Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Fracasso das seleções brasileiras, principal, feminina e olímpica, é culpa dos péssimos treinadores


Há bons jogadores e boas jogadoras, mas os técnicos escolhidos pela CBF nos últimos anos não ajudaram em nada por falta de competência e de ideias: ninguém teme mais a camisa do Brasil, como estamos vendo no pré-olímpico

Por Robson Morelli
Atualização:

O Brasil vai mal em todas as suas seleções. Isso é péssimo para o futebol brasileiro. A mais nova decepção é o time pré-olímpico comandado por Ramon Menezes, que perdeu para o Paraguai, com Endrick desperdiçando pênalti no quadrangular final, passou pela Venezuela nesta quinta com muita dificuldade e agora tem parada dura diante da Argentina neste domingo, dia 11, para ter o time masculino na Olimpíada de Paris. A seleção já tinha fracassado na sua versão feminina, que resultou na demissão de Bia Sundhage antes dos Jogos Olímpicos deste ano. O time principal, agora comandado por Dorival Junior, também vai mal em Copas, com ou sem Neymar, e ocupa a sexta colocação das Eliminatórias do Mundial de 2026. Ou seja, os times nacionais estão péssimos.

E a responsabilidade disso é dos técnicos. E também da CBF. Os jogadores e jogadoras são os menos culpados pelos fracassos das seleções. No caso da masculina principal, pesa sobre eles a arrogância e sua pouca ou nenhum disposição de se misturar com o torcedor. Eles preferem o isolamento e a bolha em que vivem do que se mostrar e atender aos brasileiros a não ser com aquele ‘tchauzinho’ sem graça e rápido nas portas dos hotéis e nas subidas e descidas dos ônibus. É ridículo.

Ramon Menezes comanda a seleção olímpica do Brasil depois de fracassar com o time principal em fase de teste da CBF Foto: Federico Parra / AFP
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Digo isso com muita dor no peito. E também destaco que não é por falta de bons elencos que as seleções passam vergonha e se distanciam dos seus seguidores. Boa parte desse cenário se deve pela confusão que tomou conta da CBF nos últimos anos. A entidade e a camisa do Brasil foram sendo minadas. Ninguém liga mais para o time nacional. É duro reconhecer isso. Há aqueles modinhas que vão aos jogos pela farra, mas muitos não estão nem aí pelo resultado do campo ou maneira em que o Brasil atua.

Faz anos que batemos na tecla da reaproximação do time com a torcida. Anos. Mas isso nunca acontece. A CBF não cobra os jogadores disso. E quando abre treinos na Granja Comary, em Teresópolis, é para familiares e amigos. Nunca é para o torcedor. A seleção masculina principal soa falsa diante da união pública. Neymar é quase que o único assunto. As seleções estão num limpo, longe do interesse do torcedor. Uma pena.

Não é somente a brasileira, diga-se. Os clubes abriram vantagem na preferência dos torcedores do mundo inteiro, fazendo com que a Fifa se reinvente para atrair atenção para os jogos dos times nacionais. Há disputas que movimentam esse interesse pontualmente, como Copa América, Eurocopa, Eliminatórias e Copa do Mundo. Antes, era um acontecimento ver as seleções em ação. Não é mais. No Brasil, virou negócio. Mas insisto: a culpa desse fracasso é dos técnicos, fracos e sem tempo em alguns casos. Tite ficou seis anos no cargo e nunca apresentou um time capaz de agradar. Nem quem ocupou o cargo antes dele.

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No caso da equipe olímpica, ela é encarada como um estorvo para os clubes, que são “obrigados” a ceder seus jogadores para amistosos e torneios menores. Depois que o Brasil ganhou o ouro olímpico no futebol, em 2016, no Rio, e repetiu a façanha em 2021, em Tóquio, aquela ansiedade pelo pódio passou. O futebol olímpico passou a ter a importância que ele sempre teve nos Jogos. A bem da verdade, o torcedor e os dirigentes de clubes preferem seus garotos nos times do que servindo a CBF.

O time de Ramon, mesmo com bons jogadores, não joga nada. Como explicar isso? Pela má qualidade do Ramon como treinador. Falta competência para enxergar o jogo e ter coragem de apostar, falta entendimento das qualidades dos atletas, falta tática e jogadas ensaiadas. Falta o futebol natural. Não teve uma só partida neste pré-olímpico capaz de encher os olhos do torcedor.

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O problema não é falta de talento, repito. Temos bons jogadores e boas jogadoras em todas as seleções. O que falta é uma estratégia de comando, de jogo, de organização, de sistema tático, de paciência, de ideias... Se os nossos jogadores são bons ainda, não podemos dizer o mesmo na nossa organização nem do trabalho dos treinadores escolhidos. Os clubes brasileiros estão à frente da CBF no quesito administração do futebol. Não são todos, mas já dá para contar nos dedos das mãos clubes bem organizados e com condutas pés no chão e vencedoras. Agora há duas esperanças, Dorival na seleção principal e Arthur Elias no time feminino.

