Rayssa Leal tem nota histórica e fatura a fase decisiva da Liga Mundial de skate street; veja reação


Skatista do Maranhão marca o primeiro 9 da história da etapa de “voltas” da competição; Gustavo Vianna garante título no masculino e dobradinha para o Brasil

Por Bruno Accorsi
Atualização:

Apoiada incondicionalmente pela torcida no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, neste domingo, Rayssa Leal tornou-se bicampeã da SLS, principal liga de skate de rua do mundo, ao vencer o Super Crown, a última etapa do campeonato. Com uma apresentação de notas altas desde o início, inclusive um 9.0, ele foi dominante e fechou com 31.9, à frente da campeã olímpica Momiji Nishya, com 30.6, e Page Heyn, com 28.9.

O 9.0 conquistado por Rayssa é inédito na etapa de “voltas” da competição. Uma outra nota ainda mais alta já foi dada anteriormente. Oda Yumeka havia conquistado um 9.4, mas na etapa de “manobras”. São as duas únicas mulheres da história a atingir este feito.

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Assim como na fase anterior, as skatistas tiveram duas voltas de 45 segundos e cinco oportunidades de manobras individuais. A nota final foi a soma das quatro maiores notas, podendo ser composta de uma volta e três manobras individuais, ou quatro manobras individuais, com pontuação máxima de 40 pontos. Melhor colocada de sua bateria na fase classificatória, Rayssa Leal era a última a se apresentar a cada rodada da final.

Rayssa Leal faz história no Ibirapuera. Foto: Helena Petry/COB

Na primeira sessão de voltas de 45 segundos, os destaques iniciais foram a campeã olímpica Momiji Nishiya, com nota 6,3, e a jovem Chloe Covell, que arrancou um 6.0 dos jurados, apostando na precisão de seus ‘flips’. Depois da primeira volta de Rayssa, contudo, a apresentação das duas foi ofuscada, pois a brasileira encaixou ótimas manobras de corrimão para receber um 8.1 e assumir a liderança.

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Covell e Nishiya não conseguiram elevar o nível na segunda sessão, com notas abaixo de 6.0, e viram Rayssa brilhar novamente, desta vez com uma nota 9.0, que levou a torcida ao delírio quando anunciada. Na SLS, os noves não são constantes. Quem consegue, entra para o chamado “Nine Club”.

O domínio nas duas voltas fez Rayssa chegar como líder à disputa das apresentações individuais. Em sua primeira tentativa, Chloe Covell acertou um ‘kickflip’ sobre a escada, somou 7.3 e mostrou-se uma ameaça ao bi da brasileira, assim como Nishyia, que fez 7.4, mas a maranhense de 15 anos respondeu com um 8.0 ao acertar um “backside tailslide” no corrimão.

Na segunda rodada de manobras individuais, Rayssa fez sua primeira nota abaixo de 8, um 6.4, mas foi o suficiente para retomar a liderança que havia sido tomada por Covell. A diferença entre elas era de três pontos - 23.4 para a brasileira contra 20.4 da australiana.

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Já a terceira rodada colocou Yumeka Oda, autora de uma manobra avaliada em 8.6, na briga, somando 20.7 no total e ultrapassando Covell, que não pontuou. Depois, foi a vez de Nishiya somar 8.8 para assumir a segunda posição, com 22.3. Rayssa, contudo, estava em outra rotação e tirou um 8.5 dos jurados para somar 31.9 e disparar na liderança, emocionada por ter acertado a manobra.

Rayssa não conseguiu concluir sua tentativa na quarta rodada e zerou, mas a nota foi descartada, já que contam apenas quatro para a pontuação final. A vantagem construída anteriormente a deixou bastante tranquila, cinco pontos à frente de Heyn, a segunda colocada. Na rodada final, ninguém conseguiu superar Rayssa, que deu a última manobra como campeã.

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‘Queria meu 9 e tudo bem se o troféu não viesse’, diz Rayssa

Rayssa Leal foi além de conquistar o bicampeonato da SLS, a principal liga de skate de rua do mundo. A vitória da maranhense de 15 anos no Super Crown, última etapa do campeonato, veio com uma nota 9.0, a primeira da história em uma volta da disputa feminina da liga. Entrar para o ‘Nine clube’, como os skatistas chamam o grupo de atletas que consegue atingir esta casa de pontuação, foi o mais importante para Rayssa em meio à conquista da manhã deste domingo, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.

