Passinho é esporte? Danças urbanas buscam espaço no embalo do breaking na Olimpíada


André DB é exemplo de dançarino que se entende como atleta e divide lado artístico com circuito competitivo

Por Bruno Accorsi

Um dia no palco como dançarino de apoio de artistas famosos, outro participando de competições como atleta. Essa é a vida de André Oliveira, conhecido apenas como André DB, que já apareceu em videoclipe de Anitta e se apresentou ao lado de Ludmilla. Também percorre a Europa fazendo workshops, participa de um espetáculo de circo contemporâneo no Rio e já representou o Brasil em um mundial de danças urbanas em Frankfurt. A modalidade do momento é o breaking, por causa de sua entrada na Olimpíada, mas outros estilos estão buscando e ganhando espaço como esportes, caso do passinho, especialidade de DB.

Criado no Complexo da Penha, no Rio, André começou a dançar aos 11 anos, influenciado pelo irmão mais velho. O contato inicial já foi com o passinho, estilo nascido nas favelas cariocas nos anos 2000, e também com o hip-hop, importado dos Estados Unidos. Por algum tempo, contudo, a dança foi um hobby para DB, enquanto ele trabalhava na área de manutenção de computadores.

Aos 17 anos, começou a participar de batalhas de passinho e logo conseguiu destaque no meio. Depois de ficar em terceiro lugar em sua primeira competição, ganhou mais visibilidade na cena ao ser campeão no Rio H2K, importante festival de danças urbanas que parou de ser realizado durante a pandemia de covid-19 e não foi retomado.

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André DB quer se desenvolver como atleta no meio da dança. Foto: Marcelo Maragni / Red Bull Content Pool

Naquela época, André já equilibrava o lado competitivo ao lado artístico, apresentando-se também com grupos de dança e dando workshops. Com a companhia Suave, teve a oportunidade de rodar o mundo e se apresentar em países com Bélgica, Espanha e Portugal, ampliando seu repertório. “Sou muito do desafio. Gosto de cair para dentro das coisas. Se eu gosto, vou querer estudar e praticar”, diz o dançarino ao Estadão.

Professor, coreógrafo e estudioso da dança, DB vem se aprofundando em outros estilos, como o vogue, por exemplo. Isso o ajuda em competições mais gerais de danças urbanas, nas quais diferentes gêneros da chamada street dance se misturam. É o caso do Red Bull Dance Your Style, que terá a final de sua edição brasileira neste sábado, na Praça das Artes, em São Paulo.

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No campeonato, especialistas em diversas danças competem entre si, em batalhas de improvisação. O estilos são muitos: hip-hop, locking, vogue, popping, house, passinho, entre outros. No ano passado, André foi o campeão e representou o Brasil na edição mundial do evento, em Frankfurt. “

Pra mim é muito diferente. Essas batalhas de danças urbanas estão chegando agora, então é difícil dentro dessa batalha tocar um beat de funk, que é o ritmo do passinho. Eu tenho que me sobressair duas vezes mais para passar para a próxima fase, mas a energia é surreal e eu gosto desse desafio, por isso estou estudando todo os tipos de dança.”

O lado competidor vem aflorando cada vez mais em André DB, até em razão da adrenalina proporcionada por esse tipo de evento, diferente do sentimento cultivado durante shows ou apresentações em teatros. Ele também entende que o crescimento do circuito de competições pode dar mais visibilidade à cultura das danças de rua.

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“Eu estou nesse meio de virar um atleta como com a minha dança. A minha dança está crescendo agora, assim como cresceu o breaking, que agora é uma uma modalidade olímpica”, diz. “Estou nessa de conciliar datas de apresentações e batalhas, mas tenho conseguido fazer as duas coisas. Mas eu focaria nessa área de treinar mais para participar de competições, porque acho que, participando das batalhas, representando uma cultura, representado o passinho, eu posso ter mais oportunidades e gerar mais oportunidades para as pessoas do movimento.”

Há espaço para outras danças urbanas na Olimpíada?

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DB vislumbra até um futuro em que outras danças urbanas trilhem o caminho do breaking e ganhem oportunidade no quadro olímpico. “Eu torço para que um dia isso aconteça. O movimento do passinho é muito forte, tem suas bases, suas características, bebe muito de outras fontes também. Acho que encaixaria muito nesse lugar”.

