Palmeiras vê protagonismo na base, lança jovens ao profissional, mas Abel valoriza ‘hierarquia’


Bicampeão da Copinha, time alviverde está na final do Campeonato Brasileiro Sub-20 e joga pelo tetra nesta quinta

Por Ricardo Magatti
Atualização:

A fase vitoriosa vivida pelo Palmeiras não se restringe somente à equipe profissional. Nas categorias de base, o clube é o atual bicampeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior e tem chance de conquistar o quarto título do Campeonato Brasileiro Sub-20. Nesta quinta-feira, dia 7, às 11h, enfrenta o Flamengo pelo título. A decisão é em jogo único, no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda.

A presença em mais uma decisão reafirma o protagonismo da base alviverde, que tem fornecido muitos talentos ao elenco principal nos últimos anos. Só nesta temporada, foram promovidos sete jovens ao elenco profissional: Garcia, Vanderlan, Naves, Fabinho, Jhon Jhon, Endrick e Giovani, este último já deixou o clube depois de ser negociado com o Al-Sadd, do Catar.

Atualmente, dez dos 28 jogadores que integram o time profissional sob o comando de Abel foram formados na base. São eles: o goleiro Mateus, o zagueiro Naves, os laterais Garcia e Vanderlan, os meio-campistas Fabinho, Gabriel Menino, Jhon Jhon e Luís Guilherme e os atacantes Kevin e Endrick. A virada de chave na base do Palmeiras ocorreu entre 2014 e 2015, quando as categorias inferiores foram reestruturadas e passaram a receber mais investimentos, o que se refletiu em títulos e revelações que geraram ganhos esportivos e financeiros ao clube.

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Kevin brilhou na base e subiu ao profissional do Palmeiras Foto: Fabio Menotti/Palmeiras

Desde 2017, no sub-20, foram dois títulos do Brasileiro e dois da Copa do Brasil, além do bicampeonato da Copa São Paulo, que o time nunca havia vencido. Já no sub-17, a equipe conquistou dois títulos mundiais de forma invicta, além de quatro Copas nacionais e um Brasileiro.

“O mercado brasileiro tem cinco grandes clubes com um trabalho de formação diferenciados dos demais, englobando captação, desenvolvimento e promoção de atletas. O do Palmeiras, entre esses cinco, destoa cada vez mais, a cada ano, dos outros quatro. A superioridade de suas equipes em campo, em vários torneios, permite que o clube conquiste as competições, tanto atuando com atletas mais novos que os demais quanto, quase sempre, sem os principais destaques de cada geração que são promovidos”, opina Thiago Freitas, COO da Roc Nation, empresa que gerencia as carreiras de Endrick, Vini Jr e Gabriel Martinelli.

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As outras equipes que trabalham com competência suas categorias inferiores são, na avaliação do profissional, Athletico-PR, Flamengo, Fluminense e Red Bull Bragantino.

Segundo Freitas, um diferencial do Palmeiras é “a clara compreensão de que a promoção precoce de um jovem para a equipe principal exige mobilização para diversas promoções a categorias superiores”. Isso foi crucial para que o clube se tornasse a primeira opção de qualquer um que identifica um atleta muito superior à média”, avalia.

O bom desempenho das Crias da Academia é acompanhado de perto por Abel Ferreira, que tem na promoção de jovens um dos pilares de seu trabalho. Ele entende que a terceira opção de cada posição tem, sempre, de ser um “miúdo”, como chama os jovens jogadores.

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Desde que chegou ao comando do clube, em novembro de 2020, Abel integrou 23 atletas ao elenco principal. Ao todo, 35 jogadores formados na base foram utilizados pelo técnico português. Endrick, Giovani e Luis Guilherme, por exemplo, foram promovidos pelo treinador no período.

Endrick com Abel Ferreira, que tem dado poucos minutos ao jovem Foto: Nelson Almeida/ AFP

O técnico, porém, é alvo de constantes críticas dos palmeirenses por, em muitos momentos, dar mais chances a atletas contestados, como Breno Lopes, do que para garotos talentosos recém-promovidos ao profissional, caso do atacante Kevin, eleito o craque da Copinha no início do ano. Ele cita sempre “hierarquia” e “meritocracia” para justificar suas opções por preterir jovens.

