Maguila foi o pugilista mais carismático do boxe brasileiro e desafiou Holyfield e Foreman


Histórico lutador estava internado havia 28 dias e morreu nesta quinta-feira, na capital paulista

Por Wilson Baldini Jr
Atualização:

Faxineiro em Aracaju. Pedreiro em São Paulo. Adilson Rodrigues se transformou no pugilista mais carismático do boxe brasileiro. Simples e espontâneo, Maguila - apelido que ganhou dos amigos de obra pela semelhança com o personagem de um desenho famoso - ganhou espaço na mídia e fez de suas lutas um evento imperdível aos domingos. O eterno campeão peso pesado morreu nesta quinta-feira, em São Paulo, aos 66 anos. Ele sofria de encefalopatia traumática crônica e estava internado há 28 dias. Em 2010, ele havia sido diagnosticado com Alzheimer.

Maguila chegou a São Paulo em 1970, juntamente com o irmão Maurício. Assustou-se com o frio da cidade e foi trabalhar como pedreiro. Chegou a morar em uma boleia de caminhão, foi preso por dez horas por agredir um companheiro de trabalho, se fez de louco para não servir o Exército e entrou no boxe aos 22 anos pelas mãos de Ralph Zumbano, tio de Eder Jofre, na academia do extinto BCN.

Adilson Maguila Rodrigues fez história no ringue ao representar o Brasil em lutas memoráveis. Foto: Hélvio Romero/Estadão
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Trajetória de Maguila no boxe

“Quanto você pesa meninão?”, perguntou Ralph, um dos lutadores mais clássicos que o Brasil já teve. “Noventa e cinco”, disse Maguila. Ralph se animou, pois poucos são os lutadores nacionais na principal categoria do boxe.

Em pouco tempo, Maguila foi campeão do tradicional torneio Forja dos Campeões e do Campeonato Paulista. Em 1983, aos 25 anos, passou para profissional e com apenas três lutas já era campeão nacional. Mais seis combates, já sob a orientação da empresa do narrador Luciano do Valle, veio o cinturão sul-americano.

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Maguila virou uma febre nacional. Suas lutas levantavam a audiência da TV Bandeirantes, onde Luciano do Valle trabalhava. Mas o ano de 1985 foi complicado para o pugilista. Duas derrotas acachapantes para o argentino Daniel Falconi e para o holandês Andre Van Oetelaar, ambas por nocaute, quase encerraram sua carreira. Ralph foi demitido e em seu lugar foi contratado Miguel de Oliveira, que na época dividia com o lendário Eder Jofre a glória de ter sido campeão mundial pelo Brasil.

Com Miguel de Oliveira no córner, Maguila devolveu a Falconi e Oetelaar a derrota na mesma moeda e transformou em ídolo nacional. O foco de Luciano do Valle e de sua empresa, a Luqui, virou para o supercampeão Mike Tyson. Contatos foram feitos com Don King, que cuidava dos interesses do fenômeno norte-americano. Até uma luta no Maracanã foi sonhada.

Com isso, os desafios foram ficando maiores. O primeiro foi a conquista do título das Américas, com mais de 10 mil torcedores no Ginásio do Corinthians, em São Paulo. Maguila passou pelo resistente norte-americano Rocky Sekorsky, em 12 rounds.

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Mais de 20 mil pessoas lotaram o Ginásio do Ibirapuera, em 1987, para a luta contra o ex-campeão mundial James “Quebra-Ossos” Smith. Em decisão polêmica, por pontos, o brasileiro foi proclamado vencedor. O triunfo o colocou entre os dez primeiros do ranking do Conselho Mundial de Boxe e virtual desafiante de Tyson.

Maguila em imagens dentro e fora do ringue

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Adílson José Rodrigues, o Maguila

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Adilson Maguila Rodrigues

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Maguila

Foto: OSWALDO JURNO/ESTADÃO
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Maguila

Foto: Sidney Corrallo/Estadão
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Maguila

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Maguila x Figueroa

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Maguila

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Maguila x Daniel Falconi

Foto: Claudine Petroli/Estadão
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Maguila x Daniel Falconi

Foto: ANTONIO LÚCIO/ESTADÃO
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Maguila x Rocky Sekorsky

Foto: DOMICIO PINHEIRO/ESTADÃO
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Maguila x "Quebra Ossos"

