O que é jogar bem?


Palmeiras e Flamengo, cada um à sua maneira, executam bem seus planos de jogo

Por Paulo Calçade

Seria o Barcelona multicampeão de Pep Guardiola ou o Leicester, o improvável campeão inglês de Claudio Ranieri? O Palmeiras, líder do Brasileirão, ou o ascendente Flamengo, que neste domingo venceu o Cruzeiro de virada? Entre jogar bem e jogar bonito existe uma diferença muito grande, um mar de conceitos que devem ser compreendidos e analisados.

As perguntas produzirão respostas diferentes e provavelmente virão carregadas de ambiguidade, referendadas exclusivamente pelo resultado, bem mais simples de enxergar. Mas nem sempre quem aparentemente joga bonito possui futebol eficaz ou joga bem.

A recuperação estética é tema atual e necessário para que possamos marcar um reencontro com a nossa história, construída basicamente sobre atuações e avaliações individuais. Temos enorme dificuldade em admitir que futebol de qualidade é praticado coletivamente. Quando ele se rompeu no Brasil, era fruto da soma de atuações individuais, e sempre com a bola.

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Para recuperar nossas características estéticas fundamentais deverá ocorrer uma adaptação entre a qualidade técnica individual, que formou times e seleções campeãs no passado, e as demandas do futebol contemporâneo.

Hoje, os jogadores passam cerca de 87 minutos sem a bola, dedicados a missões e funções nem sempre visíveis, mas determinantes na construção do placar. Gerações de torcedores se formaram assistindo a partidas de baixíssima qualidade, acreditando que a vitória seria a única maneira de qualificar o trabalho, independentemente dos meios.

O Palmeiras tem estimulado essa reflexão. Bonito seu jogo não é, mas tem sido eficaz, sobretudo nas bolas paradas, uma parte importante na construção de um time. São faltas, escanteios e até cobranças de laterais extremamente bem executados.

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E isso basta para o torcedor, independentemente se em alguns momentos a equipe se desvie de sua natureza. Ocorre pela tendência do meio de campo substituir as associações e os passes por bolas carregadas por Tchê Tchê e pelos atacantes, que recuam para encurtar distâncias e lançar a bola para a área.

Outro diferencial do time está na opção pela marcação encaixada, na qual marcadores e marcados ficam bem definidos. O problema é que nem sempre a defesa estará organizada em função dos deslocamentos. Mesmo assim é a segunda melhor do campeonato, com 25 gols sofridos. E o ataque, com 47 gols, também supera a concorrência.

O Palmeiras encontrou o seu caminho e não vai mudar. Com esses números e a liderança do Brasileiro, embora tenha apenas um ponto de vantagem sobre o Flamengo, Cuca já sedimentou suas ideias. Diferentemente do Palmeiras, o Flamengo é uma novidade. Foi sendo montado com o campeonato em andamento, passou por crises e dúvidas em relação ao seu treinador depois da saída de Muricy Ramalho.

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Com a chegada de vários jogadores, Zé Ricardo pacificou o time e adquiriu futebol, montado em torno de nomes que deram liga. Márcio Araújo, o primeiro volante, trabalha como poucos defensivamente, sem a bola, apesar de criticado pela torcida. William Arão tem o passe e as infiltrações, enquanto a Diego cabe dar inteligência ao setor e definir um estilo.

Palmeiras e Flamengo são equipes bastante diferentes, mas concorrem pelo título, são bem mais organizadas que o Atlético-MG, de ótimo elenco, mas de execução pobre.

Mas, então, o que é jogar bem? Resumidamente, é resolver o principal problema do jogo, ou seja, fazer gols e não sofrê-los, dentro de um modelo estabelecido. Talvez a definição seja simples demais diante da complexidade do futebol, mas é o que estão fazendo Palmeiras e Flamengo, mas com ideias bem distintas. Jogar bem e bonito já é outra história.

Seria o Barcelona multicampeão de Pep Guardiola ou o Leicester, o improvável campeão inglês de Claudio Ranieri? O Palmeiras, líder do Brasileirão, ou o ascendente Flamengo, que neste domingo venceu o Cruzeiro de virada? Entre jogar bem e jogar bonito existe uma diferença muito grande, um mar de conceitos que devem ser compreendidos e analisados.

As perguntas produzirão respostas diferentes e provavelmente virão carregadas de ambiguidade, referendadas exclusivamente pelo resultado, bem mais simples de enxergar. Mas nem sempre quem aparentemente joga bonito possui futebol eficaz ou joga bem.

A recuperação estética é tema atual e necessário para que possamos marcar um reencontro com a nossa história, construída basicamente sobre atuações e avaliações individuais. Temos enorme dificuldade em admitir que futebol de qualidade é praticado coletivamente. Quando ele se rompeu no Brasil, era fruto da soma de atuações individuais, e sempre com a bola.

Para recuperar nossas características estéticas fundamentais deverá ocorrer uma adaptação entre a qualidade técnica individual, que formou times e seleções campeãs no passado, e as demandas do futebol contemporâneo.

Hoje, os jogadores passam cerca de 87 minutos sem a bola, dedicados a missões e funções nem sempre visíveis, mas determinantes na construção do placar. Gerações de torcedores se formaram assistindo a partidas de baixíssima qualidade, acreditando que a vitória seria a única maneira de qualificar o trabalho, independentemente dos meios.

O Palmeiras tem estimulado essa reflexão. Bonito seu jogo não é, mas tem sido eficaz, sobretudo nas bolas paradas, uma parte importante na construção de um time. São faltas, escanteios e até cobranças de laterais extremamente bem executados.

