Sucesso longe de casa: mestre brasileiro de caratê faz fama no Kuwait


Aos 61 anos, Ademir da Costa vai ao Oriente Médio ensinar suas técnicas, admiradas em todo o mundo

Por Wilson Baldini

O caratê é uma arte marcial japonesa, mas um de seus maiores mestres é o paulistano Ademir Sidnei Ferreira da Costa, apontado como o maior carateca ocidental de todos os tempos. Por causa da falta de apoio ao esporte no Brasil, ele vive e trabalha no Kuwait, dando aulas e fazendo seminários. “Vocês devem fazer um chá com as sujeiras das unhas dele (Ademir) após o treino para conhecerem a essência do caratê”, disse uma vez Masutatsu Oyama, criador do estilo Kyokyushin, praticado por Ademir há mais de 20 anos.

Pentacampeão brasileiro, tetra sul-americano, quinto colocado no Mundial de 1987 e quarto no de 1984, o lutador brasileiro tinha como principal característica a aplicação do “mawashi kubi gueri”, um chute lateral que acerta o peito do pé de cima para baixo na cabeça do adversário, saindo completamente da defesa do rival. O chute foi criado por Ademir, mas poucos lutadores conseguem realizá-lo com exatidão até hoje. 

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Ademir Sidnei Ferreira da Costa, mestre de caratê, que, por causa da falta de apoio ao esporte no Brasil, mudou para Kuwait, onde dá aulas e seminários. Foto: Arquivo Pessoal

Em 1987, Ademir entrou para a história das artes marciais ao realizar o teste das 100 lutas. O desafio consistia em enfrentar 100 adversários diferentes em sequência, uma atrás da outra, quase sem parar. Cada luta tinha a duração de dois minutos. Ademir, chamado na década de 1980 de “Pelé do Caratê”, venceu 62 lutas por nocaute e empatou as demais. Saiu esgotado após mais de duas horas de combate. Mas nunca se arrependeu. Ele saiu daquele desafio com o respeito total de todos os participantes e seu nome gravado na mente dos praticantes das artes marciais.

Além de ter sobrevivido ao teste, Ademir da Costa ficou conhecido por vencer o japonês Makoto Nakamura, bicampeão mundial, nas quartas de final do Campeonato Japonês de 1982. Detalhe: Ademir tinha 78 quilos, enquanto Nakamura pesava 120. Seus feitos fizeram com que seu nome fosse inscrito em uma pedra especial no Japão, onde só são lembrados os grandes mestres do caratê. O brasileiro ganhou fama e prestígio fora do País.

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Em 1996, após desavenças dentro do Kyokushin, Ademir criou o estilo Seiwakai. Trata-se de uma arte marcial brasileira moderna. Ele a batizou. O Seiwakai é um estilo parecido, por ser 100% contato, próximo do muay-thai, embora tenha “kata”, “dogueiko”, “kihongueiko” entre outras técnicas que são próprias do caratê. É um estilo agressivo que tem como objetivo o nocaute. Os golpes com as mãos limpas podem ser aplicados no corpo do adversário, abaixo da cabeça e acima do cintura. Já os ataques com os pés podem ser dirigidos à cabeça e pernas. Joelhadas são permitidas, mas não as cotoveladas.

O Seiwakai faz sucesso em mais de dez países. Ademir faz seminários no mundo inteiro, ensinando e demonstrando suas técnicas de combate e seu estilo de luta. Ele treinou atletas de diferentes modalidades, inclusive do MMA, além de dar aulas para grupos especiais da polícia e do exército.

Apesar de todo o reconhecimento no Japão, Ademir, atualmente aos 61 anos, vive no Kuwait, onde trabalha desde 2018, por causa da falta de apoio ao esporte no Brasil. “Este período está sendo muito importante para mim. Se não estivesse aqui no Kuwait, com certeza minha academia teria sido fechada em São Paulo nesse período da pandemia. Paguei dois anos de aluguel com parte do dinheiro que ganhei aqui”, disse o mestre, ao Estadão, direto de Kuwait City.