A materialização desse sonho, contudo, está distante atualmente. Leony Pinheiro, único b-boy com chance de representar o breaking brasileiro na Olimpíada de Paris-2024, vê potencial no desenvolvimento do passinho e outras danças urbanas como esporte, mas considera pouco provável que sigam os passos do breaking, que é uma modalidade mais versátil.

“Acho difícil. De todas as danças urbanas, o breaking é aquele que mais pede condicionamento corporal, que tem mais movimentos elaborados. Então, é muito difícil outra dança virar esporte olímpico. Há muito tempo o pessoal tenta colocar salsa acrobática e não consegue. Acho que o break dance foi uma parada muito específica. Virar esporte até vejo, mas difícil entrar na Olimpíada”, opina Leony ao Estadão.

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Desenvolvimento em meio à marginalização

Especialidade de DB, o passinho ainda é alvo de preconceito, por sua origem periférica, mas o dançarino vê o estilo saindo do espectro da marginalização. “Muita coisa já foi mudada, mas tem muita coisa para mudar. A dança urbana, o passinho é muito marginalizado ainda. Porém, está sendo incrível, está crescendo bastante e movimento está sendo visto. Eu já participei de clipes, de comerciais... a galera está vendo o passinho, que está sendo tirado dessa área marginalização.”

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Quanto ao cenário do street dance no Brasil, André entende que ainda há muito o que ser desenvolvido. As principais competições do gênero estão nos Estados Unidos ou na Europa, caso do Hip Hop International, sediado em Los Angeles, o Urban Street Jam, espalhado pelo estado da California, e o The Notorious IBE, que tem Amsterdam como palco.

“São culturas diferentes, mas a dança lá fora é mil vezes mais abraçada aqui do que no Brasil. Em teatros, tem polos, coisas pontuadas para esse meio da dança. Os dançarinos são patrocinados, muitos têm carteira assinada com a dança. Aqui é mais difícil conseguir trabalhar nesta área, tem menos oportunidades”, comenta.

Conheça outros estilos de danças urbanas:

  • Locking: O estilo é associado ao funk americano e se baseia em movimentos de travamentos. O dançarino alterna entre repetições de movimentos rápidos e poses ‘congeladas’.
  • House: Foi desenvolvido em Chicago e Nova York, com o som da vertente eletrônica house como trilha sonora. Tem os movimentos rápidos dos pés como característica mais marcante.
  • Popping: Parte da cultura hip-hop e criada na década de 1970, consiste na técnica de contrair e relaxar os músculos rapidamente para causar a impressão de movimentos mais ‘robotizados’.
  • Vogue/voguing: Linhas, posições e elegância são os fundamentos do estilo originado em meio à cena Ballroom, subcultura LGBTQI+ americana nascida nos anos 1980. É caracterizada por controles de braços com movimentos precisos e linhas bem definidas, além de movimentos expressivos de mãos e diferentes tipos de passos.

Um dia no palco como dançarino de apoio de artistas famosos, outro participando de competições como atleta. Essa é a vida de André Oliveira, conhecido apenas como André DB, que já apareceu em videoclipe de Anitta e se apresentou ao lado de Ludmilla. Também percorre a Europa fazendo workshops, participa de um espetáculo de circo contemporâneo no Rio e já representou o Brasil em um mundial de danças urbanas em Frankfurt. A modalidade do momento é o breaking, por causa de sua entrada na Olimpíada, mas outros estilos estão buscando e ganhando espaço como esportes, caso do passinho, especialidade de DB.

Criado no Complexo da Penha, no Rio, André começou a dançar aos 11 anos, influenciado pelo irmão mais velho. O contato inicial já foi com o passinho, estilo nascido nas favelas cariocas nos anos 2000, e também com o hip-hop, importado dos Estados Unidos. Por algum tempo, contudo, a dança foi um hobby para DB, enquanto ele trabalhava na área de manutenção de computadores.

Aos 17 anos, começou a participar de batalhas de passinho e logo conseguiu destaque no meio. Depois de ficar em terceiro lugar em sua primeira competição, ganhou mais visibilidade na cena ao ser campeão no Rio H2K, importante festival de danças urbanas que parou de ser realizado durante a pandemia de covid-19 e não foi retomado.

