Prata em Tóquio, cavaleiro brasileiro quer disputar Olimpíada e Paralimpíada em Paris-2024


Rodolpho Riskalla, do adestramento do hipismo, está atrás de patrocinadores para viabilizar seu projeto audacioso

Por Paulo Favero

O projeto do cavaleiro Rodolpho Riskalla é ambicioso: ele pretende disputar os Jogos de Paris duas vezes, na Olimpíada e na Paralimpíada. O atleta amputado foi medalha de prata em Tóquio, um feito inédito em sua carreira, e agora espera reunir condições para colocar em prática sua meta audaciosa.

"Eu pretendo conseguir patrocínios maiores para poder fazer isso, pois sei que precisa de um bom investimento. Tem a questão dos cavalos também, mas a ideia é preparar para poder estar nos Jogos de Paris, na Olimpíada e na Paralimpíada. Não tenho fundos próprios para bancar essa história toda. Graças a Deus eu tenho ajuda e sempre conto com alguém que compra o cavalo, outro me ajuda a pagar a inscrição da prova, mesmo assim são gastos grandes", diz.

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Rodolpho Riskalla exibe suamedalha de prata na Paralimpiada de Tóquio Foto: Taba Benedicto/Estadão

Ele até poderia ter feito isso para os Jogos de Tóquio, mas por causa da logística e também da pandemia de covid-19, ele decidiu não arriscar o pódio paralímpico em troca de uma eventual participação olímpica. Além de só ter um cavalo bom à disposição, ele era um dos cotados à medalha na Paralimpíada e optou por não correr riscos.

"Desde 2017 já faço competições convencionais, com este mesmo cavalo que fui para Tóquio, e a gente tem esse projeto para Paris. Não seria o mesmo cavalo, pois tem a viagem, quarentena, e como tinha muitas chances na Paralimpíada, não iria jogar fora essa oportunidade. Agora espero que para Paris-2024 consiga preparar os cavalos", continua.

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Se conseguir essa façanha, seria o primeiro brasileiro a disputar Olimpíada e Paralimpíada na mesma edição. Nos Jogos do Rio, por exemplo, a polonesa Natalia Partyka e a australiana Melissa Tapper, do tênis de mesa, e a iraniana Zahra Nemati, do arco e flecha, conquistaram esse objetivo. Como no hipismo isso é possível, Riskalla só precisaria conquistar a vaga nas competições internacionais. Apesar de amputado, a prótese que usa não dá vantagem esportiva em sua modalidade, por isso seria permitido.

No Japão, o segundo lugar veio na prova de hipismo na categoria adestramento classe IV (paraatletas com comprometimento leve em um ou dois membros e com deficiência visual moderada). Montado no cavalo Don Henrico, ele fez 74.659 na pontuação total, sendo superado apenas pela holandesa Sanne Voets, que marcou 76.585 e ganhou o ouro.

"É incrível. Qualquer atleta de alto nível sonha poder estar nos Jogos. Esta foi a minha segunda edição e conseguir ganhar uma medalha é sensacional. É uma emoção muito grande porque teve muito trabalho envolvido. O pessoal olha e só vê os cinco minutos que a gente está lá dentro, mas são anos de trabalho, com uma equipe por trás, para chegar lá e poder dar certo. Você tem aquele dia e aquela hora para mostrar o resultado de todo esse trabalho", explica.

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Riskalla vem de uma família de apaixonados pelo hipismo. Seu avô tinha cavalo de corrida e sua mãe dava aulas no Clube Hípico de Santo Amaro. Foi com Rosangele que ele começou a montar e a aprender, junto com a irmã. "Minha mãe também foi atleta de adestramento. Como estava envolvida, começou a dar aula para mim e para minha irmã, e começamos a montar desde pequenos. Sempre gostei de competir", diz.

Só que em 2015, quando tinha 29 anos, ele contraiu uma meningite bacteriana. Precisou ser amputado nas duas pernas abaixo do joelho, em todos os dedos da mão direita e parte dos dedos da mão esquerda. "Precisei passar por uma grande adaptação. Eu era destro e precisei virar canhoto. Tive de reaprender a andar, escrever. E precisei ter algumas adaptações no meu esporte. Mas como já pratiquei minha vida inteira, para mim foi mais fácil", revela.

O cavaleiro veio para o Brasil diretamente de Aachen, na Alemanha, onde disputou uma competição e ficou na nona posição. Ele veio para São Paulo para ser homenageado no CSI- W Indoor 2021, na Sociedade Hípica Paulista. "É importante estar no circuito internacional, principalmente na Europa e Flórida. Acredito que tenho chances de buscar a vaga no convencional, pois já sou conhecido no circuito e isso ajuda quando os julgamentos são mais subjetivos. Espero conseguir ir para os Jogos de Paris para ter o melhor resultado possível e representar bem o País", avisa.

