Projeto de futebol americano no Mato Grosso conta com 300 crianças e busca educar pelo esporte


Todos Pela Bola Oval fechou recentemente uma parceria com a FS, uma das maiores empresas produtoras de etanol 100% de milho no Brasil

Por Lucas Couto, especial para o Estadão

O projeto social Todos Pela Bola Oval, capitaneado pela Associação Sorrisense de Futebol Americano, e o clube da modalidade Sorriso Hornets, busca utilizar o futebol americano, esporte em franco crescimento no Brasil, para atrair jovens de 6 a 17 anos em uma missão que une o esporte e a educação na busca de oferecer um futuro melhor.

Com a prática da modalidade ‘Flag Football’ do Futebol Americano, sem contato físico durante as partidas, o projeto passa pelo esporte valores como a cooperação, respeito e disciplina e já conta com 300 crianças participantes. Ângelo Santos, diretor comercial da Associação Sorrisense de Futebol Americano, e presidente do Sorriso Hornets, em conversa com o Estadão, explicou como o projeto surgiu e como ele influencia diretamente na educação dos jovens participantes.

“Esse projeto começou como uma ideia em 2017, mais ou menos. Tivemos por ter vindo muitas crianças atrás da gente para conhecer sobre o esporte, até por ser um algo novo no Brasil. Vendo aqueles caras com capacete e tudo mais, ficavam deslumbradas e em 2017 surgiu a ideia. Em 2018, colocamos o esporte na Lei Federal de Incentivo ao Esporte, conseguimos captar boa parte dele, depois adiamos por causa da pandemia e em 2021 iniciamos, de fato, esse projeto”, afirmou.

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“Começamos atendendo 120 crianças em dois polos de nossa cidade, em bairros carentes, e vimos que o impacto é direto lá na base dessa criança. O impacto social, porque ela tá convivendo com outras crianças, aprendendo um pouco mais e tendo mais convivência. Diretamente no escolar, a gente amarrou que toda criança que está no projeto tem de estar estudando. Conseguimos acompanhar e mensurar isso durante todo ano de 2021, vendo as avaliações delas e entendendo quais estavam indo mais mal e entender o porquê. Então a gente conseguiu ter esse impacto na vida escolar. E com os pais tivemos até uma avaliação pra saber se ela começou a melhorar dentro de casa, com respeito, respeito à hierarquia e tudo que o esporte trás. E vimos que teve um impacto com as famílias”, acrescentou.

O projeto social Todos Pela Bola Oval, capitaneado pela Associação Sorrisense de Futebol Americano, e o clube da modalidade Sorriso Hornets, atende 300 crianças Foto: Divulgação

Mesmo apresentado o futebol americano em sua versão mais simples, com o ‘Flag Football’, onde os tackles (derrubadas) são substituídos por uma caça à um pano amarrado no uniforme do adversário, que quando capturado o jogo é paralisado, Angelo revela que, sim, o projeto chegou a ser recebido com olhares céticos, mas que logo foram superados pela imersão dos pais dos jovens ao mundo do esporte.

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“Esse preconceito nós tivemos de quebrar no começo. Quando falamos que éramos do futebol americano, sofremos esse preconceito pelo esporte ter esse rótulo de ser violento. Mas a gente explicou, mostrou, levamos os pais. E não é o futebol americano em si que praticamos, é o flag. Então a gente começou a introduzir o flag, levamos algumas mães para assistir, mandamos vídeos em grupos para quebrar esse preconceito e conseguimos. Hoje a gente saiu de 120 para 300 crianças, com todas inscrições encerradas em quatro polos em nosso município”, disse Ângelo.

Cada vez mais se consolidando no cenário nacional do esporte, o Sorriso Hornets já venceu a Liga Brasileira, a BFA em 2017, e foi duas vezes campeão mato-grossense de futebol americano, em 2017 e 2018, e tenta transformar como um pilar do clube a união entre esporte e educação, desde o projeto social, passando pelas categorias de base até o time adulto.

“É uma coisa que a gente quer amarrar com as crianças. Para que elas enxerguem um futuro dentro do esporte. Se não for pelo esporte, em si, que elas consigam algo com o que ele traz consigo. A gente já tá apertando ela na parte dos estudos. Aqui no Brasil existe essa mentalidade do futebol de que se a criança quiser seguir tem de largar o estudo. Aqui no Futebol Americano fazemos o inverso: você não pratica se não estiver estudando. A gente aperta muito essa questão para que a criança se não der certo no esporte, que ela consiga estudar, se formar e trabalhar em uma outra área, seja ela dentro do esporte, com educação física, fisioterapia, nutrição e afins”, afirmou Ângelo.

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“A gente enxerga que num futuro muito próximo a gente vai conciliar isso dentro de nossas categorias. Temos essa categoria social, que trabalha com o Flag, temos o Sub-20, que tem algumas crianças que estão saindo do projeto e indo pra essa categoria e tem o adulto. E ela consegue enxergar todo esse ciclo. No adulto a gente aperta muito nesse ciclo, de ter que estudar. Não temos como obrigar o adulto a ser formado, mas estamos criando esse ciclo para que quando a criança chegue no adulto ela já esteja formada. Essa é a ferramenta que queremos usar em nosso projeto”, acrescentou o diretor comercial da Associação Sorrisense de Futebol Americano.

PARCERIA DE SUCESSO

O sucesso na região é tamanho que uma grande parceria foi firmada no ano passado. A FS, pioneira e uma das maiores empresas produtoras de etanol 100% de milho no Brasil, é uma das apoiadoras do projeto, e no último mês de outubro realizou a doação de 133 pares de chuteiras para o programa Todos Pela Bola Oval, algo que na visão de Ângelo “transformou um sonho em realidade”.

