm menor poder de barganha nas negociações", explica. "Os fornecedores apertam de um lado, pois já deram descontos para as grandes empresas e não querem perder mais dinheiro com as pequenas. Do outro lado, estão os clientes, que também podem ser grandes redes de varejo. Eles não vão aceitar preços mais altos, sob pena de cancelarem contratos", analisa Souza. "Por isso, para as pequenas indústrias muitas vezes não resta alternativa senão diminuir o lucro." Além da inflação, outro fator tem pressionado os custos das empresas: o encarecimento da mão de obra. Neste quesito, mais uma vez, são as pequenas que sentem mais o peso dos aumentos. Afinal, pelo fato de os pequenos negócios estarem mais concentrados nos setores de comércio e serviços, eles são mais dependentes de mão de obra. No ano passado, 88,7% das categorias de trabalhadores conseguiram aumento real, acima da inflação. E o porcentual dos que conquistaram um reajuste de mais de 3% acima da inflação foi o maior de todos os tempos: 15% do total. "Tivemos um ano muito bom, com economia aquecida, e que se traduziu em ganhos para o trabalhador", afirma José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de Relações Sindicais do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). "E 2011 deve ser parecido. Não teremos tantos aumentos reais porque a inflação está mais alta, mas ainda assim a maior parte das categorias deverá ter bons reajustes salariais." Fabio Pina, assessor econômico da Federação do Comércio (Fecomércio), afirma que em momentos de inflação elevada as pequenas empresas ficam mais expostas à competição com as grandes. "Por isso, o ideal é segurar os preços e sacrificar a margem de lucro para não perder clientes", diz. "Porque um cliente perdido custa caro para ser recuperado." A Cícero Papelaria que distribui materiais para lojas de todo o Brasil, incluindo duas grandes da capital paulista, tem 50 funcionários e, apesar de ter reajustado em 7,5% o salário dos empregados este ano, optou por não aumentar os preços dos produtos ainda. "No último mês, sentimos que o mercado deu uma freada no atacado, mas vamos reajustar os valores aos poucos, para que o cliente final se acostume", afirma o sócio diretor, Cícero Pedrosa. Por conta disto, o lucro da empresa já diminuiu em 40% desde o começo do ano, se comparado com o mesmo período de 2010. "Estamos pagando esse preço. Acredito que no segundo semestre o mercado vai se equilibrar", conta Cícero. Com uma noção maior sobre os efeitos da inflação, a empresa vai se preparar para isso na segunda metade do ano. "Apesar das expectativas positivas, se a inflação piorar, não vamos precisar subir tanto os preços, pois estamos fazendo estoque", diz Cícero. "É uma ótima estratégia. Se o empresário tiver um resto do estoque, pode aproveitar para vender no preço antigo", explica o consultor do Sebrae-SP, Luis Lobrigatti. Para os empresários que conseguiram segurar seus preços até agora, a dica é manter essa estratégia - já que a perspectiva do mercado é que a inflação perca força a partir dos próximos meses. "Quando isso acontecer, essa empresa será mais competitiva, pois terá mantido a clientela e melhorado a gestão", avalia Pina. Já quem teve de elevar os preços deve investir na melhora do serviço. "Para que o consumidor pague mais, é preciso que ele veja outros atributos na empresa." A saída que o restaurante La Paillote adotou para não repassar o reajuste do camarão - especialidade da casa - foi apostar na lagosta. Além de não ter subido tanto, a lagosta permite margem maior. "Fizemos isso para não aumentar tanto o preço, já que o camarão teve alta de 75%", conta o gerente João de Deus. Mesmo assim, o La Paillote sofreu. "Nos últimos dois meses, o lucro caiu cerca de 20%. Mas para manter o cliente, você tem que segurar o preço", diz o gerente.

CAROLINA DALL'OLIO LIGIA TUON A inflação de 6,51% acumulada nos últimos 12 meses já complicou a vida de micro e pequenos negócios, que tiveram de reajustar os preços de seus produtos ou reduzir suas margens de lucro como forma de reagir à pressão nos custos. Mas a boa notícia é que o cenário deve melhorar a partir de agora - e os empreendedores já devem se preparar para agir quando a inflação começar a perder força. Para Rogério Cesar de Souza, economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), as pequenas indústrias são as que mais sofrem em períodos de inflação alta. "Porque elas têm menor poder de barganha nas negociações", explica. "Os fornecedores apertam de um lado, pois já deram descontos para as grandes empresas e não querem perder mais dinheiro com as pequenas. Do outro lado, estão os clientes, que também podem ser grandes redes de varejo. Eles não vão aceitar preços mais altos, sob pena de cancelarem contratos", analisa Souza. "Por isso, para as pequenas indústrias muitas vezes não resta alternativa senão diminuir o lucro." Além da inflação, outro fator tem pressionado os custos das empresas: o encarecimento da mão de obra. Neste quesito, mais uma vez, são as pequenas que sentem mais o peso dos aumentos. Afinal, pelo fato de os pequenos negócios estarem mais concentrados nos setores de comércio e serviços, eles são mais dependentes de mão de obra. No ano passado, 88,7% das categorias de trabalhadores conseguiram aumento real, acima da inflação. E o porcentual dos que conquistaram um reajuste de mais de 3% acima da inflação foi o maior de todos os tempos: 15% do total. "Tivemos um ano muito bom, com economia aquecida, e que se traduziu em ganhos para o trabalhador", afirma José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de Relações Sindicais do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). "E 2011 deve ser parecido. Não teremos tantos aumentos reais porque a inflação está mais alta, mas ainda assim a maior parte das categorias deverá ter bons reajustes salariais." Fabio Pina, assessor econômico da Federação do Comércio (Fecomércio), afirma que em momentos de inflação elevada as pequenas empresas ficam mais expostas à competição com as grandes. "Por isso, o ideal é segurar os preços e sacrificar a margem de lucro para não perder clientes", diz. "Porque um cliente perdido custa caro para ser recuperado." A Cícero Papelaria que distribui materiais para lojas de todo o Brasil, incluindo duas grandes da capital paulista, tem 50 funcionários e, apesar de ter reajustado em 7,5% o salário dos empregados este ano, optou por não aumentar os preços dos produtos ainda. "No último mês, sentimos que o mercado deu uma freada no atacado, mas vamos reajustar os valores aos poucos, para que o cliente final se acostume", afirma o sócio diretor, Cícero Pedrosa. Por conta disto, o lucro da empresa já diminuiu em 40% desde o começo do ano, se comparado com o mesmo período de 2010. "Estamos pagando esse preço. Acredito que no segundo semestre o mercado vai se equilibrar", conta Cícero. Com uma noção maior sobre os efeitos da inflação, a empresa vai se preparar para isso na segunda metade do ano. "Apesar das expectativas positivas, se a inflação piorar, não vamos precisar subir tanto os preços, pois estamos fazendo estoque", diz Cícero. "É uma ótima estratégia. Se o empresário tiver um resto do estoque, pode aproveitar para vender no preço antigo", explica o consultor do Sebrae-SP, Luis Lobrigatti. Para os empresários que conseguiram segurar seus preços até agora, a dica é manter essa estratégia - já que a perspectiva do mercado é que a inflação perca força a partir dos próximos meses. "Quando isso acontecer, essa empresa será mais competitiva, pois terá mantido a clientela e melhorado a gestão", avalia Pina. Já quem teve de elevar os preços deve investir na melhora do serviço. "Para que o consumidor pague mais, é preciso que ele veja outros atributos na empresa." A saída que o restaurante La Paillote adotou para não repassar o reajuste do camarão - especialidade da casa - foi apostar na lagosta. Além de não ter subido tanto, a lagosta permite margem maior. "Fizemos isso para não aumentar tanto o preço, já que o camarão teve alta de 75%", conta o gerente João de Deus. Mesmo assim, o La Paillote sofreu. "Nos últimos dois meses, o lucro caiu cerca de 20%. Mas para manter o cliente, você tem que segurar o preço", diz o gerente.