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“No último SLS, em Sydney, eu achei que ia conseguir, mas não consegui. Eu nunca tinha conseguido. Foi algo surreal, a gente estava fazendo a estratégia ontem à noite e tinha falado para a mamãe que eu só queria meu nove. Se o troféu não viesse, estava tudo bem. Mas o que queria era o nove, então fiz o meu máximo, consegui fazer o meu máximo ali dentro da pista e é isso. Acho que eu fiquei muito feliz, até chorei. Fiquei muito emocionada, porque sempre foi um sonho”, disse.

A japonesa Oda Yumeka já fez um 9.4, mas em nota de manobra individual, não em uma volta como Rayssa. O formato de disputa da SLS costuma ter esses dois tipos de exibições. No Super Crown deste domingo, por exemplo, foram duas voltas de 45 segundos e quatro tentativas de manobras individuais. As quatro notas mais altas formavam o total.

Nine club

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Competir no Brasil foi um fator essencial para Rayssa colocar seu nome no ‘Nine club’. Depois de ser campeã na final da SLS disputada no Rio, ano passado, conseguiu o bicampeonato sentindo-se muito à vontade no Ibirapuera. Correr aqui no Brasil é como se eu tivesse correndo lá na ‘bichinha’ no quintal de casa, porque o pessoal ajuda muito”, disse.

Rayssa até estava nervosa, mas o apoio da torcida, que fez muito barulho sempre que chegava sua vez de descer a pista, fez a diferença. “Era uma pista meio difícil de conectar as manobras. E aí hoje de manhã, eu estava meio nervosa, estava meio ansiosa para a competição chegar logo, mas acabou que a torcida ajudou muito”.

A skatista brasileira ainda tem um objetivo a cumprir em 2023. Do dia 10 a 17 de dezembro, será disputado o Mundial de Street, em Tóquio, competição que vale pontos para a corrida olímpica. A SLS, embora importante no mundo do skate, não conta para o ranking de classificação à Olimpíada.

Giovanni Vianna leva Brasil ao topo no masculino e faz dobradinha com Rayssa

O público que esteve no Ginásio do Ibirapuera comemorou também a conquista de Giovanni Vianna entre os homens. O skatista de Santo André travou uma disputa acirrada com o francês Vicent Milou e foi campeão por 36.4 a 36.3 nas notas finais. Uma parte da torcida chegou a vaiar o francês no momento em que ele executaria a manobra final, mas aplausos abafaram a iniciativa.

A terceira colocação ficou com o português Gustavo Ribeiro, campeão da edição passada da liga. O Brasil também teve Felipe Gustavo como finalista. Após ser um dos grandes destaques das baterias classificatórias, no sábado, o brasiliense não pegou pódio por muito pouco e acabou ficando em quarto lugar na decisão, ao ter a nota final de 25.5 contra 27.1 de Ribeiro.

As sessões de voltas foram de altíssimo nível, tanto que, ao fim das duas rodadas, três skatistas haviam conseguido notas superiores a nove. A melhor delas foi de Vicent Milou, um 9.4, seguida pelo 9.3 de Gustavo Ribeiro e o 9.1 do brasileiro Giovanni Vianna, responsável por uma explosão de alegria no Ginásio do Ibirapuera. Ryan Decenzo, Felipe Gustavo e Maurio McCoy ficaram mais distantes.

Iniciada a disputa das manobras individuais, contudo, Felipe Gustavo tratou de elevar a disputa ao conseguir um 8.5. Com 16.2 no total, chegou a liderar provisoriamente, mas terminou a primeira rodada atrás de Milou (18.2) e Vianna (17.9), que fazia uma prova de muita consistência.

No começo da segunda sessão de tentativas, foi Vianna que assumiu a ponta, pois adicionou mais uma nota ao ‘clube dos nove’, desta vez um 9.1 para somar 27.0 na pontuação. Milou, contudo, repetiu a nota do brasileiro e subiu para primeiro por pouco, pois ficou com 27.3. Em seguida, na terceira rodada, Felipe Gustavo também conseguiu seu nove, um 9.3, e mostrou que ainda estava na briga, em terceiro com 25.5 no total.

Milou abriu a terceira sessão recebendo um 9.0 cravado dos juízes e manteve a liderança com o total de 36.3, mas Giovanni respondeu à altura, tirou um 9.4, arrancou quase um minuto de aplausos do público e fez assumiu a ponta com 36.4, diferença mínima para o francês. Felipe Gustavo (25.5) perdeu o terceiro lugar para Gustavo Ribeiro (27.1). Quando chegou a hora da manobra decisiva, Milou não acertou a sua tentativa e confirmou o título de Vianna.

