Quando poderia ter saído da Bolívia como o velho herói de uma jornada improvável, ao converter o pênalti que dava o empate ao São Paulo diante do The Strongest, saiu deprimido ao falhar no gol que deu a vitória (2 a 1) ao modestíssimo time boliviano.
O calvário de Ceni esgarça seus nervos e faz sua cabeça doer. Ao fim dos jogos, o goleiro já não deixa o campo altivo. Quase sempre, se dirige aos vestiários cabisbaixo carregando uma culpa como se fosse o maior dos pecadores.
Ceni perdeu a aura. Mas também não pode ser condenado apenas pelo peso da idade se seus protetores da grande área são jogadores de baixo nível técnico como Rafael Toloi e Edson Silva - antes havia Rhodolfo e Paulo Miranda, também fracos.
O velho goleiro corre o risco de se aposentar antes do fim do ano. Vai tirar as luvas sem um título expressivo tamanha a encrenca que o São Paulo se meteu nesta Libertadores.
Rogério Ceni não merece sofrer nem fazer sofrer a sua gente. O então grande jogador está mais para um pôster na parede, um descanso de tela, um autógrafo na camisa tricolor desbotada 01, do que o herói das quartas-feira e domingos.