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“A FS entrou em nosso caminho e está fazendo com que tudo que deixe de ser um sonho e se torne uma realidade. Ela veio para fazer o aporte, foi ao campo para ver ‘in loco’ e percebeu que 90% das crianças não tinham calçado e fizeram uma ação dentro da empresa para que os colaboradores doassem chuteiras. Foram doadas 133 chuteiras para essas crianças. Foi maravilhoso ver crianças que não teriam condições de comprar para participar do projeto e ter a oportunidade de ter uma chuteira para praticar o esporte. A FS está de parabéns. A Lei de Incentivo ao Esporte é uma ferramenta fundamental para as associações e clubes que querem trabalhar com a iniciação do esporte e projetos sociais. E ter uma empresa parceira como a FS é fundamental para que isso dê certo”, disse Ângelo.

Rafael Abud, CEO da FS, em entrevista ao Estadão, reiterou o compromisso da empresa com práticas sociais e explicou como o projeto Tudo Pela Bola Oval acabou se tornando um dos escolhidos nesta missão. “Nasceu de um desejo nosso de contribuir, de devolver para as comunidades que estamos inseridos um apoio em várias frentes de responsabilidade social. A gente começou há quase 2 anos. E uma vez que definimos que queremos atuar nessa área, contratamos uma consultoria especializada que nos ajudou a entender. Primeiro fazer um diagnóstico grande das comunidades que a gente está inserido. Fizemos visitas nas comunidades, a gente tem fábrica em Lucas do Rio Verde, Sorriso e uma em construção em Primavera do Leste. Também teve muito diálogo com nossos colaboradores em vários níveis, que são parte desta comunidade, vivem na região e vivem e enfrentam esses problemas. Então depois desse diálogo multilateral entre nosso público interno, externo, agentes públicos a gente começou a desenhar qual seria nossa estratégia e como atuamos. E a nossa ação está baseada em vários pilares. E essa linha do esporte é um dos pilares que a gente estabeleceu e aí passamos a buscar projetos e encontramos o Todos Pela Bola Oval e passamos a apoiá-lo. É um dos que apoiamos dentro desse pilar do esporte, do bem estar, do desenvolvimento das crianças e jovens”, afirmou.

“É um esporte pouco difundido no Brasil, mas existia ali naquela comunidade um interesse. E nosso desejo inicial de se comunicar com o esporte são os vários benefícios que o esporte traz para o desenvolvimento das crianças e jovens. Você tem o desenvolvimento social, físico, das habilidades motoras, aprende a trabalhar a equipe que são fundamentais no crescimento de um jovem, que o esporte traz, principalmente sendo ele coletivo, que traz ainda mais do que o individual, que tem suas características também. E a nossa companhia tem a maior parte de seus acionistas americanos, também temos acionistas brasileiros e aí tem uma conexão com a origem da nossa companhia, com o esporte americano. Outra coisa que conectamos foi que não era o apoio para o esporte só pelo esporte, a gente buscou conectar o quanto isso traz de impacto para aquelas crianças e aquela comunidade. A gente vincula também com o desempenho e a adesão escolar. Porque a educação é outro pilar nosso, o mais importante”, acrescentou CEO.

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Na ação em parceria com o Sorriso Hornets, os colaboradores da FS que atuaram diretamente na doação das chuteiras, algo que segundo Rafael Abud vai ao encontro da filosofia da empresa, que gosta de pensar na causa social como um todo e que teve este evento como uma demonstração sólida de atuação.

“Foi um engajamento super bacana. Quando olho para trás e penso no processo de diálogo com os colaboradores e as comunidades, a motivação da nossa estratégia de atuação social, muito partiu deles, questionando como a FS iria atuar, falando que queriam participar, ser voluntários. A gente teve um engajamento super bacana. Todas as chuteiras foram doadas pelos colaboradores, e fizemos um evento de entrega, foi super emocionante. A gente faz questão de ter nossos colaboradores como parte essencial desse projeto, atuando fisicamente conosco nas ações, doando tempo, ideias e recursos, quando possível”, disse Abud.

O projeto social Todos Pela Bola Oval, capitaneado pela Associação Sorrisense de Futebol Americano, e o clube da modalidade Sorriso Hornets, busca utilizar o futebol americano, esporte em franco crescimento no Brasil, para atrair jovens de 6 a 17 anos em uma missão que une o esporte e a educação na busca de oferecer um futuro melhor.

Com a prática da modalidade ‘Flag Football’ do Futebol Americano, sem contato físico durante as partidas, o projeto passa pelo esporte valores como a cooperação, respeito e disciplina e já conta com 300 crianças participantes. Ângelo Santos, diretor comercial da Associação Sorrisense de Futebol Americano, e presidente do Sorriso Hornets, em conversa com o Estadão, explicou como o projeto surgiu e como ele influencia diretamente na educação dos jovens participantes.

“Esse projeto começou como uma ideia em 2017, mais ou menos. Tivemos por ter vindo muitas crianças atrás da gente para conhecer sobre o esporte, até por ser um algo novo no Brasil. Vendo aqueles caras com capacete e tudo mais, ficavam deslumbradas e em 2017 surgiu a ideia. Em 2018, colocamos o esporte na Lei Federal de Incentivo ao Esporte, conseguimos captar boa parte dele, depois adiamos por causa da pandemia e em 2021 iniciamos, de fato, esse projeto”, afirmou.

“Começamos atendendo 120 crianças em dois polos de nossa cidade, em bairros carentes, e vimos que o impacto é direto lá na base dessa criança. O impacto social, porque ela tá convivendo com outras crianças, aprendendo um pouco mais e tendo mais convivência. Diretamente no escolar, a gente amarrou que toda criança que está no projeto tem de estar estudando. Conseguimos acompanhar e mensurar isso durante todo ano de 2021, vendo as avaliações delas e entendendo quais estavam indo mais mal e entender o porquê. Então a gente conseguiu ter esse impacto na vida escolar. E com os pais tivemos até uma avaliação pra saber se ela começou a melhorar dentro de casa, com respeito, respeito à hierarquia e tudo que o esporte trás. E vimos que teve um impacto com as famílias”, acrescentou.

