UFC 270: Deiveson Figueiredo usa 'revanche' como motivação para recuperar cinturão


Brasileiro pratica com Henry Cejudo nos EUA e promete 'levar a cabeça' de Brandon Moreno para o amigo: 'Treinando só para te matar'

Por Sergio Neto

Deiveson Figueiredo está mais determinado do que nunca em recuperar o cinturão dos peso-mosca do UFC. E motivação é o que não falta. Sejam motivos profissionais ou pessoais, o brasileiro promete agressividade, paciência e sabedoria para vencer o embate contra Brandon Moreno, no UFC 270, neste sábado, em Houston. Este pode ser o primeiro título para o Brasil na modalidade em 2022.

O paraense de 34 anos sobe aos octógonos para encarar o adversário mexicano pela terceira vez. Na primeira, em 2020, a luta terminou empatada e, como Deiveson era o atual campeão, apenas manteve o cinturão. Em 2021, porém, Moreno finalizou o brasileiro e roubou o título. Além de uma revanche dentro da arena, o duelo tem um gosto especial também do lado de fora.

Deiveson diz estar treinado 'só para matar' Brandon Moreno. Foto: UFC
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Isso porque Deiveson está há quatro meses na cidade de Scottsdale, no estado do Arizona, nos Estados Unidos. Longe da família e do Brasil, ele treina com Henry Cejudo. O norte-americano teve, por muito tempo, Brandon Moreno como seu parceiro de treino. Mas um desentendimento fez a dupla se separar. Hoje, Deiveson é o parceiro de Cejudo e promete se vingar em nome do amigo.

"O Cejudo é alguém que quer a cabeça dele (Moreno)", explicou o brasileiro em entrevista ao Estadão. "Todos os dias ele me treinava e falava 'você vai trazer a cabeça desse cara para mim. Vou transformar você em um monstro. Você vai dar um show nessa luta, vamos mudar todo o seu jogo'. E eu te garanto: eu estou bem diferente. Bem rápido. Vai ser um outro cara em ação. Ele tem de estar preparado porque eu estou aqui para matar ou morrer. O meu psicológico está feroz. A vontade é grande de levar esse cinturão para o Brasil. E quando eu estou com vontade, eu treino que nem um animal."

Para o desafio, Deiveson se mostra preparado, porém, cauteloso. Ele sabe os pontos fortes de Moreno e garante que não será surpreendido pelo oponente mexicano. "100% preparado para esta luta. Cheio de novidades e estratégias. Um cara mais paciente e um cara mais calmo. Você pode ter certeza que você vai ver esse cara em ação sábado.

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"Ele (Moreno) é um cara do boxe", analisou. "Eu afiei muito o meu boxe. Afiei mais a distância para não entrar no jogo dele. Eu estou bem rápido, bem rápido mesmo. Eu vou, com certeza, dar respostas em cima dos jabs dele. É um cara que nas duas primeiras lutas ele conseguiu me tocar. Eu vi que ele treinou muito o jab para a luta. Então eu treinei muito bloquear esse jab dele. E principalmente também o jiu-jitsu, que foi como ele me finalizou."

Deiveson vê a luta com um gosto especial das demais. Não apenas por recuperar o cinturão que um dia já foi seu, mas também por todo o sacrifício que teve de fazer para chegar onde está hoje. "Mostrar o quanto vale a pena você dar dois passos atrás para dar dez à frente. Quando você dá o passo atrás, você não baixa a cabeça. Manter a cabeça erguida e sempre focado em ser o melhor."

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"Está aí o preço por isso. Eu saí do Brasil e estou pagando o preço", continuou. "Estou longe da minha família, do meu filho. Passei natal, virada de ano, meu aniversário, aniversário do meu filho... Sabe? Várias coisas longe de casa. Isso só me engrandece, só me ensina a valorizar muito mais o que Deus me deu até hoje. Isso me fez amadurecer muito, sabe? Muito. Agora eu quero conquistar esse cinturão."

NOVOS ARES

Ao lado de Cejudo, Deiveson descobriu um novo mundo. Hoje, ele treina MMA nos Estados Unidos e os planos a longo prazo são - além de recuperar o cinturão - de ficar por lá. O paraense quer estabelecer residência no país e, para isso, conta que tem se esforçado muito para aprender o novo idioma. O próximo passo é levar sua família.

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"Para trazer minha família para cá, eu preciso aprender a me comunicar. Sem isso, as coisas são bem difíceis aqui. Não é simplesmente vir embora. Eu sou um cara campeão do UFC, mas patrocínios é ruim de conseguir. Como que eu vou fazer mídia para um patrocinador se eu não falo a língua dos caras?", contou.

"Mas enquanto isso eu já estou preparando o terreno", refletiu. "Já falei com eles que minha maior vontade é vir para cá de vez. Ficar focado na luta, pegar esse cinturão, defender por mais de cinco anos. Quem sabe até subir de categoria para tentar o double."

O lado psicológico, neste momento, é algo que pesa bastante para ele. "Quando chega esse trabalho psicológico, a gente só pensa no sofrimento que estamos passando. Isso me faz focar muito mais na luta. Esse cara está me fazendo passar por isso e eu vou entrar dentro desse octógono e vou nocautear esse cara. Eu vou parar com isso logo e vou para a minha casa curtir a minha família."

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A BRIGA CEJUDO X MORENO

Deiveson poderia muito bem ter enfrentado Cejudo anteriormente no UFC. Mas, segundo o próprio brasileiro, estes não foram os planos de Deus. Quis então o destino que os dois se tornassem amigos. Mas, para isso, o norte-americano teve de passar por conflitos envolvendo Brandon Moreno.

"É um cara que eu aprendi a gostar, fora de série, muito respeitador. Um cara que dá atenção, está sempre dando a opinião dele, escutando a minha opinião. Ele se tornou um amigo meu, e eu me tornei um amigo dele. Eu o respeito demais", disse Deiveson sobre Cejudo.

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O brasileiro ficou sabendo da briga entre Cejudo e Moreno assim que pisou em Scottsdale. "O Brandon Moreno tinha passado por aqui, morou com ele (Cejudo). Cejudo o ajudou, trouxe mulher e filha para cá, para não ficarem longe".

Foi então que surgiu o TUF (The Ultimate Fighter, reality show do UFC). A luta principal do programa seria entre Henry Cejudo e Joseph Benavidez. Moreno era um dos lutadores 'secundários', que foi levado ao TUF pelo próprio Cejudo.

As regras do reality impediram que Cejudo escolhesse Moreno para ficar em sua equipe. A escolha foi feita 'no escuro'. No lugar do amigo e afilhado, o norte-americano ficou com Alexandre Pantoja. Brandon Moreno acabou na equipe de Benavidez.

"O Cejudo, até então, ficou triste pois não conseguiu levar o Moreno como amigo. Ele ficou chateado. Moreno foi para a equipe do Benavidez e acabou sendo derrotado pelo Pantoja neste mesmo evento. Quando saiu de lá, o Cejudo foi ver que o Moreno estava ajudando o Benavidez servindo de sparring. O Moreno acabou ajudando o Benavidez contra o Cejudo", explicou Deiveson, que comprou a briga de Cejudo e promete liquidar Moreno pelo que ele fez.

MENSAGEM

"Com certeza, Brandon, você tem de estar preparado para lutar comigo, porque eu me preparei 100%", disse, em mensagem ao oponente deste sábado. "Estou há 4 meses longe da minha família, treinando só para te matar. Eu vou pegar meu cinturão, vou voltar com ele pro Brasil para curtir com a minha família, com todos os brasileiros e toda essa galera que me segue, galera que passa essa energia positiva para mim e que me deseja coisas boas nas minhas redes sociais, e até mesmo longe, ser ter contato comigo. Então, cara... Energia positiva sempre. É o que eu peço de todos que me acompanham e que gostam da minha carreira. Esse é meu pedido para essa luta", finalizou.