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Com a ajuda de amigos empresários do país árabe, Ademir dá aulas e ministra seminários, como nunca conseguiu fazer no Brasil. Ele festejou nos últimos dias a abertura de uma ampla academia, que deverá ter sua reforma terminada nas próximas semanas. “Demorou quatro anos para termos este espaço, mas agora ele está quase pronto e só precisamos trabalhar bastante”, disse Ademir, com a mesma garra demonstrada na época em que era atleta.

Em julho, o mestre do caratê estará em Barcelona, na Espanha. Ao lado de outros mestres internacionais, ele foi convidado para divulgar seus ensinamentos do esporte. “Espero ficar aqui mais três ou quatro anos e depois retornar para o Brasil. Meu objetivo era conseguir uma base financeira estável e estou conseguindo isso, algo que não conseguiria no meu País.” 

Ademir foi mais de 50 vezes para o Japão e sempre que desembarca em Tóquio é parado por fãs de todas as idades para posar para fotos e dar autógrafos. Nunca viveu isso em seu próprio país. No Brasil, ele só é reconhecido e lembrado pelos poucos fãs das artes marciais que vestiram quimono e usaram faixas nos anos de 1970, 80 e 90.

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“As artes marciais estão prostituídas. Academias vendem faixas-pretas. Na essência da arte marcial não existe cor para a faixa. Só existem duas faixas: branca e preta. Ela escurece com seu treinamento e suor. Sempre digo aos meus alunos: ‘você quer apenas lutar? Então pode ir embora. Arte marcial é um estilo de vida. Sou respeitado no mundo do caratê porque a Seiwakai é uma escola e o principal objetivo é formar o caráter do indivíduo.” 

O caratê é uma arte marcial japonesa, mas um de seus maiores mestres é o paulistano Ademir Sidnei Ferreira da Costa, apontado como o maior carateca ocidental de todos os tempos. Por causa da falta de apoio ao esporte no Brasil, ele vive e trabalha no Kuwait, dando aulas e fazendo seminários. “Vocês devem fazer um chá com as sujeiras das unhas dele (Ademir) após o treino para conhecerem a essência do caratê”, disse uma vez Masutatsu Oyama, criador do estilo Kyokyushin, praticado por Ademir há mais de 20 anos.

Pentacampeão brasileiro, tetra sul-americano, quinto colocado no Mundial de 1987 e quarto no de 1984, o lutador brasileiro tinha como principal característica a aplicação do “mawashi kubi gueri”, um chute lateral que acerta o peito do pé de cima para baixo na cabeça do adversário, saindo completamente da defesa do rival. O chute foi criado por Ademir, mas poucos lutadores conseguem realizá-lo com exatidão até hoje. 

Ademir Sidnei Ferreira da Costa, mestre de caratê, que, por causa da falta de apoio ao esporte no Brasil, mudou para Kuwait, onde dá aulas e seminários. Foto: Arquivo Pessoal

Em 1987, Ademir entrou para a história das artes marciais ao realizar o teste das 100 lutas. O desafio consistia em enfrentar 100 adversários diferentes em sequência, uma atrás da outra, quase sem parar. Cada luta tinha a duração de dois minutos. Ademir, chamado na década de 1980 de “Pelé do Caratê”, venceu 62 lutas por nocaute e empatou as demais. Saiu esgotado após mais de duas horas de combate. Mas nunca se arrependeu. Ele saiu daquele desafio com o respeito total de todos os participantes e seu nome gravado na mente dos praticantes das artes marciais.

Além de ter sobrevivido ao teste, Ademir da Costa ficou conhecido por vencer o japonês Makoto Nakamura, bicampeão mundial, nas quartas de final do Campeonato Japonês de 1982. Detalhe: Ademir tinha 78 quilos, enquanto Nakamura pesava 120. Seus feitos fizeram com que seu nome fosse inscrito em uma pedra especial no Japão, onde só são lembrados os grandes mestres do caratê. O brasileiro ganhou fama e prestígio fora do País.

