Olimpíadas 2024: bronze de Akio no skate tem Raul Seixas, declaração de amor e choro de mãe


Curitibano de 23 anos se destaca entre os finalistas não apenas pelo malabarismo, mas pelo estilo peculiar que deixa nas entrelinhas o bom humor

Por Marcos Antomil
Atualização:

PARIS - “Ficar com certeza maluco beleza”. O sentimento de Augusto Akio pela conquista da medalha de bronze nos Jogos Olímpicos no skate park nesta quarta-feira foi traduzido com um trecho de uma música de Raul Seixas. O curitibano de 23 anos se destaca entre os demais finalistas não apenas pelo malabarismo, mas pelo estilo peculiar que deixa nas entrelinhas um bom humor, com acidez na medida certa, capaz de arrancar boas risadas de todos à sua volta.

Akio fala pausadamente, divaga na maioria das respostas e se mostra empolgado ao descrever suas manobras, principalmente aquela que deu origem à volta que lhe garantiu um lugar no pódio na Praça da Concórdia, na capital francesa. “Eu falo devagar para que as pessoas possam entender”, explicou.

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A final contou com presenças ilustres na plateia, entre elas o medalhista de bronze do surfe Gabriel Medina, o rapper Snoop Dogg - que esteve caracterizado com as cores dos Estados Unidos - e o dono da SAF do Botafogo e ex-skatista profissional John Textor. Mas quem deixou Akio animado foi a lenda da modalidade, Tony Hawk.

Japinha faz festa ao ganhar bronze no skate park Foto: Luiza Moraes/COB

“Saber que o Tony Hawk comentou boas coisas da minha performance aqui me motiva ainda mais a seguir minha caminhada da maneira como já faço”, afirmou o brasileiro, que refletiu, após a prova, sobre a relevância de todos os integrantes de um evento dessa magnitude, como são os Jogos Olímpico.

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“Um campeonato de skate começa no primeiro ‘bom dia’ que você dá a quem está trabalhando na segurança do evento. Eu valorizo o juiz, o narrador, o pessoal da limpeza, organização...”, disse Akio antes de se ater a contar a história de sua família e do esforço feito para que ele se tornasse um profissional do skate.

“Não estou sozinho nessa jornada. Comecei a andar de skate no Natal de 2007. Minha mãe comprou o skate para mim numa loja de departamentos. A história se inicia com meu pedido de Natal e com a minha mãe ter a possibilidade de comprar o presente para mim, o que muitas pessoas não podem”, afirmou Akio.

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A mãe de Akio, Silvana Takahashi, que acompanhou o filho de perto em Paris graças ao convite de um patrocinador, tinha dois empregos, como médica e acupunturista, e o levava a muitas viagens de carro pelo Brasil para participar de competições. “Isso que minha mãe acelerava na estrada. Se fosse eu, demoraria dois dias para chegar nos lugares e já arranjaria um lugar para andar de skate no meio do caminho e fazer uns amigos”, brincou.

A mãe de Akio não escondeu a emoção após ver o filho com a medalha de bronze no peito. “Sonho dele era andar de skate, e a gente só quer ver o filho feliz. Nunca imaginava que rodaríamos o mundo pelo skate. Nunca foi sacrifício, sempre foi um grande prazer de vivermos isso juntos”, contou a mãe deixando uma lágrima escorrer por todo o contorno de seu rosto.

O brasileiro também destacou o pai e o avô materno como protagonista de sua carreira no skate, momento em que se emocionou. “Meu pai nasceu em uma casa muito humilde, não tinha banheiro, era compartilhado pela comunidade. Ele buscou uma vida melhor e encontrou estudando, se formou em engenharia e direito e, hoje, é professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTF-PR)”, iniciou. “Meu avô materno veio do Japão contra a vontade da família, chegou no Porto de Santos, foi morar numa cidade pequena do interior de São Paulo e desenvolveu técnicas de acupuntura. Como diz o Moreno, que disputou quatro Olimpíadas no vôlei, ‘começar é para muitos, mas recomeçar é para poucos’”.

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Declaração de Pedro Barros

“Queria ver o Pedro Barros no pódio”, disse Akio. O medalhista de prata das Olimpíadas de Tóquio terminou na quarta posição e saiu da arena do skate descontente com a nota recebida pelos juízes. Aos 29 anos, Barros disse se inspirar em Novak Djokovic ata permanecer no circuito e disputar os Jogos de Los Angeles, em 2028. Apesar da decepção, Barros não tirou o sorriso do rosto ao falar de Akio e revelou o que disse ao companheiro e concorrente. “Eu te amo. Eu te amo. É só amor, na verdade. A gente quer passar adiante esse sentimento. Ele é um ser de luz, uma pessoa incrível, maravilhosa... Quem tiver a oportunidade, um dia vai notar quão genuíno, amoroso e verdadeiro ele é”.