O projeto do cavaleiro Rodolpho Riskalla é ambicioso: ele pretende disputar os Jogos de Paris duas vezes, na Olimpíada e na Paralimpíada. O atleta amputado foi medalha de prata em Tóquio, um feito inédito em sua carreira, e agora espera reunir condições para colocar em prática sua meta audaciosa.

"Eu pretendo conseguir patrocínios maiores para poder fazer isso, pois sei que precisa de um bom investimento. Tem a questão dos cavalos também, mas a ideia é preparar para poder estar nos Jogos de Paris, na Olimpíada e na Paralimpíada. Não tenho fundos próprios para bancar essa história toda. Graças a Deus eu tenho ajuda e sempre conto com alguém que compra o cavalo, outro me ajuda a pagar a inscrição da prova, mesmo assim são gastos grandes", diz.

Rodolpho Riskalla exibe suamedalha de prata na Paralimpiada de Tóquio Foto: Taba Benedicto/Estadão

Ele até poderia ter feito isso para os Jogos de Tóquio, mas por causa da logística e também da pandemia de covid-19, ele decidiu não arriscar o pódio paralímpico em troca de uma eventual participação olímpica. Além de só ter um cavalo bom à disposição, ele era um dos cotados à medalha na Paralimpíada e optou por não correr riscos.

"Desde 2017 já faço competições convencionais, com este mesmo cavalo que fui para Tóquio, e a gente tem esse projeto para Paris. Não seria o mesmo cavalo, pois tem a viagem, quarentena, e como tinha muitas chances na Paralimpíada, não iria jogar fora essa oportunidade. Agora espero que para Paris-2024 consiga preparar os cavalos", continua.

Se conseguir essa façanha, seria o primeiro brasileiro a disputar Olimpíada e Paralimpíada na mesma edição. Nos Jogos do Rio, por exemplo, a polonesa Natalia Partyka e a australiana Melissa Tapper, do tênis de mesa, e a iraniana Zahra Nemati, do arco e flecha, conquistaram esse objetivo. Como no hipismo isso é possível, Riskalla só precisaria conquistar a vaga nas competições internacionais. Apesar de amputado, a prótese que usa não dá vantagem esportiva em sua modalidade, por isso seria permitido.

No Japão, o segundo lugar veio na prova de hipismo na categoria adestramento classe IV (paraatletas com comprometimento leve em um ou dois membros e com deficiência visual moderada). Montado no cavalo Don Henrico, ele fez 74.659 na pontuação total, sendo superado apenas pela holandesa Sanne Voets, que marcou 76.585 e ganhou o ouro.

"É incrível. Qualquer atleta de alto nível sonha poder estar nos Jogos. Esta foi a minha segunda edição e conseguir ganhar uma medalha é sensacional. É uma emoção muito grande porque teve muito trabalho envolvido. O pessoal olha e só vê os cinco minutos que a gente está lá dentro, mas são anos de trabalho, com uma equipe por trás, para chegar lá e poder dar certo. Você tem aquele dia e aquela hora para mostrar o resultado de todo esse trabalho", explica.

Riskalla vem de uma família de apaixonados pelo hipismo. Seu avô tinha cavalo de corrida e sua mãe dava aulas no Clube Hípico de Santo Amaro. Foi com Rosangele que ele começou a montar e a aprender, junto com a irmã. "Minha mãe também foi atleta de adestramento. Como estava envolvida, começou a dar aula para mim e para minha irmã, e começamos a montar desde pequenos. Sempre gostei de competir", diz.

Só que em 2015, quando tinha 29 anos, ele contraiu uma meningite bacteriana. Precisou ser amputado nas duas pernas abaixo do joelho, em todos os dedos da mão direita e parte dos dedos da mão esquerda. "Precisei passar por uma grande adaptação. Eu era destro e precisei virar canhoto. Tive de reaprender a andar, escrever. E precisei ter algumas adaptações no meu esporte. Mas como já pratiquei minha vida inteira, para mim foi mais fácil", revela.

O cavaleiro veio para o Brasil diretamente de Aachen, na Alemanha, onde disputou uma competição e ficou na nona posição. Ele veio para São Paulo para ser homenageado no CSI- W Indoor 2021, na Sociedade Hípica Paulista. "É importante estar no circuito internacional, principalmente na Europa e Flórida. Acredito que tenho chances de buscar a vaga no convencional, pois já sou conhecido no circuito e isso ajuda quando os julgamentos são mais subjetivos. Espero conseguir ir para os Jogos de Paris para ter o melhor resultado possível e representar bem o País", avisa.