Lá fora, a bandeira do Brasil é respeitada, mais do que é dentro do País, mas nossas seleções estão longe de despertar qualquer sentimento nos torcedores daqui. A camisa do Brasil não coloca mais medo em nenhum rival nem desperta sentimentos.

O Brasil vai mal em todas as suas seleções. Isso é péssimo para o futebol brasileiro. A mais nova decepção é o time pré-olímpico comandado por Ramon Menezes, que perdeu para o Paraguai, com Endrick desperdiçando pênalti no quadrangular final, passou pela Venezuela nesta quinta com muita dificuldade e agora tem parada dura diante da Argentina neste domingo, dia 11, para ter o time masculino na Olimpíada de Paris. A seleção já tinha fracassado na sua versão feminina, que resultou na demissão de Bia Sundhage antes dos Jogos Olímpicos deste ano. O time principal, agora comandado por Dorival Junior, também vai mal em Copas, com ou sem Neymar, e ocupa a sexta colocação das Eliminatórias do Mundial de 2026. Ou seja, os times nacionais estão péssimos.

E a responsabilidade disso é dos técnicos. E também da CBF. Os jogadores e jogadoras são os menos culpados pelos fracassos das seleções. No caso da masculina principal, pesa sobre eles a arrogância e sua pouca ou nenhum disposição de se misturar com o torcedor. Eles preferem o isolamento e a bolha em que vivem do que se mostrar e atender aos brasileiros a não ser com aquele ‘tchauzinho’ sem graça e rápido nas portas dos hotéis e nas subidas e descidas dos ônibus. É ridículo.

Ramon Menezes comanda a seleção olímpica do Brasil depois de fracassar com o time principal em fase de teste da CBF Foto: Federico Parra / AFP

Digo isso com muita dor no peito. E também destaco que não é por falta de bons elencos que as seleções passam vergonha e se distanciam dos seus seguidores. Boa parte desse cenário se deve pela confusão que tomou conta da CBF nos últimos anos. A entidade e a camisa do Brasil foram sendo minadas. Ninguém liga mais para o time nacional. É duro reconhecer isso. Há aqueles modinhas que vão aos jogos pela farra, mas muitos não estão nem aí pelo resultado do campo ou maneira em que o Brasil atua.

Faz anos que batemos na tecla da reaproximação do time com a torcida. Anos. Mas isso nunca acontece. A CBF não cobra os jogadores disso. E quando abre treinos na Granja Comary, em Teresópolis, é para familiares e amigos. Nunca é para o torcedor. A seleção masculina principal soa falsa diante da união pública. Neymar é quase que o único assunto. As seleções estão num limpo, longe do interesse do torcedor. Uma pena.

Não é somente a brasileira, diga-se. Os clubes abriram vantagem na preferência dos torcedores do mundo inteiro, fazendo com que a Fifa se reinvente para atrair atenção para os jogos dos times nacionais. Há disputas que movimentam esse interesse pontualmente, como Copa América, Eurocopa, Eliminatórias e Copa do Mundo. Antes, era um acontecimento ver as seleções em ação. Não é mais. No Brasil, virou negócio. Mas insisto: a culpa desse fracasso é dos técnicos, fracos e sem tempo em alguns casos. Tite ficou seis anos no cargo e nunca apresentou um time capaz de agradar. Nem quem ocupou o cargo antes dele.

No caso da equipe olímpica, ela é encarada como um estorvo para os clubes, que são “obrigados” a ceder seus jogadores para amistosos e torneios menores. Depois que o Brasil ganhou o ouro olímpico no futebol, em 2016, no Rio, e repetiu a façanha em 2021, em Tóquio, aquela ansiedade pelo pódio passou. O futebol olímpico passou a ter a importância que ele sempre teve nos Jogos. A bem da verdade, o torcedor e os dirigentes de clubes preferem seus garotos nos times do que servindo a CBF.

O time de Ramon, mesmo com bons jogadores, não joga nada. Como explicar isso? Pela má qualidade do Ramon como treinador. Falta competência para enxergar o jogo e ter coragem de apostar, falta entendimento das qualidades dos atletas, falta tática e jogadas ensaiadas. Falta o futebol natural. Não teve uma só partida neste pré-olímpico capaz de encher os olhos do torcedor.

O problema não é falta de talento, repito. Temos bons jogadores e boas jogadoras em todas as seleções. O que falta é uma estratégia de comando, de jogo, de organização, de sistema tático, de paciência, de ideias... Se os nossos jogadores são bons ainda, não podemos dizer o mesmo na nossa organização nem do trabalho dos treinadores escolhidos. Os clubes brasileiros estão à frente da CBF no quesito administração do futebol. Não são todos, mas já dá para contar nos dedos das mãos clubes bem organizados e com condutas pés no chão e vencedoras. Agora há duas esperanças, Dorival na seleção principal e Arthur Elias no time feminino.