Em 1996, após desavenças dentro do Kyokushin, Ademir criou o estilo Seiwakai. Trata-se de uma arte marcial brasileira moderna. Ele a batizou. O Seiwakai é um estilo parecido, por ser 100% contato, próximo do muay-thai, embora tenha “kata”, “dogueiko”, “kihongueiko” entre outras técnicas que são próprias do caratê. É um estilo agressivo que tem como objetivo o nocaute. Os golpes com as mãos limpas podem ser aplicados no corpo do adversário, abaixo da cabeça e acima do cintura. Já os ataques com os pés podem ser dirigidos à cabeça e pernas. Joelhadas são permitidas, mas não as cotoveladas.

O Seiwakai faz sucesso em mais de dez países. Ademir faz seminários no mundo inteiro, ensinando e demonstrando suas técnicas de combate e seu estilo de luta. Ele treinou atletas de diferentes modalidades, inclusive do MMA, além de dar aulas para grupos especiais da polícia e do exército.

Apesar de todo o reconhecimento no Japão, Ademir, atualmente aos 61 anos, vive no Kuwait, onde trabalha desde 2018, por causa da falta de apoio ao esporte no Brasil. “Este período está sendo muito importante para mim. Se não estivesse aqui no Kuwait, com certeza minha academia teria sido fechada em São Paulo nesse período da pandemia. Paguei dois anos de aluguel com parte do dinheiro que ganhei aqui”, disse o mestre, ao Estadão, direto de Kuwait City.

Com a ajuda de amigos empresários do país árabe, Ademir dá aulas e ministra seminários, como nunca conseguiu fazer no Brasil. Ele festejou nos últimos dias a abertura de uma ampla academia, que deverá ter sua reforma terminada nas próximas semanas. “Demorou quatro anos para termos este espaço, mas agora ele está quase pronto e só precisamos trabalhar bastante”, disse Ademir, com a mesma garra demonstrada na época em que era atleta.

Em julho, o mestre do caratê estará em Barcelona, na Espanha. Ao lado de outros mestres internacionais, ele foi convidado para divulgar seus ensinamentos do esporte. “Espero ficar aqui mais três ou quatro anos e depois retornar para o Brasil. Meu objetivo era conseguir uma base financeira estável e estou conseguindo isso, algo que não conseguiria no meu País.” 

Ademir foi mais de 50 vezes para o Japão e sempre que desembarca em Tóquio é parado por fãs de todas as idades para posar para fotos e dar autógrafos. Nunca viveu isso em seu próprio país. No Brasil, ele só é reconhecido e lembrado pelos poucos fãs das artes marciais que vestiram quimono e usaram faixas nos anos de 1970, 80 e 90.

“As artes marciais estão prostituídas. Academias vendem faixas-pretas. Na essência da arte marcial não existe cor para a faixa. Só existem duas faixas: branca e preta. Ela escurece com seu treinamento e suor. Sempre digo aos meus alunos: ‘você quer apenas lutar? Então pode ir embora. Arte marcial é um estilo de vida. Sou respeitado no mundo do caratê porque a Seiwakai é uma escola e o principal objetivo é formar o caráter do indivíduo.” 

O caratê é uma arte marcial japonesa, mas um de seus maiores mestres é o paulistano Ademir Sidnei Ferreira da Costa, apontado como o maior carateca ocidental de todos os tempos. Por causa da falta de apoio ao esporte no Brasil, ele vive e trabalha no Kuwait, dando aulas e fazendo seminários. “Vocês devem fazer um chá com as sujeiras das unhas dele (Ademir) após o treino para conhecerem a essência do caratê”, disse uma vez Masutatsu Oyama, criador do estilo Kyokyushin, praticado por Ademir há mais de 20 anos.

