Depois de 12 anos de aposentadoria em Portugal, com todos os cuidados de que precisava, o garanhão Baloubet Du Rouet se ajoelhou e deixou o corpo cair no chão, sem dor e sem sofrimento. É assim que Rodrigo Pessoa lembra a morte do parceiro do título olímpico de 2004, em Atenas. Baloubet morreu no dia 7 de agosto. “Ele era um pedaço da minha vida. Logo que ele morreu, eu comecei a me lembrar de todos os momentos que vivemos juntos, os bons e os ruins”, diz o cavaleiro.
O relato de Pessoa ganha relevo não só pela conteúdo, mas também pela forma. O cavaleiro domina vários idiomas, fala rápido e às vezes mistura francês, português e inglês. Ao comentar do parceiro, escolhe as palavras, fala devagar e gagueja.
Baloubet era considerado o melhor garanhão de obstáculos do mundo: três vezes campeão mundial e duas medalhas olímpicas (um ouro e um bronze). Também protagonizou uma decepção: nos Jogos de Sydney, na Austrália, a dupla acabou sem medalha depois que o animal refugou três vezes. A prova foi transmitida em horário nobre tamanha a confiança na vitória. “Ainda bem que o Campeonato Europeu começou logo depois da morte dele. Pude desviar a mente”, diz Pessoa.