E isso basta para o torcedor, independentemente se em alguns momentos a equipe se desvie de sua natureza. Ocorre pela tendência do meio de campo substituir as associações e os passes por bolas carregadas por Tchê Tchê e pelos atacantes, que recuam para encurtar distâncias e lançar a bola para a área.

Outro diferencial do time está na opção pela marcação encaixada, na qual marcadores e marcados ficam bem definidos. O problema é que nem sempre a defesa estará organizada em função dos deslocamentos. Mesmo assim é a segunda melhor do campeonato, com 25 gols sofridos. E o ataque, com 47 gols, também supera a concorrência.

O Palmeiras encontrou o seu caminho e não vai mudar. Com esses números e a liderança do Brasileiro, embora tenha apenas um ponto de vantagem sobre o Flamengo, Cuca já sedimentou suas ideias. Diferentemente do Palmeiras, o Flamengo é uma novidade. Foi sendo montado com o campeonato em andamento, passou por crises e dúvidas em relação ao seu treinador depois da saída de Muricy Ramalho.

Com a chegada de vários jogadores, Zé Ricardo pacificou o time e adquiriu futebol, montado em torno de nomes que deram liga. Márcio Araújo, o primeiro volante, trabalha como poucos defensivamente, sem a bola, apesar de criticado pela torcida. William Arão tem o passe e as infiltrações, enquanto a Diego cabe dar inteligência ao setor e definir um estilo.

Palmeiras e Flamengo são equipes bastante diferentes, mas concorrem pelo título, são bem mais organizadas que o Atlético-MG, de ótimo elenco, mas de execução pobre.

Mas, então, o que é jogar bem? Resumidamente, é resolver o principal problema do jogo, ou seja, fazer gols e não sofrê-los, dentro de um modelo estabelecido. Talvez a definição seja simples demais diante da complexidade do futebol, mas é o que estão fazendo Palmeiras e Flamengo, mas com ideias bem distintas. Jogar bem e bonito já é outra história.

Seria o Barcelona multicampeão de Pep Guardiola ou o Leicester, o improvável campeão inglês de Claudio Ranieri? O Palmeiras, líder do Brasileirão, ou o ascendente Flamengo, que neste domingo venceu o Cruzeiro de virada? Entre jogar bem e jogar bonito existe uma diferença muito grande, um mar de conceitos que devem ser compreendidos e analisados.

As perguntas produzirão respostas diferentes e provavelmente virão carregadas de ambiguidade, referendadas exclusivamente pelo resultado, bem mais simples de enxergar. Mas nem sempre quem aparentemente joga bonito possui futebol eficaz ou joga bem.

A recuperação estética é tema atual e necessário para que possamos marcar um reencontro com a nossa história, construída basicamente sobre atuações e avaliações individuais. Temos enorme dificuldade em admitir que futebol de qualidade é praticado coletivamente. Quando ele se rompeu no Brasil, era fruto da soma de atuações individuais, e sempre com a bola.

Para recuperar nossas características estéticas fundamentais deverá ocorrer uma adaptação entre a qualidade técnica individual, que formou times e seleções campeãs no passado, e as demandas do futebol contemporâneo.

Hoje, os jogadores passam cerca de 87 minutos sem a bola, dedicados a missões e funções nem sempre visíveis, mas determinantes na construção do placar. Gerações de torcedores se formaram assistindo a partidas de baixíssima qualidade, acreditando que a vitória seria a única maneira de qualificar o trabalho, independentemente dos meios.

O Palmeiras tem estimulado essa reflexão. Bonito seu jogo não é, mas tem sido eficaz, sobretudo nas bolas paradas, uma parte importante na construção de um time. São faltas, escanteios e até cobranças de laterais extremamente bem executados.

E isso basta para o torcedor, independentemente se em alguns momentos a equipe se desvie de sua natureza. Ocorre pela tendência do meio de campo substituir as associações e os passes por bolas carregadas por Tchê Tchê e pelos atacantes, que recuam para encurtar distâncias e lançar a bola para a área.

Outro diferencial do time está na opção pela marcação encaixada, na qual marcadores e marcados ficam bem definidos. O problema é que nem sempre a defesa estará organizada em função dos deslocamentos. Mesmo assim é a segunda melhor do campeonato, com 25 gols sofridos. E o ataque, com 47 gols, também supera a concorrência.

O Palmeiras encontrou o seu caminho e não vai mudar. Com esses números e a liderança do Brasileiro, embora tenha apenas um ponto de vantagem sobre o Flamengo, Cuca já sedimentou suas ideias. Diferentemente do Palmeiras, o Flamengo é uma novidade. Foi sendo montado com o campeonato em andamento, passou por crises e dúvidas em relação ao seu treinador depois da saída de Muricy Ramalho.

Com a chegada de vários jogadores, Zé Ricardo pacificou o time e adquiriu futebol, montado em torno de nomes que deram liga. Márcio Araújo, o primeiro volante, trabalha como poucos defensivamente, sem a bola, apesar de criticado pela torcida. William Arão tem o passe e as infiltrações, enquanto a Diego cabe dar inteligência ao setor e definir um estilo.

Palmeiras e Flamengo são equipes bastante diferentes, mas concorrem pelo título, são bem mais organizadas que o Atlético-MG, de ótimo elenco, mas de execução pobre.

Mas, então, o que é jogar bem? Resumidamente, é resolver o principal problema do jogo, ou seja, fazer gols e não sofrê-los, dentro de um modelo estabelecido. Talvez a definição seja simples demais diante da complexidade do futebol, mas é o que estão fazendo Palmeiras e Flamengo, mas com ideias bem distintas. Jogar bem e bonito já é outra história.

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