André DB quer se desenvolver como atleta no meio da dança. Foto: Marcelo Maragni / Red Bull Content Pool

Naquela época, André já equilibrava o lado competitivo ao lado artístico, apresentando-se também com grupos de dança e dando workshops. Com a companhia Suave, teve a oportunidade de rodar o mundo e se apresentar em países com Bélgica, Espanha e Portugal, ampliando seu repertório. “Sou muito do desafio. Gosto de cair para dentro das coisas. Se eu gosto, vou querer estudar e praticar”, diz o dançarino ao Estadão.

Professor, coreógrafo e estudioso da dança, DB vem se aprofundando em outros estilos, como o vogue, por exemplo. Isso o ajuda em competições mais gerais de danças urbanas, nas quais diferentes gêneros da chamada street dance se misturam. É o caso do Red Bull Dance Your Style, que terá a final de sua edição brasileira neste sábado, na Praça das Artes, em São Paulo.

No campeonato, especialistas em diversas danças competem entre si, em batalhas de improvisação. O estilos são muitos: hip-hop, locking, vogue, popping, house, passinho, entre outros. No ano passado, André foi o campeão e representou o Brasil na edição mundial do evento, em Frankfurt. “

Pra mim é muito diferente. Essas batalhas de danças urbanas estão chegando agora, então é difícil dentro dessa batalha tocar um beat de funk, que é o ritmo do passinho. Eu tenho que me sobressair duas vezes mais para passar para a próxima fase, mas a energia é surreal e eu gosto desse desafio, por isso estou estudando todo os tipos de dança.”

O lado competidor vem aflorando cada vez mais em André DB, até em razão da adrenalina proporcionada por esse tipo de evento, diferente do sentimento cultivado durante shows ou apresentações em teatros. Ele também entende que o crescimento do circuito de competições pode dar mais visibilidade à cultura das danças de rua.

“Eu estou nesse meio de virar um atleta como com a minha dança. A minha dança está crescendo agora, assim como cresceu o breaking, que agora é uma uma modalidade olímpica”, diz. “Estou nessa de conciliar datas de apresentações e batalhas, mas tenho conseguido fazer as duas coisas. Mas eu focaria nessa área de treinar mais para participar de competições, porque acho que, participando das batalhas, representando uma cultura, representado o passinho, eu posso ter mais oportunidades e gerar mais oportunidades para as pessoas do movimento.”

Há espaço para outras danças urbanas na Olimpíada?

DB vislumbra até um futuro em que outras danças urbanas trilhem o caminho do breaking e ganhem oportunidade no quadro olímpico. “Eu torço para que um dia isso aconteça. O movimento do passinho é muito forte, tem suas bases, suas características, bebe muito de outras fontes também. Acho que encaixaria muito nesse lugar”.

A materialização desse sonho, contudo, está distante atualmente. Leony Pinheiro, único b-boy com chance de representar o breaking brasileiro na Olimpíada de Paris-2024, vê potencial no desenvolvimento do passinho e outras danças urbanas como esporte, mas considera pouco provável que sigam os passos do breaking, que é uma modalidade mais versátil.

“Acho difícil. De todas as danças urbanas, o breaking é aquele que mais pede condicionamento corporal, que tem mais movimentos elaborados. Então, é muito difícil outra dança virar esporte olímpico. Há muito tempo o pessoal tenta colocar salsa acrobática e não consegue. Acho que o break dance foi uma parada muito específica. Virar esporte até vejo, mas difícil entrar na Olimpíada”, opina Leony ao Estadão.

Desenvolvimento em meio à marginalização

Especialidade de DB, o passinho ainda é alvo de preconceito, por sua origem periférica, mas o dançarino vê o estilo saindo do espectro da marginalização. “Muita coisa já foi mudada, mas tem muita coisa para mudar. A dança urbana, o passinho é muito marginalizado ainda. Porém, está sendo incrível, está crescendo bastante e movimento está sendo visto. Eu já participei de clipes, de comerciais... a galera está vendo o passinho, que está sendo tirado dessa área marginalização.”