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“É minha função, enquanto treinador, tomar decisões. Para isso que me escolhem. Se perguntar para 16 milhões de palmeirenses, cada um iria escolher um, mas sou eu que decido. É a minha função escolher”, avisou o técnico no mês passado ao mandar um recado aos “torcedores chatos”.

Base fonte de receita

Além do retorno esportivo, a base tem sido uma importante fonte de receitas para o Palmeiras. Apenas contabilizando as vendas mais recentes, de Endrick, Danilo e Giovani, o clube faturou 100 milhões de euros, cerca de R$ 500 milhões. Pouco utilizado por Abel Ferreira, o jovem de 17 anos, que deixará o clube quando completar 18 em julho do ano que vem, foi vendido por 72 milhões de euros e protagoniza a maior venda da história do time alviverde.

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“O Palmeiras fez um trabalho de estruturação de longo prazo e colhe os frutos desse processo. Por mais que alguns jogadores subam para o profissional, a base está consolidada, e segue seu ciclo natural para revelar novos atletas. Esse fator permite ao clube continuar forte nas competições de juniores, mesmo cedendo nomes importantes ao elenco principal”, destaca Júnior Chávare, dirigente com experiência em captação e formação de jogadores em clubes como São Paulo, Grêmio e Atlético Mineiro, e que hoje é executivo de futebol da Ferroviária.

Cria da base na Inglaterra

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Autor do gol da vitória sobre o Corinthians que assegurou a vaga do Palmeiras à final do Brasileirão Sub-20, o meio-campista Pedro Lima foi o último atleta formado na base a ser negociado. Ele foi emprestado ao Norwich, da Inglaterra. A ideia da diretoria é que o jogador se desenvolva no futebol europeu e volte a atuar pela equipe principal no ano que vem. Por entender que Pedro pode gerar valores com uma venda futura, o clube optou pela negociação apenas por empréstimo.

Para o diretor-técnico Sandro Orlandelli, que soma passagens por Arsenal, Manchester United, Internacional e seleção brasileira, atuar no futebol europeu pode trazer ganhos extremamente positivos para um atleta ainda em desenvolvimento. “A oportunidade é fantástica. Independentemente do período, seja ele um mês, seis meses ou anos, um jovem ter acesso aos treinos, ao comportamento, à disciplina, além dos desafios climáticos, da qualidade do campo, do jogo mais rápido, do maior contato corporal, tudo contribui muito para o seu desenvolvimento”, diz Orlandelli.

Pedro Lima, de 20 anos, teve apenas uma oportunidade no time principal do Palmeiras antes de ser emprestado porque Abel considera que a hierarquia tem de ser respeitada. Ele já estreou pelo Norwich. Atuou em duas partidas pelo time sub-21 da equipe inglesa. “Os estímulos de treinos para a evolução física também vão enriquecer o jogador e deixá-lo em um nível mais competitivo para um jogo de alto nível. É claro que quanto mais tempo, mais adaptabilidade e o processo de amadurecimento se torna mais sedimentado”, afirma Orlandelli.

A fase vitoriosa vivida pelo Palmeiras não se restringe somente à equipe profissional. Nas categorias de base, o clube é o atual bicampeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior e tem chance de conquistar o quarto título do Campeonato Brasileiro Sub-20. Nesta quinta-feira, dia 7, às 11h, enfrenta o Flamengo pelo título. A decisão é em jogo único, no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda.

A presença em mais uma decisão reafirma o protagonismo da base alviverde, que tem fornecido muitos talentos ao elenco principal nos últimos anos. Só nesta temporada, foram promovidos sete jovens ao elenco profissional: Garcia, Vanderlan, Naves, Fabinho, Jhon Jhon, Endrick e Giovani, este último já deixou o clube depois de ser negociado com o Al-Sadd, do Catar.

Atualmente, dez dos 28 jogadores que integram o time profissional sob o comando de Abel foram formados na base. São eles: o goleiro Mateus, o zagueiro Naves, os laterais Garcia e Vanderlan, os meio-campistas Fabinho, Gabriel Menino, Jhon Jhon e Luís Guilherme e os atacantes Kevin e Endrick. A virada de chave na base do Palmeiras ocorreu entre 2014 e 2015, quando as categorias inferiores foram reestruturadas e passaram a receber mais investimentos, o que se refletiu em títulos e revelações que geraram ganhos esportivos e financeiros ao clube.

