Caso Damar Hamlin: saiba o que a NFL diz (e não diz) sobre lesões dos jogadores


Liga de futebol americano vive pior crise médica em décadas depois de safety do Buffalo Bills, de apenas 24 anos, sofrer parada cardíaca após pancada; estado do atleta é grave

Por Alan Blinder, The New York Times
Atualização:

O colapso de Damar Hamlin, jogador do Buffalo Bills, que teve uma parada cardíaca em campo momentos depois de receber uma pancada na cabeça e no peito, foi uma das crises médicas mais graves da NFL em décadas.

Em um comunicado na terça-feira, os Bills admitiram que Hamlin havia sofrido uma parada cardíaca e que a equipe de emergência reavivou seus batimentos cardíacos em campo. Ele havia sido sedado e estava em estado crítico.

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A declaração surpreendeu pela sinceridade. As consequências para a saúde de jogar futebol americano e os protocolos da liga são muito examinados, mas a NFL e suas equipes normalmente divulgam apenas algumas informações sobre lesões.

Essa abordagem gerou um debate significativo sobre o histórico de segurança da liga e sobre quanto progresso ela teve. Especialmente quando se trata de informações sobre a NFL, a liga e seus times controlam o que é dito - e do que não é.

Tee Higgins, do Cincinnati Bengals, se choca com Dama Hamlin, do Buffalo Bills, em jogo da NFL. Foto: AP / AP
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Quais informações a NFL divulga?

Para os torcedores, a atualização mais familiar sobre a saúde do jogador é o relatório semanal de lesões. Por exemplo, antes do jogo de segunda-feira contra o Bengals, o Bills listou Jordan Poyer como “dúvida” por causa de uma lesão no joelho. (Ele foi finalmente considerado disponível para jogar.)

Mas os relatórios, embora a liga exija que sejam “críveis, precisos e específicos”, não detalham os diagnósticos ou dizem muito sobre a gravidade de uma lesão. Em vez disso, os jornalistas geralmente acabam tendo que extrair respostas de treinadores acostumados a ficar de boca fechada nas entrevistas.

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Essas divulgações sobre lesões dificilmente estão enraizadas em promover a responsabilidade pelos cuidados na saúde: elas foram lançadas em 1947 na verdade como uma forma de combater o jogo de apostas.

Em 2016, o The New York Times descobriu que estudos da liga, usados em muitos artigos publicados e revisados por pares, não incluíram mais de 100 concussões diagnosticadas. Na época, a NFL disse que as equipes não eram obrigadas a enviar dados para os estudos e que não havia tentado “alterar ou suprimir a taxa de concussões”.

'Reze por Damar', diz um aviso no Highmark Stadium. Foto: AP / AP
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A liga divulga informações sobre problemas cardíacos?

Não nos dados que publica rotineiramente. Os jogadores de futebol americano estão preocupados com problemas cardíacos há décadas, e os pesquisadores há muito tempo estudam os ex-atletas. Em 2019, por exemplo, um estudo publicado no Journal of the American Heart Association descobriu que ex-jogadores da NFL eram muito mais propensos a ter fibrilação atrial do que pessoas comuns em geral.

As preocupações com os riscos cardíacos se estendem aos jogadores atuais. Na temporada regular de 2019, a NFL estava tão preocupada com a ameaça de parada cardíaca súbita que divulgou um vídeo educacional para as equipes.

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Nesta apresentação, Jonathan A. Drezner, médico da equipe do Seattle Seahawks e diretor do Centro de Cardiologia Esportiva da Universidade de Washington, alertou que a parada cardíaca súbita foi a principal causa de morte entre os atletas que se exercitam. A maioria dos casos, observou ele, ocorreu em jogadores de basquete, futebol ou futebol americano e muitas vezes pode ser atribuída à fibrilação ventricular.

Autoridades da NFL esperavam que os profissionais da área médica das equipes revisassem esse vídeo anualmente. Os médicos achavam que os times deveriam incluir a parada cardíaca súbita na pré-temporada para emergências no jogo.

A NFL, como outras ligas profissionais e a NCAA (liga universitária), estava preocupada nos primeiros meses da pandemia de coronavírus com a possibilidade de a covid-19 causar problemas cardíacos em atletas. Em alguns casos, a NFL recomendou que os jogadores com teste positivo para o vírus fossem submetidos a certos exames cardíacos, como um eletrocardiograma, que registra a atividade elétrica do coração, e um ecocardiograma, um ultrassom que permite aos médicos avaliar visualmente a estrutura e a função do coração.

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Quão comuns são as concussões na NFL?

Pela contagem da NFL, as concussões são menos comuns do que antes. Na pré-temporada e na temporada regular de 2015, incluindo os treinos, a liga registrou formalmente 275 concussões, o que pode ser difícil de diagnosticar. Em 2021, esse número caiu para 187.

As concussões caíram especialmente na temporada de 2018, depois que a liga introduziu uma regra que proibia os jogadores de abaixar a cabeça e bater nos adversários com seus capacetes. Foram 214 naquele ano, incluindo treinos e jogos da pré-temporada, abaixo dos 281 da temporada anterior.

