Os planos de realizar as finais da natação nos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro no final da noite são "ultrajantes", disse o técnico da equipe inglesa de natação, Jon Rudd, se juntando a uma campanha contra esse plano. A agenda definitiva de competições ainda não foi oficialmente aprovada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), mas a entidade já anunciou que os planos para realizar provas valendo medalha já foram aprovados para atender ao horário da televisão norte-americana. O plano, que colocaria o início de algumas finais às 22h para maximizar a audiência nos Estados Unidos, já provocou críticas do presidente do Comitê Olímpico Australiano, John Coates, que disse que o horário implicaria uma "exigência não razoável" aos atletas.
Rudd juntou sua voz à campanha "Diga Não à Natação Noturna", que está ganhando força entre atletas e treinadores ao redor do mundo. "É ultrajante. A melhor maneira de descrever isso é desrespeitosa com os atletas, desrespeitosa com o evento e ao que a Olimpíada significa", disse ele ao site swimvortex.com.
Rudd, que também treina a nadadora lituana Ruta Meilutyte, campeã olímpica dos 100 metros nado peito, disse que haverá questões sérias provocadas pelo horário noturno das finais.
"Se você está me perguntando se é a decisão correta, se os nadadores foram consultados e se o desempenho dos atletas foi levado em conta ao se tomar essa decisão, então não", disse. "Agora, vamos ter que viver com isso, mas é uma vergonha que essa tenha sido a decisão a qual chegamos como esporte", acrescentou.
"É um resultado realmente frustrante. Também parece haver muito jogo de empurra: o COI dizendo que é a Fina, a Fina dizendo que é o COI, e ambas dizendo que os atletas estão de acordo com isso, quando eles claramente não estão. É uma vergonha", afirmou. "Para muitos, esse será o auge de suas carreiras e eles podem não ter o ambiente correto para talvez produzir a performance que você esperaria que eles produzissem", acrescentou.
Não seria a primeira vez que as finais da natação da Olimpíada são alvo de críticas. Nos Jogos de Pequim em 2008 as provas tiveram seu horário alterada e foram disputadas pela manhã para coincidir com o horário nobre das TVs nos Estados Unidos, apesar da reclamação de atletas. As provas decisivas na Olimpíada de 2012 em Londres começavam no máximo às 21h.