Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Abel faz a gente pensar no peso de um treinador para o sucesso ou fracasso de um time


Técnico do Palmeiras completa três anos no cargo e ajuda a mudar a história de um jogo, contra o Botafogo, que estava ‘perdido’ por três gols no primeiro tempo

Por Robson Morelli
Atualização:

A semana é de Abel Ferreira. Na segunda-feira ele completou três anos no comando do Palmeiras. Teve festa e agradecimentos. Nesta quarta, no Rio, ele trabalhou no vestiário de modo a fazer seus jogadores virarem uma partida ‘perdida’ por três gols de diferença. Não é pouca façanha. Sempre achei que um treinador tem 25% de mérito do sucesso de um time. Nunca mais do que isso. Sempre olhei para os jogadores e para as condições do jogo como fatores mais determinantes para o resultado do que as orientações do técnico. Confesso que estou mudando esse conceito por causa de Abel.

Tenho restrições a muitas coisas que ele fala e como fala, até mesmo a alguns conceitos sobre futebol. Mas é preciso reconhecer a confiança que ele conseguiu do elenco nesses três anos e como o atleta recebe suas orientações. Nunca ouvi uma palestra do Abel (adoraria ouvir) e suas entrevistas são conceituais demais e sempre pós-resultados, o que me parece mais fácil.

Abel Ferreira treina Palmeiras na Academia de Futebol na Barra Funda Foto: Cesar Greco / Palmeiras
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Nos intervalos das partidas, no entanto, ele consegue mudar a postura do time, como fez diante do Botafogo, cujo primeiro tempo terminou 3 a 0 para o time carioca. Suas palavras, pela voz do goleiro Wewerton, parecem simples a ponto de os jogadores entenderem o recado e executar o mando. Contra o Botafogo, ele recuperou o moral dos atletas após um primeiro tempo péssimo, em que nada deu certo. Poderia ter trocado três jogadores de cara para tentar mudar a história do jogo. Qualquer outro treinador faria isso. Mas Abel não trocou ninguém. Apenas empurrou Gómez mais para a direita a fim de cobrir as avançadas de Maike.

Disse que o Botafogo ganhou o primeiro tempo e o Palmeiras deveria ganhar o segundo. Como? Fazendo quatro gols e não tomando mais nenhum. Foi profético. Estava radiante após a virada. É claro que os jogadores foram os donos da vitória. Mas é preciso reconhecer a simplicidade do treinador, acreditando no que disse o goleiro do Palmeiras.

Abel poderia ter apostado em várias outras estratégias. Preferiu manter os 11 que haviam tomando uma surra nos primeiros 45 minutos e deixá-los ‘se virar’ na etapa final. Ele ‘tirou’ os três gols da conta dos jogadores e pediu para que ganhassem o segundo tempo. Poderia não ter acontecido, claro. Mas aconteceu.

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Abel consegue coisas que outros treinadores não conseguem. Voltando para o começo da semana, completar três anos no cargo é uma dessas façanhas. Ele não é dono da verdade, erra bastante, ainda é um treinador em formação e vai ficar melhor com o tempo, como todos os profissionais de muitos segmentos. Precisa parar de se debater com os árbitros e melhorar na oratória. Sua gestão na reformulação do elenco neste segundo semestre também deixou a desejar. São aprendizados que ele está assimilando.

Tentou entrar numa discussão sem sentido com jornalistas que mais soa como fraqueza de sua parte do que qualquer outra coisa, mas parece que contornou isso. Abel não é unanimidade. Nenhum treinador será o tempo todo. Mas muitas de suas façanhas merecem reconhecimento. O bom é que ele sabe que no futebol é sempre um dia depois do outro.

OUTRAS COLUNAS DE ROBSON MORELLI

A semana é de Abel Ferreira. Na segunda-feira ele completou três anos no comando do Palmeiras. Teve festa e agradecimentos. Nesta quarta, no Rio, ele trabalhou no vestiário de modo a fazer seus jogadores virarem uma partida ‘perdida’ por três gols de diferença. Não é pouca façanha. Sempre achei que um treinador tem 25% de mérito do sucesso de um time. Nunca mais do que isso. Sempre olhei para os jogadores e para as condições do jogo como fatores mais determinantes para o resultado do que as orientações do técnico. Confesso que estou mudando esse conceito por causa de Abel.

Tenho restrições a muitas coisas que ele fala e como fala, até mesmo a alguns conceitos sobre futebol. Mas é preciso reconhecer a confiança que ele conseguiu do elenco nesses três anos e como o atleta recebe suas orientações. Nunca ouvi uma palestra do Abel (adoraria ouvir) e suas entrevistas são conceituais demais e sempre pós-resultados, o que me parece mais fácil.

Abel Ferreira treina Palmeiras na Academia de Futebol na Barra Funda Foto: Cesar Greco / Palmeiras

Nos intervalos das partidas, no entanto, ele consegue mudar a postura do time, como fez diante do Botafogo, cujo primeiro tempo terminou 3 a 0 para o time carioca. Suas palavras, pela voz do goleiro Wewerton, parecem simples a ponto de os jogadores entenderem o recado e executar o mando. Contra o Botafogo, ele recuperou o moral dos atletas após um primeiro tempo péssimo, em que nada deu certo. Poderia ter trocado três jogadores de cara para tentar mudar a história do jogo. Qualquer outro treinador faria isso. Mas Abel não trocou ninguém. Apenas empurrou Gómez mais para a direita a fim de cobrir as avançadas de Maike.