Foto: DOMICIO PINHEIRO/ESTADÃO
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Maguila x "Quebra Ossos"

Foto: DOMICIO PINHEIRO/ESTADÃO
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Maguila

Foto: Newton Aguiar/Estadão
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Maguila x David Garside

Foto: SÉRGIO BEREZOVSKY/ESTADÃO
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: SÉRGIO BEREZOVSKY/ESTADÃO
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Maguila

Foto: Marcia Zoet/Estadão
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: ALFREDO RIZZUTTI/ESTADÃO
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Maguila x Evander Holyfield

Foto: FLÁVIO CANALONGA/Estadão
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Maguila x Evander Holyfield

Foto: FLÁVIO CANALONGA/ESTADÃO
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: FLÁVIO CANALONGA/ESTADÃO
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Maguila e Éder Jofre

Foto: JOSIAS BARROSO/ESTADÃO
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: HEITOR HUI/ESTADÃO
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Adildon Rodrigues Maguila

Foto: MÔNICA ZARATTINI/ESTADÃO
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: MAURILO CLARETO/ESTADÃO
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Maguila e Tom Cavalcante

Foto: Clayton de Souza/Estadão
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Maguila e Tom Cavalcante

Foto: CLAYTON DE SOUZA/Estadão
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Projeto Social

Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO
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Projeto Social

Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO
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Reencontro entre Maguila e Falconi

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

O ano de 1988 foi de espera pela oportunidade de tentar o título mundial. Como ela não veio, Maguila, segundo colocado no ranking, enfrentou Evander Holyfield, que era o primeiro. No duelo de Lake Tahoe, o brasileiro, treinado pelo lendário norte-americano Angelo Dundee, que havia trabalhado com Muhammad Ali e Sugar Ray Leonard, chegou a vencer o primeiro round para dois dos três jurados, mas foi aniquilado no segundo. “O Dundee me orientou errado. Mandou eu ir para cima dele (Holyfield)”, reclamou Maguila.

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A partir daí, a empresa Luqui quis encerrar a carreira de Maguila, que não aceitou e chegou a enfrentar o mito George Foreman, em 1990. Sofreu, então, mais um nocaute violento no segundo round. “Tomei um soco que quase venho para o Brasil sem pagar passagem”, brincou ele, ao comentar sobre a força do rival norte-americano, que tinha 41 anos na época.

Depois de Foreman, Maguila lutou mais dez anos. Fez uma peregrinação pela América do Sul, acumulou dinheiro, manteve o interesse do público, mas nunca mais foi o mesmo. Chegou a ganhar o inexpressivo título mundial da Federação Mundial de Boxe, quando derrotou o britânico Johnny Nelson. Aliás, bateu este adversário também na revanche.

Em 2000, aos 42 anos, pendurou as luvas. Mas se manteve em evidência. Fez comerciais de TV, participou de programas de auditório e gravou CD de pagode. Com sua morte, o boxe perde um personagem único.

Faxineiro em Aracaju. Pedreiro em São Paulo. Adilson Rodrigues se transformou no pugilista mais carismático do boxe brasileiro. Simples e espontâneo, Maguila - apelido que ganhou dos amigos de obra pela semelhança com o personagem de um desenho famoso - ganhou espaço na mídia e fez de suas lutas um evento imperdível aos domingos. O eterno campeão peso pesado morreu nesta quinta-feira, em São Paulo, aos 66 anos. Ele sofria de encefalopatia traumática crônica e estava internado há 28 dias. Em 2010, ele havia sido diagnosticado com Alzheimer.

Maguila chegou a São Paulo em 1970, juntamente com o irmão Maurício. Assustou-se com o frio da cidade e foi trabalhar como pedreiro. Chegou a morar em uma boleia de caminhão, foi preso por dez horas por agredir um companheiro de trabalho, se fez de louco para não servir o Exército e entrou no boxe aos 22 anos pelas mãos de Ralph Zumbano, tio de Eder Jofre, na academia do extinto BCN.

Adilson Maguila Rodrigues fez história no ringue ao representar o Brasil em lutas memoráveis. Foto: Hélvio Romero/Estadão

Trajetória de Maguila no boxe

“Quanto você pesa meninão?”, perguntou Ralph, um dos lutadores mais clássicos que o Brasil já teve. “Noventa e cinco”, disse Maguila. Ralph se animou, pois poucos são os lutadores nacionais na principal categoria do boxe.

