Olimpíadas 2024: por que Gabriel Medina teve nota 9.90? Entenda como funciona a avaliação do surfe


Brasileiro é semifinalista e chega como favorito na disputa por uma vaga na grande decisão

Por Sergio Neto
Atualização:

Em Paris-2024, Gabriel Medina pediu um 10 e recebeu dos jurados um 9.90 quando eliminou seu algoz, japonês Kanoa Igarashi. Esta foi a maior nota do surfe desde que a modalidade foi inserida no programa olímpico, com sua estreia em Tóquio-2020. O brasileiro está entre os semifinalistas e entra como favorito na disputa por uma vaga na grande decisão. A bateria contra o australiano Jackie Robinson acontece na segunda-feira, dia 5.

A onda surfada por Medina rendeu, além da foto mais marcante dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 até o momento, algumas dúvidas. Afinal de contas, por que os juízes não deram a nota máxima para o brasileiro? Como funcionam as notas no surfe?

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Embora complexo, o sistema de notas é fundamental para garantir a justiça e a precisão na avaliação dos atletas. As normas de avaliação no surfe olímpico são estruturadas para premiar a habilidade, a inovação e a execução dos surfistas em condições variáveis do mar, como é o caso de Teahupo’o, no Taiti, onde acontece as provas da Olimpíada.

Em Paris-2024, Medina pediu um 10 e teve 9.90. Foto: Gregory Bull/AP

Afinal, como funcionam as notas?

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Cada bateria de competição dura 30 minutos e conta com cinco juízes. Eles avaliam cada onda surfada pelos atletas, com notas que variam de 0 a 10, com a opção de usar casas decimais, como 9.90 obtido por Medina, por exemplo. As notas são dadas baseadas em uma série de critérios. São eles:

  1. Comprometimento e grau de dificuldade: são consideradas a complexidade das manobras. Quanto mais arriscadas e tecnicamente exigentes, maiores as notas.
  2. Inovação e progressão: os atletas são incentivados a realizar movimentos inéditos e criativos. A inovação e a modernização de técnicas tradicionais são bem vistas pelos jurados.
  3. Variedade: os surfistas que apresentam uma variedade de manobras, em vez de repetirem sempre as mesmas, chamam mais atenção.
  4. Combinação: a habilidade de combinar diferentes manobras em uma única onda, com uma performance fluida e contínua, tem um peso considerável.
  5. Velocidade, potência e fluidez: os juízes observam a velocidade com que o surfista se move pela onda, a força aplicada nas manobras e a fluidez geral da performance.

Sistema de pontuação

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Durante a bateria, os surfistas podem pegar quantas ondas quiserem. Contudo, são levadas em consideração apenas as duas melhores ondas para formar a pontuação final. Assim sendo, mesmo que um surfista tenha um início ruim, há chances de recuperação com duas boas ondas. Se um surfista tiver, por exemplo, suas duas melhores notas com 8.0 e 7.0, sua nota final é 15.0.

Descarte

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A nota mais alta e a mais baixa dadas pelos juízes para cada onda são descartadas. As três notas restantes são somadas e divididas por três para obter a nota final daquela onda. Esse método reduz o impacto de qualquer julgamento extremo, seja ele positivo ou negativo.

Estratégia

O surfe, além de ser um esporte radical, também exige raciocínio. Administração de tempo e de notas são cruciais. Além, é claro, de saber escolher a onda certa. Outro ponto importante a se destacar é a questão da preferência. Ela ocorre quando um surfista escolhe por uma onda. Aquele que ficou esperando pela próxima passa a ter a preferência caso eles decidam por surfar ao mesmo tempo.

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Um exemplo do uso bem feito da preferência é quando as notas estão bem próximas e o tempo está se esgotando. O surfista que está na frente pode atrapalhar o que está perdendo ao notar que o adversário teria boas chances de pontuar no fim com uma onda promissora.

O cálculo básico para um surfista saber o quanto precisa correr atrás do prejuízo é simples. Primeiro, é preciso ter noção da nota total do adversário (a soma das duas melhores notas dele). Em seguida, é preciso saber qual a diferença entre os dois. A ideia é sempre a substituição de notas, e não o aumento.

Se o “surfista A” tem nota total igual a 15.0 e o “B” tem nota total de 14.0, isso não significa que “B” precisa de apenas uma nota 1.0. Pelo contrário. O “surfista B” precisaria substituir uma de suas notas para que a soma empate ou ultrapasse com os 15.0 do seu adversário. Por isso o conhecimento da situação do placar e a administração do tempo restante são tão importantes. São dois fatores extremamente relevantes.

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Polêmica

A Associação Internacional de Surfe (ISA, na sigla em inglês) anunciou nesta quinta-feira, 1º, a suspensão do juiz australiano Benjamin Lowe das Olimpíadas Paris-2024 após uma foto em que ele abraça um dos candidatos ao título no Taiti circulou online esta semana. Ethan Ewing, também australiano, poderia ter enfrentado Gabriel Medina na eventual semifinal do torneio.

Bede Durbidge, técnico da seleção australiana, também apareceu na foto. No comunicado divulgado, a ISA diz que removeu Lowe do painel de jurados pelo restante da competição para “proteger a integridade e a justiça da competição em andamento”.

Em abril deste ano, a Confederação Brasileira de Surfe (CBSurf) enviou carta à ISA protestando pela atuação de Lowe na Olimpíada de Tóquio, em 2021. Na ocasião, Gabriel Medina liderava a bateria da semifinal contra o japonês Kanoa Igarashi, com um somatório de 16.77, até que seu rival conseguiu pegar uma onda e aumentar sua nota para 17.00. Leia a matéria completa aqui.

Em Paris-2024, Gabriel Medina pediu um 10 e recebeu dos jurados um 9.90 quando eliminou seu algoz, japonês Kanoa Igarashi. Esta foi a maior nota do surfe desde que a modalidade foi inserida no programa olímpico, com sua estreia em Tóquio-2020. O brasileiro está entre os semifinalistas e entra como favorito na disputa por uma vaga na grande decisão. A bateria contra o australiano Jackie Robinson acontece na segunda-feira, dia 5.

A onda surfada por Medina rendeu, além da foto mais marcante dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 até o momento, algumas dúvidas. Afinal de contas, por que os juízes não deram a nota máxima para o brasileiro? Como funcionam as notas no surfe?

Embora complexo, o sistema de notas é fundamental para garantir a justiça e a precisão na avaliação dos atletas. As normas de avaliação no surfe olímpico são estruturadas para premiar a habilidade, a inovação e a execução dos surfistas em condições variáveis do mar, como é o caso de Teahupo’o, no Taiti, onde acontece as provas da Olimpíada.

Em Paris-2024, Medina pediu um 10 e teve 9.90. Foto: Gregory Bull/AP

Afinal, como funcionam as notas?

Cada bateria de competição dura 30 minutos e conta com cinco juízes. Eles avaliam cada onda surfada pelos atletas, com notas que variam de 0 a 10, com a opção de usar casas decimais, como 9.90 obtido por Medina, por exemplo. As notas são dadas baseadas em uma série de critérios. São eles:

  1. Comprometimento e grau de dificuldade: são consideradas a complexidade das manobras. Quanto mais arriscadas e tecnicamente exigentes, maiores as notas.
  2. Inovação e progressão: os atletas são incentivados a realizar movimentos inéditos e criativos. A inovação e a modernização de técnicas tradicionais são bem vistas pelos jurados.
  3. Variedade: os surfistas que apresentam uma variedade de manobras, em vez de repetirem sempre as mesmas, chamam mais atenção.
  4. Combinação: a habilidade de combinar diferentes manobras em uma única onda, com uma performance fluida e contínua, tem um peso considerável.
  5. Velocidade, potência e fluidez: os juízes observam a velocidade com que o surfista se move pela onda, a força aplicada nas manobras e a fluidez geral da performance.

Sistema de pontuação

Durante a bateria, os surfistas podem pegar quantas ondas quiserem. Contudo, são levadas em consideração apenas as duas melhores ondas para formar a pontuação final. Assim sendo, mesmo que um surfista tenha um início ruim, há chances de recuperação com duas boas ondas. Se um surfista tiver, por exemplo, suas duas melhores notas com 8.0 e 7.0, sua nota final é 15.0.

Descarte

A nota mais alta e a mais baixa dadas pelos juízes para cada onda são descartadas. As três notas restantes são somadas e divididas por três para obter a nota final daquela onda. Esse método reduz o impacto de qualquer julgamento extremo, seja ele positivo ou negativo.

Estratégia

O surfe, além de ser um esporte radical, também exige raciocínio. Administração de tempo e de notas são cruciais. Além, é claro, de saber escolher a onda certa. Outro ponto importante a se destacar é a questão da preferência. Ela ocorre quando um surfista escolhe por uma onda. Aquele que ficou esperando pela próxima passa a ter a preferência caso eles decidam por surfar ao mesmo tempo.

Um exemplo do uso bem feito da preferência é quando as notas estão bem próximas e o tempo está se esgotando. O surfista que está na frente pode atrapalhar o que está perdendo ao notar que o adversário teria boas chances de pontuar no fim com uma onda promissora.

O cálculo básico para um surfista saber o quanto precisa correr atrás do prejuízo é simples. Primeiro, é preciso ter noção da nota total do adversário (a soma das duas melhores notas dele). Em seguida, é preciso saber qual a diferença entre os dois. A ideia é sempre a substituição de notas, e não o aumento.

Se o “surfista A” tem nota total igual a 15.0 e o “B” tem nota total de 14.0, isso não significa que “B” precisa de apenas uma nota 1.0. Pelo contrário. O “surfista B” precisaria substituir uma de suas notas para que a soma empate ou ultrapasse com os 15.0 do seu adversário. Por isso o conhecimento da situação do placar e a administração do tempo restante são tão importantes. São dois fatores extremamente relevantes.

Polêmica

A Associação Internacional de Surfe (ISA, na sigla em inglês) anunciou nesta quinta-feira, 1º, a suspensão do juiz australiano Benjamin Lowe das Olimpíadas Paris-2024 após uma foto em que ele abraça um dos candidatos ao título no Taiti circulou online esta semana. Ethan Ewing, também australiano, poderia ter enfrentado Gabriel Medina na eventual semifinal do torneio.

Bede Durbidge, técnico da seleção australiana, também apareceu na foto. No comunicado divulgado, a ISA diz que removeu Lowe do painel de jurados pelo restante da competição para “proteger a integridade e a justiça da competição em andamento”.

Em abril deste ano, a Confederação Brasileira de Surfe (CBSurf) enviou carta à ISA protestando pela atuação de Lowe na Olimpíada de Tóquio, em 2021. Na ocasião, Gabriel Medina liderava a bateria da semifinal contra o japonês Kanoa Igarashi, com um somatório de 16.77, até que seu rival conseguiu pegar uma onda e aumentar sua nota para 17.00. Leia a matéria completa aqui.

Em Paris-2024, Gabriel Medina pediu um 10 e recebeu dos jurados um 9.90 quando eliminou seu algoz, japonês Kanoa Igarashi. Esta foi a maior nota do surfe desde que a modalidade foi inserida no programa olímpico, com sua estreia em Tóquio-2020. O brasileiro está entre os semifinalistas e entra como favorito na disputa por uma vaga na grande decisão. A bateria contra o australiano Jackie Robinson acontece na segunda-feira, dia 5.

A onda surfada por Medina rendeu, além da foto mais marcante dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 até o momento, algumas dúvidas. Afinal de contas, por que os juízes não deram a nota máxima para o brasileiro? Como funcionam as notas no surfe?