Quanto ao cenário do street dance no Brasil, André entende que ainda há muito o que ser desenvolvido. As principais competições do gênero estão nos Estados Unidos ou na Europa, caso do Hip Hop International, sediado em Los Angeles, o Urban Street Jam, espalhado pelo estado da California, e o The Notorious IBE, que tem Amsterdam como palco.

“São culturas diferentes, mas a dança lá fora é mil vezes mais abraçada aqui do que no Brasil. Em teatros, tem polos, coisas pontuadas para esse meio da dança. Os dançarinos são patrocinados, muitos têm carteira assinada com a dança. Aqui é mais difícil conseguir trabalhar nesta área, tem menos oportunidades”, comenta.

Conheça outros estilos de danças urbanas:

  • Locking: O estilo é associado ao funk americano e se baseia em movimentos de travamentos. O dançarino alterna entre repetições de movimentos rápidos e poses ‘congeladas’.
  • House: Foi desenvolvido em Chicago e Nova York, com o som da vertente eletrônica house como trilha sonora. Tem os movimentos rápidos dos pés como característica mais marcante.
  • Popping: Parte da cultura hip-hop e criada na década de 1970, consiste na técnica de contrair e relaxar os músculos rapidamente para causar a impressão de movimentos mais ‘robotizados’.
  • Vogue/voguing: Linhas, posições e elegância são os fundamentos do estilo originado em meio à cena Ballroom, subcultura LGBTQI+ americana nascida nos anos 1980. É caracterizada por controles de braços com movimentos precisos e linhas bem definidas, além de movimentos expressivos de mãos e diferentes tipos de passos.

Um dia no palco como dançarino de apoio de artistas famosos, outro participando de competições como atleta. Essa é a vida de André Oliveira, conhecido apenas como André DB, que já apareceu em videoclipe de Anitta e se apresentou ao lado de Ludmilla. Também percorre a Europa fazendo workshops, participa de um espetáculo de circo contemporâneo no Rio e já representou o Brasil em um mundial de danças urbanas em Frankfurt. A modalidade do momento é o breaking, por causa de sua entrada na Olimpíada, mas outros estilos estão buscando e ganhando espaço como esportes, caso do passinho, especialidade de DB.

Criado no Complexo da Penha, no Rio, André começou a dançar aos 11 anos, influenciado pelo irmão mais velho. O contato inicial já foi com o passinho, estilo nascido nas favelas cariocas nos anos 2000, e também com o hip-hop, importado dos Estados Unidos. Por algum tempo, contudo, a dança foi um hobby para DB, enquanto ele trabalhava na área de manutenção de computadores.

Aos 17 anos, começou a participar de batalhas de passinho e logo conseguiu destaque no meio. Depois de ficar em terceiro lugar em sua primeira competição, ganhou mais visibilidade na cena ao ser campeão no Rio H2K, importante festival de danças urbanas que parou de ser realizado durante a pandemia de covid-19 e não foi retomado.

André DB quer se desenvolver como atleta no meio da dança. Foto: Marcelo Maragni / Red Bull Content Pool

Naquela época, André já equilibrava o lado competitivo ao lado artístico, apresentando-se também com grupos de dança e dando workshops. Com a companhia Suave, teve a oportunidade de rodar o mundo e se apresentar em países com Bélgica, Espanha e Portugal, ampliando seu repertório. “Sou muito do desafio. Gosto de cair para dentro das coisas. Se eu gosto, vou querer estudar e praticar”, diz o dançarino ao Estadão.

Professor, coreógrafo e estudioso da dança, DB vem se aprofundando em outros estilos, como o vogue, por exemplo. Isso o ajuda em competições mais gerais de danças urbanas, nas quais diferentes gêneros da chamada street dance se misturam. É o caso do Red Bull Dance Your Style, que terá a final de sua edição brasileira neste sábado, na Praça das Artes, em São Paulo.

No campeonato, especialistas em diversas danças competem entre si, em batalhas de improvisação. O estilos são muitos: hip-hop, locking, vogue, popping, house, passinho, entre outros. No ano passado, André foi o campeão e representou o Brasil na edição mundial do evento, em Frankfurt. “

Pra mim é muito diferente. Essas batalhas de danças urbanas estão chegando agora, então é difícil dentro dessa batalha tocar um beat de funk, que é o ritmo do passinho. Eu tenho que me sobressair duas vezes mais para passar para a próxima fase, mas a energia é surreal e eu gosto desse desafio, por isso estou estudando todo os tipos de dança.”