Pentacampeão brasileiro, tetra sul-americano, quinto colocado no Mundial de 1987 e quarto no de 1984, o lutador brasileiro tinha como principal característica a aplicação do “mawashi kubi gueri”, um chute lateral que acerta o peito do pé de cima para baixo na cabeça do adversário, saindo completamente da defesa do rival. O chute foi criado por Ademir, mas poucos lutadores conseguem realizá-lo com exatidão até hoje. 

Ademir Sidnei Ferreira da Costa, mestre de caratê, que, por causa da falta de apoio ao esporte no Brasil, mudou para Kuwait, onde dá aulas e seminários. Foto: Arquivo Pessoal

Em 1987, Ademir entrou para a história das artes marciais ao realizar o teste das 100 lutas. O desafio consistia em enfrentar 100 adversários diferentes em sequência, uma atrás da outra, quase sem parar. Cada luta tinha a duração de dois minutos. Ademir, chamado na década de 1980 de “Pelé do Caratê”, venceu 62 lutas por nocaute e empatou as demais. Saiu esgotado após mais de duas horas de combate. Mas nunca se arrependeu. Ele saiu daquele desafio com o respeito total de todos os participantes e seu nome gravado na mente dos praticantes das artes marciais.

Além de ter sobrevivido ao teste, Ademir da Costa ficou conhecido por vencer o japonês Makoto Nakamura, bicampeão mundial, nas quartas de final do Campeonato Japonês de 1982. Detalhe: Ademir tinha 78 quilos, enquanto Nakamura pesava 120. Seus feitos fizeram com que seu nome fosse inscrito em uma pedra especial no Japão, onde só são lembrados os grandes mestres do caratê. O brasileiro ganhou fama e prestígio fora do País.

Em 1996, após desavenças dentro do Kyokushin, Ademir criou o estilo Seiwakai. Trata-se de uma arte marcial brasileira moderna. Ele a batizou. O Seiwakai é um estilo parecido, por ser 100% contato, próximo do muay-thai, embora tenha “kata”, “dogueiko”, “kihongueiko” entre outras técnicas que são próprias do caratê. É um estilo agressivo que tem como objetivo o nocaute. Os golpes com as mãos limpas podem ser aplicados no corpo do adversário, abaixo da cabeça e acima do cintura. Já os ataques com os pés podem ser dirigidos à cabeça e pernas. Joelhadas são permitidas, mas não as cotoveladas.

O Seiwakai faz sucesso em mais de dez países. Ademir faz seminários no mundo inteiro, ensinando e demonstrando suas técnicas de combate e seu estilo de luta. Ele treinou atletas de diferentes modalidades, inclusive do MMA, além de dar aulas para grupos especiais da polícia e do exército.

Apesar de todo o reconhecimento no Japão, Ademir, atualmente aos 61 anos, vive no Kuwait, onde trabalha desde 2018, por causa da falta de apoio ao esporte no Brasil. “Este período está sendo muito importante para mim. Se não estivesse aqui no Kuwait, com certeza minha academia teria sido fechada em São Paulo nesse período da pandemia. Paguei dois anos de aluguel com parte do dinheiro que ganhei aqui”, disse o mestre, ao Estadão, direto de Kuwait City.

Com a ajuda de amigos empresários do país árabe, Ademir dá aulas e ministra seminários, como nunca conseguiu fazer no Brasil. Ele festejou nos últimos dias a abertura de uma ampla academia, que deverá ter sua reforma terminada nas próximas semanas. “Demorou quatro anos para termos este espaço, mas agora ele está quase pronto e só precisamos trabalhar bastante”, disse Ademir, com a mesma garra demonstrada na época em que era atleta.

Em julho, o mestre do caratê estará em Barcelona, na Espanha. Ao lado de outros mestres internacionais, ele foi convidado para divulgar seus ensinamentos do esporte. “Espero ficar aqui mais três ou quatro anos e depois retornar para o Brasil. Meu objetivo era conseguir uma base financeira estável e estou conseguindo isso, algo que não conseguiria no meu País.” 