Embora complexo, o sistema de notas é fundamental para garantir a justiça e a precisão na avaliação dos atletas. As normas de avaliação no surfe olímpico são estruturadas para premiar a habilidade, a inovação e a execução dos surfistas em condições variáveis do mar, como é o caso de Teahupo’o, no Taiti, onde acontece as provas da Olimpíada.

Em Paris-2024, Medina pediu um 10 e teve 9.90. Foto: Gregory Bull/AP

Afinal, como funcionam as notas?

Cada bateria de competição dura 30 minutos e conta com cinco juízes. Eles avaliam cada onda surfada pelos atletas, com notas que variam de 0 a 10, com a opção de usar casas decimais, como 9.90 obtido por Medina, por exemplo. As notas são dadas baseadas em uma série de critérios. São eles:

  1. Comprometimento e grau de dificuldade: são consideradas a complexidade das manobras. Quanto mais arriscadas e tecnicamente exigentes, maiores as notas.
  2. Inovação e progressão: os atletas são incentivados a realizar movimentos inéditos e criativos. A inovação e a modernização de técnicas tradicionais são bem vistas pelos jurados.
  3. Variedade: os surfistas que apresentam uma variedade de manobras, em vez de repetirem sempre as mesmas, chamam mais atenção.
  4. Combinação: a habilidade de combinar diferentes manobras em uma única onda, com uma performance fluida e contínua, tem um peso considerável.
  5. Velocidade, potência e fluidez: os juízes observam a velocidade com que o surfista se move pela onda, a força aplicada nas manobras e a fluidez geral da performance.

Sistema de pontuação

Durante a bateria, os surfistas podem pegar quantas ondas quiserem. Contudo, são levadas em consideração apenas as duas melhores ondas para formar a pontuação final. Assim sendo, mesmo que um surfista tenha um início ruim, há chances de recuperação com duas boas ondas. Se um surfista tiver, por exemplo, suas duas melhores notas com 8.0 e 7.0, sua nota final é 15.0.

Descarte

A nota mais alta e a mais baixa dadas pelos juízes para cada onda são descartadas. As três notas restantes são somadas e divididas por três para obter a nota final daquela onda. Esse método reduz o impacto de qualquer julgamento extremo, seja ele positivo ou negativo.

Estratégia

O surfe, além de ser um esporte radical, também exige raciocínio. Administração de tempo e de notas são cruciais. Além, é claro, de saber escolher a onda certa. Outro ponto importante a se destacar é a questão da preferência. Ela ocorre quando um surfista escolhe por uma onda. Aquele que ficou esperando pela próxima passa a ter a preferência caso eles decidam por surfar ao mesmo tempo.

Um exemplo do uso bem feito da preferência é quando as notas estão bem próximas e o tempo está se esgotando. O surfista que está na frente pode atrapalhar o que está perdendo ao notar que o adversário teria boas chances de pontuar no fim com uma onda promissora.

O cálculo básico para um surfista saber o quanto precisa correr atrás do prejuízo é simples. Primeiro, é preciso ter noção da nota total do adversário (a soma das duas melhores notas dele). Em seguida, é preciso saber qual a diferença entre os dois. A ideia é sempre a substituição de notas, e não o aumento.

Se o “surfista A” tem nota total igual a 15.0 e o “B” tem nota total de 14.0, isso não significa que “B” precisa de apenas uma nota 1.0. Pelo contrário. O “surfista B” precisaria substituir uma de suas notas para que a soma empate ou ultrapasse com os 15.0 do seu adversário. Por isso o conhecimento da situação do placar e a administração do tempo restante são tão importantes. São dois fatores extremamente relevantes.

Polêmica

A Associação Internacional de Surfe (ISA, na sigla em inglês) anunciou nesta quinta-feira, 1º, a suspensão do juiz australiano Benjamin Lowe das Olimpíadas Paris-2024 após uma foto em que ele abraça um dos candidatos ao título no Taiti circulou online esta semana. Ethan Ewing, também australiano, poderia ter enfrentado Gabriel Medina na eventual semifinal do torneio.

Bede Durbidge, técnico da seleção australiana, também apareceu na foto. No comunicado divulgado, a ISA diz que removeu Lowe do painel de jurados pelo restante da competição para “proteger a integridade e a justiça da competição em andamento”.

Em abril deste ano, a Confederação Brasileira de Surfe (CBSurf) enviou carta à ISA protestando pela atuação de Lowe na Olimpíada de Tóquio, em 2021. Na ocasião, Gabriel Medina liderava a bateria da semifinal contra o japonês Kanoa Igarashi, com um somatório de 16.77, até que seu rival conseguiu pegar uma onda e aumentar sua nota para 17.00. Leia a matéria completa aqui.

Em Paris-2024, Gabriel Medina pediu um 10 e recebeu dos jurados um 9.90 quando eliminou seu algoz, japonês Kanoa Igarashi. Esta foi a maior nota do surfe desde que a modalidade foi inserida no programa olímpico, com sua estreia em Tóquio-2020. O brasileiro está entre os semifinalistas e entra como favorito na disputa por uma vaga na grande decisão. A bateria contra o australiano Jackie Robinson acontece na segunda-feira, dia 5.

A onda surfada por Medina rendeu, além da foto mais marcante dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 até o momento, algumas dúvidas. Afinal de contas, por que os juízes não deram a nota máxima para o brasileiro? Como funcionam as notas no surfe?

Embora complexo, o sistema de notas é fundamental para garantir a justiça e a precisão na avaliação dos atletas. As normas de avaliação no surfe olímpico são estruturadas para premiar a habilidade, a inovação e a execução dos surfistas em condições variáveis do mar, como é o caso de Teahupo’o, no Taiti, onde acontece as provas da Olimpíada.

Em Paris-2024, Medina pediu um 10 e teve 9.90. Foto: Gregory Bull/AP

Afinal, como funcionam as notas?

Cada bateria de competição dura 30 minutos e conta com cinco juízes. Eles avaliam cada onda surfada pelos atletas, com notas que variam de 0 a 10, com a opção de usar casas decimais, como 9.90 obtido por Medina, por exemplo. As notas são dadas baseadas em uma série de critérios. São eles:

  1. Comprometimento e grau de dificuldade: são consideradas a complexidade das manobras. Quanto mais arriscadas e tecnicamente exigentes, maiores as notas.
  2. Inovação e progressão: os atletas são incentivados a realizar movimentos inéditos e criativos. A inovação e a modernização de técnicas tradicionais são bem vistas pelos jurados.
  3. Variedade: os surfistas que apresentam uma variedade de manobras, em vez de repetirem sempre as mesmas, chamam mais atenção.
  4. Combinação: a habilidade de combinar diferentes manobras em uma única onda, com uma performance fluida e contínua, tem um peso considerável.
  5. Velocidade, potência e fluidez: os juízes observam a velocidade com que o surfista se move pela onda, a força aplicada nas manobras e a fluidez geral da performance.

Sistema de pontuação

Durante a bateria, os surfistas podem pegar quantas ondas quiserem. Contudo, são levadas em consideração apenas as duas melhores ondas para formar a pontuação final. Assim sendo, mesmo que um surfista tenha um início ruim, há chances de recuperação com duas boas ondas. Se um surfista tiver, por exemplo, suas duas melhores notas com 8.0 e 7.0, sua nota final é 15.0.

Descarte

A nota mais alta e a mais baixa dadas pelos juízes para cada onda são descartadas. As três notas restantes são somadas e divididas por três para obter a nota final daquela onda. Esse método reduz o impacto de qualquer julgamento extremo, seja ele positivo ou negativo.