Deiveson Figueiredo está mais determinado do que nunca em recuperar o cinturão dos peso-mosca do UFC. E motivação é o que não falta. Sejam motivos profissionais ou pessoais, o brasileiro promete agressividade, paciência e sabedoria para vencer o embate contra Brandon Moreno, no UFC 270, neste sábado, em Houston. Este pode ser o primeiro título para o Brasil na modalidade em 2022.

O paraense de 34 anos sobe aos octógonos para encarar o adversário mexicano pela terceira vez. Na primeira, em 2020, a luta terminou empatada e, como Deiveson era o atual campeão, apenas manteve o cinturão. Em 2021, porém, Moreno finalizou o brasileiro e roubou o título. Além de uma revanche dentro da arena, o duelo tem um gosto especial também do lado de fora.

Deiveson diz estar treinado 'só para matar' Brandon Moreno. Foto: UFC

Isso porque Deiveson está há quatro meses na cidade de Scottsdale, no estado do Arizona, nos Estados Unidos. Longe da família e do Brasil, ele treina com Henry Cejudo. O norte-americano teve, por muito tempo, Brandon Moreno como seu parceiro de treino. Mas um desentendimento fez a dupla se separar. Hoje, Deiveson é o parceiro de Cejudo e promete se vingar em nome do amigo.

"O Cejudo é alguém que quer a cabeça dele (Moreno)", explicou o brasileiro em entrevista ao Estadão. "Todos os dias ele me treinava e falava 'você vai trazer a cabeça desse cara para mim. Vou transformar você em um monstro. Você vai dar um show nessa luta, vamos mudar todo o seu jogo'. E eu te garanto: eu estou bem diferente. Bem rápido. Vai ser um outro cara em ação. Ele tem de estar preparado porque eu estou aqui para matar ou morrer. O meu psicológico está feroz. A vontade é grande de levar esse cinturão para o Brasil. E quando eu estou com vontade, eu treino que nem um animal."

Para o desafio, Deiveson se mostra preparado, porém, cauteloso. Ele sabe os pontos fortes de Moreno e garante que não será surpreendido pelo oponente mexicano. "100% preparado para esta luta. Cheio de novidades e estratégias. Um cara mais paciente e um cara mais calmo. Você pode ter certeza que você vai ver esse cara em ação sábado.

"Ele (Moreno) é um cara do boxe", analisou. "Eu afiei muito o meu boxe. Afiei mais a distância para não entrar no jogo dele. Eu estou bem rápido, bem rápido mesmo. Eu vou, com certeza, dar respostas em cima dos jabs dele. É um cara que nas duas primeiras lutas ele conseguiu me tocar. Eu vi que ele treinou muito o jab para a luta. Então eu treinei muito bloquear esse jab dele. E principalmente também o jiu-jitsu, que foi como ele me finalizou."

Deiveson vê a luta com um gosto especial das demais. Não apenas por recuperar o cinturão que um dia já foi seu, mas também por todo o sacrifício que teve de fazer para chegar onde está hoje. "Mostrar o quanto vale a pena você dar dois passos atrás para dar dez à frente. Quando você dá o passo atrás, você não baixa a cabeça. Manter a cabeça erguida e sempre focado em ser o melhor."

"Está aí o preço por isso. Eu saí do Brasil e estou pagando o preço", continuou. "Estou longe da minha família, do meu filho. Passei natal, virada de ano, meu aniversário, aniversário do meu filho... Sabe? Várias coisas longe de casa. Isso só me engrandece, só me ensina a valorizar muito mais o que Deus me deu até hoje. Isso me fez amadurecer muito, sabe? Muito. Agora eu quero conquistar esse cinturão."