A crescente percepção de que gerações de jogadores enfrentam as consequências de lesões na cabeça, incluindo encefalopatia traumática crônica, uma doença cerebral degenerativa, representa sérias ameaças legais e médicas para a NFL.

O colapso de Damar Hamlin, jogador do Buffalo Bills, que teve uma parada cardíaca em campo momentos depois de receber uma pancada na cabeça e no peito, foi uma das crises médicas mais graves da NFL em décadas.

Em um comunicado na terça-feira, os Bills admitiram que Hamlin havia sofrido uma parada cardíaca e que a equipe de emergência reavivou seus batimentos cardíacos em campo. Ele havia sido sedado e estava em estado crítico.

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A declaração surpreendeu pela sinceridade. As consequências para a saúde de jogar futebol americano e os protocolos da liga são muito examinados, mas a NFL e suas equipes normalmente divulgam apenas algumas informações sobre lesões.

Essa abordagem gerou um debate significativo sobre o histórico de segurança da liga e sobre quanto progresso ela teve. Especialmente quando se trata de informações sobre a NFL, a liga e seus times controlam o que é dito - e do que não é.

Tee Higgins, do Cincinnati Bengals, se choca com Dama Hamlin, do Buffalo Bills, em jogo da NFL. Foto: AP / AP

Quais informações a NFL divulga?

Para os torcedores, a atualização mais familiar sobre a saúde do jogador é o relatório semanal de lesões. Por exemplo, antes do jogo de segunda-feira contra o Bengals, o Bills listou Jordan Poyer como “dúvida” por causa de uma lesão no joelho. (Ele foi finalmente considerado disponível para jogar.)

Mas os relatórios, embora a liga exija que sejam “críveis, precisos e específicos”, não detalham os diagnósticos ou dizem muito sobre a gravidade de uma lesão. Em vez disso, os jornalistas geralmente acabam tendo que extrair respostas de treinadores acostumados a ficar de boca fechada nas entrevistas.

Essas divulgações sobre lesões dificilmente estão enraizadas em promover a responsabilidade pelos cuidados na saúde: elas foram lançadas em 1947 na verdade como uma forma de combater o jogo de apostas.

Em 2016, o The New York Times descobriu que estudos da liga, usados em muitos artigos publicados e revisados por pares, não incluíram mais de 100 concussões diagnosticadas. Na época, a NFL disse que as equipes não eram obrigadas a enviar dados para os estudos e que não havia tentado “alterar ou suprimir a taxa de concussões”.

'Reze por Damar', diz um aviso no Highmark Stadium. Foto: AP / AP

A liga divulga informações sobre problemas cardíacos?

Não nos dados que publica rotineiramente. Os jogadores de futebol americano estão preocupados com problemas cardíacos há décadas, e os pesquisadores há muito tempo estudam os ex-atletas. Em 2019, por exemplo, um estudo publicado no Journal of the American Heart Association descobriu que ex-jogadores da NFL eram muito mais propensos a ter fibrilação atrial do que pessoas comuns em geral.

As preocupações com os riscos cardíacos se estendem aos jogadores atuais. Na temporada regular de 2019, a NFL estava tão preocupada com a ameaça de parada cardíaca súbita que divulgou um vídeo educacional para as equipes.

Nesta apresentação, Jonathan A. Drezner, médico da equipe do Seattle Seahawks e diretor do Centro de Cardiologia Esportiva da Universidade de Washington, alertou que a parada cardíaca súbita foi a principal causa de morte entre os atletas que se exercitam. A maioria dos casos, observou ele, ocorreu em jogadores de basquete, futebol ou futebol americano e muitas vezes pode ser atribuída à fibrilação ventricular.

Autoridades da NFL esperavam que os profissionais da área médica das equipes revisassem esse vídeo anualmente. Os médicos achavam que os times deveriam incluir a parada cardíaca súbita na pré-temporada para emergências no jogo.

A NFL, como outras ligas profissionais e a NCAA (liga universitária), estava preocupada nos primeiros meses da pandemia de coronavírus com a possibilidade de a covid-19 causar problemas cardíacos em atletas. Em alguns casos, a NFL recomendou que os jogadores com teste positivo para o vírus fossem submetidos a certos exames cardíacos, como um eletrocardiograma, que registra a atividade elétrica do coração, e um ecocardiograma, um ultrassom que permite aos médicos avaliar visualmente a estrutura e a função do coração.

Quão comuns são as concussões na NFL?

Pela contagem da NFL, as concussões são menos comuns do que antes. Na pré-temporada e na temporada regular de 2015, incluindo os treinos, a liga registrou formalmente 275 concussões, o que pode ser difícil de diagnosticar. Em 2021, esse número caiu para 187.

As concussões caíram especialmente na temporada de 2018, depois que a liga introduziu uma regra que proibia os jogadores de abaixar a cabeça e bater nos adversários com seus capacetes. Foram 214 naquele ano, incluindo treinos e jogos da pré-temporada, abaixo dos 281 da temporada anterior.