O projeto do cavaleiro Rodolpho Riskalla é ambicioso: ele pretende disputar os Jogos de Paris duas vezes, na Olimpíada e na Paralimpíada. O atleta amputado foi medalha de prata em Tóquio, um feito inédito em sua carreira, e agora espera reunir condições para colocar em prática sua meta audaciosa.

"Eu pretendo conseguir patrocínios maiores para poder fazer isso, pois sei que precisa de um bom investimento. Tem a questão dos cavalos também, mas a ideia é preparar para poder estar nos Jogos de Paris, na Olimpíada e na Paralimpíada. Não tenho fundos próprios para bancar essa história toda. Graças a Deus eu tenho ajuda e sempre conto com alguém que compra o cavalo, outro me ajuda a pagar a inscrição da prova, mesmo assim são gastos grandes", diz.

Rodolpho Riskalla exibe suamedalha de prata na Paralimpiada de Tóquio Foto: Taba Benedicto/Estadão

Ele até poderia ter feito isso para os Jogos de Tóquio, mas por causa da logística e também da pandemia de covid-19, ele decidiu não arriscar o pódio paralímpico em troca de uma eventual participação olímpica. Além de só ter um cavalo bom à disposição, ele era um dos cotados à medalha na Paralimpíada e optou por não correr riscos.

"Desde 2017 já faço competições convencionais, com este mesmo cavalo que fui para Tóquio, e a gente tem esse projeto para Paris. Não seria o mesmo cavalo, pois tem a viagem, quarentena, e como tinha muitas chances na Paralimpíada, não iria jogar fora essa oportunidade. Agora espero que para Paris-2024 consiga preparar os cavalos", continua.

Se conseguir essa façanha, seria o primeiro brasileiro a disputar Olimpíada e Paralimpíada na mesma edição. Nos Jogos do Rio, por exemplo, a polonesa Natalia Partyka e a australiana Melissa Tapper, do tênis de mesa, e a iraniana Zahra Nemati, do arco e flecha, conquistaram esse objetivo. Como no hipismo isso é possível, Riskalla só precisaria conquistar a vaga nas competições internacionais. Apesar de amputado, a prótese que usa não dá vantagem esportiva em sua modalidade, por isso seria permitido.

No Japão, o segundo lugar veio na prova de hipismo na categoria adestramento classe IV (paraatletas com comprometimento leve em um ou dois membros e com deficiência visual moderada). Montado no cavalo Don Henrico, ele fez 74.659 na pontuação total, sendo superado apenas pela holandesa Sanne Voets, que marcou 76.585 e ganhou o ouro.

"É incrível. Qualquer atleta de alto nível sonha poder estar nos Jogos. Esta foi a minha segunda edição e conseguir ganhar uma medalha é sensacional. É uma emoção muito grande porque teve muito trabalho envolvido. O pessoal olha e só vê os cinco minutos que a gente está lá dentro, mas são anos de trabalho, com uma equipe por trás, para chegar lá e poder dar certo. Você tem aquele dia e aquela hora para mostrar o resultado de todo esse trabalho", explica.

Riskalla vem de uma família de apaixonados pelo hipismo. Seu avô tinha cavalo de corrida e sua mãe dava aulas no Clube Hípico de Santo Amaro. Foi com Rosangele que ele começou a montar e a aprender, junto com a irmã. "Minha mãe também foi atleta de adestramento. Como estava envolvida, começou a dar aula para mim e para minha irmã, e começamos a montar desde pequenos. Sempre gostei de competir", diz.

Só que em 2015, quando tinha 29 anos, ele contraiu uma meningite bacteriana. Precisou ser amputado nas duas pernas abaixo do joelho, em todos os dedos da mão direita e parte dos dedos da mão esquerda. "Precisei passar por uma grande adaptação. Eu era destro e precisei virar canhoto. Tive de reaprender a andar, escrever. E precisei ter algumas adaptações no meu esporte. Mas como já pratiquei minha vida inteira, para mim foi mais fácil", revela.

O cavaleiro veio para o Brasil diretamente de Aachen, na Alemanha, onde disputou uma competição e ficou na nona posição. Ele veio para São Paulo para ser homenageado no CSI- W Indoor 2021, na Sociedade Hípica Paulista. "É importante estar no circuito internacional, principalmente na Europa e Flórida. Acredito que tenho chances de buscar a vaga no convencional, pois já sou conhecido no circuito e isso ajuda quando os julgamentos são mais subjetivos. Espero conseguir ir para os Jogos de Paris para ter o melhor resultado possível e representar bem o País", avisa.