Ademir foi mais de 50 vezes para o Japão e sempre que desembarca em Tóquio é parado por fãs de todas as idades para posar para fotos e dar autógrafos. Nunca viveu isso em seu próprio país. No Brasil, ele só é reconhecido e lembrado pelos poucos fãs das artes marciais que vestiram quimono e usaram faixas nos anos de 1970, 80 e 90.

“As artes marciais estão prostituídas. Academias vendem faixas-pretas. Na essência da arte marcial não existe cor para a faixa. Só existem duas faixas: branca e preta. Ela escurece com seu treinamento e suor. Sempre digo aos meus alunos: ‘você quer apenas lutar? Então pode ir embora. Arte marcial é um estilo de vida. Sou respeitado no mundo do caratê porque a Seiwakai é uma escola e o principal objetivo é formar o caráter do indivíduo.” 

O caratê é uma arte marcial japonesa, mas um de seus maiores mestres é o paulistano Ademir Sidnei Ferreira da Costa, apontado como o maior carateca ocidental de todos os tempos. Por causa da falta de apoio ao esporte no Brasil, ele vive e trabalha no Kuwait, dando aulas e fazendo seminários. “Vocês devem fazer um chá com as sujeiras das unhas dele (Ademir) após o treino para conhecerem a essência do caratê”, disse uma vez Masutatsu Oyama, criador do estilo Kyokyushin, praticado por Ademir há mais de 20 anos.

Pentacampeão brasileiro, tetra sul-americano, quinto colocado no Mundial de 1987 e quarto no de 1984, o lutador brasileiro tinha como principal característica a aplicação do “mawashi kubi gueri”, um chute lateral que acerta o peito do pé de cima para baixo na cabeça do adversário, saindo completamente da defesa do rival. O chute foi criado por Ademir, mas poucos lutadores conseguem realizá-lo com exatidão até hoje. 

Ademir Sidnei Ferreira da Costa, mestre de caratê, que, por causa da falta de apoio ao esporte no Brasil, mudou para Kuwait, onde dá aulas e seminários. Foto: Arquivo Pessoal

Em 1987, Ademir entrou para a história das artes marciais ao realizar o teste das 100 lutas. O desafio consistia em enfrentar 100 adversários diferentes em sequência, uma atrás da outra, quase sem parar. Cada luta tinha a duração de dois minutos. Ademir, chamado na década de 1980 de “Pelé do Caratê”, venceu 62 lutas por nocaute e empatou as demais. Saiu esgotado após mais de duas horas de combate. Mas nunca se arrependeu. Ele saiu daquele desafio com o respeito total de todos os participantes e seu nome gravado na mente dos praticantes das artes marciais.

Além de ter sobrevivido ao teste, Ademir da Costa ficou conhecido por vencer o japonês Makoto Nakamura, bicampeão mundial, nas quartas de final do Campeonato Japonês de 1982. Detalhe: Ademir tinha 78 quilos, enquanto Nakamura pesava 120. Seus feitos fizeram com que seu nome fosse inscrito em uma pedra especial no Japão, onde só são lembrados os grandes mestres do caratê. O brasileiro ganhou fama e prestígio fora do País.

Em 1996, após desavenças dentro do Kyokushin, Ademir criou o estilo Seiwakai. Trata-se de uma arte marcial brasileira moderna. Ele a batizou. O Seiwakai é um estilo parecido, por ser 100% contato, próximo do muay-thai, embora tenha “kata”, “dogueiko”, “kihongueiko” entre outras técnicas que são próprias do caratê. É um estilo agressivo que tem como objetivo o nocaute. Os golpes com as mãos limpas podem ser aplicados no corpo do adversário, abaixo da cabeça e acima do cintura. Já os ataques com os pés podem ser dirigidos à cabeça e pernas. Joelhadas são permitidas, mas não as cotoveladas.

