Foto: Satiro Sodré/CBDA
As competições de natação dos Jogos Sul-Americanos chegaram ao fim nesta segunda-feira em Santiago (Chile) com 18 medalhas de ouro do Brasil em 37 provas. De todas elas, a mais significativa, de longe, foi vencida pelo garoto Matheus Santana, que carrega o pesado fardo de ser chamado de "o novo Cielo". Ruim (ou bom) para ele que, cada vez mais, justifica o apelido.
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Com apenas 17 anos, Matheus Santana venceu os 100m livre com com incríveis 49s13, que nada mais é do que o oitavo melhor tempo do ano no mundo, superando até Cesar Cielo. Aos 17 anos!O tempo teria sido suficiente para lhe dar uma medalha de bronze no último Mundial Juvenil, se ele não tivesse sido cortado da competição em Dubai porque a diabetes, que o atrapalha desde criança, não tivesse novamente atacado.
Recuperado, mostrou todo seu talento. Uma comparação simples: o mais jovem semifinalista em Londres/2012 nos 100m, o fenômeno francês Yannick Agnel (dois ouros na Olimpíada) tinha 20 anos e nadou a prova em 48s23 - apenas 90 centésimos mais rápido. A diferença pode facilmente ser tirada nos três anos que separam os dois.
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Mais do que isso: o tempo feito por Matheus em Santiago é exatamente igual ao melhor de Bruno Fratus em 2013.Na prática, coloca o adolescente como real candidato a estar no revezamento 4x100m livre brasileiro já no Mundial do ano que vem, em Kazan (Rússia), e nos Jogos Olímpicos do Rio/2016. Como o Brasil tem um revezamento forte, qualquer ganho de segundo é fundamental para que se possa almejar uma medalha. E Matheus, atleta da Unisanta, ainda tem muito o que crescer.
Formado no Botafogo, há pelo menos dois anos ele é visto com uma joia da natação brasileira. Nesse período, sempre baixou os recordes de base que eram de Cielo. Aos 17, o atual recordista mundial nadava os 100m em 51s2, quase dois segundos mais lento que o incrível nadador carioca.