Marcus D’Almeida se orgulha de não ter ‘fugido’ de sul-coreano em Paris e usa rival como inspiração


Desde a derrota nas Olimpíadas, carioca só pensa em como atingir nível alcançado por Kim Woojin, ‘a Simone Biles do tiro com arco’ e seu possível adversário na etapa final Copa do Mundo, neste final de semana

Por Bruno Accorsi

Marcus D’Almeida deixou as Olimpíadas Paris eliminado nas oitavas de final do tiro com arco, assim como nos Jogos de Tóquio. A responsabilidade na França era maior, já que o brasileiro chegou à disputa como número 1 do ranking mundial, mas o desfecho não o abalou.

Derrotado pelo fenômeno sul-coreano Kim Woojin, a quem chamou de “Simone Biles do tiro com arco”, o carioca de 26 anos assimilou rapidamente a frustração e, minutos depois da eliminação, já estava pensando em como atingir o nível exibido pelo rival naquela disputa. O arqueiro asiático, que tem cinco ouros olímpicos, acertou 11 de 12 flechas com pontuação máxima.

“Ele realmente fez um grande combate a nível que nem ele repetiu na Olimpíada. Foi o melhor combate, talvez da carreira dele. Fiquei chateado no primeiro momento, mas alguns minutos depois, eu já saí pensando como chegar nesse nível. O que eu tenho que fazer? O que mudar? Quanto mais eu tenho que ser inteligente? Porque chega um determinado ponto que não é treinar, todo mundo treina, é ser inteligente para alcançar o nível do que ele fez. E é isso que eu venho pensando até hoje”, diz ao Estadão.

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Marcus D'Almeida foi eliminado nas oitavas de final dos Jogos Olímpicos de Paris. Foto: Wander Roberto/COB

D’Almeida cruzou o caminho de Woojin cedo demais em Paris por causa de seu desempenho na fase de ranqueamento, na qual terminou em 17º lugar. Quando se lembra da colocação, não vê grande problema e se orgulha por não ter abandonado o jogo limpo, já que poderia ter errado para fugir do rival sul-coreano.

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“Em nenhum momento perdi a cabeça, em nenhum momento deixei a raiva me consumir. Fiquei feliz por isso. Não fiquei feliz quando vi o número que estava na frente do meu nome, que eu sabia que a chave era do primeiro. Mas estou muito feliz porque joguei limpo, não fiz nenhuma estratégia para fugir da chave do número 1. Eu poderia ter errado uma flecha de propósito, qualquer coisa do tipo. Várias pessoas fazem isso. Mas eu pensei se é assim, assim que vai ser. Eu prefiro jogar assim”, relembra.

Durante este final de semana, D’Almeida e Woojin podem se reencontrar, pois estão entre os oito arqueiros que disputam a final da Copa do Mundo, em Tlaxcala, no México, entre sábado e domingo, dias 19 e 20 de outubro. O pentacampeão olímpico é cabeça de chave ao lado do compatriota Lee Woo Seo.

O brasileiro, por sua vez, chega como defensor do título, já que foi o vencedor da final em 2023. “Estou focado nesses 50 tiros. Focado muito em qualidade, a quantidade está um pouco de lado. É qualidade na hora. Não preciso ser o cara que chamamos de volumista, ficar atirando muito , não é a hora. Essa é minha estratégia. Cabeça fria, no lugar e dar o meu melhor.”

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Esporte em construção

Chegar às oitavas, como o carioca fez por duas Olimpíadas seguidas, é o melhor resultado olímpico do Brasil, alcançado também por Ane Marcelle na disputa feminina do Rio-2016.

Mesmo que o objetivo fosse chegar mais longe e subir ao pódio em Jogos Olímpico, o atleta está satisfeito em superar as dificuldades para elevar o patamar da arquearia brasileira ao ter atingido o topo do ranking, com conquistas como o ouro na final da Copa do Mundo de 2023, além da prata e do bronze nos Campeonatos Mundiais de 2021 e 2023, respectivamente.

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“Minha vida toda foi assim. Eu venho de um esporte que não tem referência, a gente está melhorando o tempo inteiro, fazendo obras no centro de treinamento, melhorias na academia. Todo esporte tem isso, óbvio, até o futebol que é nosso principal esporte, mas já está tão alto que pequenos avanços são muito pouco. Já o nosso pequeno avanço pode dar saltos ainda, porque estamos no início. Tudo eu tento usar para me levar para frente, não para trás. Mas tem momentos que é difícil, ninguém é de ferro”, pondera.