Kevin brilhou na base e subiu ao profissional do Palmeiras Foto: Fabio Menotti/Palmeiras

Desde 2017, no sub-20, foram dois títulos do Brasileiro e dois da Copa do Brasil, além do bicampeonato da Copa São Paulo, que o time nunca havia vencido. Já no sub-17, a equipe conquistou dois títulos mundiais de forma invicta, além de quatro Copas nacionais e um Brasileiro.

“O mercado brasileiro tem cinco grandes clubes com um trabalho de formação diferenciados dos demais, englobando captação, desenvolvimento e promoção de atletas. O do Palmeiras, entre esses cinco, destoa cada vez mais, a cada ano, dos outros quatro. A superioridade de suas equipes em campo, em vários torneios, permite que o clube conquiste as competições, tanto atuando com atletas mais novos que os demais quanto, quase sempre, sem os principais destaques de cada geração que são promovidos”, opina Thiago Freitas, COO da Roc Nation, empresa que gerencia as carreiras de Endrick, Vini Jr e Gabriel Martinelli.

As outras equipes que trabalham com competência suas categorias inferiores são, na avaliação do profissional, Athletico-PR, Flamengo, Fluminense e Red Bull Bragantino.

Segundo Freitas, um diferencial do Palmeiras é “a clara compreensão de que a promoção precoce de um jovem para a equipe principal exige mobilização para diversas promoções a categorias superiores”. Isso foi crucial para que o clube se tornasse a primeira opção de qualquer um que identifica um atleta muito superior à média”, avalia.

O bom desempenho das Crias da Academia é acompanhado de perto por Abel Ferreira, que tem na promoção de jovens um dos pilares de seu trabalho. Ele entende que a terceira opção de cada posição tem, sempre, de ser um “miúdo”, como chama os jovens jogadores.

Desde que chegou ao comando do clube, em novembro de 2020, Abel integrou 23 atletas ao elenco principal. Ao todo, 35 jogadores formados na base foram utilizados pelo técnico português. Endrick, Giovani e Luis Guilherme, por exemplo, foram promovidos pelo treinador no período.

Endrick com Abel Ferreira, que tem dado poucos minutos ao jovem Foto: Nelson Almeida/ AFP

O técnico, porém, é alvo de constantes críticas dos palmeirenses por, em muitos momentos, dar mais chances a atletas contestados, como Breno Lopes, do que para garotos talentosos recém-promovidos ao profissional, caso do atacante Kevin, eleito o craque da Copinha no início do ano. Ele cita sempre “hierarquia” e “meritocracia” para justificar suas opções por preterir jovens.

“É minha função, enquanto treinador, tomar decisões. Para isso que me escolhem. Se perguntar para 16 milhões de palmeirenses, cada um iria escolher um, mas sou eu que decido. É a minha função escolher”, avisou o técnico no mês passado ao mandar um recado aos “torcedores chatos”.

Base fonte de receita

Além do retorno esportivo, a base tem sido uma importante fonte de receitas para o Palmeiras. Apenas contabilizando as vendas mais recentes, de Endrick, Danilo e Giovani, o clube faturou 100 milhões de euros, cerca de R$ 500 milhões. Pouco utilizado por Abel Ferreira, o jovem de 17 anos, que deixará o clube quando completar 18 em julho do ano que vem, foi vendido por 72 milhões de euros e protagoniza a maior venda da história do time alviverde.

“O Palmeiras fez um trabalho de estruturação de longo prazo e colhe os frutos desse processo. Por mais que alguns jogadores subam para o profissional, a base está consolidada, e segue seu ciclo natural para revelar novos atletas. Esse fator permite ao clube continuar forte nas competições de juniores, mesmo cedendo nomes importantes ao elenco principal”, destaca Júnior Chávare, dirigente com experiência em captação e formação de jogadores em clubes como São Paulo, Grêmio e Atlético Mineiro, e que hoje é executivo de futebol da Ferroviária.

Cria da base na Inglaterra

Autor do gol da vitória sobre o Corinthians que assegurou a vaga do Palmeiras à final do Brasileirão Sub-20, o meio-campista Pedro Lima foi o último atleta formado na base a ser negociado. Ele foi emprestado ao Norwich, da Inglaterra. A ideia da diretoria é que o jogador se desenvolva no futebol europeu e volte a atuar pela equipe principal no ano que vem. Por entender que Pedro pode gerar valores com uma venda futura, o clube optou pela negociação apenas por empréstimo.