Disse que o Botafogo ganhou o primeiro tempo e o Palmeiras deveria ganhar o segundo. Como? Fazendo quatro gols e não tomando mais nenhum. Foi profético. Estava radiante após a virada. É claro que os jogadores foram os donos da vitória. Mas é preciso reconhecer a simplicidade do treinador, acreditando no que disse o goleiro do Palmeiras.

Abel poderia ter apostado em várias outras estratégias. Preferiu manter os 11 que haviam tomando uma surra nos primeiros 45 minutos e deixá-los ‘se virar’ na etapa final. Ele ‘tirou’ os três gols da conta dos jogadores e pediu para que ganhassem o segundo tempo. Poderia não ter acontecido, claro. Mas aconteceu.

Abel consegue coisas que outros treinadores não conseguem. Voltando para o começo da semana, completar três anos no cargo é uma dessas façanhas. Ele não é dono da verdade, erra bastante, ainda é um treinador em formação e vai ficar melhor com o tempo, como todos os profissionais de muitos segmentos. Precisa parar de se debater com os árbitros e melhorar na oratória. Sua gestão na reformulação do elenco neste segundo semestre também deixou a desejar. São aprendizados que ele está assimilando.

Tentou entrar numa discussão sem sentido com jornalistas que mais soa como fraqueza de sua parte do que qualquer outra coisa, mas parece que contornou isso. Abel não é unanimidade. Nenhum treinador será o tempo todo. Mas muitas de suas façanhas merecem reconhecimento. O bom é que ele sabe que no futebol é sempre um dia depois do outro.

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A semana é de Abel Ferreira. Na segunda-feira ele completou três anos no comando do Palmeiras. Teve festa e agradecimentos. Nesta quarta, no Rio, ele trabalhou no vestiário de modo a fazer seus jogadores virarem uma partida ‘perdida’ por três gols de diferença. Não é pouca façanha. Sempre achei que um treinador tem 25% de mérito do sucesso de um time. Nunca mais do que isso. Sempre olhei para os jogadores e para as condições do jogo como fatores mais determinantes para o resultado do que as orientações do técnico. Confesso que estou mudando esse conceito por causa de Abel.

Tenho restrições a muitas coisas que ele fala e como fala, até mesmo a alguns conceitos sobre futebol. Mas é preciso reconhecer a confiança que ele conseguiu do elenco nesses três anos e como o atleta recebe suas orientações. Nunca ouvi uma palestra do Abel (adoraria ouvir) e suas entrevistas são conceituais demais e sempre pós-resultados, o que me parece mais fácil.

Abel Ferreira treina Palmeiras na Academia de Futebol na Barra Funda Foto: Cesar Greco / Palmeiras

Nos intervalos das partidas, no entanto, ele consegue mudar a postura do time, como fez diante do Botafogo, cujo primeiro tempo terminou 3 a 0 para o time carioca. Suas palavras, pela voz do goleiro Wewerton, parecem simples a ponto de os jogadores entenderem o recado e executar o mando. Contra o Botafogo, ele recuperou o moral dos atletas após um primeiro tempo péssimo, em que nada deu certo. Poderia ter trocado três jogadores de cara para tentar mudar a história do jogo. Qualquer outro treinador faria isso. Mas Abel não trocou ninguém. Apenas empurrou Gómez mais para a direita a fim de cobrir as avançadas de Maike.

Disse que o Botafogo ganhou o primeiro tempo e o Palmeiras deveria ganhar o segundo. Como? Fazendo quatro gols e não tomando mais nenhum. Foi profético. Estava radiante após a virada. É claro que os jogadores foram os donos da vitória. Mas é preciso reconhecer a simplicidade do treinador, acreditando no que disse o goleiro do Palmeiras.

Abel poderia ter apostado em várias outras estratégias. Preferiu manter os 11 que haviam tomando uma surra nos primeiros 45 minutos e deixá-los ‘se virar’ na etapa final. Ele ‘tirou’ os três gols da conta dos jogadores e pediu para que ganhassem o segundo tempo. Poderia não ter acontecido, claro. Mas aconteceu.

Abel consegue coisas que outros treinadores não conseguem. Voltando para o começo da semana, completar três anos no cargo é uma dessas façanhas. Ele não é dono da verdade, erra bastante, ainda é um treinador em formação e vai ficar melhor com o tempo, como todos os profissionais de muitos segmentos. Precisa parar de se debater com os árbitros e melhorar na oratória. Sua gestão na reformulação do elenco neste segundo semestre também deixou a desejar. São aprendizados que ele está assimilando.

Tentou entrar numa discussão sem sentido com jornalistas que mais soa como fraqueza de sua parte do que qualquer outra coisa, mas parece que contornou isso. Abel não é unanimidade. Nenhum treinador será o tempo todo. Mas muitas de suas façanhas merecem reconhecimento. O bom é que ele sabe que no futebol é sempre um dia depois do outro.

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Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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