O projeto do cavaleiro Rodolpho Riskalla é ambicioso: ele pretende disputar os Jogos de Paris duas vezes, na Olimpíada e na Paralimpíada. O atleta amputado foi medalha de prata em Tóquio, um feito inédito em sua carreira, e agora espera reunir condições para colocar em prática sua meta audaciosa.

"Eu pretendo conseguir patrocínios maiores para poder fazer isso, pois sei que precisa de um bom investimento. Tem a questão dos cavalos também, mas a ideia é preparar para poder estar nos Jogos de Paris, na Olimpíada e na Paralimpíada. Não tenho fundos próprios para bancar essa história toda. Graças a Deus eu tenho ajuda e sempre conto com alguém que compra o cavalo, outro me ajuda a pagar a inscrição da prova, mesmo assim são gastos grandes", diz.

Rodolpho Riskalla exibe suamedalha de prata na Paralimpiada de Tóquio Foto: Taba Benedicto/Estadão

Ele até poderia ter feito isso para os Jogos de Tóquio, mas por causa da logística e também da pandemia de covid-19, ele decidiu não arriscar o pódio paralímpico em troca de uma eventual participação olímpica. Além de só ter um cavalo bom à disposição, ele era um dos cotados à medalha na Paralimpíada e optou por não correr riscos.

"Desde 2017 já faço competições convencionais, com este mesmo cavalo que fui para Tóquio, e a gente tem esse projeto para Paris. Não seria o mesmo cavalo, pois tem a viagem, quarentena, e como tinha muitas chances na Paralimpíada, não iria jogar fora essa oportunidade. Agora espero que para Paris-2024 consiga preparar os cavalos", continua.

Se conseguir essa façanha, seria o primeiro brasileiro a disputar Olimpíada e Paralimpíada na mesma edição. Nos Jogos do Rio, por exemplo, a polonesa Natalia Partyka e a australiana Melissa Tapper, do tênis de mesa, e a iraniana Zahra Nemati, do arco e flecha, conquistaram esse objetivo. Como no hipismo isso é possível, Riskalla só precisaria conquistar a vaga nas competições internacionais. Apesar de amputado, a prótese que usa não dá vantagem esportiva em sua modalidade, por isso seria permitido.

No Japão, o segundo lugar veio na prova de hipismo na categoria adestramento classe IV (paraatletas com comprometimento leve em um ou dois membros e com deficiência visual moderada). Montado no cavalo Don Henrico, ele fez 74.659 na pontuação total, sendo superado apenas pela holandesa Sanne Voets, que marcou 76.585 e ganhou o ouro.

"É incrível. Qualquer atleta de alto nível sonha poder estar nos Jogos. Esta foi a minha segunda edição e conseguir ganhar uma medalha é sensacional. É uma emoção muito grande porque teve muito trabalho envolvido. O pessoal olha e só vê os cinco minutos que a gente está lá dentro, mas são anos de trabalho, com uma equipe por trás, para chegar lá e poder dar certo. Você tem aquele dia e aquela hora para mostrar o resultado de todo esse trabalho", explica.

Riskalla vem de uma família de apaixonados pelo hipismo. Seu avô tinha cavalo de corrida e sua mãe dava aulas no Clube Hípico de Santo Amaro. Foi com Rosangele que ele começou a montar e a aprender, junto com a irmã. "Minha mãe também foi atleta de adestramento. Como estava envolvida, começou a dar aula para mim e para minha irmã, e começamos a montar desde pequenos. Sempre gostei de competir", diz.

Só que em 2015, quando tinha 29 anos, ele contraiu uma meningite bacteriana. Precisou ser amputado nas duas pernas abaixo do joelho, em todos os dedos da mão direita e parte dos dedos da mão esquerda. "Precisei passar por uma grande adaptação. Eu era destro e precisei virar canhoto. Tive de reaprender a andar, escrever. E precisei ter algumas adaptações no meu esporte. Mas como já pratiquei minha vida inteira, para mim foi mais fácil", revela.

O cavaleiro veio para o Brasil diretamente de Aachen, na Alemanha, onde disputou uma competição e ficou na nona posição. Ele veio para São Paulo para ser homenageado no CSI- W Indoor 2021, na Sociedade Hípica Paulista. "É importante estar no circuito internacional, principalmente na Europa e Flórida. Acredito que tenho chances de buscar a vaga no convencional, pois já sou conhecido no circuito e isso ajuda quando os julgamentos são mais subjetivos. Espero conseguir ir para os Jogos de Paris para ter o melhor resultado possível e representar bem o País", avisa.