Em pouco tempo, Maguila foi campeão do tradicional torneio Forja dos Campeões e do Campeonato Paulista. Em 1983, aos 25 anos, passou para profissional e com apenas três lutas já era campeão nacional. Mais seis combates, já sob a orientação da empresa do narrador Luciano do Valle, veio o cinturão sul-americano.

Maguila virou uma febre nacional. Suas lutas levantavam a audiência da TV Bandeirantes, onde Luciano do Valle trabalhava. Mas o ano de 1985 foi complicado para o pugilista. Duas derrotas acachapantes para o argentino Daniel Falconi e para o holandês Andre Van Oetelaar, ambas por nocaute, quase encerraram sua carreira. Ralph foi demitido e em seu lugar foi contratado Miguel de Oliveira, que na época dividia com o lendário Eder Jofre a glória de ter sido campeão mundial pelo Brasil.

Com Miguel de Oliveira no córner, Maguila devolveu a Falconi e Oetelaar a derrota na mesma moeda e transformou em ídolo nacional. O foco de Luciano do Valle e de sua empresa, a Luqui, virou para o supercampeão Mike Tyson. Contatos foram feitos com Don King, que cuidava dos interesses do fenômeno norte-americano. Até uma luta no Maracanã foi sonhada.

Com isso, os desafios foram ficando maiores. O primeiro foi a conquista do título das Américas, com mais de 10 mil torcedores no Ginásio do Corinthians, em São Paulo. Maguila passou pelo resistente norte-americano Rocky Sekorsky, em 12 rounds.

Mais de 20 mil pessoas lotaram o Ginásio do Ibirapuera, em 1987, para a luta contra o ex-campeão mundial James “Quebra-Ossos” Smith. Em decisão polêmica, por pontos, o brasileiro foi proclamado vencedor. O triunfo o colocou entre os dez primeiros do ranking do Conselho Mundial de Boxe e virtual desafiante de Tyson.

Maguila em imagens dentro e fora do ringue

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Adílson José Rodrigues, o Maguila

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Adilson Maguila Rodrigues

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Maguila

Foto: OSWALDO JURNO/ESTADÃO
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Maguila

Foto: Sidney Corrallo/Estadão
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Maguila

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Maguila x Figueroa

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Maguila

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Maguila x Daniel Falconi

Foto: Claudine Petroli/Estadão
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Maguila x Daniel Falconi

Foto: ANTONIO LÚCIO/ESTADÃO
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Maguila x Rocky Sekorsky

Foto: DOMICIO PINHEIRO/ESTADÃO
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Maguila x "Quebra Ossos"

Foto: DOMICIO PINHEIRO/ESTADÃO
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Maguila x "Quebra Ossos"

Foto: DOMICIO PINHEIRO/ESTADÃO
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Maguila

Foto: Newton Aguiar/Estadão
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Maguila x David Garside

Foto: SÉRGIO BEREZOVSKY/ESTADÃO
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: SÉRGIO BEREZOVSKY/ESTADÃO
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Maguila

Foto: Marcia Zoet/Estadão
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: ALFREDO RIZZUTTI/ESTADÃO
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Maguila x Evander Holyfield

Foto: FLÁVIO CANALONGA/Estadão
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Maguila x Evander Holyfield

Foto: FLÁVIO CANALONGA/ESTADÃO
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: FLÁVIO CANALONGA/ESTADÃO
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Maguila e Éder Jofre

Foto: JOSIAS BARROSO/ESTADÃO
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: HEITOR HUI/ESTADÃO
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Adildon Rodrigues Maguila

Foto: MÔNICA ZARATTINI/ESTADÃO
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: MAURILO CLARETO/ESTADÃO
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Maguila e Tom Cavalcante

Foto: Clayton de Souza/Estadão
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Maguila e Tom Cavalcante

Foto: CLAYTON DE SOUZA/Estadão
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Projeto Social

Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO
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Projeto Social

Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO
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Reencontro entre Maguila e Falconi

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

O ano de 1988 foi de espera pela oportunidade de tentar o título mundial. Como ela não veio, Maguila, segundo colocado no ranking, enfrentou Evander Holyfield, que era o primeiro. No duelo de Lake Tahoe, o brasileiro, treinado pelo lendário norte-americano Angelo Dundee, que havia trabalhado com Muhammad Ali e Sugar Ray Leonard, chegou a vencer o primeiro round para dois dos três jurados, mas foi aniquilado no segundo. “O Dundee me orientou errado. Mandou eu ir para cima dele (Holyfield)”, reclamou Maguila.