Lá fora, a bandeira do Brasil é respeitada, mais do que é dentro do País, mas nossas seleções estão longe de despertar qualquer sentimento nos torcedores daqui. A camisa do Brasil não coloca mais medo em nenhum rival nem desperta sentimentos.

O Brasil vai mal em todas as suas seleções. Isso é péssimo para o futebol brasileiro. A mais nova decepção é o time pré-olímpico comandado por Ramon Menezes, que perdeu para o Paraguai, com Endrick desperdiçando pênalti no quadrangular final, passou pela Venezuela nesta quinta com muita dificuldade e agora tem parada dura diante da Argentina neste domingo, dia 11, para ter o time masculino na Olimpíada de Paris. A seleção já tinha fracassado na sua versão feminina, que resultou na demissão de Bia Sundhage antes dos Jogos Olímpicos deste ano. O time principal, agora comandado por Dorival Junior, também vai mal em Copas, com ou sem Neymar, e ocupa a sexta colocação das Eliminatórias do Mundial de 2026. Ou seja, os times nacionais estão péssimos.

E a responsabilidade disso é dos técnicos. E também da CBF. Os jogadores e jogadoras são os menos culpados pelos fracassos das seleções. No caso da masculina principal, pesa sobre eles a arrogância e sua pouca ou nenhum disposição de se misturar com o torcedor. Eles preferem o isolamento e a bolha em que vivem do que se mostrar e atender aos brasileiros a não ser com aquele ‘tchauzinho’ sem graça e rápido nas portas dos hotéis e nas subidas e descidas dos ônibus. É ridículo.

Ramon Menezes comanda a seleção olímpica do Brasil depois de fracassar com o time principal em fase de teste da CBF Foto: Federico Parra / AFP

Digo isso com muita dor no peito. E também destaco que não é por falta de bons elencos que as seleções passam vergonha e se distanciam dos seus seguidores. Boa parte desse cenário se deve pela confusão que tomou conta da CBF nos últimos anos. A entidade e a camisa do Brasil foram sendo minadas. Ninguém liga mais para o time nacional. É duro reconhecer isso. Há aqueles modinhas que vão aos jogos pela farra, mas muitos não estão nem aí pelo resultado do campo ou maneira em que o Brasil atua.

Faz anos que batemos na tecla da reaproximação do time com a torcida. Anos. Mas isso nunca acontece. A CBF não cobra os jogadores disso. E quando abre treinos na Granja Comary, em Teresópolis, é para familiares e amigos. Nunca é para o torcedor. A seleção masculina principal soa falsa diante da união pública. Neymar é quase que o único assunto. As seleções estão num limpo, longe do interesse do torcedor. Uma pena.

Não é somente a brasileira, diga-se. Os clubes abriram vantagem na preferência dos torcedores do mundo inteiro, fazendo com que a Fifa se reinvente para atrair atenção para os jogos dos times nacionais. Há disputas que movimentam esse interesse pontualmente, como Copa América, Eurocopa, Eliminatórias e Copa do Mundo. Antes, era um acontecimento ver as seleções em ação. Não é mais. No Brasil, virou negócio. Mas insisto: a culpa desse fracasso é dos técnicos, fracos e sem tempo em alguns casos. Tite ficou seis anos no cargo e nunca apresentou um time capaz de agradar. Nem quem ocupou o cargo antes dele.

No caso da equipe olímpica, ela é encarada como um estorvo para os clubes, que são “obrigados” a ceder seus jogadores para amistosos e torneios menores. Depois que o Brasil ganhou o ouro olímpico no futebol, em 2016, no Rio, e repetiu a façanha em 2021, em Tóquio, aquela ansiedade pelo pódio passou. O futebol olímpico passou a ter a importância que ele sempre teve nos Jogos. A bem da verdade, o torcedor e os dirigentes de clubes preferem seus garotos nos times do que servindo a CBF.

O time de Ramon, mesmo com bons jogadores, não joga nada. Como explicar isso? Pela má qualidade do Ramon como treinador. Falta competência para enxergar o jogo e ter coragem de apostar, falta entendimento das qualidades dos atletas, falta tática e jogadas ensaiadas. Falta o futebol natural. Não teve uma só partida neste pré-olímpico capaz de encher os olhos do torcedor.

O problema não é falta de talento, repito. Temos bons jogadores e boas jogadoras em todas as seleções. O que falta é uma estratégia de comando, de jogo, de organização, de sistema tático, de paciência, de ideias... Se os nossos jogadores são bons ainda, não podemos dizer o mesmo na nossa organização nem do trabalho dos treinadores escolhidos. Os clubes brasileiros estão à frente da CBF no quesito administração do futebol. Não são todos, mas já dá para contar nos dedos das mãos clubes bem organizados e com condutas pés no chão e vencedoras. Agora há duas esperanças, Dorival na seleção principal e Arthur Elias no time feminino.

Lá fora, a bandeira do Brasil é respeitada, mais do que é dentro do País, mas nossas seleções estão longe de despertar qualquer sentimento nos torcedores daqui. A camisa do Brasil não coloca mais medo em nenhum rival nem desperta sentimentos.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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