O lado competidor vem aflorando cada vez mais em André DB, até em razão da adrenalina proporcionada por esse tipo de evento, diferente do sentimento cultivado durante shows ou apresentações em teatros. Ele também entende que o crescimento do circuito de competições pode dar mais visibilidade à cultura das danças de rua.

“Eu estou nesse meio de virar um atleta como com a minha dança. A minha dança está crescendo agora, assim como cresceu o breaking, que agora é uma uma modalidade olímpica”, diz. “Estou nessa de conciliar datas de apresentações e batalhas, mas tenho conseguido fazer as duas coisas. Mas eu focaria nessa área de treinar mais para participar de competições, porque acho que, participando das batalhas, representando uma cultura, representado o passinho, eu posso ter mais oportunidades e gerar mais oportunidades para as pessoas do movimento.”

Há espaço para outras danças urbanas na Olimpíada?

DB vislumbra até um futuro em que outras danças urbanas trilhem o caminho do breaking e ganhem oportunidade no quadro olímpico. “Eu torço para que um dia isso aconteça. O movimento do passinho é muito forte, tem suas bases, suas características, bebe muito de outras fontes também. Acho que encaixaria muito nesse lugar”.

A materialização desse sonho, contudo, está distante atualmente. Leony Pinheiro, único b-boy com chance de representar o breaking brasileiro na Olimpíada de Paris-2024, vê potencial no desenvolvimento do passinho e outras danças urbanas como esporte, mas considera pouco provável que sigam os passos do breaking, que é uma modalidade mais versátil.

“Acho difícil. De todas as danças urbanas, o breaking é aquele que mais pede condicionamento corporal, que tem mais movimentos elaborados. Então, é muito difícil outra dança virar esporte olímpico. Há muito tempo o pessoal tenta colocar salsa acrobática e não consegue. Acho que o break dance foi uma parada muito específica. Virar esporte até vejo, mas difícil entrar na Olimpíada”, opina Leony ao Estadão.

Desenvolvimento em meio à marginalização

Especialidade de DB, o passinho ainda é alvo de preconceito, por sua origem periférica, mas o dançarino vê o estilo saindo do espectro da marginalização. “Muita coisa já foi mudada, mas tem muita coisa para mudar. A dança urbana, o passinho é muito marginalizado ainda. Porém, está sendo incrível, está crescendo bastante e movimento está sendo visto. Eu já participei de clipes, de comerciais... a galera está vendo o passinho, que está sendo tirado dessa área marginalização.”

Quanto ao cenário do street dance no Brasil, André entende que ainda há muito o que ser desenvolvido. As principais competições do gênero estão nos Estados Unidos ou na Europa, caso do Hip Hop International, sediado em Los Angeles, o Urban Street Jam, espalhado pelo estado da California, e o The Notorious IBE, que tem Amsterdam como palco.

“São culturas diferentes, mas a dança lá fora é mil vezes mais abraçada aqui do que no Brasil. Em teatros, tem polos, coisas pontuadas para esse meio da dança. Os dançarinos são patrocinados, muitos têm carteira assinada com a dança. Aqui é mais difícil conseguir trabalhar nesta área, tem menos oportunidades”, comenta.

Conheça outros estilos de danças urbanas:

  • Locking: O estilo é associado ao funk americano e se baseia em movimentos de travamentos. O dançarino alterna entre repetições de movimentos rápidos e poses ‘congeladas’.
  • House: Foi desenvolvido em Chicago e Nova York, com o som da vertente eletrônica house como trilha sonora. Tem os movimentos rápidos dos pés como característica mais marcante.
  • Popping: Parte da cultura hip-hop e criada na década de 1970, consiste na técnica de contrair e relaxar os músculos rapidamente para causar a impressão de movimentos mais ‘robotizados’.
  • Vogue/voguing: Linhas, posições e elegância são os fundamentos do estilo originado em meio à cena Ballroom, subcultura LGBTQI+ americana nascida nos anos 1980. É caracterizada por controles de braços com movimentos precisos e linhas bem definidas, além de movimentos expressivos de mãos e diferentes tipos de passos.

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