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Em Tóquio, o Brasil conquistou três pratas no skate. Dessa vez, em Paris, foram dois bronzes. Akio é o 14° medalhista do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris e tem motivos de sobra para, “com melodia, alegria e barulho”, como cantava Chorão - um de seus ídolos - festejar o seu “dia de glória” na capital francesa.

PARIS - “Ficar com certeza maluco beleza”. O sentimento de Augusto Akio pela conquista da medalha de bronze nos Jogos Olímpicos no skate park nesta quarta-feira foi traduzido com um trecho de uma música de Raul Seixas. O curitibano de 23 anos se destaca entre os demais finalistas não apenas pelo malabarismo, mas pelo estilo peculiar que deixa nas entrelinhas um bom humor, com acidez na medida certa, capaz de arrancar boas risadas de todos à sua volta.

Akio fala pausadamente, divaga na maioria das respostas e se mostra empolgado ao descrever suas manobras, principalmente aquela que deu origem à volta que lhe garantiu um lugar no pódio na Praça da Concórdia, na capital francesa. “Eu falo devagar para que as pessoas possam entender”, explicou.

A final contou com presenças ilustres na plateia, entre elas o medalhista de bronze do surfe Gabriel Medina, o rapper Snoop Dogg - que esteve caracterizado com as cores dos Estados Unidos - e o dono da SAF do Botafogo e ex-skatista profissional John Textor. Mas quem deixou Akio animado foi a lenda da modalidade, Tony Hawk.

Japinha faz festa ao ganhar bronze no skate park Foto: Luiza Moraes/COB

“Saber que o Tony Hawk comentou boas coisas da minha performance aqui me motiva ainda mais a seguir minha caminhada da maneira como já faço”, afirmou o brasileiro, que refletiu, após a prova, sobre a relevância de todos os integrantes de um evento dessa magnitude, como são os Jogos Olímpico.

“Um campeonato de skate começa no primeiro ‘bom dia’ que você dá a quem está trabalhando na segurança do evento. Eu valorizo o juiz, o narrador, o pessoal da limpeza, organização...”, disse Akio antes de se ater a contar a história de sua família e do esforço feito para que ele se tornasse um profissional do skate.

“Não estou sozinho nessa jornada. Comecei a andar de skate no Natal de 2007. Minha mãe comprou o skate para mim numa loja de departamentos. A história se inicia com meu pedido de Natal e com a minha mãe ter a possibilidade de comprar o presente para mim, o que muitas pessoas não podem”, afirmou Akio.

A mãe de Akio, Silvana Takahashi, que acompanhou o filho de perto em Paris graças ao convite de um patrocinador, tinha dois empregos, como médica e acupunturista, e o levava a muitas viagens de carro pelo Brasil para participar de competições. “Isso que minha mãe acelerava na estrada. Se fosse eu, demoraria dois dias para chegar nos lugares e já arranjaria um lugar para andar de skate no meio do caminho e fazer uns amigos”, brincou.

A mãe de Akio não escondeu a emoção após ver o filho com a medalha de bronze no peito. “Sonho dele era andar de skate, e a gente só quer ver o filho feliz. Nunca imaginava que rodaríamos o mundo pelo skate. Nunca foi sacrifício, sempre foi um grande prazer de vivermos isso juntos”, contou a mãe deixando uma lágrima escorrer por todo o contorno de seu rosto.

O brasileiro também destacou o pai e o avô materno como protagonista de sua carreira no skate, momento em que se emocionou. “Meu pai nasceu em uma casa muito humilde, não tinha banheiro, era compartilhado pela comunidade. Ele buscou uma vida melhor e encontrou estudando, se formou em engenharia e direito e, hoje, é professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTF-PR)”, iniciou. “Meu avô materno veio do Japão contra a vontade da família, chegou no Porto de Santos, foi morar numa cidade pequena do interior de São Paulo e desenvolveu técnicas de acupuntura. Como diz o Moreno, que disputou quatro Olimpíadas no vôlei, ‘começar é para muitos, mas recomeçar é para poucos’”.

Declaração de Pedro Barros

“Queria ver o Pedro Barros no pódio”, disse Akio. O medalhista de prata das Olimpíadas de Tóquio terminou na quarta posição e saiu da arena do skate descontente com a nota recebida pelos juízes. Aos 29 anos, Barros disse se inspirar em Novak Djokovic ata permanecer no circuito e disputar os Jogos de Los Angeles, em 2028. Apesar da decepção, Barros não tirou o sorriso do rosto ao falar de Akio e revelou o que disse ao companheiro e concorrente. “Eu te amo. Eu te amo. É só amor, na verdade. A gente quer passar adiante esse sentimento. Ele é um ser de luz, uma pessoa incrível, maravilhosa... Quem tiver a oportunidade, um dia vai notar quão genuíno, amoroso e verdadeiro ele é”.

Em Tóquio, o Brasil conquistou três pratas no skate. Dessa vez, em Paris, foram dois bronzes. Akio é o 14° medalhista do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris e tem motivos de sobra para, “com melodia, alegria e barulho”, como cantava Chorão - um de seus ídolos - festejar o seu “dia de glória” na capital francesa.