A partir daí, a empresa Luqui quis encerrar a carreira de Maguila, que não aceitou e chegou a enfrentar o mito George Foreman, em 1990. Sofreu, então, mais um nocaute violento no segundo round. “Tomei um soco que quase venho para o Brasil sem pagar passagem”, brincou ele, ao comentar sobre a força do rival norte-americano, que tinha 41 anos na época.

Depois de Foreman, Maguila lutou mais dez anos. Fez uma peregrinação pela América do Sul, acumulou dinheiro, manteve o interesse do público, mas nunca mais foi o mesmo. Chegou a ganhar o inexpressivo título mundial da Federação Mundial de Boxe, quando derrotou o britânico Johnny Nelson. Aliás, bateu este adversário também na revanche.

Em 2000, aos 42 anos, pendurou as luvas. Mas se manteve em evidência. Fez comerciais de TV, participou de programas de auditório e gravou CD de pagode. Com sua morte, o boxe perde um personagem único.

Faxineiro em Aracaju. Pedreiro em São Paulo. Adilson Rodrigues se transformou no pugilista mais carismático do boxe brasileiro. Simples e espontâneo, Maguila - apelido que ganhou dos amigos de obra pela semelhança com o personagem de um desenho famoso - ganhou espaço na mídia e fez de suas lutas um evento imperdível aos domingos. O eterno campeão peso pesado morreu nesta quinta-feira, em São Paulo, aos 66 anos. Ele sofria de encefalopatia traumática crônica e estava internado há 28 dias. Em 2010, ele havia sido diagnosticado com Alzheimer.

Maguila chegou a São Paulo em 1970, juntamente com o irmão Maurício. Assustou-se com o frio da cidade e foi trabalhar como pedreiro. Chegou a morar em uma boleia de caminhão, foi preso por dez horas por agredir um companheiro de trabalho, se fez de louco para não servir o Exército e entrou no boxe aos 22 anos pelas mãos de Ralph Zumbano, tio de Eder Jofre, na academia do extinto BCN.

Adilson Maguila Rodrigues fez história no ringue ao representar o Brasil em lutas memoráveis. Foto: Hélvio Romero/Estadão

Trajetória de Maguila no boxe

“Quanto você pesa meninão?”, perguntou Ralph, um dos lutadores mais clássicos que o Brasil já teve. “Noventa e cinco”, disse Maguila. Ralph se animou, pois poucos são os lutadores nacionais na principal categoria do boxe.

Em pouco tempo, Maguila foi campeão do tradicional torneio Forja dos Campeões e do Campeonato Paulista. Em 1983, aos 25 anos, passou para profissional e com apenas três lutas já era campeão nacional. Mais seis combates, já sob a orientação da empresa do narrador Luciano do Valle, veio o cinturão sul-americano.

Maguila virou uma febre nacional. Suas lutas levantavam a audiência da TV Bandeirantes, onde Luciano do Valle trabalhava. Mas o ano de 1985 foi complicado para o pugilista. Duas derrotas acachapantes para o argentino Daniel Falconi e para o holandês Andre Van Oetelaar, ambas por nocaute, quase encerraram sua carreira. Ralph foi demitido e em seu lugar foi contratado Miguel de Oliveira, que na época dividia com o lendário Eder Jofre a glória de ter sido campeão mundial pelo Brasil.

Com Miguel de Oliveira no córner, Maguila devolveu a Falconi e Oetelaar a derrota na mesma moeda e transformou em ídolo nacional. O foco de Luciano do Valle e de sua empresa, a Luqui, virou para o supercampeão Mike Tyson. Contatos foram feitos com Don King, que cuidava dos interesses do fenômeno norte-americano. Até uma luta no Maracanã foi sonhada.

Com isso, os desafios foram ficando maiores. O primeiro foi a conquista do título das Américas, com mais de 10 mil torcedores no Ginásio do Corinthians, em São Paulo. Maguila passou pelo resistente norte-americano Rocky Sekorsky, em 12 rounds.

Mais de 20 mil pessoas lotaram o Ginásio do Ibirapuera, em 1987, para a luta contra o ex-campeão mundial James “Quebra-Ossos” Smith. Em decisão polêmica, por pontos, o brasileiro foi proclamado vencedor. O triunfo o colocou entre os dez primeiros do ranking do Conselho Mundial de Boxe e virtual desafiante de Tyson.

