Os mexicanos ainda não sabem exatamente qual será o custo total dos Jogos Pan-Americanos - estima-se um aumento de pelo menos 30% do orçamento inicialmente previsto, que era de 5 bilhões de pesos mexicanos (R$ 670 milhões) -, mas a sede do torneio tem passado grandes dificuldades para cumprir prazos e superar problemas de organização.Tanto que o presidente da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa), Mario Vázquez Raña, nunca teve pudor em criticar os rumos da competição - e ele é mexicano. Para o dirigente, Guadalajara não terá os "melhores Jogos da história", como havia anunciado."Há muito tempo digo que isso não iria ocorrer. Para poder organizar os melhores Jogos da história, Guadalajara teria de superar o Brasil", afirmou Raña, que não citou que o Rio também teve muitos problemas com o cronograma de construção das sedes e, especialmente, com o estouro do orçamento - estimado em R$ 300 milhões, ultrapassou os R$ 4 bilhões.A poucos dias do início dos Jogos, parte das sedes ainda recebiam operários para os últimos ajustes. A situação mais preocupante é a do estádio de atletismo, que só recebeu a última camada do piso da pista na semana passada - as provas começam no dia 23. As sedes do rúgbi, dos esportes aquáticos e do remo também passaram, em algum momento, dificuldades com seus prazos de execução.Mas a construção do estádio foi uma das mais problemáticas do Pan. Entre 2008 e 2010, o local em que a arena seria construída mudou três vezes, por causa de questões políticas e ambientais. No fim, o terreno de uma antiga unidade esportiva, no município de Zapopan, foi escolhido.Na mesma cidade da região metropolitana de Guadalajara foi erguida a Vila Pan-Americana, inaugurada na última terça-feira. Os prédios, que receberão cerca de 6 mil atletas, também tiveram de mudar de lugar - na proposta original, o alojamento seria construído na zona central de Guadalajara, que depois mostrou-se inadequado.Os trabalhos começaram em dezembro de 2010, mas não sem contratempos. Em maio, um juiz do estado de Jalisco determinou o embargo das obras, motivado por reclamações de moradores. Segundo eles, a construção comprometeria a distribuição de água potável no município. Distante quase 20 quilômetros do centro de Guadalajara, a Vila não será utilizada por algumas delegações. É o caso do handebol do Brasil, que ficará em hotel próximo do ginásio onde jogarão as equipes feminina e masculina. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS