Paris-2024: COB prevê ‘Olimpíada das mulheres’ e projeta resultado igual ou melhor do que Tóquio


Rebeca Andrade e Rayssa Leal vão liderar atletas brasileiras na capital francesa, que terá paridade numérica de gênero pela primeira vez

Por Ricardo Magatti
Atualização:

Fundamentais para o Time Brasil alcançar o seu melhor resultado na última Olimpíada, em Tóquio, disputada em 2021, as mulheres devem ser igualmente ou até mais importantes para o País nos Jogos de Paris, no ano que vem. A projeção é do Comitê Olímpico do Brasil (COB), que traçou como meta superar os resultados obtidos no Japão.

Em Tóquio, a delegação brasileira conquistou 21 medalhas, registrando a melhor participação da sua história. Foram sete medalhas de ouro, seis de prata e oito de bronze. As mulheres foram responsáveis por nove dessas conquistas. No final, o Brasil ficou com a 12ª colocação entre 206 países participantes. Os Jogos de 2020 de Tóquio foram disputados em 2021 por causa da pandemia de covid-19.

O COB trabalha para que o desempenho seja ainda melhor na França e confia em suas estrelas, muitas delas mulheres. “A maior parte das medalhas deve vir do segmento feminino”, diz ao Estadão o vice-presidente do COB, Marco Antonio La Porta.

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“A gente entende que há um potencial muito grande em desenvolvimento ainda em várias modalidades. Há poucos países que dão prioridade ao segmento feminino, e o Brasil tem feito isso. Podemos, realmente, subir esse resultado”, reforça La Porta.

As principais estrelas com chance de brilhar na capital parisiense, repetindo o que fizeram em Tóquio, são a jovem skatista Rayssa Leal, a ginasta Rebeca Andrade e a nadadora Ana Marcela Cunha.

Rebeca Andrade é uma das estrelas do Brasil com chance de medalha em Paris Foto: Agustin Marcarian/ Reuters
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“Podem esperar da Rebeca que ela vai dar 110% em Paris. Vou fazer o máximo e dar o meu melhor naquele momento, com a certeza de que vou ter feito tudo que podia. O que mais quero é sair da competição com a certeza de que não poderia ter feito nada de diferente, independentemente de erros ou acertos e do que as pessoas vão falar”, disse a estrela da ginástica em entrevista recente ao Estadão. Em Tóquio, ela se tornou a primeira atleta brasileira a faturar duas medalhas em uma mesma Olimpíada ao levar a prata no individual geral e o ouro no salto na ginástica.

“A participação feminina só tende a crescer”, acredita Ana Marcela, atleta patrocinada pela Ajinomoto. A nadadora sete vezes eleita melhor do mundo ganhou o ouro na maratona aquática em Tóquio. Para sair da zona de conforto, como ela define, a baiana de Salvador mudou de cidade, de país e de treinador. Passou a morar em Roma, na Itália, e trocou a parceria com Fernando Possenti para ser treinada pelo italiano Fabrizio Antonelli.

“Viramos a página, passei a treinar lado a lado com várias atletas olímpicas. Cada sessão de treino é um novo desafio, uma competição. Subimos o nível da disputa rumo a Paris”, resume a nadadora brasileira. “Estou bem física e mentalmente para continuar treinando a nível de alta performance. Seguimos braçadas na frente”.

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A experiente judoca Mayra Aguiar, a boxeadora Beatriz Ferreira e Ana Patrícia/Duda, dupla do vôlei de praia, são outras atletas com possibilidade de protagonismo na França.

“Acho que a representatividade feminina é ainda mais importante na base, em oportunidades para mais meninas entrarem no esporte, seja ele qual for, para que possam praticar a modalidade que escolherem sem nenhum tipo de preconceito e em igualdade de condições”, aponta Ana Patrícia. Ela e sua parceira, Duda, lideram o ranking mundial do vôlei de praia feminino. No ano passado, foram campeãs mundiais. Neste ano, ficaram com o vice.

Ana Patrícia e Duda são líderes do ranking mundial do vôlei de praia feminino Foto: Divulgação/FIVB
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De Maria Lenk a Rayssa Leal

A história das mulheres brasileiras nos Jogos Olímpicos teve início em 1932, doze anos depois de o Brasil estrear no megaevento. Em Los Angeles, nos Estados Unidos, apenas uma mulher integrou a delegação nacional: a nadadora paulista Maria Lenk, que fez história aos 17 anos ao ser a primeira atleta sul-americana a participar de uma edição olímpica.

A primeira medalha feminina do Brasil veio apenas em Atlanta (em 1996), quando 66 atletas femininas participaram da competição, representando 29% do total e conquistando quatro pódios, todos em modalidades coletivas, com destaque para o ouro festejado por Jacqueline Silva e Sandra Pires no vôlei de praia.

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Foi no Rio, em 2016, no entanto, a edição em que o Brasil registrou o maior número de atletas participando dos Jogos e a maior quantidade de mulheres em ação em diversas modalidades. Foram 209 competidoras, ou 45% do total de 465 atletas. As mulheres faturaram cinco das 19 medalhas brasileiras, ou 26%.

“É possível ocupar os espaços. A gente pode estar onde queremos estar. A mulher dá conta de ser mãe, treinadora, esposa e o que mais ela quiser ser”, diz Camila Ferezin, eleita a melhor treinadora individual no Prêmio Brasil Olímpico. A profissional é a grande responsável pelo salto da ginástica rítmica nos últimos anos.

Nadadora Maria Lenk foi a primeira sul-americana a participar de uma Olímpiada, em 1932 Foto: Sodre Satiro/Acerto Estadão
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Equidade de gênero e premiação

A próxima Olimpíada terá como marca a equidade de gênero. Pela primeira vez, os Jogos terão paridade no número de competidores no Brasil: serão 5.250 homens e 5.250 mulheres. O COB crê que a composição da delegação brasileira pode ser inédita. “Há uma grande possibilidade de a gente ter mais mulheres até do que homens na nossa delegação”, projeta o vice-presidente da entidade.

“Muitas vezes, o maior adversário das mulheres nas quadras, piscinas e nas pistas não são as adversárias, mas o sexismo”, critica Leila Barros. A ex-jogadora de vôlei e atual senadora pelo PDT foi relatora do projeto que deu origem à Lei Geral do Esporte, aprovada no Senado em maio. A legislação prevê, por exemplo, isonomia nos valores pagos a atletas homens e mulheres nas premiações nos campeonatos.

O COB não fará distinção de valor entre homens e mulheres na destinação da premiação a ser paga aos atletas que ganharem medalha em Paris-2024. A entidade vai destinar R$ 350 mil pela medalha de ouro, R$ 210 mil pela de prata e R$ 140 mil pela de bronze, no caso de atletas individuais.

Os esportistas de modalidades disputadas em grupo (até seis atletas) vão faturar R$ 700 mil pelo ouro, R$ 420 mil pela prata e R$ 280 mil pelo bronze, valor que será dividido pelos membros do time.

A última categoria, a de jogadores de modalidades coletivas (a partir de sete esportistas), como vôlei e futebol, vai pagar R$ 1,05 milhão aos campeões, R$ 630 mil para os segundos colocados e R$ 420 mil aos que subirem no terceiro lugar mais alto do pódio.

Fundamentais para o Time Brasil alcançar o seu melhor resultado na última Olimpíada, em Tóquio, disputada em 2021, as mulheres devem ser igualmente ou até mais importantes para o País nos Jogos de Paris, no ano que vem. A projeção é do Comitê Olímpico do Brasil (COB), que traçou como meta superar os resultados obtidos no Japão.

Em Tóquio, a delegação brasileira conquistou 21 medalhas, registrando a melhor participação da sua história. Foram sete medalhas de ouro, seis de prata e oito de bronze. As mulheres foram responsáveis por nove dessas conquistas. No final, o Brasil ficou com a 12ª colocação entre 206 países participantes. Os Jogos de 2020 de Tóquio foram disputados em 2021 por causa da pandemia de covid-19.

O COB trabalha para que o desempenho seja ainda melhor na França e confia em suas estrelas, muitas delas mulheres. “A maior parte das medalhas deve vir do segmento feminino”, diz ao Estadão o vice-presidente do COB, Marco Antonio La Porta.

“A gente entende que há um potencial muito grande em desenvolvimento ainda em várias modalidades. Há poucos países que dão prioridade ao segmento feminino, e o Brasil tem feito isso. Podemos, realmente, subir esse resultado”, reforça La Porta.

As principais estrelas com chance de brilhar na capital parisiense, repetindo o que fizeram em Tóquio, são a jovem skatista Rayssa Leal, a ginasta Rebeca Andrade e a nadadora Ana Marcela Cunha.

Rebeca Andrade é uma das estrelas do Brasil com chance de medalha em Paris Foto: Agustin Marcarian/ Reuters

“Podem esperar da Rebeca que ela vai dar 110% em Paris. Vou fazer o máximo e dar o meu melhor naquele momento, com a certeza de que vou ter feito tudo que podia. O que mais quero é sair da competição com a certeza de que não poderia ter feito nada de diferente, independentemente de erros ou acertos e do que as pessoas vão falar”, disse a estrela da ginástica em entrevista recente ao Estadão. Em Tóquio, ela se tornou a primeira atleta brasileira a faturar duas medalhas em uma mesma Olimpíada ao levar a prata no individual geral e o ouro no salto na ginástica.

“A participação feminina só tende a crescer”, acredita Ana Marcela, atleta patrocinada pela Ajinomoto. A nadadora sete vezes eleita melhor do mundo ganhou o ouro na maratona aquática em Tóquio. Para sair da zona de conforto, como ela define, a baiana de Salvador mudou de cidade, de país e de treinador. Passou a morar em Roma, na Itália, e trocou a parceria com Fernando Possenti para ser treinada pelo italiano Fabrizio Antonelli.

“Viramos a página, passei a treinar lado a lado com várias atletas olímpicas. Cada sessão de treino é um novo desafio, uma competição. Subimos o nível da disputa rumo a Paris”, resume a nadadora brasileira. “Estou bem física e mentalmente para continuar treinando a nível de alta performance. Seguimos braçadas na frente”.

A experiente judoca Mayra Aguiar, a boxeadora Beatriz Ferreira e Ana Patrícia/Duda, dupla do vôlei de praia, são outras atletas com possibilidade de protagonismo na França.

“Acho que a representatividade feminina é ainda mais importante na base, em oportunidades para mais meninas entrarem no esporte, seja ele qual for, para que possam praticar a modalidade que escolherem sem nenhum tipo de preconceito e em igualdade de condições”, aponta Ana Patrícia. Ela e sua parceira, Duda, lideram o ranking mundial do vôlei de praia feminino. No ano passado, foram campeãs mundiais. Neste ano, ficaram com o vice.

Ana Patrícia e Duda são líderes do ranking mundial do vôlei de praia feminino Foto: Divulgação/FIVB

De Maria Lenk a Rayssa Leal

A história das mulheres brasileiras nos Jogos Olímpicos teve início em 1932, doze anos depois de o Brasil estrear no megaevento. Em Los Angeles, nos Estados Unidos, apenas uma mulher integrou a delegação nacional: a nadadora paulista Maria Lenk, que fez história aos 17 anos ao ser a primeira atleta sul-americana a participar de uma edição olímpica.

A primeira medalha feminina do Brasil veio apenas em Atlanta (em 1996), quando 66 atletas femininas participaram da competição, representando 29% do total e conquistando quatro pódios, todos em modalidades coletivas, com destaque para o ouro festejado por Jacqueline Silva e Sandra Pires no vôlei de praia.

Foi no Rio, em 2016, no entanto, a edição em que o Brasil registrou o maior número de atletas participando dos Jogos e a maior quantidade de mulheres em ação em diversas modalidades. Foram 209 competidoras, ou 45% do total de 465 atletas. As mulheres faturaram cinco das 19 medalhas brasileiras, ou 26%.

“É possível ocupar os espaços. A gente pode estar onde queremos estar. A mulher dá conta de ser mãe, treinadora, esposa e o que mais ela quiser ser”, diz Camila Ferezin, eleita a melhor treinadora individual no Prêmio Brasil Olímpico. A profissional é a grande responsável pelo salto da ginástica rítmica nos últimos anos.

Nadadora Maria Lenk foi a primeira sul-americana a participar de uma Olímpiada, em 1932 Foto: Sodre Satiro/Acerto Estadão

Equidade de gênero e premiação

A próxima Olimpíada terá como marca a equidade de gênero. Pela primeira vez, os Jogos terão paridade no número de competidores no Brasil: serão 5.250 homens e 5.250 mulheres. O COB crê que a composição da delegação brasileira pode ser inédita. “Há uma grande possibilidade de a gente ter mais mulheres até do que homens na nossa delegação”, projeta o vice-presidente da entidade.

“Muitas vezes, o maior adversário das mulheres nas quadras, piscinas e nas pistas não são as adversárias, mas o sexismo”, critica Leila Barros. A ex-jogadora de vôlei e atual senadora pelo PDT foi relatora do projeto que deu origem à Lei Geral do Esporte, aprovada no Senado em maio. A legislação prevê, por exemplo, isonomia nos valores pagos a atletas homens e mulheres nas premiações nos campeonatos.

O COB não fará distinção de valor entre homens e mulheres na destinação da premiação a ser paga aos atletas que ganharem medalha em Paris-2024. A entidade vai destinar R$ 350 mil pela medalha de ouro, R$ 210 mil pela de prata e R$ 140 mil pela de bronze, no caso de atletas individuais.

Os esportistas de modalidades disputadas em grupo (até seis atletas) vão faturar R$ 700 mil pelo ouro, R$ 420 mil pela prata e R$ 280 mil pelo bronze, valor que será dividido pelos membros do time.

A última categoria, a de jogadores de modalidades coletivas (a partir de sete esportistas), como vôlei e futebol, vai pagar R$ 1,05 milhão aos campeões, R$ 630 mil para os segundos colocados e R$ 420 mil aos que subirem no terceiro lugar mais alto do pódio.

Fundamentais para o Time Brasil alcançar o seu melhor resultado na última Olimpíada, em Tóquio, disputada em 2021, as mulheres devem ser igualmente ou até mais importantes para o País nos Jogos de Paris, no ano que vem. A projeção é do Comitê Olímpico do Brasil (COB), que traçou como meta superar os resultados obtidos no Japão.

Em Tóquio, a delegação brasileira conquistou 21 medalhas, registrando a melhor participação da sua história. Foram sete medalhas de ouro, seis de prata e oito de bronze. As mulheres foram responsáveis por nove dessas conquistas. No final, o Brasil ficou com a 12ª colocação entre 206 países participantes. Os Jogos de 2020 de Tóquio foram disputados em 2021 por causa da pandemia de covid-19.

O COB trabalha para que o desempenho seja ainda melhor na França e confia em suas estrelas, muitas delas mulheres. “A maior parte das medalhas deve vir do segmento feminino”, diz ao Estadão o vice-presidente do COB, Marco Antonio La Porta.

“A gente entende que há um potencial muito grande em desenvolvimento ainda em várias modalidades. Há poucos países que dão prioridade ao segmento feminino, e o Brasil tem feito isso. Podemos, realmente, subir esse resultado”, reforça La Porta.

As principais estrelas com chance de brilhar na capital parisiense, repetindo o que fizeram em Tóquio, são a jovem skatista Rayssa Leal, a ginasta Rebeca Andrade e a nadadora Ana Marcela Cunha.

Rebeca Andrade é uma das estrelas do Brasil com chance de medalha em Paris Foto: Agustin Marcarian/ Reuters

“Podem esperar da Rebeca que ela vai dar 110% em Paris. Vou fazer o máximo e dar o meu melhor naquele momento, com a certeza de que vou ter feito tudo que podia. O que mais quero é sair da competição com a certeza de que não poderia ter feito nada de diferente, independentemente de erros ou acertos e do que as pessoas vão falar”, disse a estrela da ginástica em entrevista recente ao Estadão. Em Tóquio, ela se tornou a primeira atleta brasileira a faturar duas medalhas em uma mesma Olimpíada ao levar a prata no individual geral e o ouro no salto na ginástica.

“A participação feminina só tende a crescer”, acredita Ana Marcela, atleta patrocinada pela Ajinomoto. A nadadora sete vezes eleita melhor do mundo ganhou o ouro na maratona aquática em Tóquio. Para sair da zona de conforto, como ela define, a baiana de Salvador mudou de cidade, de país e de treinador. Passou a morar em Roma, na Itália, e trocou a parceria com Fernando Possenti para ser treinada pelo italiano Fabrizio Antonelli.