NOVOS ARES

Ao lado de Cejudo, Deiveson descobriu um novo mundo. Hoje, ele treina MMA nos Estados Unidos e os planos a longo prazo são - além de recuperar o cinturão - de ficar por lá. O paraense quer estabelecer residência no país e, para isso, conta que tem se esforçado muito para aprender o novo idioma. O próximo passo é levar sua família.

"Para trazer minha família para cá, eu preciso aprender a me comunicar. Sem isso, as coisas são bem difíceis aqui. Não é simplesmente vir embora. Eu sou um cara campeão do UFC, mas patrocínios é ruim de conseguir. Como que eu vou fazer mídia para um patrocinador se eu não falo a língua dos caras?", contou.

"Mas enquanto isso eu já estou preparando o terreno", refletiu. "Já falei com eles que minha maior vontade é vir para cá de vez. Ficar focado na luta, pegar esse cinturão, defender por mais de cinco anos. Quem sabe até subir de categoria para tentar o double."

O lado psicológico, neste momento, é algo que pesa bastante para ele. "Quando chega esse trabalho psicológico, a gente só pensa no sofrimento que estamos passando. Isso me faz focar muito mais na luta. Esse cara está me fazendo passar por isso e eu vou entrar dentro desse octógono e vou nocautear esse cara. Eu vou parar com isso logo e vou para a minha casa curtir a minha família."

A BRIGA CEJUDO X MORENO

Deiveson poderia muito bem ter enfrentado Cejudo anteriormente no UFC. Mas, segundo o próprio brasileiro, estes não foram os planos de Deus. Quis então o destino que os dois se tornassem amigos. Mas, para isso, o norte-americano teve de passar por conflitos envolvendo Brandon Moreno.

"É um cara que eu aprendi a gostar, fora de série, muito respeitador. Um cara que dá atenção, está sempre dando a opinião dele, escutando a minha opinião. Ele se tornou um amigo meu, e eu me tornei um amigo dele. Eu o respeito demais", disse Deiveson sobre Cejudo.

O brasileiro ficou sabendo da briga entre Cejudo e Moreno assim que pisou em Scottsdale. "O Brandon Moreno tinha passado por aqui, morou com ele (Cejudo). Cejudo o ajudou, trouxe mulher e filha para cá, para não ficarem longe".

Foi então que surgiu o TUF (The Ultimate Fighter, reality show do UFC). A luta principal do programa seria entre Henry Cejudo e Joseph Benavidez. Moreno era um dos lutadores 'secundários', que foi levado ao TUF pelo próprio Cejudo.

As regras do reality impediram que Cejudo escolhesse Moreno para ficar em sua equipe. A escolha foi feita 'no escuro'. No lugar do amigo e afilhado, o norte-americano ficou com Alexandre Pantoja. Brandon Moreno acabou na equipe de Benavidez.

"O Cejudo, até então, ficou triste pois não conseguiu levar o Moreno como amigo. Ele ficou chateado. Moreno foi para a equipe do Benavidez e acabou sendo derrotado pelo Pantoja neste mesmo evento. Quando saiu de lá, o Cejudo foi ver que o Moreno estava ajudando o Benavidez servindo de sparring. O Moreno acabou ajudando o Benavidez contra o Cejudo", explicou Deiveson, que comprou a briga de Cejudo e promete liquidar Moreno pelo que ele fez.

MENSAGEM

"Com certeza, Brandon, você tem de estar preparado para lutar comigo, porque eu me preparei 100%", disse, em mensagem ao oponente deste sábado. "Estou há 4 meses longe da minha família, treinando só para te matar. Eu vou pegar meu cinturão, vou voltar com ele pro Brasil para curtir com a minha família, com todos os brasileiros e toda essa galera que me segue, galera que passa essa energia positiva para mim e que me deseja coisas boas nas minhas redes sociais, e até mesmo longe, ser ter contato comigo. Então, cara... Energia positiva sempre. É o que eu peço de todos que me acompanham e que gostam da minha carreira. Esse é meu pedido para essa luta", finalizou.