O projeto social Todos Pela Bola Oval, capitaneado pela Associação Sorrisense de Futebol Americano, e o clube da modalidade Sorriso Hornets, atende 300 crianças Foto: Divulgação

Mesmo apresentado o futebol americano em sua versão mais simples, com o ‘Flag Football’, onde os tackles (derrubadas) são substituídos por uma caça à um pano amarrado no uniforme do adversário, que quando capturado o jogo é paralisado, Angelo revela que, sim, o projeto chegou a ser recebido com olhares céticos, mas que logo foram superados pela imersão dos pais dos jovens ao mundo do esporte.

“Esse preconceito nós tivemos de quebrar no começo. Quando falamos que éramos do futebol americano, sofremos esse preconceito pelo esporte ter esse rótulo de ser violento. Mas a gente explicou, mostrou, levamos os pais. E não é o futebol americano em si que praticamos, é o flag. Então a gente começou a introduzir o flag, levamos algumas mães para assistir, mandamos vídeos em grupos para quebrar esse preconceito e conseguimos. Hoje a gente saiu de 120 para 300 crianças, com todas inscrições encerradas em quatro polos em nosso município”, disse Ângelo.

Cada vez mais se consolidando no cenário nacional do esporte, o Sorriso Hornets já venceu a Liga Brasileira, a BFA em 2017, e foi duas vezes campeão mato-grossense de futebol americano, em 2017 e 2018, e tenta transformar como um pilar do clube a união entre esporte e educação, desde o projeto social, passando pelas categorias de base até o time adulto.

“É uma coisa que a gente quer amarrar com as crianças. Para que elas enxerguem um futuro dentro do esporte. Se não for pelo esporte, em si, que elas consigam algo com o que ele traz consigo. A gente já tá apertando ela na parte dos estudos. Aqui no Brasil existe essa mentalidade do futebol de que se a criança quiser seguir tem de largar o estudo. Aqui no Futebol Americano fazemos o inverso: você não pratica se não estiver estudando. A gente aperta muito essa questão para que a criança se não der certo no esporte, que ela consiga estudar, se formar e trabalhar em uma outra área, seja ela dentro do esporte, com educação física, fisioterapia, nutrição e afins”, afirmou Ângelo.

“A gente enxerga que num futuro muito próximo a gente vai conciliar isso dentro de nossas categorias. Temos essa categoria social, que trabalha com o Flag, temos o Sub-20, que tem algumas crianças que estão saindo do projeto e indo pra essa categoria e tem o adulto. E ela consegue enxergar todo esse ciclo. No adulto a gente aperta muito nesse ciclo, de ter que estudar. Não temos como obrigar o adulto a ser formado, mas estamos criando esse ciclo para que quando a criança chegue no adulto ela já esteja formada. Essa é a ferramenta que queremos usar em nosso projeto”, acrescentou o diretor comercial da Associação Sorrisense de Futebol Americano.

PARCERIA DE SUCESSO

O sucesso na região é tamanho que uma grande parceria foi firmada no ano passado. A FS, pioneira e uma das maiores empresas produtoras de etanol 100% de milho no Brasil, é uma das apoiadoras do projeto, e no último mês de outubro realizou a doação de 133 pares de chuteiras para o programa Todos Pela Bola Oval, algo que na visão de Ângelo “transformou um sonho em realidade”.

“A FS entrou em nosso caminho e está fazendo com que tudo que deixe de ser um sonho e se torne uma realidade. Ela veio para fazer o aporte, foi ao campo para ver ‘in loco’ e percebeu que 90% das crianças não tinham calçado e fizeram uma ação dentro da empresa para que os colaboradores doassem chuteiras. Foram doadas 133 chuteiras para essas crianças. Foi maravilhoso ver crianças que não teriam condições de comprar para participar do projeto e ter a oportunidade de ter uma chuteira para praticar o esporte. A FS está de parabéns. A Lei de Incentivo ao Esporte é uma ferramenta fundamental para as associações e clubes que querem trabalhar com a iniciação do esporte e projetos sociais. E ter uma empresa parceira como a FS é fundamental para que isso dê certo”, disse Ângelo.

Rafael Abud, CEO da FS, em entrevista ao Estadão, reiterou o compromisso da empresa com práticas sociais e explicou como o projeto Tudo Pela Bola Oval acabou se tornando um dos escolhidos nesta missão. “Nasceu de um desejo nosso de contribuir, de devolver para as comunidades que estamos inseridos um apoio em várias frentes de responsabilidade social. A gente começou há quase 2 anos. E uma vez que definimos que queremos atuar nessa área, contratamos uma consultoria especializada que nos ajudou a entender. Primeiro fazer um diagnóstico grande das comunidades que a gente está inserido. Fizemos visitas nas comunidades, a gente tem fábrica em Lucas do Rio Verde, Sorriso e uma em construção em Primavera do Leste. Também teve muito diálogo com nossos colaboradores em vários níveis, que são parte desta comunidade, vivem na região e vivem e enfrentam esses problemas. Então depois desse diálogo multilateral entre nosso público interno, externo, agentes públicos a gente começou a desenhar qual seria nossa estratégia e como atuamos. E a nossa ação está baseada em vários pilares. E essa linha do esporte é um dos pilares que a gente estabeleceu e aí passamos a buscar projetos e encontramos o Todos Pela Bola Oval e passamos a apoiá-lo. É um dos que apoiamos dentro desse pilar do esporte, do bem estar, do desenvolvimento das crianças e jovens”, afirmou.