Para o diretor-técnico Sandro Orlandelli, que soma passagens por Arsenal, Manchester United, Internacional e seleção brasileira, atuar no futebol europeu pode trazer ganhos extremamente positivos para um atleta ainda em desenvolvimento. “A oportunidade é fantástica. Independentemente do período, seja ele um mês, seis meses ou anos, um jovem ter acesso aos treinos, ao comportamento, à disciplina, além dos desafios climáticos, da qualidade do campo, do jogo mais rápido, do maior contato corporal, tudo contribui muito para o seu desenvolvimento”, diz Orlandelli.

Pedro Lima, de 20 anos, teve apenas uma oportunidade no time principal do Palmeiras antes de ser emprestado porque Abel considera que a hierarquia tem de ser respeitada. Ele já estreou pelo Norwich. Atuou em duas partidas pelo time sub-21 da equipe inglesa. “Os estímulos de treinos para a evolução física também vão enriquecer o jogador e deixá-lo em um nível mais competitivo para um jogo de alto nível. É claro que quanto mais tempo, mais adaptabilidade e o processo de amadurecimento se torna mais sedimentado”, afirma Orlandelli.

A fase vitoriosa vivida pelo Palmeiras não se restringe somente à equipe profissional. Nas categorias de base, o clube é o atual bicampeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior e tem chance de conquistar o quarto título do Campeonato Brasileiro Sub-20. Nesta quinta-feira, dia 7, às 11h, enfrenta o Flamengo pelo título. A decisão é em jogo único, no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda.

A presença em mais uma decisão reafirma o protagonismo da base alviverde, que tem fornecido muitos talentos ao elenco principal nos últimos anos. Só nesta temporada, foram promovidos sete jovens ao elenco profissional: Garcia, Vanderlan, Naves, Fabinho, Jhon Jhon, Endrick e Giovani, este último já deixou o clube depois de ser negociado com o Al-Sadd, do Catar.

Atualmente, dez dos 28 jogadores que integram o time profissional sob o comando de Abel foram formados na base. São eles: o goleiro Mateus, o zagueiro Naves, os laterais Garcia e Vanderlan, os meio-campistas Fabinho, Gabriel Menino, Jhon Jhon e Luís Guilherme e os atacantes Kevin e Endrick. A virada de chave na base do Palmeiras ocorreu entre 2014 e 2015, quando as categorias inferiores foram reestruturadas e passaram a receber mais investimentos, o que se refletiu em títulos e revelações que geraram ganhos esportivos e financeiros ao clube.

Kevin brilhou na base e subiu ao profissional do Palmeiras Foto: Fabio Menotti/Palmeiras

Desde 2017, no sub-20, foram dois títulos do Brasileiro e dois da Copa do Brasil, além do bicampeonato da Copa São Paulo, que o time nunca havia vencido. Já no sub-17, a equipe conquistou dois títulos mundiais de forma invicta, além de quatro Copas nacionais e um Brasileiro.

“O mercado brasileiro tem cinco grandes clubes com um trabalho de formação diferenciados dos demais, englobando captação, desenvolvimento e promoção de atletas. O do Palmeiras, entre esses cinco, destoa cada vez mais, a cada ano, dos outros quatro. A superioridade de suas equipes em campo, em vários torneios, permite que o clube conquiste as competições, tanto atuando com atletas mais novos que os demais quanto, quase sempre, sem os principais destaques de cada geração que são promovidos”, opina Thiago Freitas, COO da Roc Nation, empresa que gerencia as carreiras de Endrick, Vini Jr e Gabriel Martinelli.

As outras equipes que trabalham com competência suas categorias inferiores são, na avaliação do profissional, Athletico-PR, Flamengo, Fluminense e Red Bull Bragantino.

Segundo Freitas, um diferencial do Palmeiras é “a clara compreensão de que a promoção precoce de um jovem para a equipe principal exige mobilização para diversas promoções a categorias superiores”. Isso foi crucial para que o clube se tornasse a primeira opção de qualquer um que identifica um atleta muito superior à média”, avalia.

O bom desempenho das Crias da Academia é acompanhado de perto por Abel Ferreira, que tem na promoção de jovens um dos pilares de seu trabalho. Ele entende que a terceira opção de cada posição tem, sempre, de ser um “miúdo”, como chama os jovens jogadores.

Desde que chegou ao comando do clube, em novembro de 2020, Abel integrou 23 atletas ao elenco principal. Ao todo, 35 jogadores formados na base foram utilizados pelo técnico português. Endrick, Giovani e Luis Guilherme, por exemplo, foram promovidos pelo treinador no período.

