A torcida dos brasileiros presentes no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, neste domingo, durante a etapa final da SLS, a liga mundial de skate, era claramente de Rayssa Leal, que terminou como campeã. De qualquer forma, a atmosfera de amizade do skate fez todas as competidoras receberem apoio, e uma delas cativou o público com mais intensidade. A australiana Chloe Covell, de apenas 13 anos, foi abraçada pelos torcedores.
Ela começou bem a disputa, mas terminou a final em último lugar após cair nas três últimas tentativas de manobras. Todas as quedas foram sucedidas por aplausos motivacionais à jovem skatista, que não tem muito a lamentar, pois é uma das protagonistas do skate na atualidade. Neste ano, foi campeã das etapas de Sydney e Tóquio da SLS, superando Rayssa, segunda e quarta colocada, respectivamente, em tais edições. Por isso, chegou à etapa final, o Super Crown, que define a grande campeã da liga, como uma das favoritas.
Ter superado Rayssa duas vezes é uma honra para a pequena australiana, que compete desde os 8 anos e tem a maranhense como inspiração. “Sim, a Rayssa é definitivamente uma inspiração para mim. Ela é uma inspiração para qualquer garota nova e até garotas mais velhas que andam de skate. Ela é insana”, disse ao Estadão.
O Brasil, aliás, é importante na formação de Chloe como skatista, já que ela tem Letícia Bufoni, vencedora da primeira edição da SLS para mulheres, como referência, e até como amiga. “A Letícia é demais. Ela é uma skatista incrível, muito legal para se estar junto. Ela é muito legal, me ajudou a entrar na equipe da Red Bull e me fez uma surpresa”, contou, lembrando quando recebeu um bolo de boas vindas da lendária skatista brasileira.
Assim como tantos outros atletas adolescentes, a australiana concilia a carreira de skatista com os estudos e tenta viver a vida mais normal possível, inclusive se dedicando a outros esportes no campo do lazer. Um dos favoritos dela é o futebol, que tem a Austrália como uma das melhores seleções femininas da atualidade.
No caso da educação, Chloe tem ao seu favor o fato de estudar em uma escola que combina o ensino ao esporte como prioridade. O governo australiano tem um programa chamado ‘Sporting Schools’, destinado a ajudar as escolas a aumentar a participação das crianças no esporte e a ligá-las a oportunidades desportivas comunitárias.
“A escola é bem tranquila para mim, porque eu vou a uma ‘escola esportiva’, e eu simplesmente carrego o meu laptop comigo e tento fazer o máximo que eu consigo de estudos”, explicou a skatista. “Quando eu volto de viagem e vou para escola, encontro todos me parabenizando, meus amigos são ótimos e eu adoro isso”, completou.
Além da temporada histórica que teve na SLS, a menina de 13 anos é mais jovem medalhista de ouro do X-Games e está muito bem na corrida olímpica para disputar os Jogos de Paris-2024. Está em quinto lugar, atrás apenas de Momiji Nishiya, Rayssa Leal, Yumeka Oda e Liz Akama.