O projeto do cavaleiro Rodolpho Riskalla é ambicioso: ele pretende disputar os Jogos de Paris duas vezes, na Olimpíada e na Paralimpíada. O atleta amputado foi medalha de prata em Tóquio, um feito inédito em sua carreira, e agora espera reunir condições para colocar em prática sua meta audaciosa.

"Eu pretendo conseguir patrocínios maiores para poder fazer isso, pois sei que precisa de um bom investimento. Tem a questão dos cavalos também, mas a ideia é preparar para poder estar nos Jogos de Paris, na Olimpíada e na Paralimpíada. Não tenho fundos próprios para bancar essa história toda. Graças a Deus eu tenho ajuda e sempre conto com alguém que compra o cavalo, outro me ajuda a pagar a inscrição da prova, mesmo assim são gastos grandes", diz.

Rodolpho Riskalla exibe suamedalha de prata na Paralimpiada de Tóquio Foto: Taba Benedicto/Estadão

Ele até poderia ter feito isso para os Jogos de Tóquio, mas por causa da logística e também da pandemia de covid-19, ele decidiu não arriscar o pódio paralímpico em troca de uma eventual participação olímpica. Além de só ter um cavalo bom à disposição, ele era um dos cotados à medalha na Paralimpíada e optou por não correr riscos.

"Desde 2017 já faço competições convencionais, com este mesmo cavalo que fui para Tóquio, e a gente tem esse projeto para Paris. Não seria o mesmo cavalo, pois tem a viagem, quarentena, e como tinha muitas chances na Paralimpíada, não iria jogar fora essa oportunidade. Agora espero que para Paris-2024 consiga preparar os cavalos", continua.

Se conseguir essa façanha, seria o primeiro brasileiro a disputar Olimpíada e Paralimpíada na mesma edição. Nos Jogos do Rio, por exemplo, a polonesa Natalia Partyka e a australiana Melissa Tapper, do tênis de mesa, e a iraniana Zahra Nemati, do arco e flecha, conquistaram esse objetivo. Como no hipismo isso é possível, Riskalla só precisaria conquistar a vaga nas competições internacionais. Apesar de amputado, a prótese que usa não dá vantagem esportiva em sua modalidade, por isso seria permitido.

No Japão, o segundo lugar veio na prova de hipismo na categoria adestramento classe IV (paraatletas com comprometimento leve em um ou dois membros e com deficiência visual moderada). Montado no cavalo Don Henrico, ele fez 74.659 na pontuação total, sendo superado apenas pela holandesa Sanne Voets, que marcou 76.585 e ganhou o ouro.

"É incrível. Qualquer atleta de alto nível sonha poder estar nos Jogos. Esta foi a minha segunda edição e conseguir ganhar uma medalha é sensacional. É uma emoção muito grande porque teve muito trabalho envolvido. O pessoal olha e só vê os cinco minutos que a gente está lá dentro, mas são anos de trabalho, com uma equipe por trás, para chegar lá e poder dar certo. Você tem aquele dia e aquela hora para mostrar o resultado de todo esse trabalho", explica.

Riskalla vem de uma família de apaixonados pelo hipismo. Seu avô tinha cavalo de corrida e sua mãe dava aulas no Clube Hípico de Santo Amaro. Foi com Rosangele que ele começou a montar e a aprender, junto com a irmã. "Minha mãe também foi atleta de adestramento. Como estava envolvida, começou a dar aula para mim e para minha irmã, e começamos a montar desde pequenos. Sempre gostei de competir", diz.

Só que em 2015, quando tinha 29 anos, ele contraiu uma meningite bacteriana. Precisou ser amputado nas duas pernas abaixo do joelho, em todos os dedos da mão direita e parte dos dedos da mão esquerda. "Precisei passar por uma grande adaptação. Eu era destro e precisei virar canhoto. Tive de reaprender a andar, escrever. E precisei ter algumas adaptações no meu esporte. Mas como já pratiquei minha vida inteira, para mim foi mais fácil", revela.

O cavaleiro veio para o Brasil diretamente de Aachen, na Alemanha, onde disputou uma competição e ficou na nona posição. Ele veio para São Paulo para ser homenageado no CSI- W Indoor 2021, na Sociedade Hípica Paulista. "É importante estar no circuito internacional, principalmente na Europa e Flórida. Acredito que tenho chances de buscar a vaga no convencional, pois já sou conhecido no circuito e isso ajuda quando os julgamentos são mais subjetivos. Espero conseguir ir para os Jogos de Paris para ter o melhor resultado possível e representar bem o País", avisa.

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