A queda da americana Simone Biles e a série sem erros de Rebeca Andrade geraram expectativas de uma possível medalha de ouro para a brasileira na final da trave das Olimpíadas de Paris 2024. A nota de Rebeca, 13.933, porém, não foi suficiente para entrar no pódio, e a ginasta acabou a competição em 4º lugar. Ela perdeu o bronze por uma diferença de 0.067.
Durante a transmissão da TV Globo, o ex-ginasta e agora comentarista Diego Hypólito explicou o que pode ter pesado para que a brasileira não conseguisse a medalha. “O problema da serie da Rebeca é que foi mais pausada, você via que ela estava se segurando para não cair e isso comprometeu a nota final”, pontuou.
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Outro fator que pode ter contribuído é que a nota de partida da brasileira foi a mais baixa entre as ginastas que conseguiram a medalha. Na fase classificatória Rebeca havia apresentado uma série com maior dificuldade. “Antes ela tinha partido de 6.100, hoje a nota de dificuldade da série dela foi de 5.700, e isso pode ter pesado”, afirmou a ex-ginasta e também comentarista Daiane dos Santos na TV Globo.
Para a árbitra internacional da Confederação Sul-Americana de Ginástica e da Confederação Brasileira de Ginástica Monica dos Anjos, o que faltou para Rebeca Andrade foi conectar os movimentos. “A Rebeca não fez as ligações (entre os movimentos) que dariam uma nota maior, mas acho que daria para ter ficado mais próximo da italiana. Algum árbitro descontou um décimo a mais que outros e isso fez essa pequena diferença. Isso é normal”, analisou. “Se ela tivesse feito mais uma ligação, ela poderia passar para terceiro”, finalizou Monica.
Caso tivesse repetido a série da fase classificatória, onde tirou 14.400, Rebeca Andrade teria conseguido o ouro. A nota da ginástica artística é composta por dois fatores: nota de dificuldade e execução. A brasileira melhorou a execução em relação à fase de classificação (foi de 8.033 para 8.233), mas a diferença não foi suficiente para aumentar a nota de Rebeca.
As ginastas que conquistaram medalhas tiveram execuções piores do que Rebeca, mas partiram de uma nota de dificuldade maior. Manila Esposito, da Itália, que ficou com o bronze, partiu de 5.800, e teve uma execução de 8.200, com nota final de 14.000.
Em segundo lugar, a chinesa Yaquin Zhou fez uma série de dificuldade 6.600, com uma execução de 7.500, conquistando 14.100. A italiana Alice D’Amato, que ficou com o ouro, teve 5.800 de dificuldade e 8.566 de execução, a única que superou Rebeca no quesito. A nota final da italiana foi 14.366.
Fora da final em Tóquio
A trave não é a especialidade de Rebeca Andrade. Apesar de ter ficado em segundo lugar na fase classificatória em Paris 2024, atrás apenas de Simone Biles, em Tóquio 2020 a brasileira não chegou na final. Com a nota de 13.733 na classificação, ela não conseguiu passar para a disputa de medalhas no aparelho.