Apoiada incondicionalmente pela torcida no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, neste domingo, Rayssa Leal tornou-se bicampeã da SLS, principal liga de skate de rua do mundo, ao vencer o Super Crown, a última etapa do campeonato. Com uma apresentação de notas altas desde o início, inclusive um 9.0, ele foi dominante e fechou com 31.9, à frente da campeã olímpica Momiji Nishya, com 30.6, e Page Heyn, com 28.9.

O 9.0 conquistado por Rayssa é inédito na etapa de “voltas” da competição. Uma outra nota ainda mais alta já foi dada anteriormente. Oda Yumeka havia conquistado um 9.4, mas na etapa de “manobras”. São as duas únicas mulheres da história a atingir este feito.

Assim como na fase anterior, as skatistas tiveram duas voltas de 45 segundos e cinco oportunidades de manobras individuais. A nota final foi a soma das quatro maiores notas, podendo ser composta de uma volta e três manobras individuais, ou quatro manobras individuais, com pontuação máxima de 40 pontos. Melhor colocada de sua bateria na fase classificatória, Rayssa Leal era a última a se apresentar a cada rodada da final.

Rayssa Leal faz história no Ibirapuera. Foto: Helena Petry/COB

Na primeira sessão de voltas de 45 segundos, os destaques iniciais foram a campeã olímpica Momiji Nishiya, com nota 6,3, e a jovem Chloe Covell, que arrancou um 6.0 dos jurados, apostando na precisão de seus ‘flips’. Depois da primeira volta de Rayssa, contudo, a apresentação das duas foi ofuscada, pois a brasileira encaixou ótimas manobras de corrimão para receber um 8.1 e assumir a liderança.

Covell e Nishiya não conseguiram elevar o nível na segunda sessão, com notas abaixo de 6.0, e viram Rayssa brilhar novamente, desta vez com uma nota 9.0, que levou a torcida ao delírio quando anunciada. Na SLS, os noves não são constantes. Quem consegue, entra para o chamado “Nine Club”.

O domínio nas duas voltas fez Rayssa chegar como líder à disputa das apresentações individuais. Em sua primeira tentativa, Chloe Covell acertou um ‘kickflip’ sobre a escada, somou 7.3 e mostrou-se uma ameaça ao bi da brasileira, assim como Nishyia, que fez 7.4, mas a maranhense de 15 anos respondeu com um 8.0 ao acertar um “backside tailslide” no corrimão.

Na segunda rodada de manobras individuais, Rayssa fez sua primeira nota abaixo de 8, um 6.4, mas foi o suficiente para retomar a liderança que havia sido tomada por Covell. A diferença entre elas era de três pontos - 23.4 para a brasileira contra 20.4 da australiana.

Já a terceira rodada colocou Yumeka Oda, autora de uma manobra avaliada em 8.6, na briga, somando 20.7 no total e ultrapassando Covell, que não pontuou. Depois, foi a vez de Nishiya somar 8.8 para assumir a segunda posição, com 22.3. Rayssa, contudo, estava em outra rotação e tirou um 8.5 dos jurados para somar 31.9 e disparar na liderança, emocionada por ter acertado a manobra.

Rayssa não conseguiu concluir sua tentativa na quarta rodada e zerou, mas a nota foi descartada, já que contam apenas quatro para a pontuação final. A vantagem construída anteriormente a deixou bastante tranquila, cinco pontos à frente de Heyn, a segunda colocada. Na rodada final, ninguém conseguiu superar Rayssa, que deu a última manobra como campeã.

‘Queria meu 9 e tudo bem se o troféu não viesse’, diz Rayssa

Rayssa Leal foi além de conquistar o bicampeonato da SLS, a principal liga de skate de rua do mundo. A vitória da maranhense de 15 anos no Super Crown, última etapa do campeonato, veio com uma nota 9.0, a primeira da história em uma volta da disputa feminina da liga. Entrar para o ‘Nine clube’, como os skatistas chamam o grupo de atletas que consegue atingir esta casa de pontuação, foi o mais importante para Rayssa em meio à conquista da manhã deste domingo, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.