Na primeira competição que disputou após a Olimpíada, Marquinhos foi campeão brasileiro em Salvador, onde colheu um pouco dos frutos de sua caminhada para trazer mais interesse ao tiro com arco. O título nacional foi conquistado em disputa aberta ao público, nas proximidades de pontos turísticos como o Elevador Lacerda e o Mercado Modelo.

“Além das pessoas que foram me ver, o próprio evento chamou a atenção. A lateral ficou tomada de pessoas, os dois lados. Foi bem legal, mesmo no sol”, diz o carioca, que vê o modelo como uma forma interessante de atrair mais olhares ao esporte. “Esse é o meu desejo, e é o desejo da Confederação. Eles são super a favor disso. Fizeram aqui em Salvador, já fizemos aqui na minha cidade de Maricá, também já fizemos em praça pública. A ideia é sempre fazer uma final fora do campo.”

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Com a Copa do Mundo para fechar o ano, o arqueiro, hoje número 3 do mundo, espera voltar a figurar na primeira colocação do ranking mundial, mas não coloca o objetivo como algo urgente.

“Eu fiquei quase 600 dias como número 1. Não cheguei e caí, fiquei um bom tempo. Eu estou contando ainda, quero contar muito mais dias, dobrar isso quem sabe. E uma das chances de continuar é agora, dia 20, mas não estou indo com esse peso de ‘tenho que me tornar o número 1′. Qem vive de qualquer esporte no top 10 do mundo, todo mundo é bom para caramba. Aí entram os momentos da vida que cada um está passando, como está treinando, enfim”, pontua.

Marcus D’Almeida deixou as Olimpíadas Paris eliminado nas oitavas de final do tiro com arco, assim como nos Jogos de Tóquio. A responsabilidade na França era maior, já que o brasileiro chegou à disputa como número 1 do ranking mundial, mas o desfecho não o abalou.

Derrotado pelo fenômeno sul-coreano Kim Woojin, a quem chamou de “Simone Biles do tiro com arco”, o carioca de 26 anos assimilou rapidamente a frustração e, minutos depois da eliminação, já estava pensando em como atingir o nível exibido pelo rival naquela disputa. O arqueiro asiático, que tem cinco ouros olímpicos, acertou 11 de 12 flechas com pontuação máxima.

“Ele realmente fez um grande combate a nível que nem ele repetiu na Olimpíada. Foi o melhor combate, talvez da carreira dele. Fiquei chateado no primeiro momento, mas alguns minutos depois, eu já saí pensando como chegar nesse nível. O que eu tenho que fazer? O que mudar? Quanto mais eu tenho que ser inteligente? Porque chega um determinado ponto que não é treinar, todo mundo treina, é ser inteligente para alcançar o nível do que ele fez. E é isso que eu venho pensando até hoje”, diz ao Estadão.

Marcus D'Almeida foi eliminado nas oitavas de final dos Jogos Olímpicos de Paris. Foto: Wander Roberto/COB

D’Almeida cruzou o caminho de Woojin cedo demais em Paris por causa de seu desempenho na fase de ranqueamento, na qual terminou em 17º lugar. Quando se lembra da colocação, não vê grande problema e se orgulha por não ter abandonado o jogo limpo, já que poderia ter errado para fugir do rival sul-coreano.

“Em nenhum momento perdi a cabeça, em nenhum momento deixei a raiva me consumir. Fiquei feliz por isso. Não fiquei feliz quando vi o número que estava na frente do meu nome, que eu sabia que a chave era do primeiro. Mas estou muito feliz porque joguei limpo, não fiz nenhuma estratégia para fugir da chave do número 1. Eu poderia ter errado uma flecha de propósito, qualquer coisa do tipo. Várias pessoas fazem isso. Mas eu pensei se é assim, assim que vai ser. Eu prefiro jogar assim”, relembra.

Durante este final de semana, D’Almeida e Woojin podem se reencontrar, pois estão entre os oito arqueiros que disputam a final da Copa do Mundo, em Tlaxcala, no México, entre sábado e domingo, dias 19 e 20 de outubro. O pentacampeão olímpico é cabeça de chave ao lado do compatriota Lee Woo Seo.