“É um esporte pouco difundido no Brasil, mas existia ali naquela comunidade um interesse. E nosso desejo inicial de se comunicar com o esporte são os vários benefícios que o esporte traz para o desenvolvimento das crianças e jovens. Você tem o desenvolvimento social, físico, das habilidades motoras, aprende a trabalhar a equipe que são fundamentais no crescimento de um jovem, que o esporte traz, principalmente sendo ele coletivo, que traz ainda mais do que o individual, que tem suas características também. E a nossa companhia tem a maior parte de seus acionistas americanos, também temos acionistas brasileiros e aí tem uma conexão com a origem da nossa companhia, com o esporte americano. Outra coisa que conectamos foi que não era o apoio para o esporte só pelo esporte, a gente buscou conectar o quanto isso traz de impacto para aquelas crianças e aquela comunidade. A gente vincula também com o desempenho e a adesão escolar. Porque a educação é outro pilar nosso, o mais importante”, acrescentou CEO.

Na ação em parceria com o Sorriso Hornets, os colaboradores da FS que atuaram diretamente na doação das chuteiras, algo que segundo Rafael Abud vai ao encontro da filosofia da empresa, que gosta de pensar na causa social como um todo e que teve este evento como uma demonstração sólida de atuação.

“Foi um engajamento super bacana. Quando olho para trás e penso no processo de diálogo com os colaboradores e as comunidades, a motivação da nossa estratégia de atuação social, muito partiu deles, questionando como a FS iria atuar, falando que queriam participar, ser voluntários. A gente teve um engajamento super bacana. Todas as chuteiras foram doadas pelos colaboradores, e fizemos um evento de entrega, foi super emocionante. A gente faz questão de ter nossos colaboradores como parte essencial desse projeto, atuando fisicamente conosco nas ações, doando tempo, ideias e recursos, quando possível”, disse Abud.

O projeto social Todos Pela Bola Oval, capitaneado pela Associação Sorrisense de Futebol Americano, e o clube da modalidade Sorriso Hornets, busca utilizar o futebol americano, esporte em franco crescimento no Brasil, para atrair jovens de 6 a 17 anos em uma missão que une o esporte e a educação na busca de oferecer um futuro melhor.

Com a prática da modalidade ‘Flag Football’ do Futebol Americano, sem contato físico durante as partidas, o projeto passa pelo esporte valores como a cooperação, respeito e disciplina e já conta com 300 crianças participantes. Ângelo Santos, diretor comercial da Associação Sorrisense de Futebol Americano, e presidente do Sorriso Hornets, em conversa com o Estadão, explicou como o projeto surgiu e como ele influencia diretamente na educação dos jovens participantes.

“Esse projeto começou como uma ideia em 2017, mais ou menos. Tivemos por ter vindo muitas crianças atrás da gente para conhecer sobre o esporte, até por ser um algo novo no Brasil. Vendo aqueles caras com capacete e tudo mais, ficavam deslumbradas e em 2017 surgiu a ideia. Em 2018, colocamos o esporte na Lei Federal de Incentivo ao Esporte, conseguimos captar boa parte dele, depois adiamos por causa da pandemia e em 2021 iniciamos, de fato, esse projeto”, afirmou.

“Começamos atendendo 120 crianças em dois polos de nossa cidade, em bairros carentes, e vimos que o impacto é direto lá na base dessa criança. O impacto social, porque ela tá convivendo com outras crianças, aprendendo um pouco mais e tendo mais convivência. Diretamente no escolar, a gente amarrou que toda criança que está no projeto tem de estar estudando. Conseguimos acompanhar e mensurar isso durante todo ano de 2021, vendo as avaliações delas e entendendo quais estavam indo mais mal e entender o porquê. Então a gente conseguiu ter esse impacto na vida escolar. E com os pais tivemos até uma avaliação pra saber se ela começou a melhorar dentro de casa, com respeito, respeito à hierarquia e tudo que o esporte trás. E vimos que teve um impacto com as famílias”, acrescentou.

O projeto social Todos Pela Bola Oval, capitaneado pela Associação Sorrisense de Futebol Americano, e o clube da modalidade Sorriso Hornets, atende 300 crianças Foto: Divulgação

Mesmo apresentado o futebol americano em sua versão mais simples, com o ‘Flag Football’, onde os tackles (derrubadas) são substituídos por uma caça à um pano amarrado no uniforme do adversário, que quando capturado o jogo é paralisado, Angelo revela que, sim, o projeto chegou a ser recebido com olhares céticos, mas que logo foram superados pela imersão dos pais dos jovens ao mundo do esporte.

“Esse preconceito nós tivemos de quebrar no começo. Quando falamos que éramos do futebol americano, sofremos esse preconceito pelo esporte ter esse rótulo de ser violento. Mas a gente explicou, mostrou, levamos os pais. E não é o futebol americano em si que praticamos, é o flag. Então a gente começou a introduzir o flag, levamos algumas mães para assistir, mandamos vídeos em grupos para quebrar esse preconceito e conseguimos. Hoje a gente saiu de 120 para 300 crianças, com todas inscrições encerradas em quatro polos em nosso município”, disse Ângelo.

Cada vez mais se consolidando no cenário nacional do esporte, o Sorriso Hornets já venceu a Liga Brasileira, a BFA em 2017, e foi duas vezes campeão mato-grossense de futebol americano, em 2017 e 2018, e tenta transformar como um pilar do clube a união entre esporte e educação, desde o projeto social, passando pelas categorias de base até o time adulto.

“É uma coisa que a gente quer amarrar com as crianças. Para que elas enxerguem um futuro dentro do esporte. Se não for pelo esporte, em si, que elas consigam algo com o que ele traz consigo. A gente já tá apertando ela na parte dos estudos. Aqui no Brasil existe essa mentalidade do futebol de que se a criança quiser seguir tem de largar o estudo. Aqui no Futebol Americano fazemos o inverso: você não pratica se não estiver estudando. A gente aperta muito essa questão para que a criança se não der certo no esporte, que ela consiga estudar, se formar e trabalhar em uma outra área, seja ela dentro do esporte, com educação física, fisioterapia, nutrição e afins”, afirmou Ângelo.