Maguila em imagens dentro e fora do ringue

1 | 29

Adílson José Rodrigues, o Maguila

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Adilson Maguila Rodrigues

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Maguila

Foto: OSWALDO JURNO/ESTADÃO
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Maguila

Foto: Sidney Corrallo/Estadão
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Maguila

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Maguila x Figueroa

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Maguila

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Maguila x Daniel Falconi

Foto: Claudine Petroli/Estadão
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Maguila x Daniel Falconi

Foto: ANTONIO LÚCIO/ESTADÃO
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Maguila x Rocky Sekorsky

Foto: DOMICIO PINHEIRO/ESTADÃO
11 | 29

Maguila x "Quebra Ossos"

Foto: DOMICIO PINHEIRO/ESTADÃO
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Maguila x "Quebra Ossos"

Foto: DOMICIO PINHEIRO/ESTADÃO
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Maguila

Foto: Newton Aguiar/Estadão
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Maguila x David Garside

Foto: SÉRGIO BEREZOVSKY/ESTADÃO
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: SÉRGIO BEREZOVSKY/ESTADÃO
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Maguila

Foto: Marcia Zoet/Estadão
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: ALFREDO RIZZUTTI/ESTADÃO
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Maguila x Evander Holyfield

Foto: FLÁVIO CANALONGA/Estadão
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Maguila x Evander Holyfield

Foto: FLÁVIO CANALONGA/ESTADÃO
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Adilson Rodrigues Maguila

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Maguila e Éder Jofre

Foto: JOSIAS BARROSO/ESTADÃO
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: HEITOR HUI/ESTADÃO
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Adildon Rodrigues Maguila

Foto: MÔNICA ZARATTINI/ESTADÃO
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: MAURILO CLARETO/ESTADÃO
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Maguila e Tom Cavalcante

Foto: Clayton de Souza/Estadão
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Maguila e Tom Cavalcante

Foto: CLAYTON DE SOUZA/Estadão
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Projeto Social

Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO
28 | 29

Projeto Social

Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO
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Reencontro entre Maguila e Falconi

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

O ano de 1988 foi de espera pela oportunidade de tentar o título mundial. Como ela não veio, Maguila, segundo colocado no ranking, enfrentou Evander Holyfield, que era o primeiro. No duelo de Lake Tahoe, o brasileiro, treinado pelo lendário norte-americano Angelo Dundee, que havia trabalhado com Muhammad Ali e Sugar Ray Leonard, chegou a vencer o primeiro round para dois dos três jurados, mas foi aniquilado no segundo. “O Dundee me orientou errado. Mandou eu ir para cima dele (Holyfield)”, reclamou Maguila.

A partir daí, a empresa Luqui quis encerrar a carreira de Maguila, que não aceitou e chegou a enfrentar o mito George Foreman, em 1990. Sofreu, então, mais um nocaute violento no segundo round. “Tomei um soco que quase venho para o Brasil sem pagar passagem”, brincou ele, ao comentar sobre a força do rival norte-americano, que tinha 41 anos na época.

Depois de Foreman, Maguila lutou mais dez anos. Fez uma peregrinação pela América do Sul, acumulou dinheiro, manteve o interesse do público, mas nunca mais foi o mesmo. Chegou a ganhar o inexpressivo título mundial da Federação Mundial de Boxe, quando derrotou o britânico Johnny Nelson. Aliás, bateu este adversário também na revanche.

Em 2000, aos 42 anos, pendurou as luvas. Mas se manteve em evidência. Fez comerciais de TV, participou de programas de auditório e gravou CD de pagode. Com sua morte, o boxe perde um personagem único.

Faxineiro em Aracaju. Pedreiro em São Paulo. Adilson Rodrigues se transformou no pugilista mais carismático do boxe brasileiro. Simples e espontâneo, Maguila - apelido que ganhou dos amigos de obra pela semelhança com o personagem de um desenho famoso - ganhou espaço na mídia e fez de suas lutas um evento imperdível aos domingos. O eterno campeão peso pesado morreu nesta quinta-feira, em São Paulo, aos 66 anos. Ele sofria de encefalopatia traumática crônica e estava internado há 28 dias. Em 2010, ele havia sido diagnosticado com Alzheimer.

Maguila chegou a São Paulo em 1970, juntamente com o irmão Maurício. Assustou-se com o frio da cidade e foi trabalhar como pedreiro. Chegou a morar em uma boleia de caminhão, foi preso por dez horas por agredir um companheiro de trabalho, se fez de louco para não servir o Exército e entrou no boxe aos 22 anos pelas mãos de Ralph Zumbano, tio de Eder Jofre, na academia do extinto BCN.

Adilson Maguila Rodrigues fez história no ringue ao representar o Brasil em lutas memoráveis. Foto: Hélvio Romero/Estadão

Trajetória de Maguila no boxe

“Quanto você pesa meninão?”, perguntou Ralph, um dos lutadores mais clássicos que o Brasil já teve. “Noventa e cinco”, disse Maguila. Ralph se animou, pois poucos são os lutadores nacionais na principal categoria do boxe.

Em pouco tempo, Maguila foi campeão do tradicional torneio Forja dos Campeões e do Campeonato Paulista. Em 1983, aos 25 anos, passou para profissional e com apenas três lutas já era campeão nacional. Mais seis combates, já sob a orientação da empresa do narrador Luciano do Valle, veio o cinturão sul-americano.

Maguila virou uma febre nacional. Suas lutas levantavam a audiência da TV Bandeirantes, onde Luciano do Valle trabalhava. Mas o ano de 1985 foi complicado para o pugilista. Duas derrotas acachapantes para o argentino Daniel Falconi e para o holandês Andre Van Oetelaar, ambas por nocaute, quase encerraram sua carreira. Ralph foi demitido e em seu lugar foi contratado Miguel de Oliveira, que na época dividia com o lendário Eder Jofre a glória de ter sido campeão mundial pelo Brasil.

Com Miguel de Oliveira no córner, Maguila devolveu a Falconi e Oetelaar a derrota na mesma moeda e transformou em ídolo nacional. O foco de Luciano do Valle e de sua empresa, a Luqui, virou para o supercampeão Mike Tyson. Contatos foram feitos com Don King, que cuidava dos interesses do fenômeno norte-americano. Até uma luta no Maracanã foi sonhada.

Com isso, os desafios foram ficando maiores. O primeiro foi a conquista do título das Américas, com mais de 10 mil torcedores no Ginásio do Corinthians, em São Paulo. Maguila passou pelo resistente norte-americano Rocky Sekorsky, em 12 rounds.

Mais de 20 mil pessoas lotaram o Ginásio do Ibirapuera, em 1987, para a luta contra o ex-campeão mundial James “Quebra-Ossos” Smith. Em decisão polêmica, por pontos, o brasileiro foi proclamado vencedor. O triunfo o colocou entre os dez primeiros do ranking do Conselho Mundial de Boxe e virtual desafiante de Tyson.

Maguila em imagens dentro e fora do ringue

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Adílson José Rodrigues, o Maguila

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Adilson Maguila Rodrigues

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Maguila

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Maguila

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Maguila

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Maguila x Figueroa

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Maguila

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Maguila x Daniel Falconi

Foto: Claudine Petroli/Estadão
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Maguila x Daniel Falconi

Foto: ANTONIO LÚCIO/ESTADÃO
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Maguila x Rocky Sekorsky

Foto: DOMICIO PINHEIRO/ESTADÃO
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Maguila x "Quebra Ossos"

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Maguila x "Quebra Ossos"

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Maguila

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Maguila x David Garside

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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: SÉRGIO BEREZOVSKY/ESTADÃO
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Maguila

Foto: Marcia Zoet/Estadão
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: ALFREDO RIZZUTTI/ESTADÃO
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Maguila x Evander Holyfield

Foto: FLÁVIO CANALONGA/Estadão
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Maguila x Evander Holyfield

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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: FLÁVIO CANALONGA/ESTADÃO
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Maguila e Éder Jofre

Foto: JOSIAS BARROSO/ESTADÃO
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: HEITOR HUI/ESTADÃO
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Adildon Rodrigues Maguila

Foto: MÔNICA ZARATTINI/ESTADÃO
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: MAURILO CLARETO/ESTADÃO
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Maguila e Tom Cavalcante

Foto: Clayton de Souza/Estadão
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Maguila e Tom Cavalcante

Foto: CLAYTON DE SOUZA/Estadão
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Projeto Social

Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO
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Projeto Social

Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO
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Reencontro entre Maguila e Falconi

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

O ano de 1988 foi de espera pela oportunidade de tentar o título mundial. Como ela não veio, Maguila, segundo colocado no ranking, enfrentou Evander Holyfield, que era o primeiro. No duelo de Lake Tahoe, o brasileiro, treinado pelo lendário norte-americano Angelo Dundee, que havia trabalhado com Muhammad Ali e Sugar Ray Leonard, chegou a vencer o primeiro round para dois dos três jurados, mas foi aniquilado no segundo. “O Dundee me orientou errado. Mandou eu ir para cima dele (Holyfield)”, reclamou Maguila.

A partir daí, a empresa Luqui quis encerrar a carreira de Maguila, que não aceitou e chegou a enfrentar o mito George Foreman, em 1990. Sofreu, então, mais um nocaute violento no segundo round. “Tomei um soco que quase venho para o Brasil sem pagar passagem”, brincou ele, ao comentar sobre a força do rival norte-americano, que tinha 41 anos na época.

Depois de Foreman, Maguila lutou mais dez anos. Fez uma peregrinação pela América do Sul, acumulou dinheiro, manteve o interesse do público, mas nunca mais foi o mesmo. Chegou a ganhar o inexpressivo título mundial da Federação Mundial de Boxe, quando derrotou o britânico Johnny Nelson. Aliás, bateu este adversário também na revanche.

Em 2000, aos 42 anos, pendurou as luvas. Mas se manteve em evidência. Fez comerciais de TV, participou de programas de auditório e gravou CD de pagode. Com sua morte, o boxe perde um personagem único.

Faxineiro em Aracaju. Pedreiro em São Paulo. Adilson Rodrigues se transformou no pugilista mais carismático do boxe brasileiro. Simples e espontâneo, Maguila - apelido que ganhou dos amigos de obra pela semelhança com o personagem de um desenho famoso - ganhou espaço na mídia e fez de suas lutas um evento imperdível aos domingos. O eterno campeão peso pesado morreu nesta quinta-feira, em São Paulo, aos 66 anos. Ele sofria de encefalopatia traumática crônica e estava internado há 28 dias. Em 2010, ele havia sido diagnosticado com Alzheimer.

Maguila chegou a São Paulo em 1970, juntamente com o irmão Maurício. Assustou-se com o frio da cidade e foi trabalhar como pedreiro. Chegou a morar em uma boleia de caminhão, foi preso por dez horas por agredir um companheiro de trabalho, se fez de louco para não servir o Exército e entrou no boxe aos 22 anos pelas mãos de Ralph Zumbano, tio de Eder Jofre, na academia do extinto BCN.

Adilson Maguila Rodrigues fez história no ringue ao representar o Brasil em lutas memoráveis. Foto: Hélvio Romero/Estadão

Trajetória de Maguila no boxe

“Quanto você pesa meninão?”, perguntou Ralph, um dos lutadores mais clássicos que o Brasil já teve. “Noventa e cinco”, disse Maguila. Ralph se animou, pois poucos são os lutadores nacionais na principal categoria do boxe.

Em pouco tempo, Maguila foi campeão do tradicional torneio Forja dos Campeões e do Campeonato Paulista. Em 1983, aos 25 anos, passou para profissional e com apenas três lutas já era campeão nacional. Mais seis combates, já sob a orientação da empresa do narrador Luciano do Valle, veio o cinturão sul-americano.

Maguila virou uma febre nacional. Suas lutas levantavam a audiência da TV Bandeirantes, onde Luciano do Valle trabalhava. Mas o ano de 1985 foi complicado para o pugilista. Duas derrotas acachapantes para o argentino Daniel Falconi e para o holandês Andre Van Oetelaar, ambas por nocaute, quase encerraram sua carreira. Ralph foi demitido e em seu lugar foi contratado Miguel de Oliveira, que na época dividia com o lendário Eder Jofre a glória de ter sido campeão mundial pelo Brasil.

Com Miguel de Oliveira no córner, Maguila devolveu a Falconi e Oetelaar a derrota na mesma moeda e transformou em ídolo nacional. O foco de Luciano do Valle e de sua empresa, a Luqui, virou para o supercampeão Mike Tyson. Contatos foram feitos com Don King, que cuidava dos interesses do fenômeno norte-americano. Até uma luta no Maracanã foi sonhada.