PARIS - “Ficar com certeza maluco beleza”. O sentimento de Augusto Akio pela conquista da medalha de bronze nos Jogos Olímpicos no skate park nesta quarta-feira foi traduzido com um trecho de uma música de Raul Seixas. O curitibano de 23 anos se destaca entre os demais finalistas não apenas pelo malabarismo, mas pelo estilo peculiar que deixa nas entrelinhas um bom humor, com acidez na medida certa, capaz de arrancar boas risadas de todos à sua volta.

Akio fala pausadamente, divaga na maioria das respostas e se mostra empolgado ao descrever suas manobras, principalmente aquela que deu origem à volta que lhe garantiu um lugar no pódio na Praça da Concórdia, na capital francesa. “Eu falo devagar para que as pessoas possam entender”, explicou.

A final contou com presenças ilustres na plateia, entre elas o medalhista de bronze do surfe Gabriel Medina, o rapper Snoop Dogg - que esteve caracterizado com as cores dos Estados Unidos - e o dono da SAF do Botafogo e ex-skatista profissional John Textor. Mas quem deixou Akio animado foi a lenda da modalidade, Tony Hawk.

Japinha faz festa ao ganhar bronze no skate park Foto: Luiza Moraes/COB

“Saber que o Tony Hawk comentou boas coisas da minha performance aqui me motiva ainda mais a seguir minha caminhada da maneira como já faço”, afirmou o brasileiro, que refletiu, após a prova, sobre a relevância de todos os integrantes de um evento dessa magnitude, como são os Jogos Olímpico.

“Um campeonato de skate começa no primeiro ‘bom dia’ que você dá a quem está trabalhando na segurança do evento. Eu valorizo o juiz, o narrador, o pessoal da limpeza, organização...”, disse Akio antes de se ater a contar a história de sua família e do esforço feito para que ele se tornasse um profissional do skate.

“Não estou sozinho nessa jornada. Comecei a andar de skate no Natal de 2007. Minha mãe comprou o skate para mim numa loja de departamentos. A história se inicia com meu pedido de Natal e com a minha mãe ter a possibilidade de comprar o presente para mim, o que muitas pessoas não podem”, afirmou Akio.

A mãe de Akio, Silvana Takahashi, que acompanhou o filho de perto em Paris graças ao convite de um patrocinador, tinha dois empregos, como médica e acupunturista, e o levava a muitas viagens de carro pelo Brasil para participar de competições. “Isso que minha mãe acelerava na estrada. Se fosse eu, demoraria dois dias para chegar nos lugares e já arranjaria um lugar para andar de skate no meio do caminho e fazer uns amigos”, brincou.

A mãe de Akio não escondeu a emoção após ver o filho com a medalha de bronze no peito. “Sonho dele era andar de skate, e a gente só quer ver o filho feliz. Nunca imaginava que rodaríamos o mundo pelo skate. Nunca foi sacrifício, sempre foi um grande prazer de vivermos isso juntos”, contou a mãe deixando uma lágrima escorrer por todo o contorno de seu rosto.

O brasileiro também destacou o pai e o avô materno como protagonista de sua carreira no skate, momento em que se emocionou. “Meu pai nasceu em uma casa muito humilde, não tinha banheiro, era compartilhado pela comunidade. Ele buscou uma vida melhor e encontrou estudando, se formou em engenharia e direito e, hoje, é professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTF-PR)”, iniciou. “Meu avô materno veio do Japão contra a vontade da família, chegou no Porto de Santos, foi morar numa cidade pequena do interior de São Paulo e desenvolveu técnicas de acupuntura. Como diz o Moreno, que disputou quatro Olimpíadas no vôlei, ‘começar é para muitos, mas recomeçar é para poucos’”.

Declaração de Pedro Barros

“Queria ver o Pedro Barros no pódio”, disse Akio. O medalhista de prata das Olimpíadas de Tóquio terminou na quarta posição e saiu da arena do skate descontente com a nota recebida pelos juízes. Aos 29 anos, Barros disse se inspirar em Novak Djokovic ata permanecer no circuito e disputar os Jogos de Los Angeles, em 2028. Apesar da decepção, Barros não tirou o sorriso do rosto ao falar de Akio e revelou o que disse ao companheiro e concorrente. “Eu te amo. Eu te amo. É só amor, na verdade. A gente quer passar adiante esse sentimento. Ele é um ser de luz, uma pessoa incrível, maravilhosa... Quem tiver a oportunidade, um dia vai notar quão genuíno, amoroso e verdadeiro ele é”.

Em Tóquio, o Brasil conquistou três pratas no skate. Dessa vez, em Paris, foram dois bronzes. Akio é o 14° medalhista do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris e tem motivos de sobra para, “com melodia, alegria e barulho”, como cantava Chorão - um de seus ídolos - festejar o seu “dia de glória” na capital francesa.

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