Enquanto dirigentes de Palmeiras e São Paulo se esforçaram durante a semana para esquentar o clima do clássico de amanhã, o técnico tricolor, Muricy Ramalho, fez questão de ir na direção contrária. Em entrevista coletiva ontem, o treinador tratou de esfriar a temperatura do confronto. "Vocês (jornalistas) colocam lenha, os dirigentes falam bobagem e eu tenho que arrumar isso tudo", reclamou. "A gente vive num país violento e aí querem transformar um jogo de futebol numa guerra. E é só um jogo de futebol", repetiu. Muricy fez questão de repetir que não pretende usar vídeos motivacionais ou palestras inflamadas para animar seus jogadores. "Eles não podem entrar nesse clima de guerra, se não esquecem de trabalhar, de fazer o que a gente pede dentro do campo", declarou. "Sempre fui bem tratado no Palestra Itália e meus times nunca tiveram problemas lá", fez questão de dizer Muricy. Na última vez que o São Paulo visitou o Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro, houve confusão dentro e fora do campo - o goleiro Bosco fingiu ter sido atingindo por uma pilha e foi punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). "O que pode acontecer fora de campo não é um problema meu." O treinador sempre cita jogos-chave do São Paulo no ano passado, quando o adversário entrou "pilhado demais", e entregou a partida. Foi assim contra Grêmio, Botafogo e Vasco no Campeonato Brasileiro. Os três jogos foram fora do Morumbi e os três foram vencidos pelo São Paulo.