Com isso, os desafios foram ficando maiores. O primeiro foi a conquista do título das Américas, com mais de 10 mil torcedores no Ginásio do Corinthians, em São Paulo. Maguila passou pelo resistente norte-americano Rocky Sekorsky, em 12 rounds.

Mais de 20 mil pessoas lotaram o Ginásio do Ibirapuera, em 1987, para a luta contra o ex-campeão mundial James “Quebra-Ossos” Smith. Em decisão polêmica, por pontos, o brasileiro foi proclamado vencedor. O triunfo o colocou entre os dez primeiros do ranking do Conselho Mundial de Boxe e virtual desafiante de Tyson.

Maguila em imagens dentro e fora do ringue

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Adílson José Rodrigues, o Maguila

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Adilson Maguila Rodrigues

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Maguila

Foto: OSWALDO JURNO/ESTADÃO
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Maguila

Foto: Sidney Corrallo/Estadão
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Maguila

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Maguila x Figueroa

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Maguila

Foto: CLAUDINE PETROLI/ESTADÃO
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Maguila x Daniel Falconi

Foto: Claudine Petroli/Estadão
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Maguila x Daniel Falconi

Foto: ANTONIO LÚCIO/ESTADÃO
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Maguila x Rocky Sekorsky

Foto: DOMICIO PINHEIRO/ESTADÃO
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Maguila x "Quebra Ossos"

Foto: DOMICIO PINHEIRO/ESTADÃO
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Maguila x "Quebra Ossos"

Foto: DOMICIO PINHEIRO/ESTADÃO
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Maguila

Foto: Newton Aguiar/Estadão
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Maguila x David Garside

Foto: SÉRGIO BEREZOVSKY/ESTADÃO
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: SÉRGIO BEREZOVSKY/ESTADÃO
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Maguila

Foto: Marcia Zoet/Estadão
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: ALFREDO RIZZUTTI/ESTADÃO
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Maguila x Evander Holyfield

Foto: FLÁVIO CANALONGA/Estadão
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Maguila x Evander Holyfield

Foto: FLÁVIO CANALONGA/ESTADÃO
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: FLÁVIO CANALONGA/ESTADÃO
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Maguila e Éder Jofre

Foto: JOSIAS BARROSO/ESTADÃO
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: HEITOR HUI/ESTADÃO
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Adildon Rodrigues Maguila

Foto: MÔNICA ZARATTINI/ESTADÃO
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Adilson Rodrigues Maguila

Foto: MAURILO CLARETO/ESTADÃO
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Maguila e Tom Cavalcante

Foto: Clayton de Souza/Estadão
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Maguila e Tom Cavalcante

Foto: CLAYTON DE SOUZA/Estadão
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Projeto Social

Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO
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Projeto Social

Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO
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Reencontro entre Maguila e Falconi

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

O ano de 1988 foi de espera pela oportunidade de tentar o título mundial. Como ela não veio, Maguila, segundo colocado no ranking, enfrentou Evander Holyfield, que era o primeiro. No duelo de Lake Tahoe, o brasileiro, treinado pelo lendário norte-americano Angelo Dundee, que havia trabalhado com Muhammad Ali e Sugar Ray Leonard, chegou a vencer o primeiro round para dois dos três jurados, mas foi aniquilado no segundo. “O Dundee me orientou errado. Mandou eu ir para cima dele (Holyfield)”, reclamou Maguila.

A partir daí, a empresa Luqui quis encerrar a carreira de Maguila, que não aceitou e chegou a enfrentar o mito George Foreman, em 1990. Sofreu, então, mais um nocaute violento no segundo round. “Tomei um soco que quase venho para o Brasil sem pagar passagem”, brincou ele, ao comentar sobre a força do rival norte-americano, que tinha 41 anos na época.

Depois de Foreman, Maguila lutou mais dez anos. Fez uma peregrinação pela América do Sul, acumulou dinheiro, manteve o interesse do público, mas nunca mais foi o mesmo. Chegou a ganhar o inexpressivo título mundial da Federação Mundial de Boxe, quando derrotou o britânico Johnny Nelson. Aliás, bateu este adversário também na revanche.

Em 2000, aos 42 anos, pendurou as luvas. Mas se manteve em evidência. Fez comerciais de TV, participou de programas de auditório e gravou CD de pagode. Com sua morte, o boxe perde um personagem único.

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