“No último SLS, em Sydney, eu achei que ia conseguir, mas não consegui. Eu nunca tinha conseguido. Foi algo surreal, a gente estava fazendo a estratégia ontem à noite e tinha falado para a mamãe que eu só queria meu nove. Se o troféu não viesse, estava tudo bem. Mas o que queria era o nove, então fiz o meu máximo, consegui fazer o meu máximo ali dentro da pista e é isso. Acho que eu fiquei muito feliz, até chorei. Fiquei muito emocionada, porque sempre foi um sonho”, disse.

A japonesa Oda Yumeka já fez um 9.4, mas em nota de manobra individual, não em uma volta como Rayssa. O formato de disputa da SLS costuma ter esses dois tipos de exibições. No Super Crown deste domingo, por exemplo, foram duas voltas de 45 segundos e quatro tentativas de manobras individuais. As quatro notas mais altas formavam o total.

Nine club

Competir no Brasil foi um fator essencial para Rayssa colocar seu nome no ‘Nine club’. Depois de ser campeã na final da SLS disputada no Rio, ano passado, conseguiu o bicampeonato sentindo-se muito à vontade no Ibirapuera. Correr aqui no Brasil é como se eu tivesse correndo lá na ‘bichinha’ no quintal de casa, porque o pessoal ajuda muito”, disse.

Rayssa até estava nervosa, mas o apoio da torcida, que fez muito barulho sempre que chegava sua vez de descer a pista, fez a diferença. “Era uma pista meio difícil de conectar as manobras. E aí hoje de manhã, eu estava meio nervosa, estava meio ansiosa para a competição chegar logo, mas acabou que a torcida ajudou muito”.

A skatista brasileira ainda tem um objetivo a cumprir em 2023. Do dia 10 a 17 de dezembro, será disputado o Mundial de Street, em Tóquio, competição que vale pontos para a corrida olímpica. A SLS, embora importante no mundo do skate, não conta para o ranking de classificação à Olimpíada.

Giovanni Vianna leva Brasil ao topo no masculino e faz dobradinha com Rayssa

O público que esteve no Ginásio do Ibirapuera comemorou também a conquista de Giovanni Vianna entre os homens. O skatista de Santo André travou uma disputa acirrada com o francês Vicent Milou e foi campeão por 36.4 a 36.3 nas notas finais. Uma parte da torcida chegou a vaiar o francês no momento em que ele executaria a manobra final, mas aplausos abafaram a iniciativa.

A terceira colocação ficou com o português Gustavo Ribeiro, campeão da edição passada da liga. O Brasil também teve Felipe Gustavo como finalista. Após ser um dos grandes destaques das baterias classificatórias, no sábado, o brasiliense não pegou pódio por muito pouco e acabou ficando em quarto lugar na decisão, ao ter a nota final de 25.5 contra 27.1 de Ribeiro.

As sessões de voltas foram de altíssimo nível, tanto que, ao fim das duas rodadas, três skatistas haviam conseguido notas superiores a nove. A melhor delas foi de Vicent Milou, um 9.4, seguida pelo 9.3 de Gustavo Ribeiro e o 9.1 do brasileiro Giovanni Vianna, responsável por uma explosão de alegria no Ginásio do Ibirapuera. Ryan Decenzo, Felipe Gustavo e Maurio McCoy ficaram mais distantes.

Iniciada a disputa das manobras individuais, contudo, Felipe Gustavo tratou de elevar a disputa ao conseguir um 8.5. Com 16.2 no total, chegou a liderar provisoriamente, mas terminou a primeira rodada atrás de Milou (18.2) e Vianna (17.9), que fazia uma prova de muita consistência.

No começo da segunda sessão de tentativas, foi Vianna que assumiu a ponta, pois adicionou mais uma nota ao ‘clube dos nove’, desta vez um 9.1 para somar 27.0 na pontuação. Milou, contudo, repetiu a nota do brasileiro e subiu para primeiro por pouco, pois ficou com 27.3. Em seguida, na terceira rodada, Felipe Gustavo também conseguiu seu nove, um 9.3, e mostrou que ainda estava na briga, em terceiro com 25.5 no total.

Milou abriu a terceira sessão recebendo um 9.0 cravado dos juízes e manteve a liderança com o total de 36.3, mas Giovanni respondeu à altura, tirou um 9.4, arrancou quase um minuto de aplausos do público e fez assumiu a ponta com 36.4, diferença mínima para o francês. Felipe Gustavo (25.5) perdeu o terceiro lugar para Gustavo Ribeiro (27.1). Quando chegou a hora da manobra decisiva, Milou não acertou a sua tentativa e confirmou o título de Vianna.