O brasileiro, por sua vez, chega como defensor do título, já que foi o vencedor da final em 2023. “Estou focado nesses 50 tiros. Focado muito em qualidade, a quantidade está um pouco de lado. É qualidade na hora. Não preciso ser o cara que chamamos de volumista, ficar atirando muito , não é a hora. Essa é minha estratégia. Cabeça fria, no lugar e dar o meu melhor.”

Esporte em construção

Chegar às oitavas, como o carioca fez por duas Olimpíadas seguidas, é o melhor resultado olímpico do Brasil, alcançado também por Ane Marcelle na disputa feminina do Rio-2016.

Mesmo que o objetivo fosse chegar mais longe e subir ao pódio em Jogos Olímpico, o atleta está satisfeito em superar as dificuldades para elevar o patamar da arquearia brasileira ao ter atingido o topo do ranking, com conquistas como o ouro na final da Copa do Mundo de 2023, além da prata e do bronze nos Campeonatos Mundiais de 2021 e 2023, respectivamente.

“Minha vida toda foi assim. Eu venho de um esporte que não tem referência, a gente está melhorando o tempo inteiro, fazendo obras no centro de treinamento, melhorias na academia. Todo esporte tem isso, óbvio, até o futebol que é nosso principal esporte, mas já está tão alto que pequenos avanços são muito pouco. Já o nosso pequeno avanço pode dar saltos ainda, porque estamos no início. Tudo eu tento usar para me levar para frente, não para trás. Mas tem momentos que é difícil, ninguém é de ferro”, pondera.

Na primeira competição que disputou após a Olimpíada, Marquinhos foi campeão brasileiro em Salvador, onde colheu um pouco dos frutos de sua caminhada para trazer mais interesse ao tiro com arco. O título nacional foi conquistado em disputa aberta ao público, nas proximidades de pontos turísticos como o Elevador Lacerda e o Mercado Modelo.

“Além das pessoas que foram me ver, o próprio evento chamou a atenção. A lateral ficou tomada de pessoas, os dois lados. Foi bem legal, mesmo no sol”, diz o carioca, que vê o modelo como uma forma interessante de atrair mais olhares ao esporte. “Esse é o meu desejo, e é o desejo da Confederação. Eles são super a favor disso. Fizeram aqui em Salvador, já fizemos aqui na minha cidade de Maricá, também já fizemos em praça pública. A ideia é sempre fazer uma final fora do campo.”

Com a Copa do Mundo para fechar o ano, o arqueiro, hoje número 3 do mundo, espera voltar a figurar na primeira colocação do ranking mundial, mas não coloca o objetivo como algo urgente.

“Eu fiquei quase 600 dias como número 1. Não cheguei e caí, fiquei um bom tempo. Eu estou contando ainda, quero contar muito mais dias, dobrar isso quem sabe. E uma das chances de continuar é agora, dia 20, mas não estou indo com esse peso de ‘tenho que me tornar o número 1′. Qem vive de qualquer esporte no top 10 do mundo, todo mundo é bom para caramba. Aí entram os momentos da vida que cada um está passando, como está treinando, enfim”, pontua.

Marcus D’Almeida deixou as Olimpíadas Paris eliminado nas oitavas de final do tiro com arco, assim como nos Jogos de Tóquio. A responsabilidade na França era maior, já que o brasileiro chegou à disputa como número 1 do ranking mundial, mas o desfecho não o abalou.

Derrotado pelo fenômeno sul-coreano Kim Woojin, a quem chamou de “Simone Biles do tiro com arco”, o carioca de 26 anos assimilou rapidamente a frustração e, minutos depois da eliminação, já estava pensando em como atingir o nível exibido pelo rival naquela disputa. O arqueiro asiático, que tem cinco ouros olímpicos, acertou 11 de 12 flechas com pontuação máxima.

“Ele realmente fez um grande combate a nível que nem ele repetiu na Olimpíada. Foi o melhor combate, talvez da carreira dele. Fiquei chateado no primeiro momento, mas alguns minutos depois, eu já saí pensando como chegar nesse nível. O que eu tenho que fazer? O que mudar? Quanto mais eu tenho que ser inteligente? Porque chega um determinado ponto que não é treinar, todo mundo treina, é ser inteligente para alcançar o nível do que ele fez. E é isso que eu venho pensando até hoje”, diz ao Estadão.