Estratégia

O surfe, além de ser um esporte radical, também exige raciocínio. Administração de tempo e de notas são cruciais. Além, é claro, de saber escolher a onda certa. Outro ponto importante a se destacar é a questão da preferência. Ela ocorre quando um surfista escolhe por uma onda. Aquele que ficou esperando pela próxima passa a ter a preferência caso eles decidam por surfar ao mesmo tempo.

Um exemplo do uso bem feito da preferência é quando as notas estão bem próximas e o tempo está se esgotando. O surfista que está na frente pode atrapalhar o que está perdendo ao notar que o adversário teria boas chances de pontuar no fim com uma onda promissora.

O cálculo básico para um surfista saber o quanto precisa correr atrás do prejuízo é simples. Primeiro, é preciso ter noção da nota total do adversário (a soma das duas melhores notas dele). Em seguida, é preciso saber qual a diferença entre os dois. A ideia é sempre a substituição de notas, e não o aumento.

Se o “surfista A” tem nota total igual a 15.0 e o “B” tem nota total de 14.0, isso não significa que “B” precisa de apenas uma nota 1.0. Pelo contrário. O “surfista B” precisaria substituir uma de suas notas para que a soma empate ou ultrapasse com os 15.0 do seu adversário. Por isso o conhecimento da situação do placar e a administração do tempo restante são tão importantes. São dois fatores extremamente relevantes.

Polêmica

A Associação Internacional de Surfe (ISA, na sigla em inglês) anunciou nesta quinta-feira, 1º, a suspensão do juiz australiano Benjamin Lowe das Olimpíadas Paris-2024 após uma foto em que ele abraça um dos candidatos ao título no Taiti circulou online esta semana. Ethan Ewing, também australiano, poderia ter enfrentado Gabriel Medina na eventual semifinal do torneio.

Bede Durbidge, técnico da seleção australiana, também apareceu na foto. No comunicado divulgado, a ISA diz que removeu Lowe do painel de jurados pelo restante da competição para “proteger a integridade e a justiça da competição em andamento”.

Em abril deste ano, a Confederação Brasileira de Surfe (CBSurf) enviou carta à ISA protestando pela atuação de Lowe na Olimpíada de Tóquio, em 2021. Na ocasião, Gabriel Medina liderava a bateria da semifinal contra o japonês Kanoa Igarashi, com um somatório de 16.77, até que seu rival conseguiu pegar uma onda e aumentar sua nota para 17.00. Leia a matéria completa aqui.

Em Paris-2024, Gabriel Medina pediu um 10 e recebeu dos jurados um 9.90 quando eliminou seu algoz, japonês Kanoa Igarashi. Esta foi a maior nota do surfe desde que a modalidade foi inserida no programa olímpico, com sua estreia em Tóquio-2020. O brasileiro está entre os semifinalistas e entra como favorito na disputa por uma vaga na grande decisão. A bateria contra o australiano Jackie Robinson acontece na segunda-feira, dia 5.

A onda surfada por Medina rendeu, além da foto mais marcante dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 até o momento, algumas dúvidas. Afinal de contas, por que os juízes não deram a nota máxima para o brasileiro? Como funcionam as notas no surfe?

Embora complexo, o sistema de notas é fundamental para garantir a justiça e a precisão na avaliação dos atletas. As normas de avaliação no surfe olímpico são estruturadas para premiar a habilidade, a inovação e a execução dos surfistas em condições variáveis do mar, como é o caso de Teahupo’o, no Taiti, onde acontece as provas da Olimpíada.

Em Paris-2024, Medina pediu um 10 e teve 9.90. Foto: Gregory Bull/AP

Afinal, como funcionam as notas?