Endrick com Abel Ferreira, que tem dado poucos minutos ao jovem Foto: Nelson Almeida/ AFP

O técnico, porém, é alvo de constantes críticas dos palmeirenses por, em muitos momentos, dar mais chances a atletas contestados, como Breno Lopes, do que para garotos talentosos recém-promovidos ao profissional, caso do atacante Kevin, eleito o craque da Copinha no início do ano. Ele cita sempre “hierarquia” e “meritocracia” para justificar suas opções por preterir jovens.

“É minha função, enquanto treinador, tomar decisões. Para isso que me escolhem. Se perguntar para 16 milhões de palmeirenses, cada um iria escolher um, mas sou eu que decido. É a minha função escolher”, avisou o técnico no mês passado ao mandar um recado aos “torcedores chatos”.

Base fonte de receita

Além do retorno esportivo, a base tem sido uma importante fonte de receitas para o Palmeiras. Apenas contabilizando as vendas mais recentes, de Endrick, Danilo e Giovani, o clube faturou 100 milhões de euros, cerca de R$ 500 milhões. Pouco utilizado por Abel Ferreira, o jovem de 17 anos, que deixará o clube quando completar 18 em julho do ano que vem, foi vendido por 72 milhões de euros e protagoniza a maior venda da história do time alviverde.

“O Palmeiras fez um trabalho de estruturação de longo prazo e colhe os frutos desse processo. Por mais que alguns jogadores subam para o profissional, a base está consolidada, e segue seu ciclo natural para revelar novos atletas. Esse fator permite ao clube continuar forte nas competições de juniores, mesmo cedendo nomes importantes ao elenco principal”, destaca Júnior Chávare, dirigente com experiência em captação e formação de jogadores em clubes como São Paulo, Grêmio e Atlético Mineiro, e que hoje é executivo de futebol da Ferroviária.

Cria da base na Inglaterra

Autor do gol da vitória sobre o Corinthians que assegurou a vaga do Palmeiras à final do Brasileirão Sub-20, o meio-campista Pedro Lima foi o último atleta formado na base a ser negociado. Ele foi emprestado ao Norwich, da Inglaterra. A ideia da diretoria é que o jogador se desenvolva no futebol europeu e volte a atuar pela equipe principal no ano que vem. Por entender que Pedro pode gerar valores com uma venda futura, o clube optou pela negociação apenas por empréstimo.

Para o diretor-técnico Sandro Orlandelli, que soma passagens por Arsenal, Manchester United, Internacional e seleção brasileira, atuar no futebol europeu pode trazer ganhos extremamente positivos para um atleta ainda em desenvolvimento. “A oportunidade é fantástica. Independentemente do período, seja ele um mês, seis meses ou anos, um jovem ter acesso aos treinos, ao comportamento, à disciplina, além dos desafios climáticos, da qualidade do campo, do jogo mais rápido, do maior contato corporal, tudo contribui muito para o seu desenvolvimento”, diz Orlandelli.

Pedro Lima, de 20 anos, teve apenas uma oportunidade no time principal do Palmeiras antes de ser emprestado porque Abel considera que a hierarquia tem de ser respeitada. Ele já estreou pelo Norwich. Atuou em duas partidas pelo time sub-21 da equipe inglesa. “Os estímulos de treinos para a evolução física também vão enriquecer o jogador e deixá-lo em um nível mais competitivo para um jogo de alto nível. É claro que quanto mais tempo, mais adaptabilidade e o processo de amadurecimento se torna mais sedimentado”, afirma Orlandelli.

A fase vitoriosa vivida pelo Palmeiras não se restringe somente à equipe profissional. Nas categorias de base, o clube é o atual bicampeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior e tem chance de conquistar o quarto título do Campeonato Brasileiro Sub-20. Nesta quinta-feira, dia 7, às 11h, enfrenta o Flamengo pelo título. A decisão é em jogo único, no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda.

A presença em mais uma decisão reafirma o protagonismo da base alviverde, que tem fornecido muitos talentos ao elenco principal nos últimos anos. Só nesta temporada, foram promovidos sete jovens ao elenco profissional: Garcia, Vanderlan, Naves, Fabinho, Jhon Jhon, Endrick e Giovani, este último já deixou o clube depois de ser negociado com o Al-Sadd, do Catar.