Marcus D'Almeida foi eliminado nas oitavas de final dos Jogos Olímpicos de Paris. Foto: Wander Roberto/COB

D’Almeida cruzou o caminho de Woojin cedo demais em Paris por causa de seu desempenho na fase de ranqueamento, na qual terminou em 17º lugar. Quando se lembra da colocação, não vê grande problema e se orgulha por não ter abandonado o jogo limpo, já que poderia ter errado para fugir do rival sul-coreano.

“Em nenhum momento perdi a cabeça, em nenhum momento deixei a raiva me consumir. Fiquei feliz por isso. Não fiquei feliz quando vi o número que estava na frente do meu nome, que eu sabia que a chave era do primeiro. Mas estou muito feliz porque joguei limpo, não fiz nenhuma estratégia para fugir da chave do número 1. Eu poderia ter errado uma flecha de propósito, qualquer coisa do tipo. Várias pessoas fazem isso. Mas eu pensei se é assim, assim que vai ser. Eu prefiro jogar assim”, relembra.

Durante este final de semana, D’Almeida e Woojin podem se reencontrar, pois estão entre os oito arqueiros que disputam a final da Copa do Mundo, em Tlaxcala, no México, entre sábado e domingo, dias 19 e 20 de outubro. O pentacampeão olímpico é cabeça de chave ao lado do compatriota Lee Woo Seo.

O brasileiro, por sua vez, chega como defensor do título, já que foi o vencedor da final em 2023. “Estou focado nesses 50 tiros. Focado muito em qualidade, a quantidade está um pouco de lado. É qualidade na hora. Não preciso ser o cara que chamamos de volumista, ficar atirando muito , não é a hora. Essa é minha estratégia. Cabeça fria, no lugar e dar o meu melhor.”

Esporte em construção

Chegar às oitavas, como o carioca fez por duas Olimpíadas seguidas, é o melhor resultado olímpico do Brasil, alcançado também por Ane Marcelle na disputa feminina do Rio-2016.

Mesmo que o objetivo fosse chegar mais longe e subir ao pódio em Jogos Olímpico, o atleta está satisfeito em superar as dificuldades para elevar o patamar da arquearia brasileira ao ter atingido o topo do ranking, com conquistas como o ouro na final da Copa do Mundo de 2023, além da prata e do bronze nos Campeonatos Mundiais de 2021 e 2023, respectivamente.

“Minha vida toda foi assim. Eu venho de um esporte que não tem referência, a gente está melhorando o tempo inteiro, fazendo obras no centro de treinamento, melhorias na academia. Todo esporte tem isso, óbvio, até o futebol que é nosso principal esporte, mas já está tão alto que pequenos avanços são muito pouco. Já o nosso pequeno avanço pode dar saltos ainda, porque estamos no início. Tudo eu tento usar para me levar para frente, não para trás. Mas tem momentos que é difícil, ninguém é de ferro”, pondera.

Na primeira competição que disputou após a Olimpíada, Marquinhos foi campeão brasileiro em Salvador, onde colheu um pouco dos frutos de sua caminhada para trazer mais interesse ao tiro com arco. O título nacional foi conquistado em disputa aberta ao público, nas proximidades de pontos turísticos como o Elevador Lacerda e o Mercado Modelo.

“Além das pessoas que foram me ver, o próprio evento chamou a atenção. A lateral ficou tomada de pessoas, os dois lados. Foi bem legal, mesmo no sol”, diz o carioca, que vê o modelo como uma forma interessante de atrair mais olhares ao esporte. “Esse é o meu desejo, e é o desejo da Confederação. Eles são super a favor disso. Fizeram aqui em Salvador, já fizemos aqui na minha cidade de Maricá, também já fizemos em praça pública. A ideia é sempre fazer uma final fora do campo.”

Com a Copa do Mundo para fechar o ano, o arqueiro, hoje número 3 do mundo, espera voltar a figurar na primeira colocação do ranking mundial, mas não coloca o objetivo como algo urgente.

“Eu fiquei quase 600 dias como número 1. Não cheguei e caí, fiquei um bom tempo. Eu estou contando ainda, quero contar muito mais dias, dobrar isso quem sabe. E uma das chances de continuar é agora, dia 20, mas não estou indo com esse peso de ‘tenho que me tornar o número 1′. Qem vive de qualquer esporte no top 10 do mundo, todo mundo é bom para caramba. Aí entram os momentos da vida que cada um está passando, como está treinando, enfim”, pontua.

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