Apoiada incondicionalmente pela torcida no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, neste domingo, Rayssa Leal tornou-se bicampeã da SLS, principal liga de skate de rua do mundo, ao vencer o Super Crown, a última etapa do campeonato. Com uma apresentação de notas altas desde o início, inclusive um 9.0, ele foi dominante e fechou com 31.9, à frente da campeã olímpica Momiji Nishya, com 30.6, e Page Heyn, com 28.9.

O 9.0 conquistado por Rayssa é inédito na etapa de “voltas” da competição. Uma outra nota ainda mais alta já foi dada anteriormente. Oda Yumeka havia conquistado um 9.4, mas na etapa de “manobras”. São as duas únicas mulheres da história a atingir este feito.

Assim como na fase anterior, as skatistas tiveram duas voltas de 45 segundos e cinco oportunidades de manobras individuais. A nota final foi a soma das quatro maiores notas, podendo ser composta de uma volta e três manobras individuais, ou quatro manobras individuais, com pontuação máxima de 40 pontos. Melhor colocada de sua bateria na fase classificatória, Rayssa Leal era a última a se apresentar a cada rodada da final.

Rayssa Leal faz história no Ibirapuera. Foto: Helena Petry/COB

Na primeira sessão de voltas de 45 segundos, os destaques iniciais foram a campeã olímpica Momiji Nishiya, com nota 6,3, e a jovem Chloe Covell, que arrancou um 6.0 dos jurados, apostando na precisão de seus ‘flips’. Depois da primeira volta de Rayssa, contudo, a apresentação das duas foi ofuscada, pois a brasileira encaixou ótimas manobras de corrimão para receber um 8.1 e assumir a liderança.

Covell e Nishiya não conseguiram elevar o nível na segunda sessão, com notas abaixo de 6.0, e viram Rayssa brilhar novamente, desta vez com uma nota 9.0, que levou a torcida ao delírio quando anunciada. Na SLS, os noves não são constantes. Quem consegue, entra para o chamado “Nine Club”.

O domínio nas duas voltas fez Rayssa chegar como líder à disputa das apresentações individuais. Em sua primeira tentativa, Chloe Covell acertou um ‘kickflip’ sobre a escada, somou 7.3 e mostrou-se uma ameaça ao bi da brasileira, assim como Nishyia, que fez 7.4, mas a maranhense de 15 anos respondeu com um 8.0 ao acertar um “backside tailslide” no corrimão.

Na segunda rodada de manobras individuais, Rayssa fez sua primeira nota abaixo de 8, um 6.4, mas foi o suficiente para retomar a liderança que havia sido tomada por Covell. A diferença entre elas era de três pontos - 23.4 para a brasileira contra 20.4 da australiana.

Já a terceira rodada colocou Yumeka Oda, autora de uma manobra avaliada em 8.6, na briga, somando 20.7 no total e ultrapassando Covell, que não pontuou. Depois, foi a vez de Nishiya somar 8.8 para assumir a segunda posição, com 22.3. Rayssa, contudo, estava em outra rotação e tirou um 8.5 dos jurados para somar 31.9 e disparar na liderança, emocionada por ter acertado a manobra.

Rayssa não conseguiu concluir sua tentativa na quarta rodada e zerou, mas a nota foi descartada, já que contam apenas quatro para a pontuação final. A vantagem construída anteriormente a deixou bastante tranquila, cinco pontos à frente de Heyn, a segunda colocada. Na rodada final, ninguém conseguiu superar Rayssa, que deu a última manobra como campeã.

‘Queria meu 9 e tudo bem se o troféu não viesse’, diz Rayssa

Rayssa Leal foi além de conquistar o bicampeonato da SLS, a principal liga de skate de rua do mundo. A vitória da maranhense de 15 anos no Super Crown, última etapa do campeonato, veio com uma nota 9.0, a primeira da história em uma volta da disputa feminina da liga. Entrar para o ‘Nine clube’, como os skatistas chamam o grupo de atletas que consegue atingir esta casa de pontuação, foi o mais importante para Rayssa em meio à conquista da manhã deste domingo, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.

