Uma das principais promessas do governo do Rio de legado olímpico, a meta de tratar 80% do esgoto despejado na Baía de Guanabara não deve ser cumprida antes dos Jogos Olímpicos de 2016. O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), admitiu nesta segunda-feira que o objetivo dificilmente será alcançado a tempo, mas minimizou o problema dizendo que as obras serão mantidas após o evento.
"Se não ficar pronto (até os Jogos), o importante é que saímos de 17% para 49%. Nós vamos perseguir para chegar a 80%. Com as obras na Baixada Fluminense que queremos lançar, nós vamos chegar. E se não chegar até as Olimpíadas, vai ficar como legado", afirmou Pezão, após uma reunião com membros do Comitê Olímpico Internacional (COI), na zona sul do Rio.
A poluição das águas da Baía de Guanabara tem sido alvo de constantes reclamações de federações e atletas de Vela, que vão disputar competições no local. Questionado sobre se haveria compreensão do COI quanto ao não cumprimento da meta, Pezão foi enfático. "Claro que sim, vamos mostrar que estamos fazendo diversos investimentos."
Poluição da Baía de Guanabara
Entre eles, estariam as obras para a despoluição das lagoas de Jacarepaguá, vizinhas ao Parque Olímpico. Essas estão paralisadas pelo Ministério Público, que pediu ao governo estadual um relatório sobre o impacto ambiental causado pelas intervenções nas lagoas. Com isso, Pezão reconheceu que esse objetivo também não deve ser concluído antes dos Jogos.
"Se não ficar pronto o tratamento das lagoas, vai ficar quase pronto. Mas está no Ministério Público. Tem uma série de questões que não dependem do Governo do Estado, mas de outros entes. As obras já estão contratadas. Agora, a gente tem de seguir todas as leis."
Por outro lado, o governador garantiu que as obras da Linha 4 do Metrô serão concluídas antes dos Jogos. Essa é uma das intervenções mais complexas que ocorrem no Rio e corria o risco de atrasar. "Chegaram quatro trens novos para a Linha 4, até dezembro chegam todos. É a obra mais cara e está andando perfeitamente. Tem umas obras que vão andar melhor e outras com as dificuldades que temos no País", justificou.