O Seiwakai faz sucesso em mais de dez países. Ademir faz seminários no mundo inteiro, ensinando e demonstrando suas técnicas de combate e seu estilo de luta. Ele treinou atletas de diferentes modalidades, inclusive do MMA, além de dar aulas para grupos especiais da polícia e do exército.

Apesar de todo o reconhecimento no Japão, Ademir, atualmente aos 61 anos, vive no Kuwait, onde trabalha desde 2018, por causa da falta de apoio ao esporte no Brasil. “Este período está sendo muito importante para mim. Se não estivesse aqui no Kuwait, com certeza minha academia teria sido fechada em São Paulo nesse período da pandemia. Paguei dois anos de aluguel com parte do dinheiro que ganhei aqui”, disse o mestre, ao Estadão, direto de Kuwait City.

Com a ajuda de amigos empresários do país árabe, Ademir dá aulas e ministra seminários, como nunca conseguiu fazer no Brasil. Ele festejou nos últimos dias a abertura de uma ampla academia, que deverá ter sua reforma terminada nas próximas semanas. “Demorou quatro anos para termos este espaço, mas agora ele está quase pronto e só precisamos trabalhar bastante”, disse Ademir, com a mesma garra demonstrada na época em que era atleta.

Em julho, o mestre do caratê estará em Barcelona, na Espanha. Ao lado de outros mestres internacionais, ele foi convidado para divulgar seus ensinamentos do esporte. “Espero ficar aqui mais três ou quatro anos e depois retornar para o Brasil. Meu objetivo era conseguir uma base financeira estável e estou conseguindo isso, algo que não conseguiria no meu País.” 

Ademir foi mais de 50 vezes para o Japão e sempre que desembarca em Tóquio é parado por fãs de todas as idades para posar para fotos e dar autógrafos. Nunca viveu isso em seu próprio país. No Brasil, ele só é reconhecido e lembrado pelos poucos fãs das artes marciais que vestiram quimono e usaram faixas nos anos de 1970, 80 e 90.

“As artes marciais estão prostituídas. Academias vendem faixas-pretas. Na essência da arte marcial não existe cor para a faixa. Só existem duas faixas: branca e preta. Ela escurece com seu treinamento e suor. Sempre digo aos meus alunos: ‘você quer apenas lutar? Então pode ir embora. Arte marcial é um estilo de vida. Sou respeitado no mundo do caratê porque a Seiwakai é uma escola e o principal objetivo é formar o caráter do indivíduo.” 

O caratê é uma arte marcial japonesa, mas um de seus maiores mestres é o paulistano Ademir Sidnei Ferreira da Costa, apontado como o maior carateca ocidental de todos os tempos. Por causa da falta de apoio ao esporte no Brasil, ele vive e trabalha no Kuwait, dando aulas e fazendo seminários. “Vocês devem fazer um chá com as sujeiras das unhas dele (Ademir) após o treino para conhecerem a essência do caratê”, disse uma vez Masutatsu Oyama, criador do estilo Kyokyushin, praticado por Ademir há mais de 20 anos.

Pentacampeão brasileiro, tetra sul-americano, quinto colocado no Mundial de 1987 e quarto no de 1984, o lutador brasileiro tinha como principal característica a aplicação do “mawashi kubi gueri”, um chute lateral que acerta o peito do pé de cima para baixo na cabeça do adversário, saindo completamente da defesa do rival. O chute foi criado por Ademir, mas poucos lutadores conseguem realizá-lo com exatidão até hoje. 

Ademir Sidnei Ferreira da Costa, mestre de caratê, que, por causa da falta de apoio ao esporte no Brasil, mudou para Kuwait, onde dá aulas e seminários. Foto: Arquivo Pessoal

Em 1987, Ademir entrou para a história das artes marciais ao realizar o teste das 100 lutas. O desafio consistia em enfrentar 100 adversários diferentes em sequência, uma atrás da outra, quase sem parar. Cada luta tinha a duração de dois minutos. Ademir, chamado na década de 1980 de “Pelé do Caratê”, venceu 62 lutas por nocaute e empatou as demais. Saiu esgotado após mais de duas horas de combate. Mas nunca se arrependeu. Ele saiu daquele desafio com o respeito total de todos os participantes e seu nome gravado na mente dos praticantes das artes marciais.