“A gente enxerga que num futuro muito próximo a gente vai conciliar isso dentro de nossas categorias. Temos essa categoria social, que trabalha com o Flag, temos o Sub-20, que tem algumas crianças que estão saindo do projeto e indo pra essa categoria e tem o adulto. E ela consegue enxergar todo esse ciclo. No adulto a gente aperta muito nesse ciclo, de ter que estudar. Não temos como obrigar o adulto a ser formado, mas estamos criando esse ciclo para que quando a criança chegue no adulto ela já esteja formada. Essa é a ferramenta que queremos usar em nosso projeto”, acrescentou o diretor comercial da Associação Sorrisense de Futebol Americano.

PARCERIA DE SUCESSO

O sucesso na região é tamanho que uma grande parceria foi firmada no ano passado. A FS, pioneira e uma das maiores empresas produtoras de etanol 100% de milho no Brasil, é uma das apoiadoras do projeto, e no último mês de outubro realizou a doação de 133 pares de chuteiras para o programa Todos Pela Bola Oval, algo que na visão de Ângelo “transformou um sonho em realidade”.

“A FS entrou em nosso caminho e está fazendo com que tudo que deixe de ser um sonho e se torne uma realidade. Ela veio para fazer o aporte, foi ao campo para ver ‘in loco’ e percebeu que 90% das crianças não tinham calçado e fizeram uma ação dentro da empresa para que os colaboradores doassem chuteiras. Foram doadas 133 chuteiras para essas crianças. Foi maravilhoso ver crianças que não teriam condições de comprar para participar do projeto e ter a oportunidade de ter uma chuteira para praticar o esporte. A FS está de parabéns. A Lei de Incentivo ao Esporte é uma ferramenta fundamental para as associações e clubes que querem trabalhar com a iniciação do esporte e projetos sociais. E ter uma empresa parceira como a FS é fundamental para que isso dê certo”, disse Ângelo.

Rafael Abud, CEO da FS, em entrevista ao Estadão, reiterou o compromisso da empresa com práticas sociais e explicou como o projeto Tudo Pela Bola Oval acabou se tornando um dos escolhidos nesta missão. “Nasceu de um desejo nosso de contribuir, de devolver para as comunidades que estamos inseridos um apoio em várias frentes de responsabilidade social. A gente começou há quase 2 anos. E uma vez que definimos que queremos atuar nessa área, contratamos uma consultoria especializada que nos ajudou a entender. Primeiro fazer um diagnóstico grande das comunidades que a gente está inserido. Fizemos visitas nas comunidades, a gente tem fábrica em Lucas do Rio Verde, Sorriso e uma em construção em Primavera do Leste. Também teve muito diálogo com nossos colaboradores em vários níveis, que são parte desta comunidade, vivem na região e vivem e enfrentam esses problemas. Então depois desse diálogo multilateral entre nosso público interno, externo, agentes públicos a gente começou a desenhar qual seria nossa estratégia e como atuamos. E a nossa ação está baseada em vários pilares. E essa linha do esporte é um dos pilares que a gente estabeleceu e aí passamos a buscar projetos e encontramos o Todos Pela Bola Oval e passamos a apoiá-lo. É um dos que apoiamos dentro desse pilar do esporte, do bem estar, do desenvolvimento das crianças e jovens”, afirmou.

“É um esporte pouco difundido no Brasil, mas existia ali naquela comunidade um interesse. E nosso desejo inicial de se comunicar com o esporte são os vários benefícios que o esporte traz para o desenvolvimento das crianças e jovens. Você tem o desenvolvimento social, físico, das habilidades motoras, aprende a trabalhar a equipe que são fundamentais no crescimento de um jovem, que o esporte traz, principalmente sendo ele coletivo, que traz ainda mais do que o individual, que tem suas características também. E a nossa companhia tem a maior parte de seus acionistas americanos, também temos acionistas brasileiros e aí tem uma conexão com a origem da nossa companhia, com o esporte americano. Outra coisa que conectamos foi que não era o apoio para o esporte só pelo esporte, a gente buscou conectar o quanto isso traz de impacto para aquelas crianças e aquela comunidade. A gente vincula também com o desempenho e a adesão escolar. Porque a educação é outro pilar nosso, o mais importante”, acrescentou CEO.

Na ação em parceria com o Sorriso Hornets, os colaboradores da FS que atuaram diretamente na doação das chuteiras, algo que segundo Rafael Abud vai ao encontro da filosofia da empresa, que gosta de pensar na causa social como um todo e que teve este evento como uma demonstração sólida de atuação.

“Foi um engajamento super bacana. Quando olho para trás e penso no processo de diálogo com os colaboradores e as comunidades, a motivação da nossa estratégia de atuação social, muito partiu deles, questionando como a FS iria atuar, falando que queriam participar, ser voluntários. A gente teve um engajamento super bacana. Todas as chuteiras foram doadas pelos colaboradores, e fizemos um evento de entrega, foi super emocionante. A gente faz questão de ter nossos colaboradores como parte essencial desse projeto, atuando fisicamente conosco nas ações, doando tempo, ideias e recursos, quando possível”, disse Abud.

O projeto social Todos Pela Bola Oval, capitaneado pela Associação Sorrisense de Futebol Americano, e o clube da modalidade Sorriso Hornets, busca utilizar o futebol americano, esporte em franco crescimento no Brasil, para atrair jovens de 6 a 17 anos em uma missão que une o esporte e a educação na busca de oferecer um futuro melhor.

Com a prática da modalidade ‘Flag Football’ do Futebol Americano, sem contato físico durante as partidas, o projeto passa pelo esporte valores como a cooperação, respeito e disciplina e já conta com 300 crianças participantes. Ângelo Santos, diretor comercial da Associação Sorrisense de Futebol Americano, e presidente do Sorriso Hornets, em conversa com o Estadão, explicou como o projeto surgiu e como ele influencia diretamente na educação dos jovens participantes.