Atualmente, dez dos 28 jogadores que integram o time profissional sob o comando de Abel foram formados na base. São eles: o goleiro Mateus, o zagueiro Naves, os laterais Garcia e Vanderlan, os meio-campistas Fabinho, Gabriel Menino, Jhon Jhon e Luís Guilherme e os atacantes Kevin e Endrick. A virada de chave na base do Palmeiras ocorreu entre 2014 e 2015, quando as categorias inferiores foram reestruturadas e passaram a receber mais investimentos, o que se refletiu em títulos e revelações que geraram ganhos esportivos e financeiros ao clube.

Kevin brilhou na base e subiu ao profissional do Palmeiras Foto: Fabio Menotti/Palmeiras

Desde 2017, no sub-20, foram dois títulos do Brasileiro e dois da Copa do Brasil, além do bicampeonato da Copa São Paulo, que o time nunca havia vencido. Já no sub-17, a equipe conquistou dois títulos mundiais de forma invicta, além de quatro Copas nacionais e um Brasileiro.

“O mercado brasileiro tem cinco grandes clubes com um trabalho de formação diferenciados dos demais, englobando captação, desenvolvimento e promoção de atletas. O do Palmeiras, entre esses cinco, destoa cada vez mais, a cada ano, dos outros quatro. A superioridade de suas equipes em campo, em vários torneios, permite que o clube conquiste as competições, tanto atuando com atletas mais novos que os demais quanto, quase sempre, sem os principais destaques de cada geração que são promovidos”, opina Thiago Freitas, COO da Roc Nation, empresa que gerencia as carreiras de Endrick, Vini Jr e Gabriel Martinelli.

As outras equipes que trabalham com competência suas categorias inferiores são, na avaliação do profissional, Athletico-PR, Flamengo, Fluminense e Red Bull Bragantino.

Segundo Freitas, um diferencial do Palmeiras é “a clara compreensão de que a promoção precoce de um jovem para a equipe principal exige mobilização para diversas promoções a categorias superiores”. Isso foi crucial para que o clube se tornasse a primeira opção de qualquer um que identifica um atleta muito superior à média”, avalia.

O bom desempenho das Crias da Academia é acompanhado de perto por Abel Ferreira, que tem na promoção de jovens um dos pilares de seu trabalho. Ele entende que a terceira opção de cada posição tem, sempre, de ser um “miúdo”, como chama os jovens jogadores.

Desde que chegou ao comando do clube, em novembro de 2020, Abel integrou 23 atletas ao elenco principal. Ao todo, 35 jogadores formados na base foram utilizados pelo técnico português. Endrick, Giovani e Luis Guilherme, por exemplo, foram promovidos pelo treinador no período.

Endrick com Abel Ferreira, que tem dado poucos minutos ao jovem Foto: Nelson Almeida/ AFP

O técnico, porém, é alvo de constantes críticas dos palmeirenses por, em muitos momentos, dar mais chances a atletas contestados, como Breno Lopes, do que para garotos talentosos recém-promovidos ao profissional, caso do atacante Kevin, eleito o craque da Copinha no início do ano. Ele cita sempre “hierarquia” e “meritocracia” para justificar suas opções por preterir jovens.

“É minha função, enquanto treinador, tomar decisões. Para isso que me escolhem. Se perguntar para 16 milhões de palmeirenses, cada um iria escolher um, mas sou eu que decido. É a minha função escolher”, avisou o técnico no mês passado ao mandar um recado aos “torcedores chatos”.

Base fonte de receita

Além do retorno esportivo, a base tem sido uma importante fonte de receitas para o Palmeiras. Apenas contabilizando as vendas mais recentes, de Endrick, Danilo e Giovani, o clube faturou 100 milhões de euros, cerca de R$ 500 milhões. Pouco utilizado por Abel Ferreira, o jovem de 17 anos, que deixará o clube quando completar 18 em julho do ano que vem, foi vendido por 72 milhões de euros e protagoniza a maior venda da história do time alviverde.

“O Palmeiras fez um trabalho de estruturação de longo prazo e colhe os frutos desse processo. Por mais que alguns jogadores subam para o profissional, a base está consolidada, e segue seu ciclo natural para revelar novos atletas. Esse fator permite ao clube continuar forte nas competições de juniores, mesmo cedendo nomes importantes ao elenco principal”, destaca Júnior Chávare, dirigente com experiência em captação e formação de jogadores em clubes como São Paulo, Grêmio e Atlético Mineiro, e que hoje é executivo de futebol da Ferroviária.

