Nem os jogadores conseguiram segurar o emprego do técnico Fernando Lázaro no Corinthians. O treinador era ‘protegido’ dos atletas até a Gaviões da Fiel pedir sua cabeça. A diretoria, com o argumento da falta de resultados, achou por bem demitir o comandante apresentado pouco tempo atrás como a solução dos seus problemas após o abandono do português Vítor Pereira. A demissão aconteceu nesta quinta-feira após o time perder na Libertadores em casa para o Argentinos Juniors. Cuca foi escolhido para o seu lugar.
Mudar de treinador só comprova a gestão perdida do Corinthians. No caso do São Paulo, que também demitiu nesta semana o técnico Rogério Ceni, a diferença é que o treinador do Morumbi tinha ao menos 18 meses no cargo. Lázaro nem isso. Ele foi anunciado no fim do ano passado e teve o Paulistão como seu primeiro trabalho.
De qualquer modo, o que ele apresentava era ruim. Não somente pelos resultados adversos, como a derrota para o Remo pela Copa do Brasil, mas também pela maneira de o time se portar em campo. Lázaro não sabia o que estava fazendo. Era inexperiente e ficou sozinho em suas decisões.
Há um jogador no elenco bastante autêntico e que não sabe esconder seu descontentamento. E Róger Guedes. O bom atacante já vinha demonstrando não entender as manobras de Lázaro nas partidas, ora atuando de um jeito e com alguns jogadores, ora mudando esse jeito de atuar e escolhendo outros atletas. Lázaro foi encolhendo e perdendo a pouca confiança. Começou no time errado.
A diretoria sempre soube da falta de estofo do treinador. Mesmo assim, acreditou que ele pudesse segurar o rojão na temporada, de modo a também economizar algum dinheiro com a comissão técnica. Na próxima semana, o Corinthians vai apresentar um balanço financeiro com rombo de R$ 900 milhões. Portanto, não há dinheiro para nada.
O fim de linha do filho do lateral Zé Maria foi a manifestação da torcida uniformizada Gaviões da Fiel, pedindo sua cabeça em uma bandeja, a exemplo do que aconteceu com Sylvinho. O elenco, desta vez, não foi ouvido. Sem ninguém para defendê-lo, a demissão foi até fácil.
É preciso que uma coisa fique clara também nas duas demissões da semana de clubes de São Paulo: tanto Ceni quanto Lázaro trabalharam com um elenco pobre, fraco e de jogadores que não conseguiram ajudar seus respectivos treinadores em campo. São tão culpados como os técnicos pelos fracassos.