A crescente percepção de que gerações de jogadores enfrentam as consequências de lesões na cabeça, incluindo encefalopatia traumática crônica, uma doença cerebral degenerativa, representa sérias ameaças legais e médicas para a NFL.

O colapso de Damar Hamlin, jogador do Buffalo Bills, que teve uma parada cardíaca em campo momentos depois de receber uma pancada na cabeça e no peito, foi uma das crises médicas mais graves da NFL em décadas.

Em um comunicado na terça-feira, os Bills admitiram que Hamlin havia sofrido uma parada cardíaca e que a equipe de emergência reavivou seus batimentos cardíacos em campo. Ele havia sido sedado e estava em estado crítico.

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A declaração surpreendeu pela sinceridade. As consequências para a saúde de jogar futebol americano e os protocolos da liga são muito examinados, mas a NFL e suas equipes normalmente divulgam apenas algumas informações sobre lesões.

Essa abordagem gerou um debate significativo sobre o histórico de segurança da liga e sobre quanto progresso ela teve. Especialmente quando se trata de informações sobre a NFL, a liga e seus times controlam o que é dito - e do que não é.

Tee Higgins, do Cincinnati Bengals, se choca com Dama Hamlin, do Buffalo Bills, em jogo da NFL. Foto: AP / AP

Quais informações a NFL divulga?

Para os torcedores, a atualização mais familiar sobre a saúde do jogador é o relatório semanal de lesões. Por exemplo, antes do jogo de segunda-feira contra o Bengals, o Bills listou Jordan Poyer como “dúvida” por causa de uma lesão no joelho. (Ele foi finalmente considerado disponível para jogar.)

Mas os relatórios, embora a liga exija que sejam “críveis, precisos e específicos”, não detalham os diagnósticos ou dizem muito sobre a gravidade de uma lesão. Em vez disso, os jornalistas geralmente acabam tendo que extrair respostas de treinadores acostumados a ficar de boca fechada nas entrevistas.

Essas divulgações sobre lesões dificilmente estão enraizadas em promover a responsabilidade pelos cuidados na saúde: elas foram lançadas em 1947 na verdade como uma forma de combater o jogo de apostas.

Em 2016, o The New York Times descobriu que estudos da liga, usados em muitos artigos publicados e revisados por pares, não incluíram mais de 100 concussões diagnosticadas. Na época, a NFL disse que as equipes não eram obrigadas a enviar dados para os estudos e que não havia tentado “alterar ou suprimir a taxa de concussões”.

'Reze por Damar', diz um aviso no Highmark Stadium. Foto: AP / AP

A liga divulga informações sobre problemas cardíacos?

Não nos dados que publica rotineiramente. Os jogadores de futebol americano estão preocupados com problemas cardíacos há décadas, e os pesquisadores há muito tempo estudam os ex-atletas. Em 2019, por exemplo, um estudo publicado no Journal of the American Heart Association descobriu que ex-jogadores da NFL eram muito mais propensos a ter fibrilação atrial do que pessoas comuns em geral.

As preocupações com os riscos cardíacos se estendem aos jogadores atuais. Na temporada regular de 2019, a NFL estava tão preocupada com a ameaça de parada cardíaca súbita que divulgou um vídeo educacional para as equipes.

Nesta apresentação, Jonathan A. Drezner, médico da equipe do Seattle Seahawks e diretor do Centro de Cardiologia Esportiva da Universidade de Washington, alertou que a parada cardíaca súbita foi a principal causa de morte entre os atletas que se exercitam. A maioria dos casos, observou ele, ocorreu em jogadores de basquete, futebol ou futebol americano e muitas vezes pode ser atribuída à fibrilação ventricular.

Autoridades da NFL esperavam que os profissionais da área médica das equipes revisassem esse vídeo anualmente. Os médicos achavam que os times deveriam incluir a parada cardíaca súbita na pré-temporada para emergências no jogo.

A NFL, como outras ligas profissionais e a NCAA (liga universitária), estava preocupada nos primeiros meses da pandemia de coronavírus com a possibilidade de a covid-19 causar problemas cardíacos em atletas. Em alguns casos, a NFL recomendou que os jogadores com teste positivo para o vírus fossem submetidos a certos exames cardíacos, como um eletrocardiograma, que registra a atividade elétrica do coração, e um ecocardiograma, um ultrassom que permite aos médicos avaliar visualmente a estrutura e a função do coração.

Quão comuns são as concussões na NFL?

Pela contagem da NFL, as concussões são menos comuns do que antes. Na pré-temporada e na temporada regular de 2015, incluindo os treinos, a liga registrou formalmente 275 concussões, o que pode ser difícil de diagnosticar. Em 2021, esse número caiu para 187.

As concussões caíram especialmente na temporada de 2018, depois que a liga introduziu uma regra que proibia os jogadores de abaixar a cabeça e bater nos adversários com seus capacetes. Foram 214 naquele ano, incluindo treinos e jogos da pré-temporada, abaixo dos 281 da temporada anterior.

A crescente percepção de que gerações de jogadores enfrentam as consequências de lesões na cabeça, incluindo encefalopatia traumática crônica, uma doença cerebral degenerativa, representa sérias ameaças legais e médicas para a NFL.

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