Além de ter sobrevivido ao teste, Ademir da Costa ficou conhecido por vencer o japonês Makoto Nakamura, bicampeão mundial, nas quartas de final do Campeonato Japonês de 1982. Detalhe: Ademir tinha 78 quilos, enquanto Nakamura pesava 120. Seus feitos fizeram com que seu nome fosse inscrito em uma pedra especial no Japão, onde só são lembrados os grandes mestres do caratê. O brasileiro ganhou fama e prestígio fora do País.

Em 1996, após desavenças dentro do Kyokushin, Ademir criou o estilo Seiwakai. Trata-se de uma arte marcial brasileira moderna. Ele a batizou. O Seiwakai é um estilo parecido, por ser 100% contato, próximo do muay-thai, embora tenha “kata”, “dogueiko”, “kihongueiko” entre outras técnicas que são próprias do caratê. É um estilo agressivo que tem como objetivo o nocaute. Os golpes com as mãos limpas podem ser aplicados no corpo do adversário, abaixo da cabeça e acima do cintura. Já os ataques com os pés podem ser dirigidos à cabeça e pernas. Joelhadas são permitidas, mas não as cotoveladas.

O Seiwakai faz sucesso em mais de dez países. Ademir faz seminários no mundo inteiro, ensinando e demonstrando suas técnicas de combate e seu estilo de luta. Ele treinou atletas de diferentes modalidades, inclusive do MMA, além de dar aulas para grupos especiais da polícia e do exército.

Apesar de todo o reconhecimento no Japão, Ademir, atualmente aos 61 anos, vive no Kuwait, onde trabalha desde 2018, por causa da falta de apoio ao esporte no Brasil. “Este período está sendo muito importante para mim. Se não estivesse aqui no Kuwait, com certeza minha academia teria sido fechada em São Paulo nesse período da pandemia. Paguei dois anos de aluguel com parte do dinheiro que ganhei aqui”, disse o mestre, ao Estadão, direto de Kuwait City.

Com a ajuda de amigos empresários do país árabe, Ademir dá aulas e ministra seminários, como nunca conseguiu fazer no Brasil. Ele festejou nos últimos dias a abertura de uma ampla academia, que deverá ter sua reforma terminada nas próximas semanas. “Demorou quatro anos para termos este espaço, mas agora ele está quase pronto e só precisamos trabalhar bastante”, disse Ademir, com a mesma garra demonstrada na época em que era atleta.

Em julho, o mestre do caratê estará em Barcelona, na Espanha. Ao lado de outros mestres internacionais, ele foi convidado para divulgar seus ensinamentos do esporte. “Espero ficar aqui mais três ou quatro anos e depois retornar para o Brasil. Meu objetivo era conseguir uma base financeira estável e estou conseguindo isso, algo que não conseguiria no meu País.” 

Ademir foi mais de 50 vezes para o Japão e sempre que desembarca em Tóquio é parado por fãs de todas as idades para posar para fotos e dar autógrafos. Nunca viveu isso em seu próprio país. No Brasil, ele só é reconhecido e lembrado pelos poucos fãs das artes marciais que vestiram quimono e usaram faixas nos anos de 1970, 80 e 90.

“As artes marciais estão prostituídas. Academias vendem faixas-pretas. Na essência da arte marcial não existe cor para a faixa. Só existem duas faixas: branca e preta. Ela escurece com seu treinamento e suor. Sempre digo aos meus alunos: ‘você quer apenas lutar? Então pode ir embora. Arte marcial é um estilo de vida. Sou respeitado no mundo do caratê porque a Seiwakai é uma escola e o principal objetivo é formar o caráter do indivíduo.” 

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