Cria da base na Inglaterra

Autor do gol da vitória sobre o Corinthians que assegurou a vaga do Palmeiras à final do Brasileirão Sub-20, o meio-campista Pedro Lima foi o último atleta formado na base a ser negociado. Ele foi emprestado ao Norwich, da Inglaterra. A ideia da diretoria é que o jogador se desenvolva no futebol europeu e volte a atuar pela equipe principal no ano que vem. Por entender que Pedro pode gerar valores com uma venda futura, o clube optou pela negociação apenas por empréstimo.

Para o diretor-técnico Sandro Orlandelli, que soma passagens por Arsenal, Manchester United, Internacional e seleção brasileira, atuar no futebol europeu pode trazer ganhos extremamente positivos para um atleta ainda em desenvolvimento. “A oportunidade é fantástica. Independentemente do período, seja ele um mês, seis meses ou anos, um jovem ter acesso aos treinos, ao comportamento, à disciplina, além dos desafios climáticos, da qualidade do campo, do jogo mais rápido, do maior contato corporal, tudo contribui muito para o seu desenvolvimento”, diz Orlandelli.

Pedro Lima, de 20 anos, teve apenas uma oportunidade no time principal do Palmeiras antes de ser emprestado porque Abel considera que a hierarquia tem de ser respeitada. Ele já estreou pelo Norwich. Atuou em duas partidas pelo time sub-21 da equipe inglesa. “Os estímulos de treinos para a evolução física também vão enriquecer o jogador e deixá-lo em um nível mais competitivo para um jogo de alto nível. É claro que quanto mais tempo, mais adaptabilidade e o processo de amadurecimento se torna mais sedimentado”, afirma Orlandelli.

A fase vitoriosa vivida pelo Palmeiras não se restringe somente à equipe profissional. Nas categorias de base, o clube é o atual bicampeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior e tem chance de conquistar o quarto título do Campeonato Brasileiro Sub-20. Nesta quinta-feira, dia 7, às 11h, enfrenta o Flamengo pelo título. A decisão é em jogo único, no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda.

A presença em mais uma decisão reafirma o protagonismo da base alviverde, que tem fornecido muitos talentos ao elenco principal nos últimos anos. Só nesta temporada, foram promovidos sete jovens ao elenco profissional: Garcia, Vanderlan, Naves, Fabinho, Jhon Jhon, Endrick e Giovani, este último já deixou o clube depois de ser negociado com o Al-Sadd, do Catar.

Atualmente, dez dos 28 jogadores que integram o time profissional sob o comando de Abel foram formados na base. São eles: o goleiro Mateus, o zagueiro Naves, os laterais Garcia e Vanderlan, os meio-campistas Fabinho, Gabriel Menino, Jhon Jhon e Luís Guilherme e os atacantes Kevin e Endrick. A virada de chave na base do Palmeiras ocorreu entre 2014 e 2015, quando as categorias inferiores foram reestruturadas e passaram a receber mais investimentos, o que se refletiu em títulos e revelações que geraram ganhos esportivos e financeiros ao clube.

Kevin brilhou na base e subiu ao profissional do Palmeiras Foto: Fabio Menotti/Palmeiras

Desde 2017, no sub-20, foram dois títulos do Brasileiro e dois da Copa do Brasil, além do bicampeonato da Copa São Paulo, que o time nunca havia vencido. Já no sub-17, a equipe conquistou dois títulos mundiais de forma invicta, além de quatro Copas nacionais e um Brasileiro.

“O mercado brasileiro tem cinco grandes clubes com um trabalho de formação diferenciados dos demais, englobando captação, desenvolvimento e promoção de atletas. O do Palmeiras, entre esses cinco, destoa cada vez mais, a cada ano, dos outros quatro. A superioridade de suas equipes em campo, em vários torneios, permite que o clube conquiste as competições, tanto atuando com atletas mais novos que os demais quanto, quase sempre, sem os principais destaques de cada geração que são promovidos”, opina Thiago Freitas, COO da Roc Nation, empresa que gerencia as carreiras de Endrick, Vini Jr e Gabriel Martinelli.

As outras equipes que trabalham com competência suas categorias inferiores são, na avaliação do profissional, Athletico-PR, Flamengo, Fluminense e Red Bull Bragantino.

