O presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, demonstrou nesta semana sua surpresa com a campanha pífia do Palmeiras no Brasileirão. A maioria acha o time dirigido por Felipão fraquíssimo. O dirigente são-paulino pensa diferente: "Eles têm uma equipe competitiva." Se pode haver exagero nessa avaliação, muita gente no Palestra Itália concorda com a ideia de que falta apoio à comissão técnica nos vestiários para que os resultados melhorem, tenha Luiz Felipe no comando ou não em 2012.O goleiro Marcos reforçou essa tese na apresentação de sua academia de fisioterapia, segunda-feira: "O Felipão fica chateado com o Frizzo, porque ele não dá as broncas necessárias no elenco. Hoje os jogadores pertencem a empresários e não é o técnico quem deve dar essas duras. É a diretoria", afirmou o ídolo.Marcos só errou ao dizer "hoje em dia". Sempre foi assim. Nos anos 80, havia quem atribuísse o sucesso do São Paulo ao gerente José Eduardo Chimello. Felipão foi campeão no Grêmio quando tinha o respaldo de Luís Carlos Silveira Martins, o Cacalo. No primeiro ano de Palmeiras, fracassou na semifinal do Campeonato Paulista e, às portas da demissão, deu um murro no jornalista Gilvan Ribeiro. Seu diretor, Paulo Russo, definia sua diferença em relação ao antecessor, José Carlos Brunoro, em três palavras: "Sou mais sanguinário." Felipão melhorou quando a Parmalat contratou Paulo Angioni, formado em psicologia e profundo conhecedor da alma do vestiário.Como em várias outras questões, Arnaldo Tirone não é contra - nem a favor - de colocar mais gente no vestiário, dar mais apoio a Felipão. Roberto Frizzo é mais crítico a essa ideia. Julga que antes de colocar mais alguém é preciso tirar gente lá de dentro. A observação deve-se a dois fatores: 1.º, Palmeiras tem o gerente administrativo Sérgio do Prado e o gerente de futebol Galeano, o primeiro não tem essa função, o segundo não tem esse perfil; 2.º, julga que o conselheiro Mauro Marques tem acesso demais.Felipão é pedra com tijolo, atrito puro. O resultado de precisar se meter em todas as discussões é ter boa parte do elenco contra si. Com Felipão no comando, não se mexe em Galeano e muita gente julga um abuso contratar mais alguém. No Palmeiras, fracassaram Muricy, Luxemburgo e, agora, Felipão. O abuso é continuar perdendo.O Vasco teve o pior início de ano de sua história, hoje é líder do Campeonato Brasileiro. O time melhorou, mas ninguém duvida em São Januário de que a proteção do vestiário tem tudo a ver com o sucesso de 2011.O recorde corintiano. Dono da maior média de público do Brasileirão, o Corinthians tem tudo para encher o Pacaembu hoje e precisa de sua torcida para tentar, contra o Atlético-GO, assumir a liderança. Se vencesse a partida que perdeu para o rival goiano no Pacaembu, ano passado, seria o Corinthians - e não o Fluminense - o campeão brasileiro de 2010.A média de público corintiana, de 27.100 por jogo, é a melhor do país. Sua taxa de ocupação, índice sem medição no Brasil, também é a maior. Mas é ridícula. Em média, o Pacaembu é ocupado em 67,5% de seu espaço nas partidas do Corinthians. O Manchester United tem média de ocupação de seu estádio de 99,1%. Cabem 76 mil pessoas em Old Trafford e sua média de espectadores por partida é de 75.900. O Flamengo tem média de 17 mil por partida no Brasileirão, num estádio com capacidade para 46.900. A maior torcida do país põe sua torcida num espaço correspondente a 44% do estádio onde joga. É ridículo.Espaço vazio. Na quarta-feira, a divulgação de uma irrelevante pesquisa do Ibope provocou brigas por twitter entre corintianos e rubro-negros. Tudo porque o Flamengo tem mais torcedores em redes sociais, mas nesse estúpido quesito o Corinthians encostou no clube carioca. Muito mais importante é saber quem leva mais gente ao estádio e tem menos espaço vazio em seus jogos. Nesse critério, o placar no Brasil é zero a zero.