“Esse projeto começou como uma ideia em 2017, mais ou menos. Tivemos por ter vindo muitas crianças atrás da gente para conhecer sobre o esporte, até por ser um algo novo no Brasil. Vendo aqueles caras com capacete e tudo mais, ficavam deslumbradas e em 2017 surgiu a ideia. Em 2018, colocamos o esporte na Lei Federal de Incentivo ao Esporte, conseguimos captar boa parte dele, depois adiamos por causa da pandemia e em 2021 iniciamos, de fato, esse projeto”, afirmou.

“Começamos atendendo 120 crianças em dois polos de nossa cidade, em bairros carentes, e vimos que o impacto é direto lá na base dessa criança. O impacto social, porque ela tá convivendo com outras crianças, aprendendo um pouco mais e tendo mais convivência. Diretamente no escolar, a gente amarrou que toda criança que está no projeto tem de estar estudando. Conseguimos acompanhar e mensurar isso durante todo ano de 2021, vendo as avaliações delas e entendendo quais estavam indo mais mal e entender o porquê. Então a gente conseguiu ter esse impacto na vida escolar. E com os pais tivemos até uma avaliação pra saber se ela começou a melhorar dentro de casa, com respeito, respeito à hierarquia e tudo que o esporte trás. E vimos que teve um impacto com as famílias”, acrescentou.

O projeto social Todos Pela Bola Oval, capitaneado pela Associação Sorrisense de Futebol Americano, e o clube da modalidade Sorriso Hornets, atende 300 crianças Foto: Divulgação

Mesmo apresentado o futebol americano em sua versão mais simples, com o ‘Flag Football’, onde os tackles (derrubadas) são substituídos por uma caça à um pano amarrado no uniforme do adversário, que quando capturado o jogo é paralisado, Angelo revela que, sim, o projeto chegou a ser recebido com olhares céticos, mas que logo foram superados pela imersão dos pais dos jovens ao mundo do esporte.

“Esse preconceito nós tivemos de quebrar no começo. Quando falamos que éramos do futebol americano, sofremos esse preconceito pelo esporte ter esse rótulo de ser violento. Mas a gente explicou, mostrou, levamos os pais. E não é o futebol americano em si que praticamos, é o flag. Então a gente começou a introduzir o flag, levamos algumas mães para assistir, mandamos vídeos em grupos para quebrar esse preconceito e conseguimos. Hoje a gente saiu de 120 para 300 crianças, com todas inscrições encerradas em quatro polos em nosso município”, disse Ângelo.

Cada vez mais se consolidando no cenário nacional do esporte, o Sorriso Hornets já venceu a Liga Brasileira, a BFA em 2017, e foi duas vezes campeão mato-grossense de futebol americano, em 2017 e 2018, e tenta transformar como um pilar do clube a união entre esporte e educação, desde o projeto social, passando pelas categorias de base até o time adulto.

“É uma coisa que a gente quer amarrar com as crianças. Para que elas enxerguem um futuro dentro do esporte. Se não for pelo esporte, em si, que elas consigam algo com o que ele traz consigo. A gente já tá apertando ela na parte dos estudos. Aqui no Brasil existe essa mentalidade do futebol de que se a criança quiser seguir tem de largar o estudo. Aqui no Futebol Americano fazemos o inverso: você não pratica se não estiver estudando. A gente aperta muito essa questão para que a criança se não der certo no esporte, que ela consiga estudar, se formar e trabalhar em uma outra área, seja ela dentro do esporte, com educação física, fisioterapia, nutrição e afins”, afirmou Ângelo.

“A gente enxerga que num futuro muito próximo a gente vai conciliar isso dentro de nossas categorias. Temos essa categoria social, que trabalha com o Flag, temos o Sub-20, que tem algumas crianças que estão saindo do projeto e indo pra essa categoria e tem o adulto. E ela consegue enxergar todo esse ciclo. No adulto a gente aperta muito nesse ciclo, de ter que estudar. Não temos como obrigar o adulto a ser formado, mas estamos criando esse ciclo para que quando a criança chegue no adulto ela já esteja formada. Essa é a ferramenta que queremos usar em nosso projeto”, acrescentou o diretor comercial da Associação Sorrisense de Futebol Americano.

PARCERIA DE SUCESSO

O sucesso na região é tamanho que uma grande parceria foi firmada no ano passado. A FS, pioneira e uma das maiores empresas produtoras de etanol 100% de milho no Brasil, é uma das apoiadoras do projeto, e no último mês de outubro realizou a doação de 133 pares de chuteiras para o programa Todos Pela Bola Oval, algo que na visão de Ângelo “transformou um sonho em realidade”.

“A FS entrou em nosso caminho e está fazendo com que tudo que deixe de ser um sonho e se torne uma realidade. Ela veio para fazer o aporte, foi ao campo para ver ‘in loco’ e percebeu que 90% das crianças não tinham calçado e fizeram uma ação dentro da empresa para que os colaboradores doassem chuteiras. Foram doadas 133 chuteiras para essas crianças. Foi maravilhoso ver crianças que não teriam condições de comprar para participar do projeto e ter a oportunidade de ter uma chuteira para praticar o esporte. A FS está de parabéns. A Lei de Incentivo ao Esporte é uma ferramenta fundamental para as associações e clubes que querem trabalhar com a iniciação do esporte e projetos sociais. E ter uma empresa parceira como a FS é fundamental para que isso dê certo”, disse Ângelo.

Rafael Abud, CEO da FS, em entrevista ao Estadão, reiterou o compromisso da empresa com práticas sociais e explicou como o projeto Tudo Pela Bola Oval acabou se tornando um dos escolhidos nesta missão. “Nasceu de um desejo nosso de contribuir, de devolver para as comunidades que estamos inseridos um apoio em várias frentes de responsabilidade social. A gente começou há quase 2 anos. E uma vez que definimos que queremos atuar nessa área, contratamos uma consultoria especializada que nos ajudou a entender. Primeiro fazer um diagnóstico grande das comunidades que a gente está inserido. Fizemos visitas nas comunidades, a gente tem fábrica em Lucas do Rio Verde, Sorriso e uma em construção em Primavera do Leste. Também teve muito diálogo com nossos colaboradores em vários níveis, que são parte desta comunidade, vivem na região e vivem e enfrentam esses problemas. Então depois desse diálogo multilateral entre nosso público interno, externo, agentes públicos a gente começou a desenhar qual seria nossa estratégia e como atuamos. E a nossa ação está baseada em vários pilares. E essa linha do esporte é um dos pilares que a gente estabeleceu e aí passamos a buscar projetos e encontramos o Todos Pela Bola Oval e passamos a apoiá-lo. É um dos que apoiamos dentro desse pilar do esporte, do bem estar, do desenvolvimento das crianças e jovens”, afirmou.