Deiveson Figueiredo está mais determinado do que nunca em recuperar o cinturão dos peso-mosca do UFC. E motivação é o que não falta. Sejam motivos profissionais ou pessoais, o brasileiro promete agressividade, paciência e sabedoria para vencer o embate contra Brandon Moreno, no UFC 270, neste sábado, em Houston. Este pode ser o primeiro título para o Brasil na modalidade em 2022.

O paraense de 34 anos sobe aos octógonos para encarar o adversário mexicano pela terceira vez. Na primeira, em 2020, a luta terminou empatada e, como Deiveson era o atual campeão, apenas manteve o cinturão. Em 2021, porém, Moreno finalizou o brasileiro e roubou o título. Além de uma revanche dentro da arena, o duelo tem um gosto especial também do lado de fora.

Deiveson diz estar treinado 'só para matar' Brandon Moreno. Foto: UFC

Isso porque Deiveson está há quatro meses na cidade de Scottsdale, no estado do Arizona, nos Estados Unidos. Longe da família e do Brasil, ele treina com Henry Cejudo. O norte-americano teve, por muito tempo, Brandon Moreno como seu parceiro de treino. Mas um desentendimento fez a dupla se separar. Hoje, Deiveson é o parceiro de Cejudo e promete se vingar em nome do amigo.

"O Cejudo é alguém que quer a cabeça dele (Moreno)", explicou o brasileiro em entrevista ao Estadão. "Todos os dias ele me treinava e falava 'você vai trazer a cabeça desse cara para mim. Vou transformar você em um monstro. Você vai dar um show nessa luta, vamos mudar todo o seu jogo'. E eu te garanto: eu estou bem diferente. Bem rápido. Vai ser um outro cara em ação. Ele tem de estar preparado porque eu estou aqui para matar ou morrer. O meu psicológico está feroz. A vontade é grande de levar esse cinturão para o Brasil. E quando eu estou com vontade, eu treino que nem um animal."

Para o desafio, Deiveson se mostra preparado, porém, cauteloso. Ele sabe os pontos fortes de Moreno e garante que não será surpreendido pelo oponente mexicano. "100% preparado para esta luta. Cheio de novidades e estratégias. Um cara mais paciente e um cara mais calmo. Você pode ter certeza que você vai ver esse cara em ação sábado.

"Ele (Moreno) é um cara do boxe", analisou. "Eu afiei muito o meu boxe. Afiei mais a distância para não entrar no jogo dele. Eu estou bem rápido, bem rápido mesmo. Eu vou, com certeza, dar respostas em cima dos jabs dele. É um cara que nas duas primeiras lutas ele conseguiu me tocar. Eu vi que ele treinou muito o jab para a luta. Então eu treinei muito bloquear esse jab dele. E principalmente também o jiu-jitsu, que foi como ele me finalizou."

Deiveson vê a luta com um gosto especial das demais. Não apenas por recuperar o cinturão que um dia já foi seu, mas também por todo o sacrifício que teve de fazer para chegar onde está hoje. "Mostrar o quanto vale a pena você dar dois passos atrás para dar dez à frente. Quando você dá o passo atrás, você não baixa a cabeça. Manter a cabeça erguida e sempre focado em ser o melhor."

"Está aí o preço por isso. Eu saí do Brasil e estou pagando o preço", continuou. "Estou longe da minha família, do meu filho. Passei natal, virada de ano, meu aniversário, aniversário do meu filho... Sabe? Várias coisas longe de casa. Isso só me engrandece, só me ensina a valorizar muito mais o que Deus me deu até hoje. Isso me fez amadurecer muito, sabe? Muito. Agora eu quero conquistar esse cinturão."