“Viramos a página, passei a treinar lado a lado com várias atletas olímpicas. Cada sessão de treino é um novo desafio, uma competição. Subimos o nível da disputa rumo a Paris”, resume a nadadora brasileira. “Estou bem física e mentalmente para continuar treinando a nível de alta performance. Seguimos braçadas na frente”.

A experiente judoca Mayra Aguiar, a boxeadora Beatriz Ferreira e Ana Patrícia/Duda, dupla do vôlei de praia, são outras atletas com possibilidade de protagonismo na França.

“Acho que a representatividade feminina é ainda mais importante na base, em oportunidades para mais meninas entrarem no esporte, seja ele qual for, para que possam praticar a modalidade que escolherem sem nenhum tipo de preconceito e em igualdade de condições”, aponta Ana Patrícia. Ela e sua parceira, Duda, lideram o ranking mundial do vôlei de praia feminino. No ano passado, foram campeãs mundiais. Neste ano, ficaram com o vice.

Ana Patrícia e Duda são líderes do ranking mundial do vôlei de praia feminino Foto: Divulgação/FIVB

De Maria Lenk a Rayssa Leal

A história das mulheres brasileiras nos Jogos Olímpicos teve início em 1932, doze anos depois de o Brasil estrear no megaevento. Em Los Angeles, nos Estados Unidos, apenas uma mulher integrou a delegação nacional: a nadadora paulista Maria Lenk, que fez história aos 17 anos ao ser a primeira atleta sul-americana a participar de uma edição olímpica.

A primeira medalha feminina do Brasil veio apenas em Atlanta (em 1996), quando 66 atletas femininas participaram da competição, representando 29% do total e conquistando quatro pódios, todos em modalidades coletivas, com destaque para o ouro festejado por Jacqueline Silva e Sandra Pires no vôlei de praia.

Foi no Rio, em 2016, no entanto, a edição em que o Brasil registrou o maior número de atletas participando dos Jogos e a maior quantidade de mulheres em ação em diversas modalidades. Foram 209 competidoras, ou 45% do total de 465 atletas. As mulheres faturaram cinco das 19 medalhas brasileiras, ou 26%.

“É possível ocupar os espaços. A gente pode estar onde queremos estar. A mulher dá conta de ser mãe, treinadora, esposa e o que mais ela quiser ser”, diz Camila Ferezin, eleita a melhor treinadora individual no Prêmio Brasil Olímpico. A profissional é a grande responsável pelo salto da ginástica rítmica nos últimos anos.

Nadadora Maria Lenk foi a primeira sul-americana a participar de uma Olímpiada, em 1932 Foto: Sodre Satiro/Acerto Estadão

Equidade de gênero e premiação

A próxima Olimpíada terá como marca a equidade de gênero. Pela primeira vez, os Jogos terão paridade no número de competidores no Brasil: serão 5.250 homens e 5.250 mulheres. O COB crê que a composição da delegação brasileira pode ser inédita. “Há uma grande possibilidade de a gente ter mais mulheres até do que homens na nossa delegação”, projeta o vice-presidente da entidade.

“Muitas vezes, o maior adversário das mulheres nas quadras, piscinas e nas pistas não são as adversárias, mas o sexismo”, critica Leila Barros. A ex-jogadora de vôlei e atual senadora pelo PDT foi relatora do projeto que deu origem à Lei Geral do Esporte, aprovada no Senado em maio. A legislação prevê, por exemplo, isonomia nos valores pagos a atletas homens e mulheres nas premiações nos campeonatos.

O COB não fará distinção de valor entre homens e mulheres na destinação da premiação a ser paga aos atletas que ganharem medalha em Paris-2024. A entidade vai destinar R$ 350 mil pela medalha de ouro, R$ 210 mil pela de prata e R$ 140 mil pela de bronze, no caso de atletas individuais.

Os esportistas de modalidades disputadas em grupo (até seis atletas) vão faturar R$ 700 mil pelo ouro, R$ 420 mil pela prata e R$ 280 mil pelo bronze, valor que será dividido pelos membros do time.

A última categoria, a de jogadores de modalidades coletivas (a partir de sete esportistas), como vôlei e futebol, vai pagar R$ 1,05 milhão aos campeões, R$ 630 mil para os segundos colocados e R$ 420 mil aos que subirem no terceiro lugar mais alto do pódio.

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