“É um esporte pouco difundido no Brasil, mas existia ali naquela comunidade um interesse. E nosso desejo inicial de se comunicar com o esporte são os vários benefícios que o esporte traz para o desenvolvimento das crianças e jovens. Você tem o desenvolvimento social, físico, das habilidades motoras, aprende a trabalhar a equipe que são fundamentais no crescimento de um jovem, que o esporte traz, principalmente sendo ele coletivo, que traz ainda mais do que o individual, que tem suas características também. E a nossa companhia tem a maior parte de seus acionistas americanos, também temos acionistas brasileiros e aí tem uma conexão com a origem da nossa companhia, com o esporte americano. Outra coisa que conectamos foi que não era o apoio para o esporte só pelo esporte, a gente buscou conectar o quanto isso traz de impacto para aquelas crianças e aquela comunidade. A gente vincula também com o desempenho e a adesão escolar. Porque a educação é outro pilar nosso, o mais importante”, acrescentou CEO.

Na ação em parceria com o Sorriso Hornets, os colaboradores da FS que atuaram diretamente na doação das chuteiras, algo que segundo Rafael Abud vai ao encontro da filosofia da empresa, que gosta de pensar na causa social como um todo e que teve este evento como uma demonstração sólida de atuação.

“Foi um engajamento super bacana. Quando olho para trás e penso no processo de diálogo com os colaboradores e as comunidades, a motivação da nossa estratégia de atuação social, muito partiu deles, questionando como a FS iria atuar, falando que queriam participar, ser voluntários. A gente teve um engajamento super bacana. Todas as chuteiras foram doadas pelos colaboradores, e fizemos um evento de entrega, foi super emocionante. A gente faz questão de ter nossos colaboradores como parte essencial desse projeto, atuando fisicamente conosco nas ações, doando tempo, ideias e recursos, quando possível”, disse Abud.

O projeto social Todos Pela Bola Oval, capitaneado pela Associação Sorrisense de Futebol Americano, e o clube da modalidade Sorriso Hornets, busca utilizar o futebol americano, esporte em franco crescimento no Brasil, para atrair jovens de 6 a 17 anos em uma missão que une o esporte e a educação na busca de oferecer um futuro melhor.

Com a prática da modalidade ‘Flag Football’ do Futebol Americano, sem contato físico durante as partidas, o projeto passa pelo esporte valores como a cooperação, respeito e disciplina e já conta com 300 crianças participantes. Ângelo Santos, diretor comercial da Associação Sorrisense de Futebol Americano, e presidente do Sorriso Hornets, em conversa com o Estadão, explicou como o projeto surgiu e como ele influencia diretamente na educação dos jovens participantes.

“Esse projeto começou como uma ideia em 2017, mais ou menos. Tivemos por ter vindo muitas crianças atrás da gente para conhecer sobre o esporte, até por ser um algo novo no Brasil. Vendo aqueles caras com capacete e tudo mais, ficavam deslumbradas e em 2017 surgiu a ideia. Em 2018, colocamos o esporte na Lei Federal de Incentivo ao Esporte, conseguimos captar boa parte dele, depois adiamos por causa da pandemia e em 2021 iniciamos, de fato, esse projeto”, afirmou.

“Começamos atendendo 120 crianças em dois polos de nossa cidade, em bairros carentes, e vimos que o impacto é direto lá na base dessa criança. O impacto social, porque ela tá convivendo com outras crianças, aprendendo um pouco mais e tendo mais convivência. Diretamente no escolar, a gente amarrou que toda criança que está no projeto tem de estar estudando. Conseguimos acompanhar e mensurar isso durante todo ano de 2021, vendo as avaliações delas e entendendo quais estavam indo mais mal e entender o porquê. Então a gente conseguiu ter esse impacto na vida escolar. E com os pais tivemos até uma avaliação pra saber se ela começou a melhorar dentro de casa, com respeito, respeito à hierarquia e tudo que o esporte trás. E vimos que teve um impacto com as famílias”, acrescentou.

O projeto social Todos Pela Bola Oval, capitaneado pela Associação Sorrisense de Futebol Americano, e o clube da modalidade Sorriso Hornets, atende 300 crianças Foto: Divulgação

Mesmo apresentado o futebol americano em sua versão mais simples, com o ‘Flag Football’, onde os tackles (derrubadas) são substituídos por uma caça à um pano amarrado no uniforme do adversário, que quando capturado o jogo é paralisado, Angelo revela que, sim, o projeto chegou a ser recebido com olhares céticos, mas que logo foram superados pela imersão dos pais dos jovens ao mundo do esporte.

“Esse preconceito nós tivemos de quebrar no começo. Quando falamos que éramos do futebol americano, sofremos esse preconceito pelo esporte ter esse rótulo de ser violento. Mas a gente explicou, mostrou, levamos os pais. E não é o futebol americano em si que praticamos, é o flag. Então a gente começou a introduzir o flag, levamos algumas mães para assistir, mandamos vídeos em grupos para quebrar esse preconceito e conseguimos. Hoje a gente saiu de 120 para 300 crianças, com todas inscrições encerradas em quatro polos em nosso município”, disse Ângelo.

Cada vez mais se consolidando no cenário nacional do esporte, o Sorriso Hornets já venceu a Liga Brasileira, a BFA em 2017, e foi duas vezes campeão mato-grossense de futebol americano, em 2017 e 2018, e tenta transformar como um pilar do clube a união entre esporte e educação, desde o projeto social, passando pelas categorias de base até o time adulto.