“No último SLS, em Sydney, eu achei que ia conseguir, mas não consegui. Eu nunca tinha conseguido. Foi algo surreal, a gente estava fazendo a estratégia ontem à noite e tinha falado para a mamãe que eu só queria meu nove. Se o troféu não viesse, estava tudo bem. Mas o que queria era o nove, então fiz o meu máximo, consegui fazer o meu máximo ali dentro da pista e é isso. Acho que eu fiquei muito feliz, até chorei. Fiquei muito emocionada, porque sempre foi um sonho”, disse.

A japonesa Oda Yumeka já fez um 9.4, mas em nota de manobra individual, não em uma volta como Rayssa. O formato de disputa da SLS costuma ter esses dois tipos de exibições. No Super Crown deste domingo, por exemplo, foram duas voltas de 45 segundos e quatro tentativas de manobras individuais. As quatro notas mais altas formavam o total.

Nine club

Competir no Brasil foi um fator essencial para Rayssa colocar seu nome no ‘Nine club’. Depois de ser campeã na final da SLS disputada no Rio, ano passado, conseguiu o bicampeonato sentindo-se muito à vontade no Ibirapuera. Correr aqui no Brasil é como se eu tivesse correndo lá na ‘bichinha’ no quintal de casa, porque o pessoal ajuda muito”, disse.

Rayssa até estava nervosa, mas o apoio da torcida, que fez muito barulho sempre que chegava sua vez de descer a pista, fez a diferença. “Era uma pista meio difícil de conectar as manobras. E aí hoje de manhã, eu estava meio nervosa, estava meio ansiosa para a competição chegar logo, mas acabou que a torcida ajudou muito”.

A skatista brasileira ainda tem um objetivo a cumprir em 2023. Do dia 10 a 17 de dezembro, será disputado o Mundial de Street, em Tóquio, competição que vale pontos para a corrida olímpica. A SLS, embora importante no mundo do skate, não conta para o ranking de classificação à Olimpíada.

Giovanni Vianna leva Brasil ao topo no masculino e faz dobradinha com Rayssa

O público que esteve no Ginásio do Ibirapuera comemorou também a conquista de Giovanni Vianna entre os homens. O skatista de Santo André travou uma disputa acirrada com o francês Vicent Milou e foi campeão por 36.4 a 36.3 nas notas finais. Uma parte da torcida chegou a vaiar o francês no momento em que ele executaria a manobra final, mas aplausos abafaram a iniciativa.

A terceira colocação ficou com o português Gustavo Ribeiro, campeão da edição passada da liga. O Brasil também teve Felipe Gustavo como finalista. Após ser um dos grandes destaques das baterias classificatórias, no sábado, o brasiliense não pegou pódio por muito pouco e acabou ficando em quarto lugar na decisão, ao ter a nota final de 25.5 contra 27.1 de Ribeiro.

As sessões de voltas foram de altíssimo nível, tanto que, ao fim das duas rodadas, três skatistas haviam conseguido notas superiores a nove. A melhor delas foi de Vicent Milou, um 9.4, seguida pelo 9.3 de Gustavo Ribeiro e o 9.1 do brasileiro Giovanni Vianna, responsável por uma explosão de alegria no Ginásio do Ibirapuera. Ryan Decenzo, Felipe Gustavo e Maurio McCoy ficaram mais distantes.

Iniciada a disputa das manobras individuais, contudo, Felipe Gustavo tratou de elevar a disputa ao conseguir um 8.5. Com 16.2 no total, chegou a liderar provisoriamente, mas terminou a primeira rodada atrás de Milou (18.2) e Vianna (17.9), que fazia uma prova de muita consistência.

No começo da segunda sessão de tentativas, foi Vianna que assumiu a ponta, pois adicionou mais uma nota ao ‘clube dos nove’, desta vez um 9.1 para somar 27.0 na pontuação. Milou, contudo, repetiu a nota do brasileiro e subiu para primeiro por pouco, pois ficou com 27.3. Em seguida, na terceira rodada, Felipe Gustavo também conseguiu seu nove, um 9.3, e mostrou que ainda estava na briga, em terceiro com 25.5 no total.

Milou abriu a terceira sessão recebendo um 9.0 cravado dos juízes e manteve a liderança com o total de 36.3, mas Giovanni respondeu à altura, tirou um 9.4, arrancou quase um minuto de aplausos do público e fez assumiu a ponta com 36.4, diferença mínima para o francês. Felipe Gustavo (25.5) perdeu o terceiro lugar para Gustavo Ribeiro (27.1). Quando chegou a hora da manobra decisiva, Milou não acertou a sua tentativa e confirmou o título de Vianna.

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