NOVOS ARES

Ao lado de Cejudo, Deiveson descobriu um novo mundo. Hoje, ele treina MMA nos Estados Unidos e os planos a longo prazo são - além de recuperar o cinturão - de ficar por lá. O paraense quer estabelecer residência no país e, para isso, conta que tem se esforçado muito para aprender o novo idioma. O próximo passo é levar sua família.

"Para trazer minha família para cá, eu preciso aprender a me comunicar. Sem isso, as coisas são bem difíceis aqui. Não é simplesmente vir embora. Eu sou um cara campeão do UFC, mas patrocínios é ruim de conseguir. Como que eu vou fazer mídia para um patrocinador se eu não falo a língua dos caras?", contou.

"Mas enquanto isso eu já estou preparando o terreno", refletiu. "Já falei com eles que minha maior vontade é vir para cá de vez. Ficar focado na luta, pegar esse cinturão, defender por mais de cinco anos. Quem sabe até subir de categoria para tentar o double."

O lado psicológico, neste momento, é algo que pesa bastante para ele. "Quando chega esse trabalho psicológico, a gente só pensa no sofrimento que estamos passando. Isso me faz focar muito mais na luta. Esse cara está me fazendo passar por isso e eu vou entrar dentro desse octógono e vou nocautear esse cara. Eu vou parar com isso logo e vou para a minha casa curtir a minha família."

A BRIGA CEJUDO X MORENO

Deiveson poderia muito bem ter enfrentado Cejudo anteriormente no UFC. Mas, segundo o próprio brasileiro, estes não foram os planos de Deus. Quis então o destino que os dois se tornassem amigos. Mas, para isso, o norte-americano teve de passar por conflitos envolvendo Brandon Moreno.

"É um cara que eu aprendi a gostar, fora de série, muito respeitador. Um cara que dá atenção, está sempre dando a opinião dele, escutando a minha opinião. Ele se tornou um amigo meu, e eu me tornei um amigo dele. Eu o respeito demais", disse Deiveson sobre Cejudo.

O brasileiro ficou sabendo da briga entre Cejudo e Moreno assim que pisou em Scottsdale. "O Brandon Moreno tinha passado por aqui, morou com ele (Cejudo). Cejudo o ajudou, trouxe mulher e filha para cá, para não ficarem longe".

Foi então que surgiu o TUF (The Ultimate Fighter, reality show do UFC). A luta principal do programa seria entre Henry Cejudo e Joseph Benavidez. Moreno era um dos lutadores 'secundários', que foi levado ao TUF pelo próprio Cejudo.

As regras do reality impediram que Cejudo escolhesse Moreno para ficar em sua equipe. A escolha foi feita 'no escuro'. No lugar do amigo e afilhado, o norte-americano ficou com Alexandre Pantoja. Brandon Moreno acabou na equipe de Benavidez.

"O Cejudo, até então, ficou triste pois não conseguiu levar o Moreno como amigo. Ele ficou chateado. Moreno foi para a equipe do Benavidez e acabou sendo derrotado pelo Pantoja neste mesmo evento. Quando saiu de lá, o Cejudo foi ver que o Moreno estava ajudando o Benavidez servindo de sparring. O Moreno acabou ajudando o Benavidez contra o Cejudo", explicou Deiveson, que comprou a briga de Cejudo e promete liquidar Moreno pelo que ele fez.

MENSAGEM

"Com certeza, Brandon, você tem de estar preparado para lutar comigo, porque eu me preparei 100%", disse, em mensagem ao oponente deste sábado. "Estou há 4 meses longe da minha família, treinando só para te matar. Eu vou pegar meu cinturão, vou voltar com ele pro Brasil para curtir com a minha família, com todos os brasileiros e toda essa galera que me segue, galera que passa essa energia positiva para mim e que me deseja coisas boas nas minhas redes sociais, e até mesmo longe, ser ter contato comigo. Então, cara... Energia positiva sempre. É o que eu peço de todos que me acompanham e que gostam da minha carreira. Esse é meu pedido para essa luta", finalizou.

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