As cidades de Rio de Janeiro e Niterói criaram um comitê para discutir semanalmente a candidatura conjunta para sediar os Jogos Pan-Americanos de 2031. O secretário municipal de Esporte do Rio, Guilherme Schleder, e a vice-prefeita eleita de Niterói e medalhista olímpica, Isabel Swan, se reuniram na última semana para darem início ao trabalho de estruturação da proposta técnica que será apresentada ao Comitê Olímpico do Brasil (COB). Os integrantes do grupo serão anunciados nos primeiros dias de janeiro.
Rio e Niterói tem até o dia 16 de janeiro para enviar a proposta técnica da candidatura ao Conselho de Administração do COB. A entidade solicita que que sejam abordados temas como a “motivação e visão de futuro”, “infraestrutura e logística” e “fonte de financiamento e garantias governamentais”. A decisão da entidade sobre qual será o candidato do Brasil no pleito a sediar o Pan sai em 29 de janeiro. Além da candidatura fluminense, a cidade de São Paulo também está na disputa.
“O Pan será realizado como um legado dele mesmo. Desde 2007 a cidade do Rio de Janeiro mantém instalações olímpicas de alto padrão, como o Parque Aquático Maria Lenk, hoje usado como Centro de Treinamento pelo COB, e com outras que foram construídas para os Jogos Olímpicos de 2016. Também é uma oportunidade de uso das ótimas instalações que Niterói mantém, como o Complexo Esportivo Caio Martins. E Niterói é uma cidade que sempre revelou diversos atletas, inclusive grandes medalhistas olímpicos como a Lars e o Torben Grael, e a vice-prefeita eleita de Niterói, que está no comando do comitê junto comigo, a Isabel Sawn”, disse Schleder.
A proposta também pede que sejam destacadas iniciativas voltadas para a detecção e desenvolvimento de talentos. Quanto a isso, o Rio de Janeiro está à frente. Atualmente a cidade mantém o Time Rio, composto por 36 atletas olímpicos e 24 paralímpicos, que recebem bolsa da Prefeitura de R$ 8 mil para se dedicarem exclusivamente a suas atividades.
“Para se ter um exemplo do sucesso do programa, no último Pan-americano, no ano passado, nossos atletas conquistaram 56 medalhas, sendo 26 no Pan e 30 no Parapan. Estamos alinhando os últimos detalhes para o próximo ciclo olímpico, mas a quantidade de atletas atendidos será ampliada. Além disso, hoje, na estrutura da Secretaria de Esportes do Rio, temos 26 Vilas Olímpicas, além do Velódromo e do Parque Radical de Deodoro, que oferecem aulas de mais de 100 modalidades esportivas para mais de 60 mil pessoas, incluindo crianças e adolescentes de toda a cidade do Rio de Janeiro.”, confirmou o secretário.
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Rio e Niterói manifestaram o desejo de sediar o Pan na primeira semana de dezembro. As cidades do RJ contam com um aparato recente, que serviu ao Pan de 2007 e Olimpíada de 2016. Cada país pode apresentar apenas uma candidatura. O resultado será divulgado na Assembleia Geral da Panam Sports, em agosto, durante a realização dos Jogos Pan-Americanos Júnior.
São Paulo também na briga
A candidatura de São Paulo foi oficializada em outubro de 2023, quando a última edição do Pan ainda ocorria em Santiago, no Chile. A prefeitura reiterou a intenção em uma carta durante os Jogos Olímpicos de Paris-2024. Além da disposição para atender os requisitos exigidos, São Paulo tem a seu favor o fato de já ter recebido grandes torneios esportivos, como a abertura da Copa do Mundo de 2014, e crê possuir estrutura para sediar o evento e que contará com modernização para atender toda a população paulista e turistas que acompanharão o Pan.
Uma força-tarefa foi montada no governo municipal, com participação de representantes de cinco secretarias, além da Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo (Prodam) e a São Paulo Turism (SPTuris).
A Assembleia-Geral do COB, que será a responsável pela decisão, é formada por 34 presidentes das Confederações Olímpicas de Verão e Inverno filiadas à entidade, dois membros brasileiros do Comitê Olímpico Internacional (COI) e 19 representantes da Comissão de Atletas (CACOB).