Segundo Freitas, um diferencial do Palmeiras é “a clara compreensão de que a promoção precoce de um jovem para a equipe principal exige mobilização para diversas promoções a categorias superiores”. Isso foi crucial para que o clube se tornasse a primeira opção de qualquer um que identifica um atleta muito superior à média”, avalia.

O bom desempenho das Crias da Academia é acompanhado de perto por Abel Ferreira, que tem na promoção de jovens um dos pilares de seu trabalho. Ele entende que a terceira opção de cada posição tem, sempre, de ser um “miúdo”, como chama os jovens jogadores.

Desde que chegou ao comando do clube, em novembro de 2020, Abel integrou 23 atletas ao elenco principal. Ao todo, 35 jogadores formados na base foram utilizados pelo técnico português. Endrick, Giovani e Luis Guilherme, por exemplo, foram promovidos pelo treinador no período.

Endrick com Abel Ferreira, que tem dado poucos minutos ao jovem Foto: Nelson Almeida/ AFP

O técnico, porém, é alvo de constantes críticas dos palmeirenses por, em muitos momentos, dar mais chances a atletas contestados, como Breno Lopes, do que para garotos talentosos recém-promovidos ao profissional, caso do atacante Kevin, eleito o craque da Copinha no início do ano. Ele cita sempre “hierarquia” e “meritocracia” para justificar suas opções por preterir jovens.

“É minha função, enquanto treinador, tomar decisões. Para isso que me escolhem. Se perguntar para 16 milhões de palmeirenses, cada um iria escolher um, mas sou eu que decido. É a minha função escolher”, avisou o técnico no mês passado ao mandar um recado aos “torcedores chatos”.

Base fonte de receita

Além do retorno esportivo, a base tem sido uma importante fonte de receitas para o Palmeiras. Apenas contabilizando as vendas mais recentes, de Endrick, Danilo e Giovani, o clube faturou 100 milhões de euros, cerca de R$ 500 milhões. Pouco utilizado por Abel Ferreira, o jovem de 17 anos, que deixará o clube quando completar 18 em julho do ano que vem, foi vendido por 72 milhões de euros e protagoniza a maior venda da história do time alviverde.

“O Palmeiras fez um trabalho de estruturação de longo prazo e colhe os frutos desse processo. Por mais que alguns jogadores subam para o profissional, a base está consolidada, e segue seu ciclo natural para revelar novos atletas. Esse fator permite ao clube continuar forte nas competições de juniores, mesmo cedendo nomes importantes ao elenco principal”, destaca Júnior Chávare, dirigente com experiência em captação e formação de jogadores em clubes como São Paulo, Grêmio e Atlético Mineiro, e que hoje é executivo de futebol da Ferroviária.

Cria da base na Inglaterra

Autor do gol da vitória sobre o Corinthians que assegurou a vaga do Palmeiras à final do Brasileirão Sub-20, o meio-campista Pedro Lima foi o último atleta formado na base a ser negociado. Ele foi emprestado ao Norwich, da Inglaterra. A ideia da diretoria é que o jogador se desenvolva no futebol europeu e volte a atuar pela equipe principal no ano que vem. Por entender que Pedro pode gerar valores com uma venda futura, o clube optou pela negociação apenas por empréstimo.

Para o diretor-técnico Sandro Orlandelli, que soma passagens por Arsenal, Manchester United, Internacional e seleção brasileira, atuar no futebol europeu pode trazer ganhos extremamente positivos para um atleta ainda em desenvolvimento. “A oportunidade é fantástica. Independentemente do período, seja ele um mês, seis meses ou anos, um jovem ter acesso aos treinos, ao comportamento, à disciplina, além dos desafios climáticos, da qualidade do campo, do jogo mais rápido, do maior contato corporal, tudo contribui muito para o seu desenvolvimento”, diz Orlandelli.

Pedro Lima, de 20 anos, teve apenas uma oportunidade no time principal do Palmeiras antes de ser emprestado porque Abel considera que a hierarquia tem de ser respeitada. Ele já estreou pelo Norwich. Atuou em duas partidas pelo time sub-21 da equipe inglesa. “Os estímulos de treinos para a evolução física também vão enriquecer o jogador e deixá-lo em um nível mais competitivo para um jogo de alto nível. É claro que quanto mais tempo, mais adaptabilidade e o processo de amadurecimento se torna mais sedimentado”, afirma Orlandelli.

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