“É uma coisa que a gente quer amarrar com as crianças. Para que elas enxerguem um futuro dentro do esporte. Se não for pelo esporte, em si, que elas consigam algo com o que ele traz consigo. A gente já tá apertando ela na parte dos estudos. Aqui no Brasil existe essa mentalidade do futebol de que se a criança quiser seguir tem de largar o estudo. Aqui no Futebol Americano fazemos o inverso: você não pratica se não estiver estudando. A gente aperta muito essa questão para que a criança se não der certo no esporte, que ela consiga estudar, se formar e trabalhar em uma outra área, seja ela dentro do esporte, com educação física, fisioterapia, nutrição e afins”, afirmou Ângelo.

“A gente enxerga que num futuro muito próximo a gente vai conciliar isso dentro de nossas categorias. Temos essa categoria social, que trabalha com o Flag, temos o Sub-20, que tem algumas crianças que estão saindo do projeto e indo pra essa categoria e tem o adulto. E ela consegue enxergar todo esse ciclo. No adulto a gente aperta muito nesse ciclo, de ter que estudar. Não temos como obrigar o adulto a ser formado, mas estamos criando esse ciclo para que quando a criança chegue no adulto ela já esteja formada. Essa é a ferramenta que queremos usar em nosso projeto”, acrescentou o diretor comercial da Associação Sorrisense de Futebol Americano.

PARCERIA DE SUCESSO

O sucesso na região é tamanho que uma grande parceria foi firmada no ano passado. A FS, pioneira e uma das maiores empresas produtoras de etanol 100% de milho no Brasil, é uma das apoiadoras do projeto, e no último mês de outubro realizou a doação de 133 pares de chuteiras para o programa Todos Pela Bola Oval, algo que na visão de Ângelo “transformou um sonho em realidade”.

“A FS entrou em nosso caminho e está fazendo com que tudo que deixe de ser um sonho e se torne uma realidade. Ela veio para fazer o aporte, foi ao campo para ver ‘in loco’ e percebeu que 90% das crianças não tinham calçado e fizeram uma ação dentro da empresa para que os colaboradores doassem chuteiras. Foram doadas 133 chuteiras para essas crianças. Foi maravilhoso ver crianças que não teriam condições de comprar para participar do projeto e ter a oportunidade de ter uma chuteira para praticar o esporte. A FS está de parabéns. A Lei de Incentivo ao Esporte é uma ferramenta fundamental para as associações e clubes que querem trabalhar com a iniciação do esporte e projetos sociais. E ter uma empresa parceira como a FS é fundamental para que isso dê certo”, disse Ângelo.

Rafael Abud, CEO da FS, em entrevista ao Estadão, reiterou o compromisso da empresa com práticas sociais e explicou como o projeto Tudo Pela Bola Oval acabou se tornando um dos escolhidos nesta missão. “Nasceu de um desejo nosso de contribuir, de devolver para as comunidades que estamos inseridos um apoio em várias frentes de responsabilidade social. A gente começou há quase 2 anos. E uma vez que definimos que queremos atuar nessa área, contratamos uma consultoria especializada que nos ajudou a entender. Primeiro fazer um diagnóstico grande das comunidades que a gente está inserido. Fizemos visitas nas comunidades, a gente tem fábrica em Lucas do Rio Verde, Sorriso e uma em construção em Primavera do Leste. Também teve muito diálogo com nossos colaboradores em vários níveis, que são parte desta comunidade, vivem na região e vivem e enfrentam esses problemas. Então depois desse diálogo multilateral entre nosso público interno, externo, agentes públicos a gente começou a desenhar qual seria nossa estratégia e como atuamos. E a nossa ação está baseada em vários pilares. E essa linha do esporte é um dos pilares que a gente estabeleceu e aí passamos a buscar projetos e encontramos o Todos Pela Bola Oval e passamos a apoiá-lo. É um dos que apoiamos dentro desse pilar do esporte, do bem estar, do desenvolvimento das crianças e jovens”, afirmou.

“É um esporte pouco difundido no Brasil, mas existia ali naquela comunidade um interesse. E nosso desejo inicial de se comunicar com o esporte são os vários benefícios que o esporte traz para o desenvolvimento das crianças e jovens. Você tem o desenvolvimento social, físico, das habilidades motoras, aprende a trabalhar a equipe que são fundamentais no crescimento de um jovem, que o esporte traz, principalmente sendo ele coletivo, que traz ainda mais do que o individual, que tem suas características também. E a nossa companhia tem a maior parte de seus acionistas americanos, também temos acionistas brasileiros e aí tem uma conexão com a origem da nossa companhia, com o esporte americano. Outra coisa que conectamos foi que não era o apoio para o esporte só pelo esporte, a gente buscou conectar o quanto isso traz de impacto para aquelas crianças e aquela comunidade. A gente vincula também com o desempenho e a adesão escolar. Porque a educação é outro pilar nosso, o mais importante”, acrescentou CEO.

Na ação em parceria com o Sorriso Hornets, os colaboradores da FS que atuaram diretamente na doação das chuteiras, algo que segundo Rafael Abud vai ao encontro da filosofia da empresa, que gosta de pensar na causa social como um todo e que teve este evento como uma demonstração sólida de atuação.

“Foi um engajamento super bacana. Quando olho para trás e penso no processo de diálogo com os colaboradores e as comunidades, a motivação da nossa estratégia de atuação social, muito partiu deles, questionando como a FS iria atuar, falando que queriam participar, ser voluntários. A gente teve um engajamento super bacana. Todas as chuteiras foram doadas pelos colaboradores, e fizemos um evento de entrega, foi super emocionante. A gente faz questão de ter nossos colaboradores como parte essencial desse projeto, atuando fisicamente conosco nas ações, doando tempo, ideias e recursos, quando possível”, disse Abud.

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