Cada bateria de competição dura 30 minutos e conta com cinco juízes. Eles avaliam cada onda surfada pelos atletas, com notas que variam de 0 a 10, com a opção de usar casas decimais, como 9.90 obtido por Medina, por exemplo. As notas são dadas baseadas em uma série de critérios. São eles:

  1. Comprometimento e grau de dificuldade: são consideradas a complexidade das manobras. Quanto mais arriscadas e tecnicamente exigentes, maiores as notas.
  2. Inovação e progressão: os atletas são incentivados a realizar movimentos inéditos e criativos. A inovação e a modernização de técnicas tradicionais são bem vistas pelos jurados.
  3. Variedade: os surfistas que apresentam uma variedade de manobras, em vez de repetirem sempre as mesmas, chamam mais atenção.
  4. Combinação: a habilidade de combinar diferentes manobras em uma única onda, com uma performance fluida e contínua, tem um peso considerável.
  5. Velocidade, potência e fluidez: os juízes observam a velocidade com que o surfista se move pela onda, a força aplicada nas manobras e a fluidez geral da performance.

Sistema de pontuação

Durante a bateria, os surfistas podem pegar quantas ondas quiserem. Contudo, são levadas em consideração apenas as duas melhores ondas para formar a pontuação final. Assim sendo, mesmo que um surfista tenha um início ruim, há chances de recuperação com duas boas ondas. Se um surfista tiver, por exemplo, suas duas melhores notas com 8.0 e 7.0, sua nota final é 15.0.

Descarte

A nota mais alta e a mais baixa dadas pelos juízes para cada onda são descartadas. As três notas restantes são somadas e divididas por três para obter a nota final daquela onda. Esse método reduz o impacto de qualquer julgamento extremo, seja ele positivo ou negativo.

Estratégia

O surfe, além de ser um esporte radical, também exige raciocínio. Administração de tempo e de notas são cruciais. Além, é claro, de saber escolher a onda certa. Outro ponto importante a se destacar é a questão da preferência. Ela ocorre quando um surfista escolhe por uma onda. Aquele que ficou esperando pela próxima passa a ter a preferência caso eles decidam por surfar ao mesmo tempo.

Um exemplo do uso bem feito da preferência é quando as notas estão bem próximas e o tempo está se esgotando. O surfista que está na frente pode atrapalhar o que está perdendo ao notar que o adversário teria boas chances de pontuar no fim com uma onda promissora.

O cálculo básico para um surfista saber o quanto precisa correr atrás do prejuízo é simples. Primeiro, é preciso ter noção da nota total do adversário (a soma das duas melhores notas dele). Em seguida, é preciso saber qual a diferença entre os dois. A ideia é sempre a substituição de notas, e não o aumento.

Se o “surfista A” tem nota total igual a 15.0 e o “B” tem nota total de 14.0, isso não significa que “B” precisa de apenas uma nota 1.0. Pelo contrário. O “surfista B” precisaria substituir uma de suas notas para que a soma empate ou ultrapasse com os 15.0 do seu adversário. Por isso o conhecimento da situação do placar e a administração do tempo restante são tão importantes. São dois fatores extremamente relevantes.

Polêmica

A Associação Internacional de Surfe (ISA, na sigla em inglês) anunciou nesta quinta-feira, 1º, a suspensão do juiz australiano Benjamin Lowe das Olimpíadas Paris-2024 após uma foto em que ele abraça um dos candidatos ao título no Taiti circulou online esta semana. Ethan Ewing, também australiano, poderia ter enfrentado Gabriel Medina na eventual semifinal do torneio.

Bede Durbidge, técnico da seleção australiana, também apareceu na foto. No comunicado divulgado, a ISA diz que removeu Lowe do painel de jurados pelo restante da competição para “proteger a integridade e a justiça da competição em andamento”.

Em abril deste ano, a Confederação Brasileira de Surfe (CBSurf) enviou carta à ISA protestando pela atuação de Lowe na Olimpíada de Tóquio, em 2021. Na ocasião, Gabriel Medina liderava a bateria da semifinal contra o japonês Kanoa Igarashi, com um somatório de 16.77, até que seu rival conseguiu pegar uma onda e aumentar sua nota para 17.00. Leia a matéria completa aqui.

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