CAROLINA DALL'OLIO LIGIA TUON A inflação de 6,51% acumulada nos últimos 12 meses já complicou a vida de micro e pequenos negócios, que tiveram de reajustar os preços de seus produtos ou reduzir suas margens de lucro como forma de reagir à pressão nos custos. Mas a boa notícia é que o cenário deve melhorar a partir de agora - e os empreendedores já devem se preparar para agir quando a inflação começar a perder força. Para Rogério Cesar de Souza, economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), as pequenas indústrias são as que mais sofrem em períodos de inflação alta. "Porque elas têm menor poder de barganha nas negociações", explica. "Os fornecedores apertam de um lado, pois já deram descontos para as grandes empresas e não querem perder mais dinheiro com as pequenas. Do outro lado, estão os clientes, que também podem ser grandes redes de varejo. Eles não vão aceitar preços mais altos, sob pena de cancelarem contratos", analisa Souza. "Por isso, para as pequenas indústrias muitas vezes não resta alternativa senão diminuir o lucro." Além da inflação, outro fator tem pressionado os custos das empresas: o encarecimento da mão de obra. Neste quesito, mais uma vez, são as pequenas que sentem mais o peso dos aumentos. Afinal, pelo fato de os pequenos negócios estarem mais concentrados nos setores de comércio e serviços, eles são mais dependentes de mão de obra. No ano passado, 88,7% das categorias de trabalhadores conseguiram aumento real, acima da inflação. E o porcentual dos que conquistaram um reajuste de mais de 3% acima da inflação foi o maior de todos os tempos: 15% do total. "Tivemos um ano muito bom, com economia aquecida, e que se traduziu em ganhos para o trabalhador", afirma José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de Relações Sindicais do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). "E 2011 deve ser parecido. Não teremos tantos aumentos reais porque a inflação está mais alta, mas ainda assim a maior parte das categorias deverá ter bons reajustes salariais." Fabio Pina, assessor econômico da Federação do Comércio (Fecomércio), afirma que em momentos de inflação elevada as pequenas empresas ficam mais expostas à competição com as grandes. "Por isso, o ideal é segurar os preços e sacrificar a margem de lucro para não perder clientes", diz. "Porque um cliente perdido custa caro para ser recuperado." A Cícero Papelaria que distribui materiais para lojas de todo o Brasil, incluindo duas grandes da capital paulista, tem 50 funcionários e, apesar de ter reajustado em 7,5% o salário dos empregados este ano, optou por não aumentar os preços dos produtos ainda. "No último mês, sentimos que o mercado deu uma freada no atacado, mas vamos reajustar os valores aos poucos, para que o cliente final se acostume", afirma o sócio diretor, Cícero Pedrosa. Por conta disto, o lucro da empresa já diminuiu em 40% desde o começo do ano, se comparado com o mesmo período de 2010. "Estamos pagando esse preço. Acredito que no segundo semestre o mercado vai se equilibrar", conta Cícero. Com uma noção maior sobre os efeitos da inflação, a empresa vai se preparar para isso na segunda metade do ano. "Apesar das expectativas positivas, se a inflação piorar, não vamos precisar subir tanto os preços, pois estamos fazendo estoque", diz Cícero. "É uma ótima estratégia. Se o empresário tiver um resto do estoque, pode aproveitar para vender no preço antigo", explica o consultor do Sebrae-SP, Luis Lobrigatti. Para os empresários que conseguiram segurar seus preços até agora, a dica é manter essa estratégia - já que a perspectiva do mercado é que a inflação perca força a partir dos próximos meses. "Quando isso acontecer, essa empresa será mais competitiva, pois terá mantido a clientela e melhorado a gestão", avalia Pina. Já quem teve de elevar os preços deve investir na melhora do serviço. "Para que o consumidor pague mais, é preciso que ele veja outros atributos na empresa." A saída que o restaurante La Paillote adotou para não repassar o reajuste do camarão - especialidade da casa - foi apostar na lagosta. Além de não ter subido tanto, a lagosta permite margem maior. "Fizemos isso para não aumentar tanto o preço, já que o camarão teve alta de 75%", conta o gerente João de Deus. Mesmo assim, o La Paillote sofreu. "Nos últimos dois meses, o lucro caiu cerca de 20%. Mas para manter o cliente, você tem que segurar o preço", diz o gerente.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.